Busque abaixo o que você precisa!

Conflitos na base pelo apoio de Camilo se intensificam na campanha

GOVERNADOR NO IJF

A busca pelo apoio do governador Camilo Santana (PT), esperada antes mesmo do início da corrida eleitoral, começa a se intensificar na campanha. Na Capital, onde o partido do governador e o PDT, principal sigla do arco de aliança, têm candidatos na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, Camilo começa a enfrentar conflitos por seu apoio na disputa. A mesma divergência entre governistas ocorre em outros municípios cearenses, exigindo do chefe do Executivo jogo de cintura. Por enquanto, Camilo tem evitado se comprometer publicamente com um ou outro lado.

Em Fortaleza, o dilema em relação ao uso da imagem do governador por PT e PDT já tem vindo à tona. Reportagem publicada no Diário do Nordeste, na última sexta-feira (25), mostrou que isso poderia acontecer não só na Capital como em outras cidades disputadas por aliados. O governador se reuniria com interlocutores para definir a sua participação no pleito.

Uma das sinucas de bico para o chefe do Executivo envolve a candidata Luizianne Lins, do PT, que aparece em fotos com Camilo no material de campanha. O candidato do PDT, Sarto Nogueira, porém, também apareceu com o governador em publicações divulgadas por apoiadores nas redes sociais.

Oficialmente, apenas o PT e as siglas coligadas a ele podem usar a imagem do petista. A legislação eleitoral veda a participação, na propaganda em rádio e televisão, de filiados a outros partidos ou a siglas que integram outra coligação. A questão é que o governador não deve apoiar, oficialmente, a candidatura do PT, para não se comprometer com o aliado pedetista.

No entanto, a associação à imagem de Camilo Santana, direta ou indiretamente, é vista como estratégica e cobiçada pelos dois partidos, por causa do capital político do governador. O petista foi reeleito no pleito de 2018 com quase 80% dos votos, o que faz dele um cabo eleitoral visado.

Na inauguração do Instituto Doutor José Frota (IJF) 2, ontem, ao lado do prefeito Roberto Cláudio (PDT), ao ser questionado sobre o uso de sua imagem pelo PT no material de campanha de Luizianne Lins, o governador enfatizou a "parceria política" com a sigla pedetista.

'Parceria'

"Todos sabem da minha parceria administrativa com o prefeito Roberto Cláudio, um amigo, grande prefeito. Aliás, não só parceria administrativa, parceria política. Nós temos parceria com o PDT no Ceará, minha vice-governadora (Izolda Cela) é do PDT", citou. "Quero deixar clara a minha parceria com o prefeito e vamos continuar trabalhando juntos", completou.

Embora não tenha respondido diretamente à pergunta, Camilo evidenciou que não pretende abrir mão da parceria com os pedetistas. Antes da formalização das candidaturas, nos bastidores, ele ainda tentou unir PT e PDT no primeiro turno na Capital. O governador chegou a exonerar seu assessor de Relações Institucionais, Nelson Martins - um petista histórico -, para negociar com os dois partidos a formação de uma chapa, mas não teve êxito.

O candidato do PDT à Prefeitura de Fortaleza, Sarto Nogueira, por outro lado, vem tentando deixar clara a parceria que tem com o governador. Em visita à policlínica do bairro Passaré, ontem, o pedetista reforçou a ligação com Camilo. "Nós fazemos parte do mesmo projeto. E outra: fui vice-líder do governador, temos esse histórico", destacou.

Avaliações

O presidente estadual do PT, Antônio Conin, disse que é "natural" que o PT utilize a imagem do governador, uma vez que Camilo é "referência para o PT no País". "Além disso, vamos nos referenciar em várias políticas públicas que ele está executando e incorporar algumas delas no nosso programa de compromisso com a cidade", justificou.

Sobre o fato de o chefe do Executivo não participar da campanha do PT oficialmente, por causa dos aliados, Conin afirmou que o partido não fará cobranças ao governador, mas lembra que ele é filiado à sigla petista. "Respeitamos as opções dele de engajamento na campanha. Agora, o PDT é aliado; ele é petista. Em Fortaleza, o Camilo tem feito muito e vamos destacar isso".

Já o presidente do PDT no Ceará, deputado federal André Figueiredo, não escondeu, em entrevista na última sexta (25), que a parceria de Camilo com a gestão pedetista será enaltecida. "O PDT não vai poder usar a imagem, mas a presença do secretário de Governo na chapa, o Élcio Batista (candidato a vice), é demonstração de que Camilo continua nessa parceria".

Não é só em Fortaleza, contudo, que o governador precisará equilibrar a correlação de forças na base aliada. Em Caucaia, por exemplo, o deputado estadual Elmano de Freitas é o candidato do PT, mas o prefeito Naumi Amorim (PSD), que busca a reeleição, é apoiado pelo chefe do Palácio da Abolição.

Iguatu é outro caso de dilema para o governador. Dois deputados estaduais aliados - Agenor Neto (MDB) e Marcos Sobreira (PDT) - vão disputar a eleição, além do prefeito Ednaldo Lavor, do PSD, também da base. Em Maracanaú, um dos candidatos é o líder do governador na Assembleia Legislativa, deputado Júlio César Filho (Cidadania), e o PT também tem candidato: Daniel Baima. Tauá, na região dos Inhamuns, também tem conflitos entre integrantes da base governista, assim como Novo Oriente, Itapajé, Pedra Branca, Acaraú, Limoeiro do Norte e outros municípios.

Aposta

O vice-presidente nacional do PT, deputado federal José Guimarães, defendeu que o partido use a imagem de Camilo na campanha em Fortaleza, já que isso é permitido pela legislação eleitoral. Sobre as dificuldades do governador de se envolver na eleição nos municípios onde tem mais de um aliado, ele disse que serão feitas mediações para evitar crises.

"Nós compreendemos que ele tem parcerias no Estado, mas assim como é bom falar sempre na hora das discussões que ele é do PT, ele é do PT para o bem e para o mal. E, no caso, pelo governo que ele está fazendo, será sempre para o bem. Portanto, ele é do PT e agora os louros do governo vão ser capitalizados pelo PT sem agredir ninguém, sem desconsiderar aliados, sem desconstituir alianças, até porque temos 32 alianças com o PDT no Estado", pontuou.

Pedetistas, por outro lado, apostam na parceria com o governador no pleito. "Governamos juntos: o PDT, o prefeito Roberto Cláudio e o governador. Eles vêm desde o primeiro mandato. Independentemente de ser ano de eleição, essa parceria existe para servir à população, não é só para campanha", disse o deputado estadual Salmito Filho.

Para o deputado estadual Evandro Leitão (PDT), o petista não participará diretamente da eleição em alguns municípios. "Vai ser utilizada a imagem dele nos partidos, na coligação em que o PT estiver, e ele não irá se manifestar, com raras exceções".

Propaganda questionada

Após pedido da coligação do candidato Capitão Wagner (Pros), ao todo, sete liminares foram concedidas pela Justiça ordenando a retirada imediata de publicações nas redes sociais em que o postulante Sarto Nogueira (PDT) aparece ao lado do governador Camilo Santana (PT). Segundo as decisões judiciais, as postagens causam “confusão e desinformação”, já que associam a imagem do petista “a uma candidatura concorrente”. 

32 Alianças entre PT e PDT no Ceará: este é o número de parcerias dos dois partidos no Estado para as eleições municipais deste ano, segundo o deputado federal cearense, José Guimarães, uma das principais lideranças do PT LEITICIA LIMA / DIARIONORDESTE

Covas eleva gasto com obras em 30% e busca usar reforma de calçada como vitrine

Pedro Venceslau e Bruno Ribeiro, O Estado de S.Paulo

29 de setembro de 2020 | 14h57

Prefeitura de São Paulo reservou dinheiro em caixa nos últimos dois anos e deixou para o período eleitoral a fase final de algumas obras, como a requalificação de 627 mil metros quadrados de calçadas, o equivalente a meio Parque do Ibirapuera. As obras nas calçadas, previstas em 32 subprefeituras, são apontadas por auxiliares do prefeito como uma das vitrines eleitorais de Bruno Covas (PSDB), que disputa a reeleição.

A previsão de gastos para obras e compras de equipamentos neste ano eleitoral ficou 30% maior do que a média dos três anos anteriores. Em 2020, o município reservou R$ 10,6 bilhões para investimentos. Nos anos anteriores, a média foi de R$ 8,1 bilhões. Até esta segunda-feira, 28, a Prefeitura havia empenhado (autorizado a gastar) um montante de R$ 4,6 bilhões em obras e investimentos.

Obras
Obras nas calçadas, previstas em 32 subprefeituras, são apontadas por auxiliares do prefeito como uma das vitrines eleitorais de Bruno Covas Foto: Alex Silva/Estadão

A legislação eleitoral não permite que os prefeitos que concorrem à reeleição participem de inaugurações de obras nos três meses que antecedem a votação, por isso as calçadas se tornaram uma referência a céu aberto. Segundo o cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV, mesmo que o prefeito não possa inaugurar as obras no período eleitoral, o importante para o candidato é mostrar a cidade em movimento.

"Não é incomum que todos os governos  concentrem as obras em período eleitoral. O cidadão na eleição municipal sente muito de perto a ausência dos serviços públicos. Covas está tentando dar uma resposta em cima do processo eleitoral", disse Teixeira.

Ao Estadão, Covas afirmou que a calçada sempre foi obrigação do proprietário, mas a Prefeitura se colocou como responsável pela manutenção das que tem importância na mobilidade. "A calçada era vista como uma extensão da propriedade privada. A gente entende a calçada como uma questão importante de modernidade na cidade de São Paulo. Um terço dos deslocamentos na cidade são feitos a pé. É uma nova visão sobre o papel das calçadas na cidade".

Em sua primeira disputa eleitoral para o executivo na cabeça de chapa, Covas vai fazer na TV uma campanha com o mesmo estilo do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pretende apresentar ao eleitor um portfólio de obras

O projeto de reforma das calçadas começou em janeiro de 2019, tem investimento de R$ 140 milhões, segundo a Secretaria de Subprefeituras, e deve ser concluído até o final do ano. Ao todo, foi planejada a reconstrução de 1,5 milhão de metros quadrados de calçadas - 879,2 mil m² de calçadas foram entregues entre o ano passado e agosto deste ano. Também estão sendo construídas 4 mil rampas de acesso.

As rotas definidas pelo Plano Emergencial de Calçadas (PEC) identificaram calçadas públicas e privadas em toda a cidade. Foram selecionadas calçadas com grande fluxo de pedestres e na proximidade de comércios, escolas e hospitais, cujos reparos impactarão positivamente a população, de acordo com a prefeitura. As obras atendem as especificações definidas pelo Decreto Nº 59.671/20 e o Decreto N° 58.611/19, que também prevê sinalização visual e tátil.

MDB e PP fazem a principal dobradinha nas coligações para prefeito nas eleições de 2020

Por Gabriela Caesar, G1

 

A aliança de MDB e PP é a mais frequente entre os candidatos a prefeito nestas eleições. Em 71 municípios, o MDB é o cabeça de chapa na coligação com o PP. Já o PP lidera a aliança com o MDB em outras 68 disputas pela prefeitura. O MDB também aparece nas outras três coligações mais frequentes nestas eleições, junto com PSDB, PSD e PL.

O levantamento foi feito pelo G1 com base no repositório de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As coligações continuam sendo permitidas na disputa para prefeito, mas estão proibidas na corrida para vereador a partir deste ano.

As alianças de MDB e PP são, inclusive, mais frequentes do que o lançamento de candidaturas a prefeito de partidos pequenos, como PMB, PSTU, Novo, PCO e UP.

"Principais dobradinhas nas coligações para prefeito em 2020: alianças partidárias valem para a disputa a prefeito; coligações estão proibidas para vereador a partir destas eleições — Foto: Aparecido Gonçalves / G1" width="650" height="1005" layout="responsive" i-amphtml-layout="responsive" style="box-sizing: inherit; display: block; position: relative; overflow: hidden !important; --loader-delay-offset:346ms !important;">Principais dobradinhas nas coligações para prefeito em 2020: alianças partidárias valem para a disputa a prefeito; coligações estão proibidas para vereador a partir destas eleições — Foto: Aparecido Gonçalves / G1

Principais dobradinhas nas coligações para prefeito em 2020: alianças partidárias valem para a disputa a prefeito; coligações estão proibidas para vereador a partir destas eleições — Foto: Aparecido Gonçalves / G1

Na eleição municipal de 2016, a coligação mais frequente foi de PT e PCdoB, seguida por MDB e PT e MDB e PSDB.

Nestas eleições, a coligação mais ampla é registrada em Aparecida de Goiânia (GO) na chapa do prefeito Gustavo Mendanha, que concorre à reeleição em chapa junto com o candidato a vice-prefeito Vilmar Mariano. Ambos são do MDB e receberam o apoio de outros 18 partidos. Entre eles estão PSL, PT e até o PCdoB.

A assessoria de Mendanha afirma que a coligação deve crescer ainda mais, com a inclusão do PROS, que desistiu da candidatura a prefeito. Segundo a nota, o candidato “aprendeu a importância de ser conciliador” quando foi vereador e ocupou a presidência da Câmara Municipal e também recebeu apoio nestas eleições de quem foi oposição em 2016.

Coligação ampla ajuda a construir base

O professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) André Borges lembra que, ao construir uma coligação ampla, o candidato, caso eleito, deve ter facilidades para construir uma base de apoio com maioria no Legislativo. Ele afirma que, ao formar a aliança, os partidos da coligação já constroem um plano de governo, discutem pautas e até fazem campanha juntos.

“Montar uma coligação eleitoral aumenta as chances de se ter maioria do Legislativo. Quando você monta uma coligação, esses partidos geralmente vão fazer um acordo no entorno de programa de governo. O partido cabeça de chapa pode pegar sugestões dos outros partidos. Além disso, a coligação faz com que esses partidos desenvolvam uma relação de confiança. Se você já cooperou durante a campanha, depois, quando acaba a eleição, vai ser mais fácil para esses partidos trabalharem juntos no governo", afirma o professor.

Ele acrescenta que isso facilita a governabilidade, já que dificilmente apenas o partido do prefeito eleito terá a maioria das cadeiras, considerando a fragmentação partidária no Brasil.

“Do ponto de vista dos outros partidos [que compõem a coligação], há uma lógica parecida. Vai entrar na coligação porque já está na expectativa de, se a coligação for vencedora, ganhar um cargo, ser recompensado com uma secretaria municipal.”

Em cidades com mais de 200 mil habitantes, onde há eleição em dois turnos, Borges acrescenta que os partidos podem optar por formar uma aliança apenas após o primeiro turno, e afirma que esse apoio pode custar mais caro.

Nos municípios onde há apenas um turno, o apoio partidário pode vir antes do início da campanha, e o próprio eleitorado tende a adotar o voto útil, deixando de lado quem não tem tantas chances na disputa.

“Na eleição em turno único, a vitória é por maioria simples. Ou seja, o candidato que tem mais votos ganha. Neste caso, como não vai ter segundo turno, o partido pequeno, que sabe que terá apenas 5% dos votos, não tem chance e já forma uma coligação eleitoral. Além disso, mesmo se os partidos não agirem dessa forma, a eleição em turno único estimula o voto estratégico, que é o voto útil. Se o candidato favorito está no terceiro lugar, mas não tem chance de ganhar, você escolhe alguém entre os mais bem colocados.”

Alianças 'inesperadas'

No levantamento do G1, o PSL, partido pelo qual Jair Bolsonaro concorreu em 2018, se aliou principalmente a PP, PSD, PSDB e MDB. Há, porém, mais de 100 casos em que PSL e PT, rivais nas eleições presidenciais, formam juntos coligações eleitorais, acompanhados de outras siglas.

As principais alianças do PT também são com partidos grandes, com maior capilaridade, como PP e MDB. Logo depois, aparecem ainda PDT e PCdoB como partidos mais coligados.

O cientista político Bruno Schaefer, pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirma que as coligações “inesperadas”, como a união de PSL e PT, são mais frequentes em municípios menores, onde o “significado de esquerda, direita e centro variam de acordo com as elites locais que empunham esta ou aquela bandeira”.

Ele acrescenta ainda que as coligações partidárias tendem a refletir o panorama nacional em cidades mais populosas e nas capitais, o que tem a ver, entre outros fatores, com o grau de controle dos diretórios nacionais dos partidos.

“Por exemplo, em 2012, em 739 municípios (dos 3.918) com até 20 mil habitantes, PT e PSDB estiveram coligados. Este número vai a zero quando considerados municípios com mais de 500 mil habitantes. PT e PCdoB, por sua vez, estiveram juntos em pouco mais de 12% dos municípios com até 20 mil habitantes, mas em mais de 50% dos municípios com mais de 500 mil habitantes.”

Borges reforça que "a eleição local não tem, muitas vezes, relação com o que acontece no plano nacional". Ou seja, dois partidos que têm posições antagônicas no Congresso ou na disputa presidencial podem se unir em um pequeno município.

“Aquele político está pensando na sua sobrevivência local. Não está pensando necessariamente naquilo que é bom para o partido no ponto de vista nacional. Às vezes, as alianças podem fazer sentido do ponto de vista estratégico, pragmático", disse. Para ele, porém, isso não é positivo para o sistema brasileiro.

“Isso não contribui para que os eleitores consigam diferenciar os partidos. Num sistema partidário em que qualquer aliança é possível, então ele não é nem um sistema partidário, é uma geleia geral. Se tivesse consistência, se fosse programático, você imaginaria que não faz sentido uma aliança entre o PT e PSL, mas parece que há município onde isso vai acontecer. Fica difícil de entender. Como pode?”, questiona.

Formação de coligação

Schaefer lembra ainda que, ao construir uma ampla coligação eleitoral, o candidato a prefeito consegue mais tempo de TV e rádio, considerado um "ativo eleitoral importante, principalmente quando consideramos localidades onde a cobertura de internet é frágil ou inexistente".

Além disso, a construção de uma coligação enfraquece concorrentes, "na medida em que aproxima recursos (correligionários, militantes, dinheiro) que, de outra forma, poderiam abastecer outras campanhas". O pesquisador da UFRGS diz ainda que os dois fatores principais que tendem a influenciar a formação de uma coligação são a proximidade ideológica e racionalidade eleitoral.

Por exemplo, se os partidos compartilham de pautas e visões de mundo, então faz sentido eles estarem juntos em uma disputa eleitoral. Porém, dependendo do contexto político, os partidos também podem optar pela aliança com um partido de outro espectro político e, assim, ampliar a parcela de eleitores na tentativa de aumentar o número de votos.

Ele destaca ainda que trabalhos da ciência política já demonstraram haver maior chance de vitória eleitoral para partidos que estão coligados. Ao mesmo tempo, acrescenta Schaefer, candidatos que buscam a reeleição também têm vantagens em atrair parceiros e conseguir construir coligações eleitorais, embora ainda sejam considerados a avaliação do candidato e o potencial de vitória.

“O fato de ter mandato (ser prefeito), significativa, geralmente, capacidade de atrair parceiros para a coligação, como podemos ver, por exemplo, no caso da disputa para a prefeitura de São Paulo (Bruno Covas). Essa relação, no entanto, é mediada pela avaliação e potencial de vitória do candidato que busca a reeleição”, diz.

O voto da pandemia - ISTOÉ

Deveríamos ter “eleições críticas”, realizadas em um cenário de crise econômica e polarização ideológica, com forte presença do bolsonarismo, realinhando a distribuição do poder nos municípios. Porém, elas ameaçam ser o que a ciência política chama de “mantenedoras”, com recondução de grande número de prefeitos. Na crise sanitária eles concentraram os holofotes e assumiram com os governadores a reação ao coronavírus.

 

Nas capitais mostradas, oito, dos 11 que as disputam, lideram hoje as pesquisas. Mas a evolução da doença é incerta e só agora começam as campanhas. Embora atípicas, com menor presença nas ruas, não faltará propaganda nas redes sociais, na televisão e no rádio. Leia aqui, semanalmente, a evolução dos números nessas cidades e as tendências gerais do País. E em tempo real no blog #EleiçõesComLavareda.

As eleições ameaçam ser o que a ciência política chama de “mantenedoras”, com recondução de grande número de prefeitos

Referências da pesquisa no blog #EleiçõesComLavareda. Baseado em pesquisas registradas no TSE
* Sem pesquisas registradas divulgadas
R Candidatos à reeleição. / ISTOÉ

 

Compartilhar Conteúdo

444