Duas falsas narrativas
SERGIO FAUSTO*, O Estado de S.Paulo
19 Novembro 2017 | 03h00
Na disputa político-eleitoral brasileira se destacam, até o momento, duas narrativas. Ambas falsas. De um lado, a vitimização de Lula. De outro, a normalização de Bolsonaro. A primeira consiste em transformar o ex-presidente em alvo de uma conspiração armada pelas “elites” para levá-lo à condenação judicial e à inabilitação eleitoral. “Elites”, como sabemos, é uma figura de retórica deliberadamente imprecisa com a qual o PT joga segundo as suas conveniências (não me lembro de o termo ter sido empregado para designar empreiteiras ou frigoríficos amigos do rei). A segunda narrativa reside em travestir de liberal convicto um político notório por declarações e projetos de lei que nada têm que ver com o liberalismo, nem econômico, muito menos político.
'Povo não tem que pagar Imposto de Renda sobre salário', afirma Lula
Ricardo Galhardo, O Estado de S.Paulo
18 Novembro 2017 | 16h02
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência, disse neste sábado, 18, em Diadema, região do ABC, que “salário não é renda” e, portanto, o “povo” não deve pagar Imposto de Renda sobre seus vencimentos. Para o petista, a tributação deve recair sobre os “ricos”.
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Para onde caminha a sucessão
O quadro sucessório brasileiro, a um ano da eleição, apresenta sinais de esquizofrenia latente por obra e força das circunstâncias. Do ambiente de degradação econômica, ainda predominante, ao vendaval de mazelas políticas, passando pela falta de melhores opções disponíveis, tudo é motivo para o flerte com alternativas radicais.
Políticos fundaram o MFP, Movimento Fora Povo
Os políticos brasileiros fundaram o MFP, Movimento Fora Povo. Todas as pesquisas de opinião informam que a corrupção está na lista dos problemas que mais inquietam o brasileiro. A Lava Jato animava a plateia com a perspectiva de igualar todos os transgressores perante a lei. De repente, o vendaval que ameaçava os corruptos foi substituído pela mesma velha brisa de sempre —a brisa da impunidade.
Adeus aos salvadores da Pátria
*Fernando Gabeira, O Estado de S.Paulo
17 Novembro 2017 | 03h02
De passagem pelo Brasil, um dirigente espanhol do Podemos, Rafael Mayoral, afirmou que a esquerda não vai salvar as pessoas e o essencial é fortalecer a sociedade para que ela possa controlar qualquer governo no poder. Não vi o restante do seu discurso. Mas até onde li, concordo. De certa forma, tenho usado esse argumento com novos grupos que querem a mudança no Brasil.