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Eleições 2024 em Tauá: veja quem são os candidatos e entenda a disputa pela prefeitura

Bruno Leite / DIARIONORDESTE

 

TAUA CANDIDATOS 24

 

A corrida eleitoral pelo comando da Prefeitura de Tauá, no Sertão dos Inhamuns, já está definida. O prazo de formalização das candidaturas, encerrado na segunda-feira (5), deu o tom de que a disputa no município será polarizada, com oposição e situação duelando diretamente pelo Executivo municipal. 

De um lado, buscando a reeleição, está a prefeita Patrícia Aguiar (PSD). Ao lado dela estão figuras como o esposo, o ex-deputado estadual Domingos Filho (PSD), e quadros de legendas importantes no Ceará, a exemplo do Partido dos Trabalhadores (PT), do Partido Democrático dos Trabalhista (PDT), do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e do Agir.

Do outro lado está o ex-vereador Doutor Edyr (MDB), irmão do deputado estadual Audic Mota (MDB), que se oferece como uma alternativa ao governo atual. Na aliança estão o Progressistas (PP), o União Brasil (União), o Republicanos (REP), e o Partido Renovação Democrática (PRD). 

Uma candidatura representada por Murilo Carvalho, do Partido Liberal (PL), numa chapa pura, foi anunciada como uma “terceira via” no Município, para concorrer com os outros projetos políticos já colocados.

Patrícia Aguiar

Advogada, Patrícia vai repetir a majoritária que conquistou o cargo eletivo em 2020, com a médica Fátima Veloso (PSD) na posição de vice-prefeita. A política que está na cabeça da chapa nasceu em Fortaleza, tem 58 anos e concorrerá numa eleição municipal pela quinta vez. Antes de ser eleita para o mandato atual, ela foi conduzida pelo eleitorado em duas outras oportunidades, na disputa de 2004 e em 2012.

Dirigido no Estado pelo ex-deputado Domingos Filho, o PSD foi fundado em 2011 pelo ex-ministro Gilberto Kassab. O firmamento no Ceará, no entanto, se deu em 2012. Desde 2015, a família de Patrícia Aguiar se reveza na direção estadual, mantendo a mesma base política. 

Na Alece, o PSD possui três cadeiras. O quantitativo de representantes na Câmara dos Deputados é o mesmo. Segundo um levantamento do Diário do Nordeste em março deste ano, 22 prefeitos e prefeitas cearenses faziam parte do quadro de pessedistas. Para essa eleição, em todo o Brasil, o PSD contará com R$ 420,9 milhões do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o Fundo Eleitoral.

Doutor Edyr

Já o Doutor Edyr é médico, foi membro do Parlamento municipal na legislatura 2017–2020. Ele tem 45 anos e também nasceu na Capital cearense. Tentou ser eleito para a gestão do Município em 2020, mas não obteve sucesso, ficando em terceiro lugar. Para outubro, está como vice o vereador Argentino Filho (MDB).

A agremiação de Edyr e Argentino é um dos partidos mais antigos do Brasil. Fundado em 1966, o partido testemunhou de uma série de momentos históricos do país e hoje é presidido no Ceará pelo deputado federal Eunício Oliveira. Com dois parlamentares federais e três deputados estaduais, o MDB é o partido que ocupa a vice-governadoria no Estado. 

Treze prefeituras cearenses estão sob a batuta de filiados do MDB. Para o pleito de outubro, R$ 404,6 milhões serão disponibilizados pelo Fundo Eleitoral para a sigla poder investir em campanhas eleitorais em todo o território nacional. 

Murilo Carvalho

O PL, por sua vez, apresentou a candidatura do advogado Murilo Carvalho. O postulante é ex-secretário municipal de Esportes, tem 37 anos e é natural da cidade em que irá concorrer. O candidato a vice-prefeito é seu correligionário, o Júnior Sousa (PL).

Em 2020, Murilo chegou a concorrer a uma cadeira na Câmara Municipal, pelo antigo Partido Social Liberal (PSL), mas não obteve o número necessário de votos para ser eleito. O prefeiturável é filho do ex-vereador Manuel Parmênio, presidente municipal do PL em Tauá. 

O PL Ceará é comandado pelo deputado estadual Carmelo Neto (PL) e, atualmente, tem apenas o prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves, na lista de chefes de Executivos cearenses. No Legislativo federal 4 deputados são filiados ao partido, enquanto a bancada na Alece é composta por um número semelhante de liberais. Do FEFC, para a eleição desse ano, o Partido Liberal contará com o montante de R$ 886,8 milhões.

Particularidades do Município

A disputa no colégio eleitoral tauaense demonstra uma particularidade, já que, dada a participação de partidos que formam a base do Governo do Estado em lados opostos do páreo. Em Tauá, por exemplo, o PT, apesar de federado, está em um lado oposto ao do PV. Do mesmo modo, o MDB, aliado da gestão estadual, foi para um palanque oposto ao do governador Elmano de Freitas.

Questionado especificamente sobre a desvinculação da federação, o presidente do PV no Ceará, Marcelo Silva afirmou ao Diário do Nordeste que a legenda que comanda é “essencialmente municipalista” e que, considerando isso, dá autonomia para “comissões e diretórios municipais para tomarem as decisões relacionadas aos apoios políticos locais”.

“No caso de Tauá, em virtude da realidade local, o órgão municipal do PV decidiu por divergir da posição tomada pela Federação Brasil da Esperança (FEBRASIL) no que se refere ao apoio à candidatura a prefeito. Essa posição foi analisada pela Comissão Estadual da FEBRASIL e, mediante a impossibilidade de composição com a candidatura do PSD, os filiados do PV foram liberados para apoiar as candidaturas majoritárias que convêm a eles”, frisou o dirigente.

Outra especificidade do pleito na cidade localizada no Sertão dos Inhamuns é a parceria entre PT e PDT na chapa que tentará a reeleição. Os dois estão rompidos no plano estadual desde 2022, devido ao contexto das eleições para o Palácio da Abolição. Entretanto, essa não é uma situação exclusiva de Tauá, já que outros diretórios municipais destes partidos devem formar alianças visando o controle de outras municipalidades no interior do Estado.

Eleições 2024 em Juazeiro do Norte: veja quem são os candidatos e entenda a disputa pela prefeitura

Alessandra Castro , / DIARIONORDESTE

 

Terra de Padre Cícero e terceiro maior colégio eleitoral do Ceará, Juazeiro do Norte se prepara para mais uma disputa pelo comando da Cidade sem nunca ter reeleito um prefeito. Tradição ou coincidência, o fato histórico é visto com otimismo por alguns e tabu a ser superado por outros.  

Na eleição deste ano, três candidaturas estão postas no município-polo do Cariri cearense. Duas delas, inclusive, polarizam o cenário eleitoral, dividindo o pleito entre aqueles que pretendem alcançar feito histórico e reeleger um gestor pela primeira vez e os que querem que a tradição continue, a fim de emplacar um novo nome no comando da Prefeitura juazeirense. São elas: a do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos) e de Fernando Santana (PT). 

A rivalidade entre as duas postulações, no entanto, não é casualidade. De um lado, a máquina da gestão municipal, que conta com o apoio de partidos e lideranças de oposição ao Governo do Ceará para tentar manter Bezerra na Prefeitura. Do outro, o grupo governista que conseguiu reunir um arco de aliança partidário até maior do que a do governador Elmano de Freitas (PT) e grupos locais em prol de Santana. 

Além delas, a UP emplacou uma candidatura histórica na Cidade ao lançar pela primeira vez uma mulher trans na disputa, a professora e historiadora Sued Carvalho. Ela, inclusive, é a presidente estadual da legenda. 

Os nomes foram homologados em convenções partidárias, realizadas nos dois últimos fins de semana. Inclusive, na última segunda-feira (5), último dia para oficialização das postulações, a Federação Psol/Rede retirou a pré-candidatura de Germano Lima para se juntar à coligação de Santana. A decisão foi tomada por maioria dos votos, uma vez que a Rede tinha a maioria do diretório e defendia a união.

Com o fim das convenções, os partidos têm até o dia 15 para solicitar o registro de seus candidatos à Justiça Eleitoral. 

Candidatos à Prefeitura de Juazeiro do Norte 

Glêdson Bezerra (Podemos) 

Natural de Juazeiro do Norte, Glêdson Lima Bezerra é formado em Direito e policial civil licenciado. Iniciou a carreira política em 2008, quando foi eleito vereador da Cidade pela primeira vez pelo PTB. Seguiu na vereança pelo partido pelos dois pleitos seguintes, mudando de legenda em 2016, quando conquistou mais um mandato na Câmara Municipal. Naquele pleito, foi o parlamentar mais votado da Casa, com 4.365 votos. 

Em 2020, disputou pela primeira o mandato na Prefeitura, já pelo Podemos, com apoio do então deputado federal Capitão Wagner, mas com uma postura de independência em relação ao Governo Federal, à época presidido por Jair Bolsonaro (atualmente no PL). Na ocasião, Bezerra conseguiu ser eleito com 38,18% dos votos válidos, derrotando o então prefeito Arnon Bezerra (no PTB à época) — que contava com o apoio do então governador Camilo Santana (PT) e ficou em segundo lugar na eleição, com 36,20% da preferência do eleitorado.  

À época, ele compôs a chapa com Giovanni Sampaio, então vice-prefeito que rompeu com Arnon na disputa. Em outubro do ano passado, o vice anunciou, mais uma vez, ruptura com o atual gestor e seguiu aliado do Governo Estadual. Agora, Glêdson irá buscar a reeleição com apoio de lideranças de oposição ao grupo governista, como o ex-ministro Ciro Gomes, Capitão Wagner e Carmelo Neto. Sua coligação é formada pelo Podemos, União Brasil, PDT, PL, PP e PSDB/Cidadania. O vice na chapa é Tarso Magno, suplente de deputado federal pelo PP. 

Fernando Santana (PT)

Nascido em Juazeiro do Norte, Fernando Matos Santana é formado em Administração de Empresas e iniciou na vida pública na área de gestão, em secretarias de governos municipais, como a de Esportes e Juventude de Barbalha, antes de disputar um cargo eletivo. Foi no município vizinho ao que nasceu, inclusive, que disputou um cargo majoritário pela primeira vez, o de prefeito de Barbalha, em 2016, pelo PT — legenda na qual iniciou a militância política.  

Lá, ele foi lançado como candidato à sucessão do então prefeito Zé Leite (PT), que estava finalizando o segundo mandato, e do grupo governista do Estado, à época sob o comando de Camilo Santana. Todavia, ficou em segundo na eleição, sendo vencido pelo engenheiro Argemiro Sampaio (à época no PSDB), que recebeu 49,44% dos votos válidos. Depois disso, concorreu ao cargo de deputado estadual em 2018, ano em que foi eleito pela primeira vez. Em 2022, foi reeleito. 

Agora, ele vai disputar a Prefeitura de Juazeiro do Norte com a maior coligação do pleito até o momento e de lideranças políticas nacionais, como o ministro Camilo Santana e o presidente Lula (PT), e locais, como o governador Elmano de Freitas e os ex-prefeitos Raimundão (MDB) e Dr. Santana (PT), entre outros. A coligação é formada pela Federação PT/PV/PCdoB, PSB, PSD, MDB, Avante, Agir, Republicanos, Mobiliza, Solidariedade, PRD, PRTB e Federação Psol/Rede. A vice na chapa é a assistente social Maricele Macedo (MDB), ex-primeira-dama do município, esposa do ex-prefeito Raimundão. 

Sued Carvalho (UP)

Natural de Juazeiro do Norte, Sued Carvalho é graduada em História, professora e historiadora. Aos 28 anos, assumiu o comando do diretório estadual da Unidade Popular (UP), partido fundado em 2016 como alternativa para militantes insatisfeitos com partidos de esquerdas existentes. A legenda, todavia, só foi homologada em 2019 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após coleta de mais de um milhão de assinaturas em todo o País. 

Sued Carvalho, inclusive, é a primeira mulher trans a assumir a direção de uma agremiação partidária no Ceará. Em 2022, ela concorreu pela primeira vez a um cargo eletivo, quando candidatou-se a deputada federal. A sigla, no entanto, não atingiu o quociente eleitoral para emplacar um nome na Câmara dos Deputados. No pleito, ela recebeu 2.140 votos.  

Em convenção realizada no domingo (4), a UP oficializou a candidatura de professora, que também é a primeira mulher trans a disputar o Executivo Municipal de Juazeiro do Norte. Em uma chapa pura, ela terá o estudante de Jornalismo Levi Rabelo (UP) como postulante a vice-prefeito na eleição. 

Um quase segundo turno 

Neste ano, o município de Juazeiro do Norte por pouco não passou a ter segundo turno. Mesmo com uma campanha de pré-candidatos e lideranças locais por novas filiações, os 200 mil eleitores necessários não foram alcançados. O município tem 198.133 pessoas aptos a votar no pleito de outubro.

Segurança domina campanha paulistana

Por Vera Magalhães / O GLOBO

 

 

A segurança pública é atribuição precípua dos governos estaduais, definiu a Constituição de 1988. Mas o tema ganhou tamanha importância para o eleitorado que, ao mesmo tempo que se nacionalizou, também promete dominar a campanha para as prefeituras, sobretudo em São Paulo. A própria definição das candidaturas já explicitou a centralidade que a discussão terá na disputa paulistana. Ricardo Nunes até ameaçou resistir, mas teve de aceitar a imposição de Jair Bolsonaro para ter o coronel Mello Araújo como companheiro de chapa.

 

Aliados do prefeito agora veem a escolha como a possibilidade de Nunes contar com um escudo contra os ataques pesados que já passou a receber de José Luiz Datena nessa seara. O ex-apresentador de TV e agora candidato do PSDB tem centrado fogo no emedebista, associando sua gestão e sua candidatura ao crime organizado na cidade.

 

São acusações bastante graves, que devem fazer a temperatura entre os dois subir ao longo dos debates. Para o grupo de Nunes, a presença de um policial militar na chapa pode ajudar a responder às acusações e a neutralizar os ataques de Datena.

 

As promessas dos candidatos para que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) tenha uma participação mais ostensiva no policiamento da capital esbarram todas elas nas atribuições da corporação, que tem caráter de policiamento preventivo e voltado principalmente à garantia do patrimônio e da segurança do cidadão, mas sem poder de polícia.

 

Tanto Datena quanto Nunes têm apostado no discurso de armar a GCM até os dentes. A entrega de fuzis e carabinas pela atual gestão foi feita com estrépito. Na sabatina ao g1, o candidato do PSDB também prometeu uma guarda “hiperarmada”.

 

O protagonismo da segurança pública na disputa será tamanho que até os candidatos mais identificados com o campo da esquerda escolheram coordenadores graduados para fechar seu plano de governo para a área.

 

Guilherme Boulos escalou o sociólogo Benedito Mariano, ex-ouvidor da PM e ex-secretário de gestões petistas em cidades do Estado de São Paulo. Já Tabata Amaral (PSB) contará com a assessoria do professor da USP Leonardo Piquet Carneiro, que elaborou o plano de Geraldo Alckmin para a segurança na campanha de 2018.

 

No Q.G. de Boulos, a tônica deverá ser evitar a defesa da linha dura para a atuação da prefeitura subsidiariamente às polícias no enfrentamento à criminalidade.

 

O candidato lulista tem prometido investir pesadamente na zeladoria como forma de melhorar a sensação de segurança da população, sobretudo no centro da cidade de São Paulo, onde os furtos e roubos de celulares e o domínio do tráfico de drogas são algumas das principais queixas da população.

 

É pouco o que os prefeitos podem efetivamente entregar em termos de segurança, mas as promessas devem ser de terrenos na Lua.

 

Já a discussão sobre a infiltração do crime organizado nas estruturas do poder público e da política é importante e, se for aprofundada, pode trazer benefícios aos eleitores da cidade. O Ministério Público estadual tem avançado na investigação da presença da principal facção criminosa do estado em setores como transporte público e dos braços dessa organização em diversos partidos políticos, com influência no Executivo e no Legislativo municipais.

 

Esse é um fio que, se puxado até o fim, pode revelar ligações importantes entre crime e política, mas, para isso, é necessária uma ação articulada entre as diferentes instâncias de governo, as polícias estaduais e a Federal e a Justiça — que, muitas vezes, tem tomado decisões para que líderes dessas organizações presos em operações sejam liberados em seguida.

 

Diante de tudo isso, fica evidente que não há como fugir do clamor por segurança nas campanhas municipais. O importante é que a população não seja iludida com promessas irreais e que se avance na apuração e punição da tomada da política e do poder público pelo crime.

Atlas: Boulos lidera, Nunes cresce; Marçal, Tabata e Datena estão empatados na terceira posição

Por André Shalders / O ESTADÃO DE SP

 

BRASÍLIA - Pesquisa Atlas divulgada nesta quinta-feira, 8, mostra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) ainda na liderança da corrida pela prefeitura de São Paulo, com quase oito pontos percentuais a mais que o atual prefeito e postulante à reeleição, Ricardo Nunes (MDB). O levantamento registra ainda o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), a deputada federal Tabata Amaral (PSB) e Datena (PSDB) empatados na terceira posição dentro da margem de erro da pesquisa. Marçal tem 11,4%, Tabata, 11,2% e Datena tem 9,4%.

 

A série histórica das pesquisas da AtlasIntel, porém, não é tão otimista para o candidato do PSOL. Ele saiu de 37% das intenções de voto em maio para 36% em junho e 33% agora. Já Nunes cresceu de 21% em maio para 25% agora. Os demais – Tabata, Marçal e Datena – se mantiveram estáveis.

 

Nesta última rodada, os demais candidatos ficaram abaixo de 5%: Marina Helena (Novo) ficou com 3,5% e Ricardo Senese (UP) registrou 0,7%. Já Altino Prazeres Jr. (PSTU) e João Pimenta (PCO) não registraram. Cerca de 5,6% dos entrevistados disseram que votariam em branco ou anulariam o voto; e 0,6% disseram não saber ainda em quem votar.

 

A pesquisa ouviu 2.037 pessoas por meio de formulários online, usando a metodologia de recrutamento digital aleatório da Atlas. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. A coleta foi realizada entre a última sexta-feira (02) e esta quarta-feira (07). Os entrevistados foram sorteados aleatoriamente entre as pessoas que acessaram a internet a partir da cidade de São Paulo. A coleta foi calibrada para que o grupo de respondentes tenha características similares às do conjunto do eleitorado.

 

“De maneira geral, diria que a melhor notícia dessa rodada é para Nunes, porque está conseguindo crescer mesmo neste contexto, com Datena e Marçal”, diz o CEO da AtlasIntel, Andrei Roman. “Havia uma especulação sobre a possível canibalização dos votos dele (pelos outros dois), mas parece que isto não está acontecendo”.

 

Para Roman, a pesquisa revela uma certa estabilidade no quadro, e isso é uma boa notícia principalmente para o Ricardo Nunes. “A entrada do Pablo Marçal e do Datena, evidentemente, representava uma ameaça grande para Nunes, pois ocupam o mesmo espaço político. Principalmente o Marçal, por conta da mobilização da base bolsonarista. Havia também aqueles que preferiam o (ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro) Ricardo Salles, e que ficaram um pouco ressentidos com o fato do Salles ter sido obrigado a sair (da disputa)”, avalia ele.

 

A pesquisa, aponta Roman, mostra que os números obtidos até aqui por Datena estão ligados ao reconhecimento do nome dele, e não representam “uma intenção de voto cristalizada”. “Na medida em que a corrida avança, esses eleitores em potencial do Datena acabam migrando”, diz. Já Marçal é prejudicado por não ser o candidato oficial do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), avalia Roman. O ex-mandatário vem dando declarações a favor de Nunes.

 

A pesquisa Atlas também perguntou aos entrevistados sobre o voto num eventual segundo turno da disputa. Se a disputa fosse hoje, Boulos derrotaria Pablo Marçal (44,1% a 35,2%) e Datena (39,9% a 29,5%); e empataria dentro da margem de erro com Nunes (42,4% a 42%, com 11,1% de brancos e nulos e 4,5% que não sabem dizer como votariam). Contra Tabata Amaral, Boulos venceria com 37,7% ante 27,4% da deputada socialista, mas 30,1% votariam em branco ou nulo neste caso. Nos cenários sem Boulos, Nunes derrotaria Datena por 38,7% a 28,9%; e perderia para Tábata Amaral por 43,4% a 38,3%.

 

Quando questionados sobre os principais problemas da cidade, a maioria mencionou a criminalidade (60,2%), seguido da saúde (51,6%) e da educação (35,1%), num terceiro lugar distante. Os problemas menos mencionados foram limpeza urbana (4,9%) e burocracia e barreiras para negócios (5,3%). O tema da “ordem urbana e segurança pública” também foi aquele no qual a gestão atual da prefeitura foi mais mal avaliada (46% consideram o desempenho “péssimo” e outros 19% acham o trabalho “ruim”. Só 6% consideram “ótimo”). Obras públicas são a segunda área com maior soma de “ruim” e “péssimo”: 31% e 29%, respectivamente.

 

O levantamento traz ainda uma questão sobre a percepção dos eleitores a respeito de figuras da política paulistana e nacional. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) é o mais bem avaliado no conjunto, com 48% de “imagem positiva” perante os eleitores, e 46% negativa. O presidente Lula (PT) tem 41% de avaliação positiva, ante 55% de negativa; o ex-presidente Jair Bolsonaro tem 36% de avaliação positiva e 62% de imagem negativa.

 

 

Convenção do MDB com clã Barbalho é marcada por pancadaria em Belém

Por Vinícius Valfré / O ESTADÃO DE SP

 

 

 

A convenção do MDB que confirmou, na noite deste sábado, 3, a candidatura do deputado estadual Igor Normando à prefeitura de Belém foi marcada por cenas de pancadaria entre apoiadores de candidatos a vereador de grupos rivais.

 

O evento partidário realizado no ginásio Mangueirinho teve a presença da família Barbalho, contando inclusive com o governador do Estado, Helder Barbalho, o senador Jader e o ministro Jader Filho, das Cidades, que apoiam Normando contra a reeleição de Edmilson Rodrigues (PSOL). A convenção seguiu normalmente depois do tumulto.

 

Vídeos gravados dentro do ginásio mostram trocas de socos e pontapés nas arquibancadas. Hastes de bandeiras de candidatos confeccionadas para a festa política também foram usadas nas agressões. As imagens mostram idosos, mulheres e crianças pulando para dentro da quadra para escapar da pancadaria.

 

A confusão se deu entre aliados do vereador Bieco (MDB), que busca o terceiro mandato, e do candidato Fábio Porto (MDB), que tenta sua primeira vaga na Câmara Municipal de Belém.

 

Segundo Bieco, a confusão começou depois que seu grupo levantou um “mosaico” inspirado nas faixas de estádios de futebol. A peça tinha foto dele, de Normando, do governador Helder Barbalho e de outros integrantes do grupo político. 

 

O grupo de Fábio Porto teria se incomodado com o tamanho da faixa e tentado removê-la. A reportagem não conseguiu contato com o candidato.

Ambos disputam eleitores em segmentos e regiões semelhantes. Eles também têm relações com torcidas organizadas dos arquirrivais Remo e Paysandu, que tinham integrantes na convenção.

 

“Não tem nada a ver com torcida organizada. Foi por causa do mosaico. São cenas lamentáveis, estou triste. Preparamos uma grande festa”, disse o vereador Bieco.

 

A campanha de Igor Normando estimou em 18 mil o total de presentes no ginásio. Segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas de 16 de julho, o deputado federal Delegado Éder Mauro (PL-PA) lidera a corrida pela prefeitura de Belém, com 30,7% das intenções de voto. Normando ocupa a segunda posição com 18,2%, enquanto o atual prefeito, Edmilson Rodrigues (PSOL), com apoio do PT, tem 13,8%.

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