Dois passos e um longo caminho
O Estado de S.Paulo
02 Outubro 2017 | 05h00
Como é cada vez mais remota a possibilidade de o Congresso realizar uma verdadeira reforma política, é até possível entender como um avanço a aprovação pela Câmara da proposta que acaba com as coligações em eleições proporcionais a partir de 2020 e estabelece uma cláusula de desempenho para o acesso ao Fundo Partidário e ao horário eleitoral. De toda forma, impressiona a capacidade do Legislativo de retardar uma melhora efetiva do sistema político, pois, mesmo quando caminha em sentido correto, parece fazer de tudo para atrasar sua implantação, como no caso do fim das coligações, ou afrouxar seus bons efeitos, diminuindo a taxa mínima de desempenho dos partidos. Cabe agora ao Senado ser diligente, já que, para a cláusula de barreira valer nas eleições de 2018, os senadores precisam aprová-la, em dois turnos, até o dia 7 de outubro.
Lula virou uma virtude com os glúteos na vitrine
Até agora, sem uma defesa técnica convincente, Lula vinha enfrentando seu calvário criminal acorrentado ao enredo-procissão. Nele, a divindade percorre sua via-crúcis, cabendo aos devotos gritar “amém” e denunciar os ímpios que tentam crucificar o político mais honesto que o espelho já conheceu. Mas a conversão do discípulo Antonio Palocci à Lava Jato fez de Lula uma espécie de virtude com os glúteos expostos na vitrine.
Datafolha: Após Moro, Palocci e recibos, cresce vantagem de Lula. Só idiotas se surpreendem
Folha traz pesquisa na edição deste domingo. Os tontos e as tontas ainda não perceberam que Lula já não tem mais nada a perder. Se perder a liberdade, há o risco, ainda assim, de ganhar...
Por: Reinaldo Azevedo
Publicada: 30/09/2017 - 20:50
Só para lembrar, antes de tudo: no dia 17 de fevereiro escrevi a seguinte frase na coluna da Folha: “Se todos são iguais, Lula é melhor”. Eu advertir para o fato que de que a Lava Jato e a direita xucra estavam ressuscitando Lula como opção eleitoral. Agora vamos seguir.
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Metade dos brasileiros oscila entre um condenado e um defensor da ditadura
Quando olha para 2018, o eleitor brasileiro enxerga um enorme passado pela frente. Segundo o Datafolha, a preferência de metade do eleitorado (51%) oscila entre um condenado por corrupção e um defensor da ditadura militar. Lula, o sentenciado, lidera a sondagem com um percentual mínimo de 35%. Ele é seguido à distância por Jair Bolsonaro, o apologista da farda, que emerge da pesquisa com um piso de 16% das intenções de voto.
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Lula lidera cenários para 2018 mesmo após condenação, diz Datafolha
A um ano da eleição de 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mantém na liderança da corrida presidencial, com vantagem significativa sobre os principais adversários, segundo nova pesquisa do Datafolha. O petista, condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro, tem pelo menos 35% das intenções de voto nos cenários testados.
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