Conheça potenciais candidatos para prefeituras de capitais nas eleições de 2024
FOLHA DE SP
No próximo ano, em 6 de outubro, eleitores brasileiros vão se encontrar com as urnas para escolher os prefeitos e vereadores de todos os municípios do país que cumprirão mandato até 2028.
Após uma eleição nacional marcada pela polarização, a tendência é a de nacionalização das candidaturas, que terão disputas entre partidos da base de Lula (PT) e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As prefeituras costumam ser termômetro e palanque para o pleito nacional seguinte —neste caso, o de 2026.
Veja quais são os pré-candidatos de cada capital para a eleição municipal do ano que vem:
De deputados a senador, 22 parlamentares já estão cotados como pré-candidatos a prefeituras no Ceará
No Ceará, há ao menos 22 parlamentares, entre deputados estaduais, federais e senadores, cotados para disputar o comando de prefeituras nas eleições de 2024. Outros estão envolvidos de maneira indireta na disputa, por meio de parentes e aliados pré-candidatos, a fim de manter a fidelidade nas bases eleitorais.
A estratégia não é nova e tem sido utilizada nos últimos pleitos eleitorais. Em 2020, ao menos 15 deputados – nenhum senador disputou eleição municipal – entraram na peleja, incluindo o atual governador Elmano de Freitas (PT), que concorreu à Prefeitura de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza enquanto era deputado estadual à época. Destes, seis obtiveram sucesso e deixaram seus postos na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) e na Câmara Federal, abrindo espaço para suplentes assumirem vagas efetivas.
Os vitoriosos nas eleições municipais de 2020 foram:
- Roberto Pessoa (União): Maracanaú;
- Bruno Gonçalves (PL): Aquiraz;
- José Sarto (PDT): Fortaleza;
- Vitor Valim (PSB): Caucaia;
- Patrícia Aguiar (PSD): Tauá;
- Nezinho Farias (PT): Horizonte.
Dessa lista, apenas Vitor Valim não pretende disputar a reeleição em 2024. Os demais, em maioria, não só buscam repetir o feito de 2020 como também garantir a influência familiar no Legislativo no biênio seguinte, em dinâmica que se retroalimenta a cada pleito. Foi o que aconteceu em 2022.
Roberto Pessoa elegeu uma filha, Fernanda (União), à Câmara dos Deputados, e uma sobrinha, Emília Pessoa (PSDB), à Assembleia. Bruno Gonçalves foi eleito em dobradinha com o pai, Acilon Gonçalves (PL), na cidade vizinha de Eusébio, há quatro anos, e viu a mãe, Marta Gonçalves, chegar à Alece há dois anos.
Já Patrícia garantiu dois fortes aliados no Legislativo Nacional e Estadual: os filhos Domingos Neto (PSD) e Gabriela Aguiar (PSD), respectivamente. Nezinho, por sua vez, conseguiu eleger a esposa Jô Farias (PT) à Assembleia, em 2022.
Outro detalhe que vale destaque é que a maioria dos eleitos ao Executivo está na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), com exceção de Aguiar, que governa Tauá, nos Inhamuns.
A preferência não se baseia em coincidência: só a RMF carrega um contingente populacional de quase 4 milhões pessoas, garantindo um eleitorado massivo tanto para o Legislativo quanto para o Executivo. Assim como em 2020, a região chega cobiçada em 2024, concentrando o maior número de pré-candidatos com origem no Parlamento.
FORTALEZA E REGIÃO METROPOLITANA
Somente em Fortaleza, os deputados federais André Fernandes (PL), Luizianne Lins (PT) e Célio Studart (PSD); os deputados estaduais Evandro Leitão (PT), Larissa Gaspar (PT) e Guilherme Sampaio (PT); e o senador Eduardo Girão (Novo) já aparecem como opções no páreo.
De todo esse grupo, apenas o primeiro e o último estão na oposição ao espectro representado pelo ministro Camilo Santana e o governador Elmano de Freitas, ambos petistas. André Fernandes é uma das apostas bolsonaristas para representar o partido nas capitais do Nordeste, região em que o ex-presidente da República foi líder em votos em apenas 20 municípios, em 2022.
A investida foi confirmada em novembro do ano passado, após acordo com o deputado Carmelo Neto, e anunciada em postagem nas redes sociais ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e do líder da cúpula do PL, Valdemar da Costa Neto.
No Ceará, há ao menos 22 parlamentares, entre deputados estaduais, federais e senadores, cotados para disputar o comando de prefeituras nas eleições de 2024. Outros estão envolvidos de maneira indireta na disputa, por meio de parentes e aliados pré-candidatos, a fim de manter a fidelidade nas bases eleitorais.
A estratégia não é nova e tem sido utilizada nos últimos pleitos eleitorais. Em 2020, ao menos 15 deputados – nenhum senador disputou eleição municipal – entraram na peleja, incluindo o atual governador Elmano de Freitas (PT), que concorreu à Prefeitura de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza enquanto era deputado estadual à época. Destes, seis obtiveram sucesso e deixaram seus postos na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) e na Câmara Federal, abrindo espaço para suplentes assumirem vagas efetivas.
Os vitoriosos nas eleições municipais de 2020 foram:
- Roberto Pessoa (União): Maracanaú;
- Bruno Gonçalves (PL): Aquiraz;
- José Sarto (PDT): Fortaleza;
- Vitor Valim (PSB): Caucaia;
- Patrícia Aguiar (PSD): Tauá;
- Nezinho Farias (PT): Horizonte.
Dessa lista, apenas Vitor Valim não pretende disputar a reeleição em 2024. Os demais, em maioria, não só buscam repetir o feito de 2020 como também garantir a influência familiar no Legislativo no biênio seguinte, em dinâmica que se retroalimenta a cada pleito. Foi o que aconteceu em 2022.
Roberto Pessoa elegeu uma filha, Fernanda (União), à Câmara dos Deputados, e uma sobrinha, Emília Pessoa (PSDB), à Assembleia. Bruno Gonçalves foi eleito em dobradinha com o pai, Acilon Gonçalves (PL), na cidade vizinha de Eusébio, há quatro anos, e viu a mãe, Marta Gonçalves, chegar à Alece há dois anos.
Já Patrícia garantiu dois fortes aliados no Legislativo Nacional e Estadual: os filhos Domingos Neto (PSD) e Gabriela Aguiar (PSD), respectivamente. Nezinho, por sua vez, conseguiu eleger a esposa Jô Farias (PT) à Assembleia, em 2022.
Outro detalhe que vale destaque é que a maioria dos eleitos ao Executivo está na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), com exceção de Aguiar, que governa Tauá, nos Inhamuns.
A preferência não se baseia em coincidência: só a RMF carrega um contingente populacional de quase 4 milhões pessoas, garantindo um eleitorado massivo tanto para o Legislativo quanto para o Executivo. Assim como em 2020, a região chega cobiçada em 2024, concentrando o maior número de pré-candidatos com origem no Parlamento.
FORTALEZA E REGIÃO METROPOLITANA
Somente em Fortaleza, os deputados federais André Fernandes (PL), Luizianne Lins (PT) e Célio Studart (PSD); os deputados estaduais Evandro Leitão (PT), Larissa Gaspar (PT) e Guilherme Sampaio (PT); e o senador Eduardo Girão (Novo) já aparecem como opções no páreo.
De todo esse grupo, apenas o primeiro e o último estão na oposição ao espectro representado pelo ministro Camilo Santana e o governador Elmano de Freitas, ambos petistas. André Fernandes é uma das apostas bolsonaristas para representar o partido nas capitais do Nordeste, região em que o ex-presidente da República foi líder em votos em apenas 20 municípios, em 2022.
A investida foi confirmada em novembro do ano passado, após acordo com o deputado Carmelo Neto, e anunciada em postagem nas redes sociais ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e do líder da cúpula do PL, Valdemar da Costa Neto.
Eleito ao Senado em 2018,Eduardo Girão (Novo) também é um pré-candidato no campo da direita em Fortaleza. A aposta foi lançada durante encontro estadual da sigla, ainda em novembro de 2023. O evento contou com a presença do presidente do PL Ceará e deputado estadual, Carmelo Neto; do deputado estadual Sargento Reginauro (União), suplente de Girão no Senado; e do próprio André Fernandes.
Já o PT, com quatro pré-candidatos no Legislativo – o 5º é Artur Bruno, assessor especial do Governo do Estado – deve enfrentar um caminho complexo na resolução desse impasse até abril, prazo acertado no partido para tal. Evandro, como presidente da Assembleia, e Luizianne, como deputada federal e ex-prefeita da capital cearense, são as figuras com mais evidência na disputa interna do PT.
Célio Studart, por sua vez, apesar de ser aliado da cúpula petista – compondo a gestão estadual, inclusive –, junta-se à disputa com o recall dos últimos pleitos. Segundo ele, o objetivo é lançar dois projetos na Secretaria de Proteção Animal do Ceará (Sepa) até abril, quando deve se desincompatibilizar do cargo e retornar à Câmara dos Deputados para ficar à disposição do PSD nas eleições municipais.
“O partido ainda não fechou questão sobre isso. Eu tenho esse desejo (de concorrer novamente à Prefeitura), mas isso vai ser um acordo do partido, uma questão que não é só minha. Então eu vou me colocar com a possibilidade legal e jurídica, passível a ser candidato”, disse o deputado ao Diário do Nordeste.
Ele já é citado em algumas sondagens eleitorais até o momento, mas busca, junto à cúpula do PSD, a contratação de pesquisas pela própria legenda para entender mais claramente o cenário dessa peleja. Questionado se poderia compor chapa com o PT, tendo em vista a aliança estabelecida, Celio afirmou que o partido não destaca a possibilidade, mas, pessoalmente, concorrer a vice-prefeito não é sua intenção.
“Até que se defina de forma conclusiva, eu seguirei defendendo candidatura própria e já demonstrei ao partido o meu interesse em concorrer, até por já ter concorrido também nas eleições a prefeito de 2020. Vejo que o partido tem recebido bem essa possibilidade, mas deve esperar novas pesquisas antes de algum anúncio oficial”, completa.
Na vizinha da Região Metropolitana, Maracanaú, o prefeito Roberto Pessoa deve enfrentar, a princípio, três pré-candidaturas da oposição: Júnior Mano (PL), Júlio César Filho (PT) e Lucinildo Frota (Sem partido).
Contudo, há chances de o trio se unir em prol de um único nome de consenso na oposição, chegando assim com mais força para o embate nas urnas em outubro.
A escolhida deve ser "a (candidatura) mais viável", explica Júlio César Filho. Uma análise que deve perpassar não apenas quem performar melhor nas pesquisas de intenções de votos, mas também tiver "com mais condições de disputa" e "mais possibilidade de agregar", completa Lucinildo Frota.
Em Maranguape, também há pré-candidatura nesses moldes. O deputado estadual Lucílvio Girão (PSD) se une à disputa pela Prefeitura. "Conhecido da população pelo trabalho que desenvolve no município como parlamentar, agora vai se dedicar à gestão e ao crescimento econômico e social da cidade", anunciou o presidente estadual do partido, Domingos Filho, nessa terça-feira (30).
Já Cláudio Pinho (PDT) se organiza em São Gonçalo do Amarante para enfrentar o atual prefeito Marcelo Teles, conhecido como Marcelão (PT), nas urnas.
A dinâmica PDT x PT na cidade vai emular os posicionamentos a nível de Estado, já que Pinho é um dos três deputados pedetistas de oposição ao governo cearense. Enquanto isso, Marcelão surge, mais do que nunca, como aliado da situação, postura bem diferente da adotada em 2020. Naquele ano, ele foi eleito pelo lado rival, quando filiado ao Pros.
Em contrapartida, o parlamentar, que já foi prefeito de São Gonçalo do Amarante por dois mandatos, busca quebrar a sucessão do adversário “conversando com todos os grupos”. Tem ao seu lado o presidente da Câmara Municipal, Neto do Pecém (PSB), que alcançou o posto com a influência de Pinho sobre o Legislativo local.
Ao leste, em Caucaia, o nome de Emília Pessoa (PSDB) já está posto como pré-candidata. Ela entra na peleja como oposição à gestão Vitor Valim, que já chegou a compor como secretária.
O seu posicionamento garante boa relação com outras figuras na corrida pelo Executivo, como o vice-prefeito Deuzinho Filho (União) e o ex-prefeito José Gerardo Arruda (PDT). Este chegou a revelar, recentemente, que o trio firmou um acordo visando um possível segundo turno no município, que consistia em apoiar a investida do colega de oposição com o melhor resultado no primeiro turno.
Ali, no segundo maior colégio eleitoral do Ceará, as forças no bloco governista se reorganizam com o recuo de Valim (PSB), que desistiu de concorrer à reeleição. Assim, novos nomes começaram a ser especulados, entre eles, os dos deputados estaduais Lia Gomes (PDT) e Salmito (PDT). Este licenciado para comandar a Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Ceará. A definição ainda não foi fechada, mas deve sair até abril, prazo para desincompatibilização de cargos públicos com fins eleitorais.
Em agenda recente, com a vinda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o lançamento da pedra fundamental do ITA Ceará, Salmito comentou sobre ser cogitado para o pleito.
"Honestamente, estou sabendo, assim, pela imprensa. Particularmente, eu tenho a missão que muito me honra, confiada pelo governador Elmano de Freitas, de executar a política pública de desenvolvimento econômico do estado do Ceará. Estou focado nessa missão", disse.
Lia Gomes também foi procurada para comentar sobre as tratativas, mas a reportagem não obteve retorno. À época do anúncio de Valim sobre não buscar a reeleição, ela relatou, pelas redes sociais, que foi procurada pela imprensa para comentar as especulações envolvendo o seu nome. Apesar disso, reservou-se a dizer que "o atual prefeito é o melhor nome para continuar o trabalho que vem realizando à frente da Prefeitura de Caucaia".
A deputada vive um momento de indefinição partidária, já que o grupo ligado ao senador Cid Gomes está de malas prontas do PDT para o PSB. Ela busca, no meio jurídico, atestar a validade de sua desfiliação para seguir o seu irmão na nova legenda. Vale destacar que, mesmo sendo escolhida pré-candidata em Caucaia, até a resolução desse imbróglio, a investida seria incerta, já que o PDT já tem um pré-candidato: o ex-prefeito José Gerardo Arruda.
REGIÃO NORTE
Experiente gestor público em Itatira, cidade que governou por quatro mandatos, o deputado estadual Almir Bié (PP) quer fortalecer sua base política em Canindé. Pré-candidato na cidade dos festejos de São Francisco, ele já preside a comissão provisória do PP municipal e coordena as tratativas pela sua eleição.
Ao Diário do Nordeste, o deputado disse que PP, PSB e PT articulam uma candidatura de consenso para outubro. Da parte do PT, quem guia o diálogo na cidade é o vice-prefeito Ilomar Vasconcelos, que rompeu recentemente com a prefeita Rozário Ximenes (Republicanos) após a legenda ficar de fora da chapa indicada pela gestora, composta por Kledeon Paulino (MDB), seu secretário de Educação, e Cleide Queiroz, empresária.
"Nossa luta é coletiva em prol do nosso povo canindeense, por isso estamos dialogando com todas as forças populares, políticas e sociais do Canindé, do Ceará e do Brasil. [...] Com a força dos grandes líderes políticos, Lula, Camilo e Elmano e com a união da oposição, estamos cada dia mais fortes e unidos", diz uma publicação conjunta de Almir Bié e do vereador Professor Jardel (PSB).
Já em Sobral, a candidatura de oposição ao grupo dos Ferreira Gomes deve sair não só do Legislativo como também de uma única família. O deputado federal Moses Rodrigues (União) e seu pai, o estadual Oscar Rodrigues (União), são alguns nomes estudados pelo partido.
“(Vamos verificar se) é melhor permanecer com nome que já tem ‘recall’, tem experiência, ou se podemos lançar um nome novo para mostrar a capacidade de renovação política”, avalia o presidente estadual do União Brasil, Capitão Wagner.
Oscar garante que será o candidato da legenda a partir de agosto, mas pontua que cederia a posição ao filho, caso seja um nome mais viável na disputa. “Se o nome dele (Moses Rodrigues) tiver melhor do que o meu nas pesquisas, lógico que eu vou deixar que o candidato seja ele”, disse.
CARIRI
A região do Cariri reúne ao menos duas lideranças de peso no Legislativo que estão de olho nas urnas. São eles: Fernando Santana (PT) e Davi de Raimundão (MDB). Ambos estão envolvidos diretamente nas eleições de Juazeiro do Norte e são ventilados como pré-candidatos.
A participação do filho do ex-prefeito Raimundão foi um impasse por meses devido à aliança com o PT no município, mas, agora, já é dada como certa. Na última semana, o líder do MDB Ceará confirmou a pré-candidatura de Davi pelas redes sociais.
Assim como o emedebista, Fernando Santana é uma opção na oposição de Juazeiro do Norte. Lideranças petistas, como José Guimarães, já manifestaram a preferência pelo deputado estadual, tendo feito o convite formal para a disputa. Agora, a decisão está a cargo do parlamentar.
Ele foi procurado pelo Diário do Nordeste para comentar o assunto. Por meio da assessoria, informou que ainda não foi definido quem será o candidato. Yury do Paredão (MDB) também chegou a ser cogitado. A reportagem buscou o deputado, mas não houve retorno.
Sobre tanto nomes dentro do grupo que já se colocam como pré-candidatos na disputa, Davi de Raimundão fala que pesquisas serão levadas em consideração, bem como o aval de Camilo e Elmano.
"Eu já disse que meu nome está à disposição. Fernando Santana também já disse que, se for para o bem, também está à disposição. Todos estão com o nome à disposição. Quando existe um grupo, tem que ter lá na frente uma união em torno desse nome. Eu acho que a aproximação com o Governo do Estado, o que tiver melhor nas pesquisas, ter boas propostas, o que juntar todos os itens, aí a gente vai definir. E isso logicamente vai passar pela mão de Camilo, Elmano", disse o deputado.
CENTRO-SUL
O pleito em Iguatu, no Centro-Sul, pode ser disputado pelos deputados estaduais de base Marcos Sobreira (PDT) e Agenor Neto (MDB), entre outros nomes. Enquanto este defende que o filho Ilo Neto (PSB) seja candidato em seu lugar, apesar de Eunício apontar o parlamentar como opção, aquele dialoga com forças políticas locais para buscar o melhor caminho para as eleições municipais.
Os dois reivindicam a bênção do Governo Elmano na campanha, assunto ainda não pacificado. Isso porque, além de ambos serem aliados do governo do Legislativo, o PT municipal já tem seu pré-candidato há meses: o empresário Sá Vilarouca.
Outro fator também pode embaralhar o jogo político em Iguatu: a chance de Sobreira migrar para o PSB em breve. Membro do grupo político liderado pelo senador Cid Gomes (PDT), o deputado pode lhe seguir na sigla socialista.
A cerimônia de filiação de parte do bloco cidista está marcada para o dia 4 de fevereiro, mas uma possível troca de partido por parte de Sobreira só aconteceria após o trânsito em julgado de um processo movido coletivamente pela desfiliação do PDT.
PARLAMENTARES QUE PODEM DISPUTAR AS ELEIÇÕES DE OUTUBRO:
DEPUTADOS FEDERAIS
- André Fernandes (PL)
- Célio Studart (PSD)
- Júnior Mano (PL)
- Luizianne Lins (PT)
- Moses Rodrigues (União)
- Yuri do Paredão (MDB)
DEPUTADOS ESTADUAIS
- Agenor Neto (MDB)
- Almir Bié (PP)
- Cláudio Pinho (PDT)
- Davi de Raimundão (MDB)
- Dr. Oscar Rodrigues (União Brasil)
- Emilia Pessoa (PSDB)
- Evandro Leitão (PT)
- Fernando Santana (PT)
- Julinho (PT)
- Larissa Gaspar (PT)
- Lia Gomes (PDT)
- Lucinildo Frota (Sem partido)
- Lucílvio Girão (PSD)
- Marcos Sobreira (PDT)
- Salmito (PDT)
SENADOR
- Eduardo Girão (Novo)
PT fica sem nomes de peso e pode repetir fiasco nas eleições municipais para prefeituras de capital
Por Pedro Augusto Figueiredo / O ESTADÃO DE SP
O PT aposta no peso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da máquina federal para reverter o fiasco da eleição de 2020, quando não conseguiu eleger prefeitos para nenhuma das 26 capitais brasileiras. O cenário, porém, é desafiador novamente: embora tenha nomes competitivos em algumas cidades, nenhum deles lidera as pesquisas eleitorais ou é favorito no momento, o que reforça a dificuldade que o partido encontra de formar novas lideranças.
Ao mesmo tempo, pré-candidatos apoiados pela sigla, Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Eduardo Paes (PSD-RJ), estão na frente em São Paulo e Rio de Janeiro, os dois maiores colégios eleitorais, mesmo caso de João Campos (PSB-PE) no Recife.
O partido caminha para apoiar Luciano Ducci (PSB-PR) em Curitiba (PR) e Marcus Alexandre (MDB-AC) em Rio Branco (AC) — este último deixou o PT sob o argumento de trabalhar na Justiça Eleitoral, mas meses depois se filiou ao MDB para disputar a eleição. Ambos também lideram nas respectivas cidades, de acordo com dados do agregador de pesquisas produzido pelo Ipespe e divulgado pela CNN Brasil no final do ano passado.
O PT já definiu candidaturas próprias em 11 capitais, número que pode subir para 14 nos próximos meses: ainda não há definições em Florianópolis (SC), Manaus (AM) e Cuiabá (MT). A tendência é que nas demais cidades o apoio seja a candidatos de partidos da base do governo Lula.
A disputa mais acirrada é em Goiânia (GO), onde a deputada federal Adriana Accorsi (PT) teria 15% das intenções de votos contra 23% do senador Vanderlan Cardoso (PSD), conforme o agregador. Ex-delegada-geral da Polícia Civil de Goiás, ela é filha do ex-prefeito Davi Accorsi, que governou a capital goiana nos anos 90.
O cenário eleitoral pode ficar ainda mais favorável à petista, pois ela negocia para Cardoso desistir de se candidatar e o PSD apoiá-la. A exemplo de petistas em outras capitais, Accorsi quer formar uma frente ampla de partidos. “De fato iniciamos um diálogo sobre o processo eleitoral em Goiânia, mas ainda muito inicial. Seguimos com as pré-candidaturas, mas acredito que devemos construir uma frente ampla para cuidar da cidade”, disse ela sobre a possível aliança com o senador.
Coordenador do grupo de trabalho eleitoral do PT, o senador Humberto Costa (PE) afirma que, embora o partido deseje administrar várias capitais, há outros objetivos em jogo, como projetar novos nomes e lideranças na sigla.
Para o cientista político Rodrigo Prando, o PT sempre buscou uma hegemonia no campo da esquerda, mas dessa vez há a leitura que é melhor apoiar outros partidos quando não houver petistas competitivos para não perder espaço para a direita nas prefeituras.
“O PT tem uma enorme dependência de Lula, de seu carisma e força política e eleitoral e isso, de certa forma, atrapalhou o surgimento de novas lideranças no partido. Quando alguém desponta com capacidade de renovar e liderar o partido, há ‘fogo amigo’ de inúmeras alas do PT”, diz o professor do Mackenzie.
PT terá candidatos a prefeito em 11 capitais brasileiras
Número pode chegar a 14 porque partido ainda não se decidiu em Florianópolis, Manaus e Cuiabá
Lula adotará cautela em cidades com mais de uma candidatura da base governista
O PT prevê que Lula será ativo e estará no palanque dos candidatos, sejam eles petistas ou aliados de outras siglas. A exceção serão as capitais onde partidos da base do governo tenham mais de um candidato. O presidente disse que nestes casos não pode ser “acintoso” no apoio a um dos nomes.
“Eu não vou me jogar para criar conflito. Eu tenho que saber que sou o presidente e que eu tenho que fazer um jogo mais ou menos acertado para que não traga problema depois, quando terminar as eleições, aqui no Congresso Nacional”, disse Lula em entrevista à rádio Metrópole, de Salvador (BA), na terça-feira, 23.
A regra não se aplica a São Paulo, onde o presidente apoia Boulos mesmo com as pré-candidaturas de Tabata Amaral (PSB-SP) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), cujos partidos fazem parte do governo.
Em Belo Horizonte, a candidatura do deputado federal Rogério Correia (PT) divide espaço com a do prefeito Fuad Noman (PSD), que apoiou Lula contra Bolsonaro, e a da também deputada Duda Salabert (PDT), além da federação PSOL-Rede, que também terá candidato.
Segundo pesquisa AtlasIntel realizada entre os dias 25 e 30 de dezembro, o bolsonarista Bruno Engler (PL), atualmente deputado estadual, lidera a corrida na capital mineira com 31,4%, seguido de Correia, com 21%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.
“A expectativa é que a gente tenha um apoio do presidente Lula, compreendendo isso que ele tem dito (sobre os partidos da base)”, disse o candidato do PT belo-horizontino. “Quem representa o governo Lula e o enfrentamento ao bolsonarismo é a minha candidatura”, acrescentou.
A disputa contra o bolsonarismo também é a tônica da eleição em Porto Alegre (RS) na visão de Maria do Rosário (PT), deputada federal e pré-candidata do PT na cidade. Ela diz que o prefeito Sebastião Melo (MDB) aderiu ao bolsonarismo, assim como o vice-prefeito, Ricardo Gomes (PL) que se filiou ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“O presidente vai ajudar, mas quem tem que mostrar competência para ganhar a eleição é quem é candidato”, disse a petista. Ela aparece com 26%, contra 33% de Melo no agregador do Ipespe. Como é tradição na capital gaúcha, a esquerda não está unida, pois Juliana Brizola (PDT) também é candidata.
Diferente de 2023, onde priorizou viagens ao exterior, Lula direcionará o foco para viagens domésticas com o objetivo de divulgar ações de seu governo e tentar impulsionar as candidaturas locais. No primeiro giro, ele focou no Nordeste, onde passou por Bahia e Pernambuco, antes de chegar a Fortaleza (CE).
A capital cearense é um dos poucos locais onde há disputa interna no PT. A deputada Luizianne Lins, que governou a cidade por dois mandatos, disputa a indicação com o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão. Luizianne foi barrada de subir ao palco no evento com Lula, enquanto Leitão esteve ao lado do presidente.
Na pesquisa AtlasIntel, o presidente da Alece está em terceiro lugar, com 14,2%, atrás do prefeito José Sarto (PDT), com 25,6%, e Capitão Wagner (União), que tem 28,6%. A margem é de 3 pontos percentuais. A pesquisa não testou o nome de Luizianne Lins, mas a deputada aparece em segundo lugar no agregador do Ipespe, com 21% contra 33% de Wagner.
“Caso eu não venha a ser o escolhido, eu irei não só empunhar bandeira, mas pedir voto para aquele que for escolhido dentro do meu partido, porque sou uma pessoa que acredito em projeto, não acredito apenas em pessoas”, disse Leitão em entrevista ao jornal O Povo na terça-feira, 23. O Estadão não conseguiu falar com Luizianne Lins em mais de uma ocasião porque, segundo a assessoria, ela cumpria agendas no interior do Ceará.
Lula vai agir para tentar tirar Tabata da eleição em SP, dizem petistas e pessebistas
No entorno de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e na cúpula do PSB, uma investida direta do presidente para tentar convencer a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) a abrir mão de sua pré-candidatura para a Prefeitura de São Paulo para apoiar Guilherme Boulos (PSOL) é dada como certa.
Uma das possibilidades discutidas entre aliados do presidente seria um convite para que Tabata assumisse um ministério, que poderia ser o de Ciência e Tecnologia.
A pasta é comandada por Luciana Santos, que é do PC do B, um dos partidos da coligação do PT, o que poderia fazer com que a troca fosse menos traumática. Além disso, trata-se de área de interesse e de atuação parlamentar de Tabata.
Lula adotou a estratégia em 2022, quando pediu a Boulos e Márcio França (PSB) que abandonassem suas pré-candidaturas para o governo de São Paulo para apoiar Fernando Haddad (PT), que chegou ao segundo turno com o apoio dos dois, mas perdeu para Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Na capital, a saída de Tabata poderia, em tese, facilitar a tentativa de Lula de transformar a disputa municipal em um duelo entre ele e Jair Bolsonaro (PL), cujo apoio é pleiteado pelo atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).
Na última semana, Lula disse que a eleição em São Paulo será "uma confrontação direta entre o ex-presidente e o atual presidente, é entre eu e a figura".
A aliança com Tabata também ampliaria o arco partidário de Boulos, que tem tentado transmitir a ideia de frente ampla contra o bolsonarismo, mas que até o momento conta com três partidos: PT, PDT e PSOL.
No grupo político da deputada e também no PSB, a avaliação é de que a pré-candidatura será levada a cabo, mesmo com possíveis pressões externas.
Na quinta-feira (25), Tabata fez o lançamento de sua pré-candidatura em São Paulo, com a presença do ministro Márcio França (Empreendedorismo), do apresentador José Luiz Datena (que poderá ser seu vice), de sua equipe de campanha e de pré-candidatos a vereador pelo PSB.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, membro do PSB, participou virtualmente do evento.
Em dezembro, durante reunião ministerial, Lula pediu esforço maior por um acordo entre candidatos de partidos do governo na eleição municipal de 2024. Dirigindo-se a Alckmin, citou especificamente o caso de São Paulo, onde, até o momento, eles ocuparão palanques diferentes.
Marisa Monte vê tortura moral e pede ao TSE poder de veto a paródia em jingle;
Ranier Bragon /FOLHA de sp
Durante audiência pública na qual disse falar em nome da classe, a cantora e compositora Marisa Monte pediu nesta quinta-feira (25) ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que o tribunal adote regra que torne possível a artistas proibir o uso de suas obras por candidatos durante as eleições.
"Isso para mim é uma tortura moral, psicológica, e venho aqui expressar essa preocupação da classe. A nossa sugestão é que seja direito do autor impedir que sua obra seja usada através de paródia em jingles eleitorais", afirmou.
A cantora participou da audiência pública na condição de cidadã. O TSE está promovendo nesta semana uma série de audiências públicas para receber de partidos, entidades da sociedade e cidadãos sugestões de ajustes nas regras eleitorais para a disputa municipal de outubro.
Essas sugestões foram recolhidas pela relatora das instruções eleitorais de 2024, a ministra Cármen Lúcia, e serão analisadas pela equipe técnica do tribunal.
A palavra final será dada pelo plenário do TSE na ocasião do julgamento das regras finais que pautarão as eleições —as instruções são mecanismos mais detalhados das regras eleitorais estabelecidas em lei, não podendo extrapolar aquilo que está previsto na legislação.
"Na próxima eleição, serão 500 mil candidatos e vocês imaginam o tamanho do risco que isso representa moralmente para um classe que se vê muito preocupada com essa questão", disse Marisa Monte em sua fala.
"Posso falar particularmente do meu caso, tenho 35 anos de carreira, nunca declarei um voto, nunca apoiei publicamente um candidato, faço questão de deixar sempre claro meus valores, é a forma de informar meu público quanto às minhas preferências" prosseguiu.
"Eu sinto violentada com a possibilidade de ter a minha obra utilizada compulsoriamente, adulterada, ainda mais com todas as possibilidades que a inteligência artificial vai trazer."
É bastante comum que candidatos usem paródias de músicas famosas como jingle de campanha.
Em 2010, por exemplo, viralizou na internet a paródia do hit "Beat it", de Michael Jackson, usado na promoção do então candidato a deputado estadual Lindolfo Pires (DEM-PB).
Na audiência, a empresária Paula Lavigne, mulher de Caetano Veloso, pediu que o TSE deixe claro nas instruções o que é e o que não é permitido a artistas em eventos de arrecadação de recursos para candidatos.
Na audiência pública desta quinta-feira outros cidadãos, entidades da sociedade —como as ONGs Artigo 19 e Transparência Brasil— e partidos políticos também defenderam as sugestões de ajustes nas instruções enviadas previamente ao TSE
As grandes plataformas de tecnologia também detalharam algumas de suas propostas. Falaram na audiência pública representantes da Meta e do Google.
Em comum, elas apoiaram medidas para tentar conter a disseminação de fake news e o uso de ferramentas de inteligência artificial para produção de conteúdos enganosos, disseram estar empenhadas nesse sentido, mas defenderam que o TSE deixe claro nas resoluções que a responsabilidade pelas informações cabe aos produtores do conteúdo.
Alana Rizzo, gerente de Políticas Públicas do YouTube (do Google), afirmou que a plataforma irá exigir dos criadores que "divulguem quando criarem conteúdo alterado ou sintético que pareça realista, inclusive por meio de ferramentas de inteligência artificial", mas pediu que o TSE deixe especifico que a responsabilidade por conteúdo manipulado é da pessoa que o produziu.
O gerente jurídico do Facebook Brasil [Meta, que engloba Facebook e Instagram], Rodrigo Ruf Martins, pediu que o TSE transfira aos candidatos ou políticos a responsabilidade por definir se o conteúdo impulsionado tem caráter eleitoral, cabendo às plataformas oferecer as ferramentas para dar publicidade a isso.