PMDB pró-rompimento se rebela contra permanência de ministros no governo
Depois de tornar-se majoritário, o grupo que articula o rompimento do PMDB com Dilma Rousseff se move para evitar uma manobra da ala que ainda resiste ao desembarque. Acertados com o Planalto, os sete ministros que representam o partido na Esplanada tentam obter uma espécie de salvo-conduto para permanecer no governo mesmo depois que a legenda se bandear para a oposição. Para evitar punições, esses ministros se licenciariam do PMDB.
Governo Dilma congela reforma agrária
Tradicional bandeira do PT, a reforma agrária foi paralisada pela gestão Dilma Rousseff. Desde janeiro de 2015, o governo não realiza desapropriações, para fins de reforma agrária, de terras consideradas improdutivas.
Isso ocorre mesmo com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) tendo enviado no ano passado para a Casa Civil, responsável pela publicação final, 22 decretos para novas desapropriações. Segundo o próprio Incra, as publicações ainda não ocorreram porque a Casa Civil precisa antes consultar outros órgãos do governo. Essa metodologia foi estabelecida por um decreto baixado pela gestão Dilma em dezembro de 2013, que tornou mais lento o processo.
Dilma teme que PP, PR e PSD sigam PMDB na debandada do governo
Aliados da presidente Dilma Rousseff temem um "efeito manada" sobre a base do governo caso o PMDB confirme o rompimento com o Planalto em reunião de seu diretório nacional na próxima terça (29). Os mais afetados tendem a ser PP, PR e PSD. O governo dá como certa a saída do PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, da base. Nas contas do Planalto, a ala rebelde do partido é agora majoritária e deve sacramentar a ruptura da aliança com o PT.
Da voz das urnas à voz das ruas
Com Nelson Rodrigues aprendi a valorizar as coisas óbvias. Uma delas: há sempre lições a colher em todo tipo de experiência humana. Das boas às ruins. Por exemplo, na presente quadra nacional de tanto acirramento de ânimos (pra não dizer de faca nos dentes), chama a atenção um fato positivo, qual seja, o mais frequente gozo do direito de reunião para imprimir a ele um sentido eminentemente político. Altruístico.
Gasto com 980 mil servidores é igual ao de todo o INSS
Em 2013, houve quem pensasse que o nó financeiro da previdência pública federal estava finalmente desfeito. A presidente Dilma Rousseff sancionara a lei que criava a Funpresp, a Fundação de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais, responsável pela criação dos fundos de previdência complementar para os novos servidores. O nó, porém, permanece bem atado. Apesar de o gasto com o pagamento de aposentadorias e pensões ter arrefecido, permanece elevado e, com a crise, pode se tornar impagável.
Os 7 crimes de Dilma - istoé
Na terça-feira 22, a presidente Dilma Rousseff proferiu o seu mais inflamado discurso desde o início da crise política. O pronunciamento apoiou-se no pretenso argumento de que até agora ela não cometeu crime algum e que, por isso, estaria sendo vítima de um golpe contra a democracia. “Não cometi nenhum crime previsto na Constituição e nas leis para justificar a interrupção do meu mandato. Neste caso, não cabem meias palavras: o que está em curso é um golpe contra a democracia”, afirmou Dilma.
Estimulado por Dilma, Boulos promete incendiar o país se houver impeachment
Ulalá! Ao ler uma reportagem do Estadão desta quarta-feira, fiquei com a impressão de que foram Dilma e as esquerdas que colocaram 3,5 milhões de pessoas nas ruas do domingo retrasado. Mais: fui apresentando a um país em estado pré-insurreição e aprendi que o líder da revolução se chama Guilherme Boulos, que, como antevi há tempos, usava o tal MTST apenas como plataforma inicial de sua carreira política. Agora ele é apresentando também como coordenador da Frente Povo Sem Medo.
PMDB aborta ação de Lula e Renan pelo adiamento da reunião sobre rompimento
Vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer abortou no início da noite desta terça-feira uma articulação para adiar o encontro do diretório nacional que pode selar o rompimento do partido com o governo Dilma Rousseff. A reunião está marcada para a próxima terça-feira (29). Acionado por Lula, o presidente do Senado, Renan Calheiros, deflagrou um movimento pelo adiamento do diretório para 12 de abril. Temer decidiu que não haverá protelação.
O diretório nacional do PMDB foi convocado na semana passada, a pedido de 14 diretórios estaduais do partido. Pelo estatuto da legenda, bastava o apoio de nove Estados. Isso aconteceu depois que a convenção nacional da legenda, reunida em Brasília no dia 12 de março, decidiu por aclamação que o diretório analisaria a proposta de rompimento com o governo “em até 30 dias”.
Nesta terça, após ouvir apelos de Lula pela permanência do PMDB no bloco de apoio a Dilma, Renan saiu-se com a ideia do adiamento para 12 de abril, dia em que venceria o prazo de “até 30 dias'' fixado pela convenção. Ao farejar o cheiro de queimado, um grupo de cerca de três dezenas de deputados foi a Temer para exigir que a data da reunião do diretório fosse mantida. Temer respondeu que, não havendo a concordância dos signatários da convocação, o encontro ocorrerá na próxima terça, como previsto.
Além da conversa com Lula, da qual também participou José Sarney, Renan esteve com Dilma. A tese do adiamento já havia seduzido os líderes do PMDB no Senado e na Câmara, Eunício Oliveira e Leonardo Picciani, respectivamente. Aderiram também à articulação os sete ministros que representam o PMDB na Esplanada. Eles estiveram com Temer na tarde desta terça, logo que o vice-presidente chegou de São Paulo.
No início da noite, Temer mandou avisar aos ministros que descartara a hipótese de protelar a decisão sobre o rompimento. O aviso chegou quando os ministros estavam reunidos no gabinete de um deles, Celso Pansera, da Ciência e Tecnologia.
“Eles estão apavorados, sabem que a maioria do PMDB deseja o rompimento. Por isso querem adiar a reunião do diretório, para ganhar tempo'', disse o deputado baiano Lúcio Vieira Lima, um dos peemedebistas que foram pedir a Temer que mantivesse a data de 29 de março. “Não aceitamos adiamentos'', prosseguiu. “Alegam que o partido ficará dividido. Ora, o adiamento não fará desaparecer a divisão. O que interessa é o resultado. Não há mais espaço para recuos.''
Terça-feira, 22 de março, o dia em que bateu o desespero no governo Dilma
Após mais um encontro com juristas que apoiam o governo, a presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (22), em discurso no Palácio do Planalto, que não renunciará ao mandato. “Não cometi nenhum crime previsto na Constituição e nas leis para justificar a interrupção de meu mandato. Neste caso, não cabem meias palavras: o que está em curso é um golpe contra a democracia. Eu jamais renunciarei”, disse Dilma. “E eu posso assegurar a vocês que eu não compactuarei com isso. Por isso, não renuncio em hipótese alguma.” Dilma recorreu sem meias palavras ao aviso devido à aceleração de fatos negativos para seu governo.
Wagner desmente Dilma e voa sozinho em jato da FAB
Um dia depois de ser empossado no novo cargo de ministro-chefe do Gabinete Pessoal da presidente da República, Jaques Wagner desmentiu palavras da chefe Dilma Rousseff. Conforme registros oficiais, Wagner fez a Força Aérea Brasileira (FAB) decolar neste fim de semana, por duas vezes, jatinhos apenas para ele viajar entre Brasília (DF) e Salvador (BA), onde mora. O ministro embarcou sozinho para casa na noite de sexta-feira e voltou à capital federal, também em voo privê, na manhã de domingo. O motivo declarado: razões de "segurança" - algo incomum nos registros da Aeronáutica, embora dentro das regras do governo.
Na quinta-feira, Jaques Wagner não chegou a tempo de participar da cerimônia de posse ao lado do ex-presidente Lula, seu substituto na Casa Civil. No evento, receberia um cargo inédito, criado para que ele, também citado na Operação Lava Jato, mantivesse o foro privilegiado depois de ceder lugar a Lula. A posse foi antecipada pelo Palácio do Planalto, e Wagner estava em Salvador. Com o constrangimento, Dilma justificou na cerimônia que ele teve um contratempo e se atrasou porque "só andava em avião de carreira" e não viajava em jatinhos do Grupo de Transporte Especial da FAB.