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Confuso, mas útil

Se os analistas andam meio incertos e os institutos de opinião chegam a divergir entre si, como Datafolha e Ibope nos dois últimos levantamentos com poucos dias de diferença, o que dizer de nós, simples observadores? Nunca foi tão apropriado o clichê que atribui às pesquisas a imobilidade de uma foto, não ao movimento de um filme ou mesmo à rapidez de uma selfie. Por isso, tenho ouvido a frase “ainda não sei em quem vou votar, vou esperar até a última hora”.

 

Há inclusive uma nova categoria, a dos convictos que vão votar contra, jamais a favor. Também não está fácil decifrar um processo em que, segundo as previsões, o candidato ganhador de todos os concorrentes no primeiro turno perderia para cada um dos outros no segundo.

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Para PT e PSDB, Haddad ultrapassa Ciro e se isola no segundo lugar da eleição em até dez dias

Painel / FOLHA DE SP

Linhas cruzadas PT e PSDB acreditam que Fernando Haddad (PT) vai ultrapassar Ciro Gomes (PDT) e se isolar na segunda colocação da eleição presidencial em até dez dias. Por motivos opostos, ambos têm pressa. Os petistas querem diminuir o desconhecimento de Haddad, acreditando que, assim, ele irá melhor nas simulações de segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL). O tucanato, por sua vez, diz que só quando a ida do PT à última fase da disputa se tornar um risco real, o apelo ao voto útil fará sentido.

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Ciro, entre morrer na praia e vencer

Ciro Gomes é o único candidato que vence as disputas de segundo turno. Todas. Nos demais confrontos, há na prática empate, com exceção de um confronto ora improvável. Ciro bate Jair Bolsonaro com folga e Fernando Haddad de lavada, se lê no Datafolha. No momento, Ciro é o recurso de segunda e última instância dos que rejeitam petistas e bolsonaristas.

É o candidato no centro geométrico da eleição, embora não ocupe o centro do espectro tradicional da política --e boa parte do eleitorado nem liga para isso.

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Centro fica espremido e eleitor se alinha em batalha de extremos

Aos poucos, o eleitor se acostuma com a barulheira que chega dos extremos. O crescimento contínuo de Jair Bolsonaro (PSL) e a decolagem acelerada de Fernando Haddad (PT) empurram a corrida presidencial cada vez mais para os polos da disputa. Os apelos do tal “centro” político não se propagam no vácuo.

A população que vai às urnas em três semanas começa a tratar com normalidade a batalha entre uma direita notadamente radical e uma esquerda ferida pelo impeachment e pela prisão de LulaHaddad está longe de ser um extremista, mas até agora sua moderação foi abafada pela animosidade do partido.

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Fernando Haddad cria no JN a autocrítica a favor

Entrevistado no Jornal Nacional, Fernando Haddad inventou uma nova modalidade de autocrítica. O substituto de Lula na corrida presidencial fez uma autocrítica a favor. Ele admitiu que há no Brasil muita roubalheira e incompetência, mas são de responsabilidade de outros partidos. Quem assistiu ficou com a impressão de que o PT nunca foi o problema do país. O Brasil é que é o problema do PT.

Haddad foi instado a reconhecer as culpas do petismo no mensalão e no petrolão. Respondeu que os escândalos só vieram à tona porque os governos petistas fortaleceram os órgãos de controle, a Procuradoria e o Judiciário. De resto, a corrupção na Petrobras vem desde a ditadura, alegou.

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