Sem Copa, campanha ganha fôlego para o mata-mata das urnas
Assim como o ano no Brasil começa na prática depois do carnaval, a campanha eleitoral inicia-se para valer após a Copa do Mundo. Enquanto a boa seleção francesa leva a taça para Paris, o cenário político por aqui sairá da discussão de bastidores para se tornar realidade.
Convenções partidárias serão realizadas até o começo de agosto, os presidenciáveis definirão os vices e siglas menores terão de escolher o caminho para encarar o mata mata.
O impressionante em 2018 é que, a menos de três meses do primeiro turno, qualquer previsão sobre resultado não passa de especulação ou torcida. Blefa quem afirma com convicção os nomes dos presidenciáveis que estarão no segundo turno.
Hoje é fácil apostar que Jair Bolsonaro (PSL) vai para a final com Ciro Gomes (PDT) ou Marina Silva (Rede). As pesquisas mostram isso.
Não se pode subestimar, no entanto, o potencial que um candidato do PT, apoiado por Lula na prisão, terá na campanha. A candidatura do ex-presidente é um delírio de petistas, mas o substituto a ser escolhido pela legenda terá protagonismo patrocinado pelo percentual considerável que Lula mantém no eleitorado.
Favorito a assumir o posto e com desempenho pífio nas últimas pesquisas, o ex-prefeito Fernando Haddad pode crescer e atrapalhar muito a vida de Ciro e até mesmo de Marina, que perdeu capilaridade nos eleitores de esquerda desde 2014.
Estacionado e sob pressão do PSDB, Geraldo Alckmin tem tempo para buscar sair do marasmo em que se encontra e se posicionar no jogo, sobretudo se conseguir um conjunto de alianças capaz de garantir um espaço relevante na TV.
O mesmo não vale para Henrique Meirelles (MDB). Por mais que o partido de Michel Temer insista no candidato de 1%, não há fator favorável que possa impulsionar o ex-ministro.
Restam pré-candidatos nanicos e o apetite das siglas do fisiológico centrão. O DEM flerta cada vez mais com Ciro, o que não é nada bom para Alckmin. E o PR ainda titubeia para dizer “sim” a Bolsonaro no altar.