Explicações de Lula sobre triplex não têm nexo
A deflagração da 22ª fase da Lava Jato deixou Lula irritado. Em nota, ele reclamou da “tentativa de envolver seu nome em atos ilícitos.” O problema é simples de resolver. Se não quiser ser importunado, basta que o ex-presidente demonstre que não é o dono do triplex número 164 A, do edifício Solaris, no Guarujá. Sua assessoria já tentou várias vezes desvincular Lula do imóvel. Mas falta às explicações oficiais algo essencial: nexo.
Batizada de Triplo X, a nova fase da Lava Jato apura a suspeita de que a empreiteira OAS usou apartamentos do agora célebre edifício do Guarujá para camuflar o pagamento de propinas extraídas da Petrobras. Entre eles o triplex que Lula diz não possuir. Vão abaixo as perguntas que o morubixaba do PT já poderia ter respondido:
Tempestade perfeita na saúde - Guilherme Boulos
O caos na saúde não é propriamente uma novidade no Brasil. Mas este início de 2016 parece superar todas as expectativas. O surto do zika vírus, trágico por si, encontrou um Ministro da Saúde despreparado e capaz de pérolas como "vamos torcer para que mulheres antes de entrar no período fértil peguem o zika". A indicação, na contramão da Reforma Psiquiátrica, do ex-diretor do maior manicômio privado da América Latina, Valencius Wurch, para a Coordenação da Saúde Mental do Ministério e o fechamento das UPAs e hospitais no Rio de Janeiro, por falta de verba, dão as cores da paisagem. O quadro é desastroso.
Na hora que a crise estoura aparece, enfim, a discussão das responsabilidades. De tanto ser repetida, já tornou-se senso comum a tese de que o problema do SUS é de gestão: sobrariam recursos, faltaria competência administrativa.
Ei, a crise é muito grave mesmo
"Por incrível que pareça, muita gente no Brasil parece não ter ainda consciência do que se passa no nosso cotidiano: preços mais altos, amigos e conhecidos desempregados, salários atrasados, lojas fechando, obras paralisadas, restaurantes mais vazios e por aí vai. A gravíssima crise econômica e financeira pela qual passa o país está à vista de todos", escreve o colunista do 247 Hélio Doyle; para o jornalista, "o governo tem a obrigação de sair da paralisia medrosa e apresentar suas propostas para enfrentar a crise. O Congresso tem a obrigação de decidir logo se vai continuar com um bandido presidindo a Câmara e se vai ou não destituir a presidente da República. O Poder Judiciário tem de voltar das imerecidas férias disposto a fazer horas extras para tomar as decisões que vão desatar os nós que ficam dependendo de suas excelências. A população tem de entender que o momento pelo qual passa o mundo, o país, cada estado e cada município, não comporta reivindicações irreais" BRASIL 247
A fórmula da impunidade
Depois de dois anos de investigações, com a oitiva de nada menos que 300 testemunhas e a mobilização de um grande aparato policial e judicial, a Polícia Civil de São Paulo conseguiu indiciar apenas sete pessoas pelo vandalismo protagonizado pelo grupo “black bloc” nas manifestações de 2013 e de 2014. O resultado, a despeito de haver carradas de evidências contra muitos outros criminosos que participaram da baderna, significa que os tais “black blocs” descobriram a fórmula perfeita da impunidade: quem quiser continuar livre depois de cometer atentados contra o patrimônio da cidade de São Paulo e de atormentar violentamente a vida dos moradores só precisa agir em bando e cobrir o rosto com uma máscara.
Essa fórmula só funciona plenamente numa cultura em que as autoridades responsáveis pela segurança pública hesitam na hora de exercer seu papel, talvez temerosas de que uma ação mais enérgica contra os vândalos possa causar prejuízos à imagem do governo. Numa época em que o cumprimento da lei é cinicamente confundido com a repressão típica dos tempos da ditadura, confusão esta que conta sempre com ampla repercussão nas redes sociais da internet, a tibieza do poder público e sua submissão a interesses eleitoreiros prevalecem ante a necessidade de fazer valer os direitos do conjunto da população.
Crise brasileira é da petulância nacional, não negócio da China
Fazer analogias para entender o que se passa com China, ou por causa dela, é tarefa fácil. Complicado mesmo é prever a dimensão do estrago que a cambaleada do país asiático pode provocar na economia mundial. É a incerteza que incita a doidice nos mercados financeiros, não os fatos. Os dados sobre o enfraquecimento do dragão chinês são controlados pelo governo, ninguém consegue saber exatamente o que pensam os dirigentes do país, ou o que pretendem fazer. Aliás, eles não têm essa preocupação de trabalhar as expectativas do resto do mundo. Com caixa de mais de US$ 3,3 trilhões de reservas internacionais, a China está optando por gastar os tubos para tentar segurar a boiada, em vez de ter que dar transparência ao problema.
Ciro está com maturidade para voltar ao ringue político nacional?
Com o título “Ciro, Presidente”, eis artigo do advogado Reno Ximenes. Ele destaca qualidades do ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes para a presidência da República.
O Ciro demonstra ser um raro gênio da política do Brasil, quando emerge no cenário nacional, recorrendo apenas da sua inteligência, chegando ao pé de igualdade, sozinho e com poucas fichas, em meio a líderes antigos, sustentados por meros discursos messiânicos ou pela oligarquia financeira brasileira.
Um político que não se protege na hipocrisia, para corresponder a expectativa populista dos vulneráveis, fonte de poder dos políticos comuns. Poderá ser o futuro Presidente da República, asseguro, sem qualquer exercício de bajulação, bairrismo ou irracionalismo político.