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Eleições 2024: ex-adversários viram aliados para reforçar chapas majoritárias no Ceará; entenda

Ingrid Campos / DIARIONORDESTE

 

De uma eleição para outra, muita coisa pode mudar, principalmente o arco de aliança. Alguns movimentos parecem seguir um fluxo natural, enquanto outros surpreendem a população por unir dois ou mais atores que, até o pleito anterior, eram rivais. É o que acontece em ao menos cinco municípios cearenses, como Juazeiro do Norte, Maracanaú, Quixadá, Barro e Aracati.

Os remanejamentos dependem de fatores como a reconfiguração de partidos, os recursos eleitorais, a influência de lideranças maiores, a busca por sobrevivência no cenário político e até rompimento com antigos aliados, entre outros.

Motivados por um "projeto em comum" para suas respectivas cidades, pré-candidatos aglutinam forças diversas e buscam montar chapas competitivas. Até o começo de agosto, essas novas alianças podem se firmar: o prazo de convenções partidárias acaba no dia 5 e o pedido de registro de candidatura pode ser feito até o dia 15. No dia 16, começa o período de campanha em todo o País. Confira a seguir alguns casos apurados pelo PontoPoder.

Juazeiro do Norte  

Em 2020, Glêdson Bezerra foi eleito em uma coligação formada por Podemos (ao qual ainda é filiado), PSD e Pros, como principal nome da oposição ao então prefeito Arnon Bezerra, filiado ao extinto PTB à época. O ex-gestor era apoiado informalmente pelo PDT, que não chegou a efetivar candidatura devido a imbróglios no diretório local com intermédio do senador Cid Gomes, hoje filiado ao PSB. 

Quatro anos depois, o PDT já não é mais o mesmo, perdeu parcela significativa de seus filiados e recalculou alianças nos municípios. Em Juazeiro do Norte, por exemplo, a legenda migrou de lado e passou a apoiar a recondução de Gledson. Quem subiu ao palanque com o atual prefeito foram figuras como o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e o ex-governador Ciro Gomes, que outrora reforçavam o grupo adversário. 

No Cariri, especificamente, o PDT tem caminhado ao lado de nomes do União Brasil e de bolsonaristas do PL – como presidente do partido no Ceará, Carmelo Neto –, rivais históricos da sigla trabalhista. 

Ao se unir a Glêdson e outros representantes da oposição ao grupo petista, Ciro, por exemplo, disse que uniria esforços para enfrentar uma “ditadura” no Estado. O pedetista também ressaltou que a aliança inédita representa um marco “histórico” da luta contra a “incompetência”, “corrupção” e “mandonismo”.

Na cidade caririense, outro zigue-zague: em 2020, o empresário Gilmar Bender, à época no PDT, decidiu declinar da pré-candidatura e apoiar a peleja de Glêdson contra Arnon, já que a principal liderança do seu partido, Cid Gomes, apoiava um adversário. 

Quatro anos depois, Bender migrou para o grupo político encabeçado pelo PT na disputa eleitoral. O apoio dado pelo empresário à campanha de Fernando Santana foi anunciado em maio último, ao lado do ministro da Educação, Camilo Santana (PT); do vice-prefeito de Juazeiro do Norte, Giovanni Sampaio (PSB); do presidente do Republicanos Ceará, ex-senador Chiquinho Feitosa; a filha do empresário, Bruna Brender; e o ex-vereador de Juazeiro Diogo Machado.

"União por um Juazeiro cada vez mais progressista, buscando alinhamento com o governo do presidente Lula, do nosso senador e ministro Camilo, e do governador Elmano de Freitas. Tenho demonstrado que Juazeiro precisa avançar com agilidade, coragem para trabalhar, ação, humildade e muito diálogo", disse o pré-candidato do PT na ocasião.

Em entrevista à rádio Sucesso FM, Glêdson se mostrou conformado com a mudança, apesar de ter tentado dialogar a permanência de Bender no seu grupo político. “Foi bom enquanto durou, acabou. Estou seguindo adiante”, disse, em maio, o gestor.

Maracanaú

Em junho, o PT confirmou apoio à recondução de Roberto Pessoa (União) na Prefeitura. Internamente, uma ala buscava viabilizar a pré-candidatura do deputado estadual Júlio Cesar Filho ao Executivo, mas o entendimento predominante foi de seguir com o atual gestor.

Daí, um desdobramento inesperado: o deputado saiu de forte opositor de Pessoa para aliado. Segundo ele, visando as eleições de 2026 e de 2028.

"Nossa ideia é somar com o grupo do Roberto Pessoa e construir uma aliança para além das eleições de 2024. Queremos colaborar para o sucesso em 2024, mas também para o mandato, saindo vitorioso durante os 4 anos. Obviamente, fazendo parte de seu governo e tendo seu apoio para a nossa eleição em 2026 ou em outros cargos que possamos conjuntamente almejar. [...] Eu serei um aliado, e um aliado tanto apoia quanto é apoiado, isso ficou bem claro nas nossas conversas. É uma parceria, e uma parceria é uma via de mão dupla", ressaltou.

Ao PontoPoder, Julinho, como é conhecido, disse que a decisão contou com aval do ministro da Educação, Camilo Santana (PT); do governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT); do deputado federal Luiz Gastão (PSD) e do próprio Roberto Pessoa. A participação do PSD aqui também conta com influência do parlamentar, uma vez que o presidente municipal da legenda é o seu pai, Júlio César Costa, ex-prefeito da cidade e atual vereador. 

Segundo ele, Roberto Pessoa garantiu que irá incorporar ao programa de governo seus projetos e compromissos. 

“Nossa missão continua e sempre continuará sendo um projeto que priorize o cuidado com as pessoas, o desenvolvimento da nossa cidade e a qualidade de vida dos nossos queridos maracanauenses”, completou.

Quixadá

Afastado de um aliado de quase uma década, o deputado estadual Osmar Baquit (PDT) se aproximou do atual prefeito de Quixadá, Ricardo Silveira (PSD). Os dois políticos estiveram em lados opostos nos últimos pleitos municipais, mas por interferência do senador Cid Gomes (PSB), os caminhos vão convergir nas eleições deste ano.

“Eu só sosseguei quando eu fiz aqui a reaproximação dessas duas figuras. [...] Eu acho que juntando as duas forças – o Osmar lá na Assembleia e o Ricardo aqui na prefeitura, com sua equipe – e o que eu puder fazer, modestamente, estou fazendo, mas o mais importante que eu deveria fazer era isso, juntar os dois… Se eu alcovitei aqui os dois, eu sou responsável por essa união, e no que depender de mim, é como o padre diz ali na cerimônia de casamento: vocês estão juntos até que a morte os separe”, disse Cid, em evento de filiação ao PSB de Quixadá, realizado em março.

O prefeito vai repetir a chapa vitoriosa de 2020 em outubro de 2024, ao lado do vice-prefeito Marcelo Ventura, que se filiou ao PSB naquele mesmo mês de março. Vale destacar que o partido também agregou o grupo político liderado por Baquit na ocasião. Soma-se a isso a posse de Amilcar Silveira, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), como presidente municipal da sigla.

Já a parceria que o parlamentar mantinha com o ex-prefeito da cidade dos monólitos e atual assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Ilário Marques (PT), não se repetirá nas eleições deste ano.

Em entrevista em dezembro do ano passado ao portal SerTão TV, Baquit deu indicativos de sua aproximação da Prefeitura, que se confirmaram posteriormente. Ele lembrou que tem ligações familiares com o clã Silveira, mas que a política tem parcela de culpa no afastamento. 

Os irmãos Ricardo, Amilcar e Everardo Filho (empresário) são herdeiros do ex-prefeito de Quixadá Everardo Silveira, que morreu há cerca de um ano. “Nunca é tarde para recompormos as amizades. Se isso vai desaguar na política, quem sabe é deus e as nossas conversas. Eu não fecho porta para ninguém”, afirmou na entrevista de dezembro. 

Barro

Os enlaces políticos no município de Barro guardam duas particularidades. Primeiro, o grupo eleito de forma suplementar na cidade, em 2021, foi desmembrado nos meses seguintes, com o prefeito George Feitosa (MDB) de um lado e o vice, Albano Severo (PSDB), de outro.

O distanciamento demandou novas alianças e diálogo com antigos opositores. Exemplo disso foi a aproximação entre o prefeito e a vereadora Vanda Pereira (PSB), sua adversária na eleição suplementar, e com outros que estavam no bloco rival.

Com isso, a nova chapa foi formada com Feitosa e Dr. Didi (PSB), marido de Vanda. A união foi oficializada no último fim de semana, em convenção partidária que ocorreu no sábado (27). 

Aracati

O conflito entre o prefeito Bismarck Maia (Podemos), de Aracati, e o PT local já se arrastava desde 2021, mas ganhou novo molde neste ano. Em maio, o partido da vice-prefeita Denise Menezes (PT) decidiu ser oficialmente oposição nas eleições de outubro. 

Por meio de nota publicada nas redes sociais, a legenda reclama da "absoluta falta de respeito e gratidão" por parte do prefeito. Por isso, declarou apoio a pré-candidatura de Caetano Neto (Republicanos) à Prefeitura, montando uma "frente ampla" com PCdoB e PV (federados ao PT), além de Republicanos, Progressistas e União Brasil. 

O seu pré-candidato a vice-prefeito é Dr. Falcão (PP). Já o gestor atual não poderá concorrer à reeleição e apoiará a vereadora Roberta Cardoso e ex-secretária municipal Ana Mello, ambas do Podemos, como pré-candidatas a prefeita e a vice-prefeita, respectivamente.

Assim como Bismarck, Caetano compõe uma tradicional família na região, que já chegou a ocupar cargos eletivos. Exemplo disso é o seu pai, o ex-prefeito Júnior Guedes. Os dois clãs rivalizam em Aracati e tiveram embate direto em 2020, com a candidatura dos dois primeiros – e o PT ao lado do, hoje, prefeito.

A decisão do diretório municipal petista foi homologada internamente neste mês, mas desmanchada pela instância estadual na véspera da convenção que celebraria a nova união, marcada para o último sábado (27). Assim, segundo a resolução do PT Ceará, o partido fica neutro na cidade, e os seus filiados liberados para apoiar o nome que quiserem na disputa. 

Após a resolução, Denise Menezes veiculou uma mensagem nas redes sociais parabenizando a investida de Caetano.

"Quem disse que eu ia perder essa festa? Eu não podia ficar de fora, principalmente para deixar um forte abraço para o nosso futuro prefeito Caetano e nosso vice Falcão. Abraços extensivos para todos e todas presentes nessa convenção, que celebra e anuncia a chegada de um novo ciclo de nossa terra, em que as pessoas terão mais valor que o concreto”, disse a vice-prefeita em postagem compartilhada pelo pré-candidato a prefeito.  

 

Maduro diz que líderes opositores 'deveriam estar atrás das grades e nunca chegarão ao poder'

Por O Globo e agências internacionais — Caracas 

 

O presidente da VenezuelaNicolás Maduro, afirmou que os líderes opositores que denunciam fraude nas eleições presidenciais de domingo "devem estar atrás das grades" e que eles "têm as mãos manchadas de sangue" após protestos nas ruas motivados pela sua questionada reeleição. A líder opositora María Corina Machado e seu candidato presidencial, Edmundo González Urrutia, afirmam que a oposição venceu o pleito por ampla margem e denunciam uma escalada da repressão no país — que já deixou, desde segunda-feira, pelo menos 11 mortos e dezenas de feridos, além de ao menos 1.062 detenções, segundo balanço oficial. Os números, entretanto, divergem dos divulgados por algumas ONGs de direitos humanos, como a Foro Penal, que contabilizou até esta terça-feira ao menos 429 detidos.

 

— Essas pessoas têm de estar atrás das grades e tem de haver justiça — afirmou o mandatário em uma entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros. — Eu diria, como chefe de Estado, que haja justiça.

 

Nesta terça-feira, a opositora denunciou na rede social X "a escalada cruel e repressiva do regime" e afirmou, sem revelar a fonte, que 16 pessoas morreram em protestos contra o governo nas últimas 48 horas. Maduro, por sua vez, respondeu acusando María Corina e González Urrutia:

— Senhor González Urrutia, dê as caras, saia do seu esconderijo. Não seja covarde, senhora Machado. Vocês têm as mãos manchadas de sangue — declarou Maduro — Eles são o dano à Venezuela, não estão capacitados para ter o poder político, governar este país, e nunca chegarão ao poder político. Garanto a vocês, e sei o que digo, esses criminosos nunca chegarão.

 

De acordo com o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão oficialista, na madrugada de domingo e com base em 80% das urnas apuradas, Maduro obteve 5,1 milhões de votos (51,2%) contra a 4,4 milhões de votos (44,2%) obtidos pelo candidato da oposição, o ex-diplomata Edmundo González Urrutia. Segundo a oposição, no entanto, González Urrutia teria recebido 6 milhões contra apenas 2,7 milhões de votos de Maduro, menos de 30%.

 

Mais cedo nesta terça-feira, o líder chavista prometeu entregar "100% das atas" da votação, após a oposição divulgar uma página na internet em que é possível consultar os supostos dados de cada mesa eleitoral. Ele também apresentou um recurso ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) do país, controlado pelo chavismo, pedindo que se esclareça "tudo o que for necessário" sobre as eleições.

 

— Digo, como líder político, filho do comandante [Hugo] Chávez [ex-presidente da Venezuela], que o Grande Polo Patriótico e o Partido Socialista Unido da Venezuela estão prontos para apresentar 100% das atas. Muito em breve elas serão conhecidas, porque Deus está conosco e as provas já apareceram — afirmou Maduro a jornalistas na sede do TSJ.

 

Maduro já afirmou que a reivindicação da oposição é "a tentativa de tomada de poder mais criminosa" que já foi vista "até hoje", e que faz parte de um "complô global contra a Venezuela". Segundo a agência EFE, o presidente espera que o TSJ convoque representantes das instituições, assim como os 10 candidatos (oito dos quais pediram por mais transparência no processo eleitoral), e "certifique, fazendo uma perícia de altíssimo nível técnico, os resultados eleitorais".

 

Também nesta terça-feira, o partido Vontade Popular (VP) acusou o governo venezuelano de torturar o líder da oposição Freddy Superlano, que foi detido mais cedo. Em uma publicação na rede social X, o partido afirmou ter recebido informações de fontes ligadas ao chavismo sobre a tortura praticada contra Superlano, que é o coordenador político nacional da sigla.

 

Pressão internacional

O Centro Carter, que participou como observador internacional no pleito venezuelano, declarou na noite de terça-feira que a eleição presidencial não atendeu aos padrões de imparcialidade democrática. O anúncio da organização colocou ainda mais pressão sobre o líder chavista, já que desde domingo diversos órgãos internacionais e representações diplomáticas também cobraram uma auditoria do resultado e a divulgação dos dados totais das urnas.

 

O presidente colombiano, Gustavo Petro, um aliado próximo, juntou-se a outros líderes estrangeiros nesta quarta-feira para instá-lo a divulgar a contagem detalhada dos votos. A União Europeia, a Espanha também juntaram suas vozes aos crescentes pedidos de transparência. Nesta terça, a Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciou que as eleições sofreram "a mais flagrante manipulação".

 

Nesta segunda-feira, o governo venezuelano anunciou a retirada do pessoal diplomático da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai do país, bem como a saída dos seus respectivos representantes nestas nações. A decisão foi tomada após os países citados exigirem transparência no pleito da Venezuela. (Com AFP.)

Eleição na Venezuela não foi democrática, afirma Carter Center

Mayara Paixão / FOLHA DE SP

 

Um dos únicos e o mais importante observador eleitoral independente nas eleições da Venezuela, o Carter Center afirmou no início da madrugada desta quarta-feira (31) que o processo no país de Nicolás Maduro não pode ser considerado democrático.

"O fato de a autoridade eleitoral local não ter anunciado resultados desagregados por mesa de votação constitui uma grave violação dos princípios eleitorais", diz a organização americana que foi convidada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), de maioria chavista, e enviou 17 especialistas ao país sul-americano há um mês.

"O processo eleitoral não alcançou patamares internacionais de integridade eleitoral em nenhuma de suas etapas relevantes e infringiu inúmeros preceitos da própria legislação nacional", afirmou em nota.

Maduro foi declarado eleito pelo CNE em um comunicado geral que afirma que apenas 80% dos votos foram computados. O órgão atribui 51,2% dos votos a Maduro e 44,2% para o opositor Edmundo González. Nenhum dado desagregado por estado, município, centro de votação ou mesa de votação foi liberado, como dita o regramento eleitoral.

A oposição afirma que venceu e que tem atas suficientes —esses documentos em tese são liberados para as testemunhas das mesas de votação— para provar que foi ganhadora com mais de 60% dos votos

O Carter Center afirma que ainda publicará seu relatório oficial, mas neste comunicado de apenas duas páginas já enumera uma lista irregularidades no processo eleitoral.

"Foi um processo que ocorreu em um ambiente de restrição de liberdades contra atores políticos, organizações da sociedade civil e meios de comunicação", afirma. Mais: "Ao longo da corrida eleitoral, autoridades do CNE mostraram parcialidade a favor do oficialismo e contra as candidaturas da oposição."

A organização diz, por exemplo, que o registro eleitoral para esse processo (eram 21 milhões de eleitores) teve prazos curtos, poucos lugares para inscrição e mínima campanha de divulgação. Em outras palavras, pouco incentivo para que o eleitor fosse às urnas. O problema se agrava ao pensar na diáspora venezuelana no exterior.

"Os cidadãos no exterior enfrentaram barreiras legais desmedidas, inclusive arbitrárias, para se inscrever", afirmou. Há uma diáspora de 7,7 milhões de migrantes e refugiados venezuelanos, mas apenas 69 mil estavam inscritos para participar do processo. No Brasil, nem sequer consulados eles possuem para se registrar.

O centro afirma também que a inscrição de candidatos de partidos políticos opositores foi dificultada. "Esteve sujeita a uma discrepância das autoridades eleitorais, que adotaram decisões sem respeitar princípios jurídicos básicos", disse. A principal líder opositora, María Corina Machadofoi inabilitada para cargos públicos por 15 anos.

"E a campanha ocorreu com um evidente desequilíbrio a favor do governo em todos os campos", seguiu. "A candidatura governista [do ditador Maduro] contou com amplos recursos, o que se traduziu em uma grande desproporção de propaganda e murais em seu favor."

A organização afirma ainda que o dia da votação, no domingo (28), ocorreu de forma pacífica e com ampla participação da população. Mas que logo depois, na auditoria dos votos, houve amplas limitações aos observadores e às testemunhas de partidos políticos opositores.

Após a missão de observação da União Europeia (UE) ser desconvidada por Caracas, o Carter Center foi o que restou como um observador internacional independente de peso nesse processo eleitoral da eleição presidencial que opunha Maduro a Edmundo González.

Nesta segunda-feira (29) o centro já havia pedido que o regime divulgasse as atas eleitorais. A organização foi fundada pelo ex-presidente dos EUA Jimmy Carter, que hoje recebe cuidados paliativos em sua casa, e trabalha com direitos humanos pelo mundo. A organização já observou 124 eleições em 43 países.

Por que Michelle aparece nas pesquisas como o nome mais forte do bolsonarismo para 2026? Entenda

Por Rafaela Gama— Rio de Janeiro / O GLOBO

 

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro desponta como aposta dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL) para disputar a corrida presidencial em 2026, após o ex-presidente ficar inelegível, reforçam novos resultados da pesquisa Genial/Quaest divulgados nesta quarta-feira. A atual presidente do PL Mulher é o nome do campo, entre as figuras testadas pelo instituto, que consegue adesão mais robusta e constante da base do ex-presidente em seis estados com levantamentos recentes, ainda que não lidere em todos eles a preferência deste eleitorado para a próxima eleição.

 

Além de Michelle, a Quaest testou os nomes de quatro governadores alinhados ao ex-presidente: o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Os dados indicam que os governadores têm mais força nas respectivas unidades da federação que comandam, enquanto Michelle e, em menor grau, Tarcísio conseguem apoio mais amplo.

 

Michelle é o nome citado como mais forte para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2026, no lugar do ex-presidente em Pernambuco e na Bahia, redutos do petista. No primeiro, ela é vista como a melhor opção para 51% dos apoiadores de Bolsonaro. No segundo, atinge 46% de adesão deste segmento. Tarcísio aparece em seguida, com 24% e 29% de preferência, respectivamente.

 

Disputa mais acirrada

Em Minas Gerais, a base de Bolsonaro se divide. Há empate entre Michelle (29%), Zema (28%) e Tarcísio (27%). Já em São Paulo, a predileção é pelo atual governador para suceder o ex-presidente. No estado, 50% dos bolsonaristas avaliam que Tarcísio seria o melhor nome para enfrentar Lula, enquanto 30% dos ouvidos veem Michelle como a melhor adversária. Ainda assim, a ex-primeira-dama fica bem à frente dos demais nomes, que pontuam entre 2% e 6%.

 

Em Goiás, a mulher de Bolsonaro é vista como o nome mais forte para 33% da base. Caiado, por sua vez, é citado por 37% dos eleitores, enquanto Tarcísio marca 20%. No Paraná, Michelle fica atrás de Ratinho Júnior (37% a 31%), mas também supera Tarcísio (23%).

 

Para o historiador e analista político Michel Gherman, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a adesão a uma possível candidatura de Michelle pode ser explicada pela fidelidade do eleitor bolsonarista a agentes políticos mais próximos do ex-presidente. Para o pesquisador, ainda tem efeito nesse grupo a ideia de que “Bolsonaro não confia em ninguém além de sua família”, aspecto que poderia favorecer a aprovação de Michelle. Ele não acredita, no entanto, que ela disputará as eleições:

 

— Bolsonaro não vai aceitar que ela seja candidata à Presidência da República e sequer a senadora.

 

O nome de Michelle foi ventilado para o Executivo pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pela primeira vez em janeiro de 2023. No entanto, desde então, Bolsonaro já afirmou repetidamente que sua mulher não seria candidata por não ter “vivência política”. Entre lideranças políticas bolsonaristas, a ex-primeira-dama também é cotada para concorrer a um cargo no Senado, caso decida ficar fora da corrida presidencial.

 

A cientista política Mayra Goulart, também da UFRJ, destaca que há vantagem para Tarcísio, na comparação com os demais nomes testados:

— Ser governador de um estado como São Paulo dá mais visibilidade do que ser um governador dos demais.

 

Avaliação de Lula

As pesquisas da Bahia e de Pernambuco foram divulgadas nesta quarta pela Quaest e foram feitas entre 25 e 28 de julho, com 900 e 702 eleitores. A margem de erro é estimada em 3,3 e 3,7 pontos percentuais, para mais ou menos. Os resultados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná têm como base levantamento Genial/ Quaest de abril.

 

Os dados das pesquisas mais recentes também mostram que o terceiro mandato de Lula é mais bem avaliado em Pernambuco, onde 73% dos entrevistados aprovam a gestão federal e 52% a classificam como positiva. Na Bahia, a aprovação soma 69% e a avaliação positiva chega a 47%. Os índices de aprovação nesses estados superam os registrados, em abril, por Lula em Minas Gerais (52%), São Paulo (50%), Goiás (49%) e Paraná (44%).

 

Os percentuais também superam a aprovação dos governadores das duas unidades da federação. Em Pernambuco, 53% aprovam o trabalho de Raquel Lyra (PSDB). Na Bahia, 63% dizem o mesmo sobre a gestão Jerônimo Rodrigues (PT).

(Colaborou Luísa Marzullo)

Paramoti é o primeiro município do Ceará a registrar candidatura para as eleições de 2024

Bruno Leite  / diarionordeste

 

A cidade de Paramoti, no Sertão de Canindé, foi a primeira do Ceará a ter registros de candidatura para prefeito e vereadores junto a Justiça Eleitoral. A formalização das candidaturas foram disponibilizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na plataforma Divulgacand nesta semana.

O sistema em questão é utilizado para a publicização de candidaturas e para a prestação de contas eleitorais de partidos e candidatos de todo o País. Assim, é possível consultar pela plataforma o quantitativo de postulantes e também a situação de cada um deles.

O acesso à ferramenta do TSE é aberto ao público geral, sem a necessidade de realizar um cadastro prévio ou autenticação de usuário. 

O eleitor pode, por meio do Divulgacand, saber informações sobre outras eleições, os dados biográficos de cada político que irá concorrer ou concorreu nos pleitos anteriores, além de obter dados acerca dos valores disponíveis para campanha, o que foi gasto na campanha ou até mesmo quem doou volumes financeiros. 

Além de Paramoti, Jaguaribara e Russas também já possuem, nesta quarta, registros de candidaturas para o pleito municipal que acontecerá em outubro. Entretanto, diferentemente da primeira cidade, as demais só registraram candidaturas de postulantes ao Legislativo municipal até agora. 

As agremiações têm realizado convenções partidárias desde o último sábado (20), para que os pré-candidatos sejam confirmados como nomes no pleito que se aproxima. O prazo para a realização desses encontros vai até 15 de agosto, um dia antes do início da campanha.

 

 

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