Eleições 2022: Os diferentes mundos que apoiam Bolsonaro ou Lula
A polarização político-ideológica sempre marcou o embate entre o presidente Jair Bolsonaro e o PT, adversário no segundo turno da eleição presidencial de 2018, quando ele derrotou Fernando Haddad. Para 2022, há a possibilidade de Luiz Inácio Lula da Silva recuperar sua condição de elegível se obtiver sucesso no processo em que pede a suspeição do então juiz Sergio Moro – o julgamento deve ocorrer em novembro.
Pesquisa VEJA/FSB feita entre os dias 11 e 14 de outubro com 2.000 eleitores em todo o país mostra que, em uma eventual disputa de segundo turno, Bolsonaro teria 46% das intenções de voto contra 38% do petista, que se revelou o principal nome da esquerda para enfrentar a direita representada pelo atual presidente como mostra reportagem em edição desta semana.
Detalhamento do eleitorado mostra de onde vem o apoio a cada um. A maior diferença entre ambos se dá na faixa de renda familiar: quanto mais alta, maior o apoio a Bolsonaro – entre os que ganham mais de cinco salários mínimos por mês, o presidente tem 62% contra 23% do petista. Já quanto menor forem os ganhos da família, maior o apoio a Lula: entre os que recebem por mês até um 1,5 salário mínimo, o petista tem 58% a 31%.
Outra diferença grande se dá na localização geográfica. Lula lidera com folga (59% a 29%) no Nordeste, região administrada por governadores de esquerda – PT tem quatro dos nove governadores (Ceará, Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte) e um vice (Sergipe). Já na Região Sul, Bolsonaro vence por 57% a 29%.
Na faixa de escolaridade, também há um abismo entre um e outro. Os eleitores com ensino superior dão larga vantagem a Bolsonaro (51% a 28%). Já entre os que cursaram até a quarta série do ensino fundamental, o petista lidera com 54% a 37%. VEJA
Se Bolsonaro e Moro disputassem a eleição para presidente, quem venceria?
O ministro Sergio Moro (Justiça) é um dos principais nomes do primeiro escalão do governo e, por ora, é tido como aliado do presidente Jair Bolsonaro. Mas há quem aposte que o ex-juiz da Operação Lava Jato pode ser tentado, em razão de sua alta popularidade, a disputar a Presidência da República em 2022 e, com isso, enfrentar o atual chefe na eleição.
Pesquisa exclusiva VEJA/FSB mostra que, em um eventual segundo turno, o ministro aparece numericamente à frente do presidente (38% a 34%), mas empatado tecnicamente, já que a margem de erro é dois pontos percentuais para mais ou para menos. Moro ainda derrotaria no segundo turno três outros presidenciáveis: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o apresentador de TV Luciano Huck. VEJA
Lula é o principal nome da esquerda contra Bolsonaro em 2022
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está inelegível desde janeiro de 2018, quando foi condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá. Apesar das várias entrevistas concedidas dentro da cadeia, ele não fala diretamente ao eleitorado e à militância desde abril daquele ano, quando foi encarcerado na Polícia Federal em Curitiba para cumprir uma pena de oito anos e dez meses de prisão. É réu ainda em mais nove processos e investigado em outros inquéritos sob a suspeita de ser corrupto ou ter praticado crimes como lavagem de dinheiro, tráfico de influência e formação de organização criminosa. Além disso, é o principal líder de um partido que foi varrido do poder em meio a uma grave crise econômica e política no país e a denúncias de diversos malfeitos envolvendo sua gestão e a de Dilma Rousseff. Em resumo, uma biografia para enterrar de vez a carreira de qualquer homem público no mundo.
Mas o Brasil, como dizia Tom Jobim, não é coisa para principiantes, e, a despeito dessa ficha da pesada, Lula resiste na forma de um espectro político. Sua capacidade de recuperar o prestígio perdido entre a maior parte da população após a farta relação de malfeitos é discutível. Na esquerda, porém, ele continua sendo o maior nome por aqui (o que também diz bastante sobre a qualidade da esquerda no país). De quebra, pode ainda pregar uns bons sustos nos adversários de fora do universo petista, conforme mostra uma pesquisa exclusiva VEJA/FSB sobre as eleições presidenciais de 2022. Um dos dados mais interessantes do levantamento, realizado entre 11 e 14 de outubro, consiste nas projeções do que seria hoje um confronto de segundo turno entre Jair Bolsonaro e as figuras mais conhecidas da esquerda. Lula perde por 46% a 38% (a margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos), mas se sai melhor que políticos de fora da cadeia. Fernando Haddad, batido por Bolsonaro na última eleição, perderia novamente do atual presidente em 2022 por 47% a 34%. O pedetista Ciro Gomes repete o fiasco de 2018 na pesquisa VEJA/FSB: não chegaria sequer ao segundo turno. Para especialistas, Lula continua a ser uma alternativa forte à esquerda porque soma a fidelidade da base petista à lembrança dos fugazes tempos de prosperidade de sua era no poder. “O primeiro governo dele foi muito virtuoso. Manteve políticas de FHC e foi capaz de oferecer duas coisas que o brasileiro médio deseja: estabilidade macroeconômica e inclusão social. A resiliência de Lula vem dessa imagem que o eleitor tem dele”, avalia o cientista político Carlos Pereira, professor da FGV-RJ.
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Haddad e Ciro ficam atrás de Lula como opções de esquerda, mostra pesquisa
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) ficam atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como alternativa de esquerda para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro ou seu ministro Sergio Moro em uma eventual disputa presidencial em 2022.
O pedetista não consegue passar de 11% em cenários de primeiro turno, votação próxima à que obteve em 2018 e que não foi suficiente para leva-lo ao segundo turno. Já Haddad até consegue número parecido ao de Lula quando a disputa é com Bolsonaro, mas perderia para Luciano Huck e Moro. VEJA
Tabata Amaral vai à Justiça para manter mandato mesmo fora do PDT
14 de outubro de 2019 | 23h28
SÃO PAULO – A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) disse nesta segunda-feira, 14, que vai entrar com uma ação na Justiça Eleitoral para conseguir manter seu próprio mandato após deixar seu partido, do qual ela está suspensa há três meses. O pedido faz parte de uma ação em conjunto com ao menos seis deputados, do PDT e do PSB, que desejam deixar as siglas mas seguir como parlamentares no Congresso, o que contraria regras eleitorais.
“O PDT deixou de ser meu partido”, disse a deputada, durante entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura.
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