Busque abaixo o que você precisa!

Haddad se encontra com Mangabeira Unger, 'guru de Ciro'

Ricardo Galhardo, O Estado de S.Paulo

08 Outubro 2018 | 21h58

No início da noite desta segunda-feira, 8, o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, recebeu o ex-ministro Mangabeira Unger, espécie de guru de Ciro Gomes(PDT), para uma conversa a sós em um hotel em São Paulo. Na saída, o professor de Harvard tentou desconversar. "Estava visitando um amigo", disse ele. Diante da insistência dos jornalistas, ele admitiu. "Meu amigo Haddad, amigo de muitos anos".

Haddad busca o apoio de Ciro no segundo turno da disputa presidencial contra Jair Bolsonaro (PSL) e, apesar de acenos, ainda não recebeu uma declaração explícita de aliança. Nesta segunda-feira, o petista recebeu apoio do PSOL. Em resolução aprovada pela executiva nacional, o partido convoca sua militância para fazer campanha por Haddad mas afirma que vai manter a independência em relação ao PT. 

Leia mais:Haddad se encontra com Mangabeira Unger, 'guru de Ciro'

A guinada à direita

Jair Messias Bolsonaro ainda não foi eleito Presidente da República, mas sua candidatura já representa um fenômeno na política brasileira.

Durante a campanha, a esquerda anunciou estrepitosamente que a vitória do seu demonizado adversário da direita seria o fim da democracia, mas o que vimos de ameaça à democracia saiu da faca de um fanático da esquerda, da boca de José Dirceu e das inúmeras denúncias de prováveis fraudes nas urnas eletrônicas, todas elas prejudicando o candidato do PSL.

Leia mais:A guinada à direita

A raiva venceu. Apertará confirmo dia 28?

Para parafrasear um slogan que se tornou viral, como se diz hoje, oresultado do primeiro turno pode ser lido como a raiva venceu a esperança (ou qualquer outro sentimento positivo).

Pensando bem, não é que a raiva venceu no domingo. Na verdade, ela já vinha vencendo antes, desde pelo menos 2013, o ano dos grandes protestos contra, basicamente, tudo o que está aí. O brasileiro que foi às urnas, conforme mostrou o Datafolha uns dias antes, estava na maioria com raiva (68%), triste (79%), desanimado (78%) ou inseguro (88%).

Leia mais:A raiva venceu. Apertará confirmo dia 28?

Quadro é favorável a Bolsonaro

A vitória de Jair Bolsonaro com quase o dobro de votos de Fernando Haddad sinaliza que o candidato do PSL entrará no segundo turno em posição de vantagem, embora todos considerem essa uma nova eleição. Mas quando um candidato sai do primeiro turno em ascensão, o clima que se cria em torno dele é favorável a novas adesões, e as negociações beneficiam o vencedor.

Por isso, nunca um candidato que entrou no segundo turno na dianteira da disputa presidencial deixou de se eleger. Foi assim com o expresidente Lula, que não ganhou eleições no primeiro turno – em 2006 chegou a ter 49% —, mas sempre saiu vencedor com cerca de 60% dos votos no segundo turno, contra candidatos do PSDB.

Leia mais:Quadro é favorável a Bolsonaro

Eleitor brasileiro tocou fogo no circo da política

Dizer que o 7 de outubro de 2018 foi o mais eloquente recado enviado pelas urnas à oligarquia política desde a redemocratização do Brasil é pouco. Houve algo bem mais grave: o eleitor tocou fogo no circo. Foi como se quisesse deixar claro que não tem vocação para palhaço. As urnas carbonizaram parte do elenco que reagia à Lava Jato com malabarismo verbal, trapezismo ideológico e ilusionismo.

A velha política está em chamas. Tomado pelas proporções, o incêndio lembra aquele que consumiu o acervo do Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro. Salvaram-se múmias como Renan Calheiros, Jader Barbalho, Ciro Nogueira e Eduardo Braga. Mas viraram carvão as pretensões eleitorais de peças como Dilma Rousseff, da sessão de paleontologia. Reduziram-se a cinzas mandatos do porte dos de Romero Jucá, Eunício Oliveira e Edson Lobão, da ala dos invertebrados.

Leia mais:Eleitor brasileiro tocou fogo no circo da política

Compartilhar Conteúdo

444