‘Ele é muito franco’, diz ministro da Secretaria-Geral sobre declarações de Bolsonaro
BRASÍLIA — Ministro-chefe daSecretaria-Geral da Presidência há pouco mais de um mês, Jorge Oliveira credita a repercussão negativa de declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro ao “seu jeito de ser muito honesto”. Para ele, muitas vezes se dá uma conotação “muito pejorativa” a falas de Bolsonaro por causa da “forma de se pronunciar”, que “não representa na essência o que ele pensa e o que ele é como pessoa”.
—Ele é muito franco com as palavras, é muito simples. Não se prende ao politicamente correto, não segue protocolos. É da natureza dele. Faz sempre de forma muito espontânea. Ele sempre foi assim. E não mudou como presidente — disse Oliveira, em entrevista ao GLOBO.
Para o ministro, que foi funcionário de Bolsonaro também em alguns de seus mandatos como deputado, “qualquer ruído que se tenha toma uma proporção muito grande”.
Política de pessoal do funcionalismo exige uma reforma
O adiamento de reformas necessárias para adaptar o país a mudanças que ocorrem em vários campos — no demográfico, na tecnologia e em outras tantas áreas — cobra um preço. O exemplo atual é o da Previdência, tema por óbvio sensível, e que foi sendo deixado de lado por conveniências políticas, até chegar ao ponto em que aposentadorias e pensões consomem cerca da metade dos gastos públicos primários, uma conta que não para de subir.
E assim, o governo Bolsonaro está sob pressão para aprovar no Congresso uma reforma que precisa ser robusta, para afastar as expectativas crescentes de insolvência do Estado. Disso depende a capacidade de a economia voltar a se movimentar e começar a absorver os 13 milhões de desempregados.
Supersafra de grãos no Brasil deve passar de 240 milhões de toneladas
A Companhia Nacional de Abastecimento está prevendo um novo recorde histórico na safra de grãos que o Brasil está colhendo agora.
No campo, julho não é mês de férias. As máquinas que fazem a colheita trabalham até 13 horas por dia. “Perder tempo significa perder dinheiro, né”, diz o produtor rural Rodrigo Thomé.
O produtor investiu em tecnologia e ainda teve uma forcinha do clima. Foram as chuvas que deixaram as espigas bonitas e mais pesadas. Isso significa maior produtividade. Um fenômeno que se espalhou pelos milharais e está resultando na maior safra da história. Só a produção de milho deve crescer mais de 34%.
Governador da Bahia cancela ida a inauguração de aeroporto ao lado de Bolsonaro
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), decidiu cancelar sua participação na cerimônia de inauguração do aeroporto de Vitória da Conquista, prevista para esta terça (23), informa Mariana Carneiro.
A cerimônia fechada foi alvo de desavenças entre o governo do estado e o Palácio do Planalto.
Segundo o Painel, o governo federal convidou rivais do petista para discursar e reduziu a cota de convites do governador a 100 em um grupo de 600 pessoas.
O governo do estado e a União também disputavam a “paternidade” da obra, concluída com recursos liberados antes de Bolsonaro assumir a presidência.
Mas o caldo entornou após a crítica de Bolsonaro a nordestinos, flagrado em áudio vazado em evento na última sexta-feira (19), em que o presidente chama governadores da região de “paraíbas”.
Nesta segunda (22), Rui Costa divulgou um vídeo em que justifica o cancelamento de sua presença no evento. Ele agradece aos ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer e a Jacques Wagner, ex-governador da Bahia, e critica o governo Bolsonaro.
“Exercitando a boa educação que aprendi, convidei o governo federal a se fazer presente no ato de inauguração nesta grande festa. Infelizmente, confundiram a boa educação com covardia, e desde então, temos presenciado agressões ao povo do Nordeste e ao povo da Bahia”, afirma o governador.
Rui criticou o fato de a inauguração ser feita em um evento fechado.
“A medida anunciada é excluir o povo da inauguração, fazer uma inauguração restrita a poucas pessoas, escolhidas a dedo como se fosse uma convenção político-partidária. Não posso concordar com isso”, afirmou.
Ministro da Educação, Abraham Weintraub discute com manifestantes no Pará
O ministro Abraham Weintraub (Educação) se envolveu em uma discussão com ativistas em Alter do Chão (PA), onde passa alguns dias com a família.
O ministro foi abordado por ativistas do Engajamundo, uma rede de jovens organizados pelo Brasil. O grupo entregou a ele uma kafta, referência irônica ao episódio no qual ele errou a pronúncia do sobrenome do celebrado escritor Franz Kafka, chamando-o pelo nome da iguaria árabe.
O cartaz que uma manifestante segurava fazia referência também a outras polêmicas envolvendo Weintraub, como o anúncio de corte de verbas de três universidades por "balbúrdia" e a tentativa do ministro de explicar com chocolates o contingenciamento estendido a todas as federais.
Weintraub reagiu. Pegou o microfone de músicos que faziam uma apresentação no local e disse que estava de férias com a família. Depois, disparou críticas contra o PT, Lula e até Che Guevara.
Vaiado pela maior parte dos que estavam jantando nos restaurantes com mesas na calçada, o ministro acabou atraindo mais manifestantes além dos ativistas do Engajamundo. Alguns chegaram perto e bateram boca com ele e a sua mulher, que saiu da mesa para defendê-lo, aos gritos.
Pouco antes de deixar a praça, o ministro chegou a pegar a filha caçula no colo enquanto discutia com um grupo de opositores. "Aqui ó, corajoso", gritava, apontando para a menina em seus braços.
O ativista, um indígena, respondeu: "Eu também tenho filhos". O ministro retrucou dizendo que não ia "à sua casa, enquanto você está comendo", mas foi interrompido. "Você está na minha casa."
Weintraub, então, afirmou que "não é porque você está com um cocar que você é mais brasileiro do que eu, seu babaca".
No apagar das luzes, Temer perdoou convênios suspeitos de desviar R$ 21 milhões do Turismo
Na reta final da gestão de Michel Temer (MDB), o Ministério do Turismo baixou em 25 de outubro do ano passado —três dias antes da eleição de Jair Bolsonaro (PSL)— uma portaria criando uma comissão para reavaliar pareceres que reprovavam integral ou parcialmente sete convênios firmados pela pasta entre os anos de 2006 e 2010, no governo Lula (PT).
Nos dois meses seguintes, três servidores designados para a comissão produziram pareceres revisando praticamente todas as conclusões anteriores. Dois dos convênios foram alvos da Operação Voucher, da Polícia Federal, que em 2011 prendeu 36 pessoas sob suspeita de desvios de recursos do ministério.
Como resultado da revisão feita no apagar das luzes da gestão Temer, a determinação de devolução aos cofres públicos de R$ 21,5 milhões, em valores a serem corrigidos, foi quase extinta, caindo para apenas R$ 19 mil.