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A eleição vai ser decidida na vida como ela é

J. R. Guzzo, O Estado de S.Paulo

24 de fevereiro de 2022 | 14h20

O mês de fevereiro vai chegando ao fim e, agora, faltam apenas sete meses inteiros até as eleições presidenciais de outubro. O tempo voou; eis aí o Brasil, mais uma vez, às vésperas de escolher seu presidente para os quatro anos que começam em 2023. Está na hora de ir anotando com muita atenção, assim, o que vai acontecer não nos palanques, na discurseira e no noticiário político – Doria vai desistir? Moro vai liderar “o centro”? Alckmin vai ser o vice de Lula? – e sim na vida real da economia. A esse propósito, esqueça a maçaroca de algarismos que jogam todo dia em cima do público, as previsões dos economistas e as mesas redondas depois do horário nobre; raramente sai alguma coisa útil disso aí tudo. O que interessa, pois é isso que realmente vai decidir a eleição presidencial, é o resultado visível da atividade produtiva – aquele que cada um pode verificar por conta própria, no seu mundo, no seu dia a dia e na sua realidade.

Nessas coisas não adianta nada, de um lado ou de outro, torcer, e muito menos trocar realidades por desejos. A performance vai ser o que ela é – e não o que os economistas, a mídia ou os candidatos querem que seja. A aposta do governo é num ano com mais produção, mais emprego, mais investimento privado, e com menos inflação, menos juro alto e menos fábrica fechada. A aposta da oposição é num desastre – o maior cabo eleitoral que poderia ter. Se a economia for bem, o atual presidente é um candidato muito forte. Se for mal, ou muito mal, a força eleitoral passa para o outro lado. O certo é o seguinte: não há crise com crescimento, bolsa subindo e dólar baixo, como não há salvação para nenhuma reeleição com a economia indo para o fundo da lagoa.

Urna
O mês de fevereiro vai chegando ao fim e, agora, faltam apenas sete meses inteiros até as eleições presidenciais de outubro. Foto: Antonio Augusto/TSE

Vai crescer, afundar ou ficar andando de lado? Mais do que nunca, vale olhar para o que está acontecendo, e não para o que lhe dizem. Organizações que hoje estão se reinventando como bancos de esquerda, por exemplo, garantem, já agora em fevereiro, que o Brasil fechará o ano com recessão em dezembro. Como é que eles sabem? Não sabem; estão apenas dando como análise econômica o que na verdade são anseios. É a mesma coisa com a maioria dos economistas que aparecem nos meios de comunicação; seja lá o que estiver acontecendo, eles dirão que vai mal. Depois, se as previsões forem a pique, todos mudam de assunto, ou dizem que o país teve sorte e passam a prever calamidades novas. O público esquece. Sai tudo de graça.

A eleição vai ser decidida na vida como ela é.  

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