Pesquisa Ipespe Ceará: Capitão Wagner 37%; Roberto Cláudio 25% e Elmano 20% Leia mais em: https://www.opovo.com.br/eleicoes-2022/2022/08/25/pesquisa-ipespe-ceara-capitao-wagner-37-roberto-claudio-25-e-elmano-20.html ©2022 Todos os direitos são reservados
Vítor Magalhães OPOVO
A segunda rodada da pesquisa Ipespe para o Governo do Ceará mostra o candidato da oposição Capitão Wagner (União Brasil) na liderança da disputa, com 37% das intenções de voto. Ele é seguido pelo ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT), que tem 25%, e pelo petista Elmano Freitas (PT), que obteve 20%. Os números se referem à pesquisa estimulada, quando o entrevistador oferece opções ao eleitor. A pesquisa contratada pelo O POVO é a primeira desde o começo das campanhas eleitorais, iniciadas no último dia 16.
Considerando a margem de erro da pesquisa Ipespe, de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, os candidatos Elmano Freitas e Roberto Cláudio estão tecnicamente empatados na segunda posição da corrida pelo Palácio da Abolição.
Na sequência aparecem Zé Batista (PSTU) e Chico Malta (PCB), com 1% das intenções de voto cada um. Serley Leal (UP) constava na lista, mas não foi citado. Eleitores que pretendem votar branco ou nulo, aqueles que afirmaram não votar em nenhum dos candidatos e os que não souberam ou não responderam somam 17%.
Pesquisa Ipespe Ceará (Estimulada)
Capitão Wagner (UB): 37% (-1 ponto em comparação com a pesquisa anterior)
Roberto Cláudio (PDT): 25% (-3 pontos)
Elmano Freitas (PT): 20% (+7)
Zé Batista (PSTU): 1% (mesma pontuação)
Chico Malta (PCB): 1% (+1)
Nenhum/Branco/Nulo: 10% (-1)
Não sabe/Não respondeu: 7% (+1)
O Ipespe ouviu 1.000 eleitores de todas as regiões do Ceará, com idade a partir de 16 anos, entre os dias 20 e 23 de agosto de 2022. A margem de erro do levantamento é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos e o intervalo de confiança estimado é de 95,45%.
A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-04538/2022 e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) sob o protocolo CE-07968/2022.
Na rodada anterior da pesquisa estimulada, divulgada no último dia 4 de agosto, Capitão Wagner liderava a disputa com 38% das intenções de voto. Em segundo lugar apareceu o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT), com 28%, e em terceiro o deputado Elmano Freitas (PT), que obteve 13%.
Espontânea
Na pesquisa espontânea, ou seja, quando o entrevistador não apresenta opções de candidatos, Capitão Wagner lidera com 26% das intenções de voto. Elmano tem 12% da preferência do eleitorado e Roberto Cláudio registrou 11%. Neste cenário, eleitores que pretendem votar branco ou nulo, aqueles que afirmaram não votar em nenhum dos candidatos e os que não souberam ou não responderam somam 49%.
O ex-governador Camilo Santana (PT) foi citado na pesquisa espontânea, mas não é candidato ao Governo do Estado nas eleições deste ano. Os candidatos Zé Batista (PSTU), Chico Malta (PCB) e Serley Leal (UP) não foram citados na pesquisa espontânea.
Pesquisa Ipespe Ceará (Espontânea)
Capitão Wagner (UB): 26% (-2 pontos em comparação com a pesquisa anterior)
Elmano Freitas (PT): 12% (+4 pontos)
Roberto Cláudio (PDT): 11% (-1)
Camilo Santana (PT) 2%*
Nenhum/Branco/Nulo: 2% (-1)
Não sabe/Não respondeu: 47% (+2)
TRE-RJ suspende repasses ao candidato ao Senado Daniel Silveira
O Colegiado do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) determinou, por unanimidade, a suspensão de repasses de recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para o candidato ao Senado Daniel Lúcio da Silveira (PTB).
A decisão foi tomada na sessão de ontem (24) e também impede o gasto dos recursos já recebidos pela campanha, que terão de ser devolvidos.
O julgamento atendeu ao pedido de tutela de urgência apresentado pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE), que solicitou a impugnação da candidatura de Silveira devido à condenação criminal pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ataques a instituições democráticas. Após a condenação, Daniel Silveira recebeu um indulto presidencial.
Segundo o entendimento do Colegiado do TRE-RJ, a legislação que rege o indulto presidencial não afasta efeitos secundários da pena, como a inelegibilidade do condenado.
A decisão do TRE-RJ também prevê multa de 10% sobre o valor recebido pelo candidato, em caso de descumprimento da decisão. O partido de Silveira, PTB, também pode ser multado caso repasse a ele outras quantias.
O relator do processo foi o desembargador eleitoral Luiz Paulo da Silva Araújo Filho. Para ele, a medida visa a impedir “grave risco de dano ao erário, com dispêndio de vultosa quantia de origem pública”, caso o pedido de registro de candidatura de Silveira, que está sub judice, seja futuramente negado.
O pedido da PRE para suspender o acesso de Silveira ao horário eleitoral gratuito foi provisoriamente negado pelo Colegiado do TRE-RJ, até que o candidato apresente sua defesa.
Em nota, a Procuradoria Regional Eleitoral afirmou que a decisão do TRE-RJ seguiu jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de que o indulto não altera a suspensão dos direitos políticos previstos na condenação pelo STF.
“A procuradora regional eleitoral Neide Cardoso de Oliveira realçou ao TRE que o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Silveira a mais de oito anos de prisão e à perda do mandato por coação em processo e incitar a tentativa de impedir o livre exercício de poderes da União. Seus direitos políticos também foram suspensos pelo STF”.
Defesa
Daniel Silveira divulgou um vídeo em redes sociais de apoiadores e aliados para se defender. Ele se disse perseguido pela Justiça, que está tendo o princípio da isonomia desrespeitado e que continua em campanha.
“A graça constitucional é um instrumento jurídico privativo do presidente da República, está lá no Artigo 84 da Constituição. Quando ele me deu essa graça, devolvendo não somente a minha liberdade física, devolvendo a você também a sua liberdade, seu direito a expressão, ele disse ‘ministro, você errou miseravelmente nessa decisão e eu estou trazendo as coisas à normalidade da Constituição’”.
De acordo com Silveira, com o perdão presidencial “todo o processo ao qual eu estava submetido, ainda que ilegal, foi literalmente extinto”, citando o Artigo 738 do Código de Processo Penal. Para Silveira, o indulto se trata de um “objeto jurídico perfeito”, não cabendo “interpretações teleológicas”.
Edição: Denise Griesinger / AGÊNCIA BRASIL
Lula dribla no JN pergunta sobre corrupção, admite erros de Dilma e enaltece Alckmin
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) buscou driblar as perguntas sobre como evitará corrupção no país caso seja reeleito e admitiu ter havido corrupção na Petrobras em governo petista.
Líder nas pesquisas de intenção de voto, ele participa de sabatina nesta quinta-feira (25) ao Jornal Nacional, da TV Globo.
O petista também admitiu erros do governo Dilma Rousseff (PT) na economia, enalteceu seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e fez críticas a sigilos decretados no governo Jair Bolsonaro (PL) e à ação do procurador-geral da República, Augusto Aras, chamado por ele de "engavetador".
"Você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram", disse Lula, em relação a escândalos na Petrobras em governos petistas. Ele não respondeu de forma clara quais seriam suas propostas para evitar que esse tipo de caso volte a acontecer em nova gestão.
Questionado sobre a corrupção, Lula insistiu em dizer que só surge corrupção em governo que permite a investigação.
Lula disse que Dilma é uma das pessoas por quem mais ele tem respeito, mas que houve endividamento para manter as políticas sociais e desemprego e que a gestão dela "cometeu equívoco na questão da gasolina".
Apesar disso, ele defendeu Dilma e culpou os presidentes do Legislativo na época por parte das dificuldades econômicas que Dilma enfrentou durante seu mandato.
Lula foi o terceiro candidato à Presidência entrevistado pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos.
Na segunda-feira (22), o JN sabatinou Bolsonaro, que mentiu sobre STF e pandemia e impôs condições para aceitar os resultados das eleições.
Na terça-feira (23), foi a vez de Ciro Gomes (PDT). Ele atacou o que chamou de "polarização odienta" protagonizada por seus dois principais rivais na disputa, Lula e Bolsonaro, e prometeu criar uma "lei antiganância".
A última entrevista que Lula concedeu enquanto candidato ao Jornal Nacional foi no pleito de 2006. Na época o petista enfrentava o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), que será seu vice na chapa deste ano.
"Hoje iremos juntos até lá", escreveu Lula nas redes na manhã desta quinta (25). E Alckmin respondeu: "E hoje estarei lá ao seu lado. Pela democracia, pela paz e pelo Brasil! Vamos juntos".
O perfil do PT no Twitter compartilhou o momento da chegada de Lula na Globo por volta das 19h30.
Mais cedo nesta quinta (25), circulou em grupos de WhatsApp criados pela campanha do petista um flyer com dicas de como os apoiadores do petista poderiam ajudar "a espalhar a palavra de Lula no Jornal Nacional".
"Publique nas redes fotos assistindo ao JN, sempre usando a hashtag #LulaNoJN", "relembre feitos positivos dos governos de Lula e Dilma", "fale sobre novos projetos de Lula" e "compartilhe os motivos que levam você a votar no Lula" eram algumas das recomendações.
À tarde, Lula compartilhou foto em suas redes sociais antes de sua participação na sabatina. "Gostaram da gravata? #LulaNoJN", escreveu o petista.
Hesitação de Lula com eleitor evangélico pode ter custado 5 milhões de votos
A falta de uma ação coordenada no eleitorado evangélico pode ter custado ao PT mais de 5 milhões de votos nos últimos meses. Em maio, quando o partido dizia que não era preciso investir numa agenda para o grupo, as pesquisas indicavam uma vantagem de 1,2 milhão de votos de Jair Bolsonaro sobre Lula entre esses fiéis. Agora, o presidente supera o petista por 6,6 milhões de eleitores.
O alerta soou tarde. Integrantes da equipe de Lula acreditavam que o mal-estar econômico manteria parte dos evangélicos afastada de Bolsonaro. Agora, eles reconhecem que o presidente teve sucesso ao intensificar um trabalho dentro dos templos e espalhar a ideia de que um eventual governo do PT pode prejudicar tanto as igrejas como os fiéis.
A coordenação da campanha petista trata o momento com alguma preocupação. Conselheiros apontam erros em declarações recentes do próprio Lula, admitem que ainda não conseguiram formular uma reação e falam da necessidade de reavaliar a estratégia.
A menos de 40 dias do primeiro turno, o PT percebeu que não é possível fingir que a questão religiosa não existe. O problema é que o partido não mostrou como vai estancar a alta de Bolsonaro entre os evangélicos e evitar a fuga dos fiéis de baixa renda que hoje estão com Lula.
Um auxiliar do ex-presidente descreveu assim a situação dentro da campanha: "quando surge o assunto dos evangélicos, todo mundo é técnico de futebol, acha que entende e apresenta uma solução". Mas pouca coisa funcionou até agora.
Alguns petistas acreditam que Lula precisa dizer claramente que não pretende fechar templos e que vai respeitar os evangélicos. Outros afirmam que seguir esse caminho é cair no jogo de Bolsonaro. Há gente que gostaria de retomar contato com pastores influentes (ao menos no segundo turno), enquanto outros acham que isso é impossível.
Sozinho, o eleitor evangélico reduziu em três pontos percentuais a vantagem de Lula sobre Bolsonaro. Esses votos podem fazer falta.
Bruno Boghossian / FOLHA DE SP
Lula admite corrupção na Petrobras e defende o governo Dilma em entrevista ao Jornal Nacional
Por Levy Teles e Rayanderson Guerra / O ESTADÃO
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a operação Lava Jato em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, nesta quinta-feira, 25. “A Lava Jato ultrapassou limite da investigação e entrou no limite da política. O objetivo era tentar condenar o Lula”, disse o petista, se referindo na terceira pessoa.
O candidato à Presidência da República, porém, admitiu casos de corrupção na Petrobras. “Você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram (os crimes)”, disse. Lula, então, atacou a delação premiada. “As pessoas confessaram e, por conta das pessoas confessarem, ficaram ricas por confessar”, afirmou. “Por conta da Lava Jato, tivemos R$ 270 bilhões que foram perdidos nesse País.”
Lula ainda defendeu ações de combate à corrupção realizadas durante os governos do PT. “Durante cinco anos eu fui massacrado e estou tendo a primeira oportunidade de poder falar disso abertamente ao vivo com o povo brasileiro. A corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada”, afirmou.
Com indiretas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), o petista mencionou o fato de o chefe do Executivo não obedecer a indicação da lista tríplice para o cargo de procurador-geral da República, os sigilos de 100 anos em documentos impostos pela Presidência, e, segundo ele, impedido que a Polícia Federal investigue seus filhos.
Como defesa sobre os casos de corrupção, Lula destacou os órgãos de transparência criados durante a gestão. “Foi no meu governo que a gente criou o Portal da Transparência, CGU, Lei de Acesso à Informação, AGU, Coaf, Cade”, disse.
A jornalista Renata Vasconcellos insistiu no tema e questionou se Lula não teme que, ao não expor se vai cumprir a lista tríplice para a escolha do PGR, crie suspeição sobre o trabalho do MPF. “Não quero um procurador leal a mim. O procurador tem que ser leal ao povo brasileiro, à instituição”, afirmou Lula, que disse ainda que “não quer amigos, quer pessoas sérias que falem em nome da instituição”.
A jornalista questionou como Lula pretende impedir tentativas de interferências na Polícia Federal. “O Bolsonaro troca qualquer diretor a hora que ele quer. Basta que ele não goste. Eu nunca fiz isso e não vou fazer”, disse.
O âncora William Bonner questionou como Lula pretende reequilibrar o equilíbrio das contas públicas. O ex-presidente citou dados sobre a condução na economia durante os seus dois governos e afirmou que é necessário previsibilidade, credibilidade e estabilidade.
Bonner retomou o tema e questionou Lula sobre a recessão e a “explosão” da inflação nos governos Dilma Rousseff e perguntou se ele pretende implantar a política econômica dos dois primeiros mandatos ou de sua sucessora. O ex-presidente reconheceu que Dilma cometeu erros na condução da economia, mas defendeu a sua sucessora.
“Dilma cometeu equívocos na questão da gasolina, ao fazer R$ 540 bilhões de desonerações em isenção fiscal. Quando ela tentou mudar, ela tinha uma dupla dinâmica contra ela. O Eduardo (Cunha), presidente da Câmara, e o Aécio no Senado, que trabalharam o tempo inteiro para que ela não fizesse mudanças”, disse.
Lula foi duro com as palavras ao falar do orçamento secreto. Ele chamou o mecanismo revelado pelo Estadão de “excrescência” e de um “escárnio”. “(O orçamento secreto) não é moeda de troca, isso é usurpação de poder. Acabou o presidencialismo. Bolsonaro é refém do Congresso, ele sequer cuida do orçamento. Isso nunca aconteceu desde a proclamação da República”, disse.
O petista ainda usou o orçamento secreto para minimizar o escândalo do mensalão. “Você acha que o mensalão que tanto se falou foi mais grave que o orçamento secreto?”, questionou.
Lula também reforçou as críticas ao novo Auxílio Emergencial. “Ele acabou de aumentar o Auxílio Emergencial. Até quando? Até o dia 31 de dezembro, porque na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) não tem continuidade. Ele agora manda a LDO (ao Congresso) e mente dizendo que vai continuar”, afirmou.
Questionado sobre a recepção da base petista em relação à formação de campanha com 10 partidos, o ex-presidente defendeu a união com seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), seu rival nas eleições presidenciais de 2006. “Alckmin já foi aceito pelo PT de corpo e alma. Alckmin é uma pessoa que vai me ajudar, tenho confiança que a experiência como governador de São Paulo vai me ajudar a consertar esse País”, disse.
Lula foi o terceiro entrevistado da série de sabatinas do Jornal Nacional, que recebe os principais presidenciáveis ao longo da semana. O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o primeiro a ser ouvido, na segunda-feira, seguido por Ciro Gomes (PDT) na terça-feira. A senadora Simone Tebet (MDB) será a última a participar, na sexta-feira.
A última vez que Lula foi sabatinado como candidato pelo principal telejornal da Globo foi em 2006, quanto tinha seu atual vice, Geraldo Alckmin, como adversário na disputa pelo Palácio do Planalto. Como mostrou o Estadão, o ex-presidente passou por um intenso treinamento de preparação para o JN na última terça-feira em sala reservada do QG petista instalado na zona oeste de São Paulo.
Participaram do treinamento com Lula o coordenador de comunicação da campanha, Edinho Silva, prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, e o jornalista e ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República durante o segundo governo Lula, Franklin Martins, que trabalhou na Globo antes de integrar a equipe do petista.
Lula chegou no Rio de Janeiro na quarta-feira e fechou a agenda nas 48 horas anteriores à entrevista para se preparar e descansar a voz, já que tem ficado rouco com mais frequência.