FHC diz ter medo de Bolsonaro porque deputado 'tem a possibilidade de poder'
Cláudia Trevisan / CORRESPONDENTE, O Estado de S.Paulo
16 Novembro 2017 | 22h18
Washington - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta quinta-feira, 16, que não pode descartar a possibilidade de o Brasil repetir a experiência italiana depois da Operação Mãos Limpas e eleger um presidente de direita similar a Silvio Berlusconi na esteira da Lava Jato. Embora não tenha citado nomes, ele deixou claro que considera o deputado e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) a principal ameaça nas eleições do próximo ano.
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Tucanos chutam aliados, petistas os buscam
Vejam vocês como são as coisas. Quase ao mesmo tempo em que o tucano Bruno Araújo deixava o ministério das Cidades aqui no Brasil, lá longe, na Alemanha, a ex-presidente Dilma Rousseff repetia a, por assim dizer, generosidade de Luiz Inácio Lula da Silva e, ora vejam, também ela encontrava, como queria Cazuza, um abrigo no peito do seu traidor. Também ela perdoava os golpistas.
Penas para todo lado - ISTOÉ
A fuzarca tomou conta do ninho tucano e sobrou pena para todo lado. Os caciques não se bicam. De FHC, que começou a semana criando uma celeuma por conta de um artigo divulgado sem combinar com os russos da legenda, a Tasso Jereissati e Aécio Neves, que terminaram a semana num bate-boca público. Com o partido cada vez mais rachado, as brigas internas já viraram rotina. As correntes da legenda compõem uma miríade de interesses. Uma ala dos tucanos pede o desembarque imediato do governo de Michel Temer. Outra, quer a permanência em cargos no Executivo. Há também os que concorrem pela presidência da legenda. O pano de fundo é outra refrega: em jogo a candidatura ao Planalto ano que vem. A disputa é cruenta. Na prática há um novo ninho, e um novo clima, ainda dominado por um bloco de caciques disposto a repetir velhas fórmulas de poder que não vingaram.
Alckmin se lança a 2018: ‘A caravela vai partir…’
Na convenção do PSDB de São Paulo, neste domingo, Geraldo Alckmin discursou como se lançasse sua candidatura presidencial. Fez pose de navegador português: “A caravela vai partir. As velas estão pandas de sonho, aladas de esperança. E eu não tenho dúvida. Logo, logo, mais à frente, quem estiver colocado no alto da gávea vai poder bradar: Alvíssaras, meu capitão. Terra à vista! Terra da justiça, da liberdade. Dá-lhe, tucano!”
Golpe de Itararé - folha de sp
Intenso e insistente por ocasião do impeachment, parece entrar agora em declínio o artifício retórico de que a deposição de Dilma Rousseff (PT) não passava de um golpe promovido pelas elites, a romper com o ciclo democrático regido pela Constituição de 1988. Foi, de resto, em estrita obediência aos princípios daquele texto que se deu o processo de afastamento da petista. Como é notório, as instituições políticas e as liberdades fundamentais não sofreram abalo desde então.