Bolsonaro diz que tem acordo para votar excludente de ilicitude
04 de fevereiro de 2021 | 16h17
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 4, que tem “acordado” com os novos presidentes da Câmara e do Senado colocar em votação o projeto que cria o excludente de ilicitude nos casos em que policiais em serviços participarem de mortes. O presidente também disse que pretende editar três novos decretos sobre armas.
“Pretendo botar em votação, já acordado, conversado, com os presidentes da Câmara e do Senado, e vai passar pelo Parlamento, o excludente de ilicitude para policiais em operação”, afirmou o presidente, durante a inauguração de um complexo esportivo em Cascavel (PR).
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“O policial em operação tem de ter uma garantia, e quem manda as Forças Armadas para as ruas sou eu. Quem bota o policia na rua é o governador Ratinho (Jr., governador do Paraná). Nós temos de ter responsabilidade. Se ele está armado na rua, é porque nós colocamos as armas nas mães deles.”
Bolsonaro já havia dito, em dezembro, que enviaria o projeto após as eleições no Congresso. Na segunda-feira, 1º, Arthur Lira (Progressistas-AL) foi eleito presidente da Câmara, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado. Ambos tiveram apoio do presidente.
O excludente de ilicitude chegou a integrar proposta do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, mas o item foi retirada do texto final do pacote anticrime. Para o presidente, o Parlamento saberá aperfeiçoar a medida. “Homens sérios, honestos, chefes de família, trabalhadores, não podem após o cumprimento da missão, receber a visita do oficial de justiça para começar a responder um inquérito, ou até mesmo receber uma ordem de prisão preventiva”, disse Bolsonaro.
Sobre a questão do armamento e os três decretos que pretende editar, Bolsonaro disse à plateia presente que “arma é um direito de vocês”. “A arma evita que um governante de plantão queira ser ditador. Eu não tenho medo do povo armado, muito pelo contrário, me sinto muito bem, estar ao lado do povo de bem armado no nosso Brasil”, disse Bolsonaro.
O presidente, que tem feito críticas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a dizer que o governo federal “não aumentou em nada os impostos, diferente de um Estado ali do lado”. Em janeiro, conforme reforma fiscal administrativa e fiscal do Estado, a Assembleia paulista autorizou a revogação de benefícios fiscais em diversos produtos, com exceção de alimentos e remédios da cesta básica. /COLABOROU FABIO DONEGÁ, ESPECIAL PARA O ‘ESTADÃO’
Vitória de Lira atrapalha construção de alternativa de centro para 2022, diz presidente do Cidadania
04 de fevereiro de 2021 | 14h15
O ex-deputado Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania, admitiu ao Estadão que a eleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara – em uma derrota de Baleia Rossi (MDB-SP) e do ex-presidente da casa Rodrigo Maia (DEM-RJ), que não conseguiu eleger o emedebista como seu sucessor – causou um desarranjo na articulação de centro que vem sendo formada tendo em vista a disputa presidencial de 2022. O bloco conta com a hipótese da candidatura do apresentador Luciano Huck, possivelmente pelo Cidadania.
"Esse processo que estava existindo do ponto de vista de 2022 – discussões sobre alternativas, que tipo de articulação e de aliança que estava surgindo – isso mudou, sofreu um retrocesso, claro. O que ocorreu com o DEM e com o PSDB gerou problemas para o PSDB, para o DEM, para a articulação do Huck, para setores da esquerda que também tiveram problema", afirmou. "Foi desconstruído um pouco do que você já tinha acumulado, vai ter que ser retomado."
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Como que o sr. avalia o episódio de segunda-feira no Congresso?
O episódio dessa eleição (para as presidências da Câmara e do Senado) foi superdimensionado, com uma certa razão porque se assumiu uma disputa da oposição com o Bolsonaro. Muda uma correlação de forças do Congresso – é verdade. Da uma sinalização de que o Executivo e o presidente Bolsonaro rearticularam forças políticas. Mas não tem o dom de mudar a realidade e o processo que estamos vivenciando. Continuamos tendo um presidente negacionista no combate à pandemia. Temos um presidente e um ministro da Fazenda ineptos e incompetentes no enfrentamento da crise econômica produzida pela pandemia. E não muda toda a expectativa que começa a surgir na sociedade de que talvez seja melhor um impeachment encurtando o mandato de Bolsonaro.
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A executiva do Cidadania aprovou apoio ao impeachment. Há mais etapas?
Vamos ter uma reunião do diretório nacional para confirmar essa posição de que a luta pelo impeachment é uma luta correta e que devemos implementá-la. Os dados e os sinais são evidentes: para o Brasil, é melhor encerrar esse governo do Bolsonaro do que continuarmos com ele porque os prejuízos para a sociedade são muito maiores. Para decidir uma posição dessas, a executiva resolveu submeter ao diretório, para envolver o conjunto partidário. O mesmo aconteceu com Dilma, foi uma decisão do diretório nacional. Desde Collor. A gente saiu na frente propondo o impeachment quando foi publicado na Revista Veja a denúncia do irmão. Foi até instalada uma CPI que ajudou.
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A oposição afirma que, por mais que um impeachment seja traumático, é o menor dos males.
Só há impeachment quando a sociedade começa a ter o sentimento de que é melhor parar o governo. E qual o sentimento que foi transmitido para essa nova geração que está no País? É o sentimento de que, com Itamar Franco e com Michel Temer (vices que assumiram após processos de impeachment), houve uma melhora para o Brasil em relação a Fernando Collor e Dilma Rousseff (presidentes que perderam o cargo). Se a gente tivesse tido desastres dos governos Itamar e Temer, talvez não estivéssemos hoje pensando que é melhor deixar um vice assumir no lugar de um governo irresponsável, negacionista e charlatão.
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Charlatão?
Sim, Porque vendeu para o País o absurdo da cloroquina e se despreocupou com a vacina. Até nos EUA, que não teve grande quantidade de imunização ainda, já mostra sinais de que diminuiu a contaminação e a hospitalização. O presidente brasileiro negou a ciência, negou a vacina, obstacularizou o Instituto Butantan e as relações do Brasil com o mundo. Tem a questão criminosa de ter conhecimento (de que iria faltar oxigênio no Amazonas) e não tomar atitude. Então você vê brasileiros morrerem por falta de oxigênio em hospital e ele ainda diz: "Não é responsabilidade minha". Então para que é presidente? "Ah, é (culpa) do corrupto do governador do Amazonas". O governador corrupto que vá para a cadeia, mas você, como presidente, sabendo que faltava, que tinha que tomar atitude. A discussão do impeachment se impõe. Mas não é para agora e não é para ser feita no Congresso, até porque a resposta que a gente pode ver é que o Congresso agora está vinculado ao Bolsonaro. Mas a sociedade pode discutir isso e, depois, o Congresso muda de posição.
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A pandemia não dificulta manifestações de rua?
Sim, claro. Mas por outro lado, se não tivesse pandemia, não teríamos o desastre que é esse governo Bolsonaro. Se tem esse efeito de provocar a indignação, traz a dificuldade de você expressar isso nas ruas. É um obstáculo e para isso existe a luta. As manifestações são pequenas e algumas problemáticas porque seria uma irresponsabilidade convocar aglomeração, mas já começa a ter carretas. O problema é que aqueles que são à favor (do impeachment) ficam achando que tem que fazer aqui e agora. Tem que ter calma. Ninguém sabe como vai acontecer esse processo, mas que ele está sendo discutido, não tenha dúvida. Grande parte de toda essa articulação que o Bolsonaro fez – inclusive com esse toma lá, da cá absurdo de quase R$ 3 bilhões prometidos para ganhar a presidência da Câmara e do Senado – foi porque isso é um ensaio para quando ele for impedir que um impeachment ocorra, mesmo com a sociedade se manifestando. Ele está na luta.
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O Cidadania aguarda a filiação do Huck?
Esse processo que estava existindo do ponto de vista de 2022 – discussões sobre alternativas, que tipo de articulação e de aliança que estava surgindo – isso mudou, sofreu um retrocesso, claro. O que ocorreu com o DEM e com o PSDB gerou problemas para o PSDB, para o DEM, para a articulação do Huck, para setores da esquerda que também tiveram problema. Alguns partidos com dissidências internas (na votação para a presidência da Câmara), tudo isso. Você teve aí uma certa desconstrução. Foi desconstruído um pouco do que você já tinha acumulado, vai ter que ser retomado. Precisa ver o rescaldo desse episódio para começar a saber como você vai retomar. Há algumas questões muito complicadas, inclusive no DEM, com o processo que você teve de um certo constrangimento em relação a Rodrigo Maia, que era um dos líderes dessa articulação. Então como isso vai ficar?
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Como vai ficar?
Tem que dar tempo ao tempo para ver. Vai ter que refazer alguns contatos, algumas articulações. Mas não vamos ficar imaginando que seja bicho de sete cabeças e que acabou. Me vem à cabeça o tempo de luta do MBD contra a ditadura. De vez em quando, quando você sofria uma grave derrota, alguns entravam em processo de desespero, falavam em dissolver o partido ou até em ir para a luta armada. Quando acontecia esse tipo de derrota, era necessário ter um esforço maior ainda para se manter na luta. Agora a oposição a Bolsonaro tem que dizer: "Temos que continuar a luta pelo impeachment".
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E especificamente do Huck?
A luta para construir essa alternativa para 2022 é paralela. Não se luta em uma frente não, são várias: crise ecocômica, pessoas contrárias à vacina… Junta a isso a luta de discutir candidaturas e a luta do impeachment.
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Mas o Huck não tem um prazo para dizer à emissora dele se vai ser candidato ou não?
Mas isso não é para agora não, tem tempo. Ele tem tempo para analisar tudo isso. Para analisar, depois desse desarranjo ocorrido, como que a gente vai arranjar de novo.
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Mas o Huck não tem até março para avisar à emissora?
Não. Não tem prazo decidido, não. Ele que vai dar o prazo dele, eu tenho a impressão. O Prazo foi dado, mas ele tem o prazo dele. Até porque ele tem que analisar, não é imposição do seu empregador não. Aquilo ali é um prazo limite que foi dado pela empresa, mas quem define o seu prazo é ele. Dentro disso ele vai decidir se é agora, se é mais adiante. É o problema de análise que vai ter que fazer. Esse episódio exige que a gente faça uma avaliação de que precisamos rearranjar alguma coisa, porque houve um certo desarranjo. Mas o processo continua também nessa hipótese da candidatura do Luciano Huck e o Cidadania continua firme imaginando que essa pode vir a ser a grande alternativa para derrotar tanto o Bolsonaro quanto qualquer retrocesso de uma volta ao lulismo.
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Depois do que aconteceu essa semana, nem se fala da possibilidade de o Huck ir para o DEM, certo?
Olha, nem se falava antes. Isso era muita especulação da imprensa. Posso reafirmar, não tinha nenhuma discussão sobre partido, foi pura especulação. A única especulação correta era que ele ainda não tinha decidido. Com o que ocorreu essa semana com o DEM, tem que reavaliar qual é a posição dele. O DEM demonstrou que tem várias alternativas para ele... O DEM, com essa postura que adotou, você pode até admitir que ele tenha uma relação com Bolsonaro. E nós somos oposição a Bolsonaro. E Huck é. Não vamos ficar pensando que o episódio tenha apenas efeito interno (do partido), não. Tem impacto na política em geral. Mas isso não muda a realidade de um dia para o outro. A oposição continua firme contra o governo.
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Como vê o papel de Maia na articulação para 2022?
Não tenho dúvida que ele vai estar nessa articulação. Não será aliado nem do Bolsonarismo e nem do Lulismo. Vai estar no campo que se opõe a esses dois polos, criando um outro polo que agregue forças, social-democrata, de esquerda democrática, liberais e direita democrática – que diminuiu de tamanho com essa desorganização que aconteceu no DEM. Mas temos que discutir (a alternativa de centro) e Rodrigo Maia estará nessa articulação. Agora, para onde ele vai, se permanece (no DEM) ou não, é com ele mesmo. Ele tem várias alternativas.
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Paulo Hartung afirma que Huck é de centro-esquerda. É?
Com essa confusão hoje por conta do processo de transição do processo industrual para digital, todas essas referências políticas de direita, esquerda e centro estão um pouco confusas. Você tem forças de esquerda que na sociedade industrial eram vanguarda e que hoje passam a ser reacionárias. Todas as mudanças estão exigindo novas instituições, nova regulação... E, no Brasil, há um setor da esquerda que é contra (a nova regulação). Contra um mundo que se globaliza, contra o multilateralismo. E eles se confundem inclusive com a extrema direita. Então dizer que fulano é isso ou aquilo… Ele pode se auto-referenciar, mas as referências são perdidas. Nós temos que nos preocupar com os empregos que vêm, não com os que estão acabando. Eu digo que Huck é uma pessoa que está olhando para o futuro. Ele pensa em uma sociedade em que o Brasil precisa voltar a ter relevância no mundo globalizado, digital, do futuro. Não pode ser candidato pensando em relações do passado, em ser esquerda ou direita do passado. Ele tem que ser um progressista, sem dúvida alguma, alguém que tem que combater a desigualdade, mas tem que olhar para o futuro. Não pode ficar prisioneiro de contradições do passado, como faz Bolsonaro, que transforma o Brasil em pária nesse mundo global.
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Huck está no campo progressista, então?
Claro, sem dúvida alguma. Por isso que estamos com ele. Hoje, se fizermos o que fazíamos no passado ou pensarmos como pensávamos no passado, somos reacionários. Esse entendimento o Huck tem por causa de sua geração e sua compreensão de mundo.
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Há espaço para Sérgio Moro e João Doria no centro?
Olha, tem. Como tem espaço para a esquerda democrática. Não tenho dúvidas de que, qualquer um desses que chegar ao segundo turno (nas eleições presidenciais de 2022) contra o bolsonarismo e o lulismo, você terá todos eles juntos.
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Como que avalia que ficará a situação do Fernando Cury?
O que ele praticou, não tem ninguém que o absolva. Foi um ato que merece repúdio geral. Agora, a punição vai caber ao diretório nacional nos termos do estatuto. Estamos aguardando derrubar uma liminar que ele conseguiu (segundo a qual Cury estava sendo impedido de se defender) tentando impedir que nós tomássemos a nossa decisão, como se nós fossemos um tribunal. Nós somos um partido político. A nossa função não é julgá-lo e condená-lo, isso cabe ao tribunal. O que cabe a nós é julgar um atentado aos princípios do partido e tomar as suas medidas previstas no estatuto. Não estamos prendendo ninguém, não. Então, nesse momento, a Justiça está impedindo o partido de tomar uma decisão política que lhe cabe. É um incômodo nós ainda não termos conseguido resolver esse problema. O partido foi maculado e precisa ter formas de agir que estão paralisadas. Não é a Justiça que tem que decidir o que é que politicamente a gente tem que fazer.
Carlos Felipe critica disputa política em torno de medidas para conter pandemia
Deputado Carlos FelipeFoto: Edson Júnio Pio
Carlos Felipe disse que tudo começou com a discussão sobre a importância do isolamento social, o que, segundo ele, já se tornou um consenso. O deputado também comentou sobre as formas de tratamento precoce, inicialmente defendidas por muitos de seus colegas e inclusive por ele mesmo. No entanto, no decorrer do ano, Carlos Felipe destacou que mais de 90 mil trabalhos científicos foram apresentados no mundo todo e demonstraram a ineficácia desses medicamentos.
“E aconteceu, por exemplo, a cloroquina. Infelizmente, defendida por alguns médicos conceituados, mas que representam a minoria. Praticamente a totalidade dos médicos do Hospital São José já se orienta pela Sociedade Brasileira de Infectologia, por essas novas normas onde não se preconiza mais a azitromicina, a ivermectina e nem a cloroquina”, destacou.
Para Carlos Felipe, há um direcionamento a nível nacional equivocado em relação às vacinas, como a teorização de que tudo o que vem da China é ruim. Ele lembrou que o princípio ativo da vacina de Oxford também vem da China. “Isso também caiu um pouco por terra. Quer dizer, a politização atrapalhando o sistema”, apontou.
O parlamentar avaliou ainda a situação da crise sanitária no Ceará. Carlos Felipe informou que tem havido um aumento considerável no número de pacientes internados em UTI em Fortaleza, sobretudo no setor privado, atingindo índices de até 80%, e comentou sobre o aumento de atendimentos de pessoas com distúrbios respiratórios nas UPAs. Ele parabenizou a postura do secretário da Saúde do Estado, Dr. Cabeto, no enfrentamento à pandemia, ressaltando sua “transparência, responsabilidade e coragem” em superar os desafios da crise sanitária.
A respeito do decreto do governador Camilo Santana, o deputado acredita que alguns pontos do decreto precisam ser discutidos, mas com bases científicas e responsáveis. Carlos Felipe também defendeu o endurecimento de ações de vigilância para evitar uma segunda onda tão grave como a que está ocorrendo no Amazonas.
O parlamentar elogiou ainda o compromisso do governador em convocar os 2.500 aprovados no concurso da Secretaria da Educação ainda no primeiro semestre de 2021. Carlos Felipe também agradeceu o governador pelo envio da mensagem que fixa o novo piso salarial dos agentes de saúde do Ceará.
“É mais um motivo para gente ser grato e feliz pelo reconhecimento dessa categoria, que foi a grande responsável pela redução da mortalidade infantil e materna e que é o primeiro nível do atendimento do paciente público do SUS. O tão sofrido SUS, que hoje até os neoliberais estão reconhecendo como importante”, pontuou.
Em aparte, a deputada Dra. Silvana (PL) observou que é preciso separar o que é “voz” e o que é “oportunismo político”, acentuando que os deputados precisam atuar como conselheiros do governo. Ela também criticou as restrições de horário impostas pelo decreto do governador. “É questão de geometria básica. Se você restringe horário, você aumenta o número de pessoas”, assinalou.
BD/AT
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Heitor Férrer sugere novas medidas para enfrentamento da Covid-19 no Ceará
Deputado Heitor FérrerFoto: Edson Júnio Pio
Entre as medidas, estão a redução do horário de funcionamento para bares, restaurantes, shoppings e academias, o que vem gerando diversas reações por parte dos empresários e da população cearense.
Para o parlamentar, é natural a reação das pessoas diretamente impactadas pelas restrições, pois trata-se de seu sustento. Porém, ele chama atenção para o fato de que o governador segue as determinações das autoridades sanitárias, buscando evitar o aumento de contaminação e colapso do sistema de saúde estadual. “Nitidamente, os números aumentaram, seja pelas eleições, festas de fim de ano e aglomerações naturais que poderiam ser evitadas. Estamos com número de casos elevados que podem levar ao colapso do sistema de saúde” avaliou.
O deputado mencionou a situação dos terminais de ônibus da Capital cearense como uma demanda urgente para o Governo, além da situação das empresas e trabalhadores do mercado de eventos. “Fui ao terminal antes de chegar na Assembleia e os ônibus continuam lotados. As pessoas estão umas em cima das outras e as máscaras não protegem 100%. Precisa ser aumentada a frota. Temos também o problema da realização de eventos. O governador precisa ajudar, não sei se por meio da redução de impostos ou de outra forma. Mas ele precisa pensar com suas equipes de economia e encontrar uma maneira”, sugeriu.
Heitor pontuou que o decreto, ao reduzir o tempo de atividades de estabelecimentos, pode aumentar a possibilidade de aglomeração, e que o ideal seria um rigoroso sistema de fiscalização do cumprimento das regras recomendadas pelos especialistas em saúde. “A medida da forma que foi colocada impacta de forma muito forte na economia do Estado e isso não é bom. Nunca me coloquei de forma contraria a medidas do governador, pois são tomadas com base em parecer de técnicos. As sugestões que faço aqui são no sentido de tentar reduzir esse contágio”, ponderou.
Em aparte, a deputada Dra. Silvana (PL) apoiou as palavras do colega parlamentar e criticou o fato de que o parque aquático Beach Park continue recebendo um número alto de visitantes e ainda fazendo promoção de ingressos. “Frequentar parque aquático pode, mas fazer casamento só para a família não pode. A população sabe que está tendo lei só para bar e restaurante. Botar lei para funcionar em um âmbito e não no outro não é justo”, reclamou.
O deputado Sérgio Aguiar (PDT) concordou com as observações do deputado Heitor Férrer e sugeriu convidar representantes das empresas de ônibus para debater o aumento das frotas. “Também a questão dos eventos, é preciso uma política pública de auxílio para esses trabalhadores”, assinalou.
Para o deputado Walter Cavalcante (MDB), as sugestões do colega são válidas, pois muitas categorias podem se extinguir por não conseguirem exercer suas atividades. “Essa Casa realmente precisa tratar com as empresas de ônibus e entender o que está havendo”, alertou.
LA/AT
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Érika Amorim destaca campanha de prevenção da gravidez na adolescência
De acordo com a deputada, a Semana, que já consta no Calendário Oficial de Eventos do Estado do Ceará, é fruto do projeto de lei 182/20, de autoria dela, aprovado em agosto de 2020 pela Assembleia, e tem como objetivo disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência.
Érika Amorim salientou que dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o Brasil como um dos países latino-americanos com a maior média na região de bebês nascidos de mães adolescentes.
A parlamentar assinalou que no Ceará essa realidade também é alarmante. “Somente em Fortaleza, em 2019, foram registrados 4.324 nascimentos de crianças de mães, com idade entre 10 e 19 anos, residentes na Capital cearense, conforme a Secretaria Municipal de Saúde”, pontuou.
Diante desse contexto, a deputada reforçou que é necessário olhar para esses números e suas consequências. “Quando uma mulher é mãe na adolescência ela deixa de estudar, e em mais de 50% dos casos é submetida a subempregos”, avaliou.
Para a parlamentar, somente por meio de campanhas educativas, com foco na prevenção e na conscientização, vai ser possível mudar essa realidade.
Em aparte, a deputada Dra. Silvana (PL) destacou que pretende apresentar um projeto de lei na Casa, obrigando os pais a levarem suas filhas para consultas médicas logo após a primeira menstruação. “Precisamos ter uma equipe de médicos na rede pública que possam prestar esse atendimento obrigatório para as adolescentes antes de uma gravidez indesejada”, ressaltou.
O deputado Fernando Hugo (PP) parabenizou a colega por trazer um tema de extrema pertinência. “A gravidez indesejada leva a um infortúnio da família e da jovem, bem como a um péssimo prognóstico de vida da criança”, considerou.
Já o deputado Queiroz Filho (PDT) lembrou que a maior causa de evasão escolar no Estado ocorre por conta da gravidez na adolescência. “É importante até discutirmos essa questão intersetorialmente”, reforçou.
RG/AT
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Acrísio Sena propõe participação popular nas reuniões das comissões da AL
Deputado Acrísio SenaFoto: Edson Júnio Pio
O parlamentar pediu que a presidência e a Mesa Diretora da AL avaliem a proposta de realização de reuniões nas terças e quartas-feiras, de forma presencial. “É possível perfeitamente, respeitando as regras de segurança sanitária, ter a possibilidade de trazer diversos questionamentos da sociedade para essa Casa. Há projetos que tramitam aqui que interferem na vida das pessoas, e elas precisam ser ouvidas também”, observou.
Acrísio Sena apontou grandes desafios dos governos na vacinação e questionou a lentidão no processo de imunização no Brasil, que está em média com 1% da população vacinada. Segundo ele, índice bem menor que de outros países.
O deputado enalteceu também o trabalho do governador Camilo Santana que, para ele, tem seguido as indicações da ciência e das autoridades de saúde nas medidas que estão sendo implantadas no combate a doença. Acrísio Sena destacou as ações do Governo do Estado na tentativa de reduzir os impactos da pandemia em pessoas de maior vulnerabilidade social, com ênfase nos projetos aprovados na AL no último ano. “Várias pessoas foram contempladas com auxílios como o vale-gás, Cartão Mais Infância, isenção de contas de água e luz e Auxílio Catador. Não são só números. Eles se traduzem em salvar vidas e ajudar nossos irmãos cearenses”, avaliou.
O parlamentar reiterou que o Governo Federal precisava seguir um caminho parecido. De acordo com ele, não há um plano articulado de aquisição e distribuição de vacinas a nível nacional. “É um grande despreparo”, disse.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB), em aparte, comentou os desafios que o mundo enfrenta na pandemia, neste momento, como a alta de mortes em Portugal e no México, e aumento de casos no Amazonas e no Ceará, bem como o surgimento das novas cepas do novo coronavírus. De acordo com ele, diante do cenário atual, o Governo do Estado está correto em determinar decretos mais rígidos. “Não descartamos a possibilidade de diálogos, mas sempre, toda e qualquer decisão precisa ter suporte técnico”, alertou.
O deputado Antônio Granja ressaltou que o presidente Evandro Leitão está fazendo o possível para a definição das composições das comissões técnicas, com a intenção de uma formatação até a próxima semana, para assim atender as demandas que venham a surgir dos parlamentares.
GS/LF