João Santana, o marqueteiro do PT, entra na mira da Lava Jato
João Santana, condutor das últimas grandes vitórias do PT, está em via de se transformar no mais novo estorvo do partido. Ele entrou na mira da Operação Lava-Jato. A partir da análise do emaranhado de contas mantidas em paraísos fiscais, o marqueteiro da campanha da presidente Dilma está sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público. Informações enviadas ao Brasil pelas autoridades da Suíça, que cooperam com os investigadores brasileiros, indicam que Santana recebeu secretamente dinheiro do esquema por meio de contas mantidas no exterior. Há indícios de que dinheiro do petrolão foi usado para pagar, lá fora, despesas de campanhas do PT. VEJA confirmou com três envolvidos na investigação que o marqueteiro do PT é figura central de um novo polo de apuração de ilícitos. Nas palavras de um investigador, "nunca antes a Lava-Jato chegou tão perto do Palácio do Planalto".
A inclusão de João Santana na lista de suspeitos tem potencial devastador. Foi no auge do escândalo do mensalão que Duda Mendonça, o mago das campanhas petistas, admitiu à CPI dos Correios que recebera no exterior o pagamento pelos serviços prestados durante a eleição de Lula. Agora, no auge do petrolão, João Santana, o sucessor de Duda, aparece como investigado pelas mesmas razões. Santana comandou as campanhas vitoriosas de Dilma Rousseff em 2010 e 2014, destacando-se na última por teatralizar uma série de mentiras sobre a realidade brasileira. "São especulações tão irrealistas e genéricas que não tenho nem o que comentar", disse Santana a VEJA na sexta-feira. Os dados enviados pelas autoridades suíças estão no Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI) do Ministério da Justiça.
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Delação premiada envolve o senador Edison Lobão
Em meio aos milhares de páginas de procedimentos da Operação Lava Jato acumulados no gabinete do ministro Teori Zavascki, no Supremo Tribunal Federal (STF), há um documento de 62 páginas, enviado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Seu conteúdo é grave. Um dos trechos versa sobre o envolvimento de políticos do PMDB em negócios suspeitos com empresas estatais. “Dessa forma, dentre os políticos do PMDB que obtiveram vantagens indevidas advindas da Eletronuclear e Petrobras, com o aprofundamento das investigações, é possível apontar o ex-ministro de Minas e Energia (e senador) Edison Lobão como um dos vários pontos comuns (ápice da pirâmide no âmbito do Ministério das Minas e Energia) que formam uma área de intersecção crescente das duas investigações em andamento que revelam, quando avaliadas em conjunto, uma única estrutura criminosa”, diz o texto (leia abaixo).
ÉPOCA teve acesso exclusivo ao documento, no qual os procuradores do grupo de trabalho afirmam, portanto, que Edison Lobão, senador da República pelo PMDB do Maranhão, ex-ministro do governo Dilma Rousseff, é o personagem que unia o esquema de corrupção instalado na Petrobras e replicado na Eletronuclear, sob a regência de seu partido – e com as vantagens financeiras inerentes a isso. De acordo com a Procuradoria, não importava se era petróleo ou energia nuclear: se o assunto envolvia propina para o PMDB, era com Edison Lobão que se tratava.
Bruno Pedrosa informa audiência sobre construção Hospital Universitário
O deputado Bruno Pedrosa (PSC) comunicou, nesta sexta-feira (06/11), durante o primeiro expediente da sessão plenária, a realização, na tarde de hoje, de audiência pública para debater a necessidade e a importância da construção de um hospital universitário no Maciço de Baturité. O equipamento atenderá ao novo curso de medicina da Universidade Internacional da Integração Afrobrasileira (Unilab), em Acarape. Promovido pela Comissão de Seguridade e Social e Saúde da AL, o debate deverá contar com a presença do reitor da universidade, Tomaz Santos, e representantes do Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar, bem como da Secretaria de Saúde.
Bruno Pedrosa observou que há uma garantia do Governo Federal do custeio do equipamento, cuja estrutura física terá contrapartida do Estado. Segundo acrescentou, por estar ligado ao programa Mais Médicos, o projeto vai contar com verba para o funcionamento.
Tasso ressalta agravamento da crise sem que Dilma e o PT consigam apontar um rumo
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que a situação atual do país se agrava, sem que a presidente Dilma Rousseff e seu partido consigam sequer apontar um rumo a ser seguido para superar as dificuldades.
Tasso Jereissati disse que é triste constatar que a presidente Dilma seja incapaz de oferecer soluções para uma crise moral e de representatividade. Segundo ele, boa parte das dificuldades atuais reside na conflituosa relação entre a presidente, o PT e os partidos da base governista.
— Para apontar um rumo, primeiro é necessário saber para onde estamos, e principalmente, por que chegamos aqui. O pior de tudo é que a esse quadro, já trágico, soma-se a evidente falta de liderança e de autoridade por parte da presidente da República — disse o senador. Agência Senado
PMDB lança programa “Mulher em Ação" neste sábado
De olho na eleição de 2016 o núcleo feminino do PMDB no Ceará lança, neste sábado, 07, o programa “Mulher em Ação”. O evento acontece a partir das 8 horas, no hotel Beira Mar, em Fortaleza. O senador Eunício Oliveira fará o discurso de abertura, destacando a importância da mulher e dos movimentos femininos no Brasil contemporâneo.
O “Mulher em Ação” terá como principais debates a ampliação da participação e representação da mulher na política, o enfrentamento de todas as formas de violência contra a mulher, a defesa da saúde integra e a inserção digna da mulher no mercado de trabalho. O evento reunirá representantes de vários segmentos ligados às mulheres no Estado.
Memórias da salvação
Outro dia, escrevendo sobre o comício das diretas em Caruaru, lembrei-me de que no palanque estavam Collor e Lula, entre outros. Naquele momento não poderia prever ainda a importância que ambos teriam no processo democrático. Collor, o caçador de marajás, preparava sua cruzada contra a corrupção. Lula, encarnando a esquerda, falava de ética na política. Ambos os projetos, destinados a combater a corrupção, foram tragados por ela, sem distinção ideológica.
Leio no New York Times que dois políticos do Estado de Albany serão julgados nos próximos dias: Dean Skelos e Sheldon Silver. As acusações soam familiares: enriquecimento ilícito, propinas mascaradas em doações legais, parentes envolvidos. A matéria diz que a cultura da corrupção em Albany será julgada com os dois políticos. Acredito que sim, mas acho difícil suprimir uma cultura apenas com um veredicto.
Albany ainda tem uma pressão corretiva nacional. No caso brasileiro, não se trata apenas da cultura de um Estado da Federação: é de todo um país.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso conseguiu administrar a corrupção em seu governo, no sentido de que não evitou os escândalos; mas realizou seus objetivos. Ele próprio, porém, admite um problema sistêmico, a julgar pela sugestão que fez a Dilma e Lula numa viagem à África do Sul. Argumentando com a rejeição popular ao processo político tradicional, propôs uma urgente mudança.
Hoje, confrontados com todo o material que a Operação Lava Jato e outras investigações revelaram, estamos diante de uma situação singular: corrupção alarmante e grave crise econômica.