Datafolha: Reprovação de Lula sobe 9 pontos e atinge 34% na cidade de São Paulo
A reprovação ao governo Lula (PT) na cidade de São Paulo cresceu 9 pontos em um intervalo de pouco mais de seis meses, e sua aprovação caiu 7, segundo nova pesquisa Datafolha.
No total, dizem considerar a gestão do petista ótima ou boa 38% dos entrevistados. Outros 28% a avaliam como regular, e 34% como péssima. Não soube responder 1% da amostra.
No levantamento anterior, realizado em agosto de 2023, a gestão Lula era aprovada por 45% dos eleitores da capital paulista. Seu governo era considerado regular para outros 29%, enquanto 25% o consideravam ruim ou péssimo.
A atual pesquisa foi realizada na cidade de São Paulo nos dias 7 e 8 de março, com 1.090 entrevistas com pessoas de 16 anos ou mais. A margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos.
O levantamento também revelou a intenção de voto na corrida municipal de 2024, com Guilherme Boulos (PSOL), apoiado por Lula, e Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Jair Bolsonaro (PL), liderando tecnicamente empatados.
Na capital paulista, Lula tem índices melhores de aprovação entre eleitores com 60 anos ou mais (45%, compõem 23% da amostra) e que cursaram até ensino fundamental (47%, são 21% da amostra).
Já sua reprovação é mais alta entre os evangélicos (25% da amostra). Nesse segmento, de forte ligação com o bolsonarismo, o índice de ruim/péssimo da gestão petista chega ao patamar de 49%, uma alta de 12 pontos em relação a agosto. A aprovação nesse estrato, por sua vez, caiu 16 pontos.
A reprovação da gestão de Lula também disparou entre aqueles que declaram voto em Nunes, passando de 31% para 51% ou 54%, a depender do cenário.
Também entre os que aprovam o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) a reprovação da gestão petista, como esperado, é maior do que a média, ficando em 56%.
Com os novos números do Datafolha, a aprovação da gestão de Lula em São Paulo se igualou à mais recente da pesquisa nacional.
Em dezembro do ano passado, segundo o instituto, Lula era aprovado por 38% dos brasileiros, enquanto 30% consideravam seu trabalho regular, e o mesmo número, ruim ou péssimo.
Em uma eleição que espelha a polarização nacional, a avaliação de Lula na cidade de São Paulo é um fator fundamental para a campanha de Boulos.
O engajamento do presidente na campanha do psolista ficou evidente em sua articulação para trazer de volta ao partido a ex-prefeita Marta Suplicy, convidada por ele para a vice —será a primeira vez que o PT não tem a cabeça de chapa.
O objetivo maior dos petistas é evitar uma vitória na maior cidade do país do campo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em 2022, Lula venceu Bolsonaro no segundo turno na capital paulista por uma margem maior do que a sua votação geral, marcando 53,45%.
Hoje, o efeito da polarização parece afetar mais a percepção da gestão Lula na cidade de São Paulo do que a do governador Tarcísio de Freitas.
Segundo o Datafolha, 82% dos entrevistados da capital paulista que se classificam como bolsonaristas avaliam o governo do petista como ruim ou péssima. Já a gestão do apadrinhado de Bolsonaro é reprovada por 39% dos que se dizem petistas.
'MUITO AQUÉM'
Nesta segunda-feira (11), Lula disse em entrevista ao SBT saber que seu governo ainda está "muito aquém" do que prometeu.
Na semana passada, Ipec e Quaest divulgaram levantamentos que mostram um aumento da avaliação negativa do governo.
"Eu tenho certeza absoluta que não tem nenhuma razão do povo brasileiro para me dar 100% de popularidade porque ainda nós estamos muito aquém daquilo que prometemos. Eu sei o que prometi para o povo, eu sei os compromissos que fiz com o povo", disse Lula.
"Até agora, preparamos a terra, aramos, adubamos e colocamos a semente. Cobrimos a semente. Este é o ano em que vamos começar a colher o que plantamos", completou.
MESMO Longe dos holofotes, ex-vereadores tentam retornar à Câmara de Fortaleza em 2024
Escrito por Inácio Aguia / DIARIONORDESTE
Ao tempo em que os vereadores se movimentam em busca de melhores condições para disputar a reeleição, com a abertura da janela partidária, um grupo seleto de ex-parlamentares, que no passado já teve influência no Legislativo Municipal, se prepara para tentar voltar à Câmara Municipal de Fortaleza.
A lista que circula nos bastidores é bem diversa e tem nomes que já exerceram funções estratégicas como a Presidência da Casa, liderança de governo e até cargos como o de deputado estadual.
A presença dessas lideranças pode fortalecer a lista de candidatos dos partidos e elevar a concorrência interna, mas, em outros casos, é desafio para antigas lideranças que tentam voltar ao cenário dos cargos eletivos na Capital.
O grupo começa com o ex-deputado estadual Acrísio Sena. Filiado ao PT, Acrísio foi vereador e presidente da Câmara Municipal. Após passagem pelo Legislativo Estadual, ele tentará, neste ano, retornar ao cargo de vereador de Fortaleza.
Outro ex-presidente que deve tentar retornar à Câmara Municipal é Walter Cavalcante. Ele presidiu a Casa entre 2013 e 2014 pelo MDB, período depois do qual acabou se tornando deputado estadual.
Com trabalhos em liderança do governo Roberto Cláudio na Câmara, os ex-vereadores Ésio Feitosa e Dr. Porto também estão citados como pré-candidatos a vereador em 2024.
Outro nome que deverá ir às urnas para voltar a ter mandato eletivo é o do ex-vereador e ex-deputado estadual Mário Hélio. Conhecido representante do bairro Cidade 2000, ele já está filiado ao PT e deverá disputar uma das 43 vagas de vereador em outubro.
A lista é longa e tem também nomes conhecidos como Paulo Facó, Alípio Rodrigues, Leda Moreira, Mairton Félix, Eron Moreira, Tomás Holanda, Evaldo Lima e Zier Férrer.
Regras para pesquisas eleitorais nas eleições de 2024 são definidas pelo TSE
Por Julia Camim / O ESTADÃO DE SP
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu as regras para realização e divulgação de pesquisas eleitorais nas eleições municipais deste ano. A resolução está entre as normas relatadas pela vice-presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, e publicadas pela Corte na última sexta-feira, 1º. O texto altera trechos da resolução de 2019 sobre o tema e mantém o dia 1º de janeiro do ano eleitoral como data inicial para que entidades registrem as pesquisas de opinião pública no sistema.
O cadastro no Sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais (PesqEle) deve ocorrer até cinco dias antes da divulgação dos resultados da pesquisa e exige dados sobre o contratante e a empresa que realizou o levantamento. Os valores e a origem dos recursos também devem ser informados, assim como a metodologia utilizada, o tamanho da amostra, a margem de erro, o nível de confiança e o período em que foi realizada a pesquisa.
Ainda são requeridos dados dos entrevistados, como gênero, idade, grau de escolaridade e renda, além do questionário aplicado e do nome do profissional estatístico responsável pela pesquisa. O relatório completo com os resultados do levantamento deverá ser enviado para a Justiça Eleitoral a partir do dia em que a pesquisa puder ser divulgada e até o dia seguinte.
Segundo a resolução 23.727/2024, os levantamentos de intenções de voto realizados antes do dia da eleição podem ser divulgados a qualquer momento. Apenas as pesquisas realizadas no próprio dia do pleito não podem ser divulgadas antes das 17h (horário de Brasília) – quando termina a votação.
Suspeita de irregularidades
Em caso de suspeita de irregularidades, Ministério Público, candidatos, partidos, coligações e federações partidárias poderão solicitar acesso ao sistema interno de controle, verificação e fiscalização à Justiça Eleitoral. Se forem comprovados irregularidade e perigo de dano às eleições, a divulgação dos resultados da pesquisa pode ser suspensa. Ainda pode ser determina a inclusão de esclarecimentos no relatório.
Outro ponto que o novo texto estabelece é a diferença entre pesquisa e enquete ou sondagem. De acordo com a resolução, apenas a pesquisa possui plano amostral e utilização de método científico para sua efetivação. Por isso, enquetes divulgadas e apresentadas como pesquisas eleitorais serão tratadas como pesquisas de opinião pública não registradas na Justiça Eleitoral.
A multa aplicável nos casos de divulgação de pesquisa sem registro de informações no sistema varia de R$ 53.205 a R$ 106.410. Já a pesquisa fraudulenta configura crime que, além da multa, tem pena de detenção de seis meses a um ano.
Além das regras para pesquisa eleitoral, também foram votadas as normas relativas ao fundo eleitoral, a propagandas eleitorais, auditorias e fiscalizações do pleito e prestação de contas.
IA pode ajudar a baratear campanhas eleitorais
Merval Pereira / O GLOBO
A Inteligência Artificial, se for usada pelos candidatos nas campanhas eleitorais com boa fé, e não para distorcer fatos e colocar falsas acusações nos adversários, pode economizar recursos e baratear as campanhas. A decisão do TSE é para que o candidato avise que está usando. Mas a fiscalização será difícil e por isso as grandes empresas de telecomunicação terão responsabilidade porque terão que ajudar e tirar do ar mais rápido possível o que for distorcido — e é muito fácil fazer isso.