Greenfield denuncia executivos do Funcef, Petros e Previ por improbidade
Paulo Roberto Netto e Luiz Vassallo / O ESTADO DE SP
10 de abril de 2020 | 17h24
O assessor especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia, Esteves Colnago, é alvo de ação de improbidade administrativa apresentada pela Força-Tarefa Greenfield, que investiga rombo de R$ 5,5 bilhões causados por gestão temerária no Fundo de Investimentos e Participações (FIP) Sondas, veículo de investimentos da Sete Brasil Participações. Os dirigentes se tornaram réus no âmbito criminal em janeiro deste ano.
As três ações foram apresentadas contra 26 executivos dos fundos de pensão Petros, Previ e Funcef, no qual Colnago atuava como membro do Conselho Deliberativo. Os procuradores buscam reparações por danos coletivos e sociais nos valores de R$ 7,1 bilhões relativos triplo do prejuízo causados ao Funcef e R$ 7,1 bilhões e R$ 994 milhões relativos às perdas dos fundos Petros e Previ, respectivamente.
Com queda no número de mortes, Espanha reabre parte das fábricas na segunda
MADRI — A Espanha registrou, nesta sexta-feira, o menor número diário de mortes por coronavírus desde 24 de março, com 605 óbitos nas últimas 24 horas, mantendo a tendência de queda de casos no país. De acordo com o balanço divulgado pelo ministério da Saúde, o número total de mortes é de 15.843 na Espanha, o segundo país mais afetado pela pandemia na Europa, atrás apenas da Itália, e submetido, desde 14 de março, a um severo confinamento da população.
O novo cenário está levando o governo a considerar um gradual relaxamento do isolamento das pessoas que podem ficar em casa. Embora as restrições de movimentação devam continuar até maio, a partir desta segunda-feira algumas categorias, como trabalhadores do setor de construção, poderão voltar a circular e algumas fábricas reabrirão. Mas o distanciamento social deverá ser mantido e as entradas e saídas devem ser escalonadas. Embora as medidas entrem em vigor neste sábado, seu efeito prático só será sentido na segunda.
A medida, no entanto, é controversa. Ela foi tomada sem consultar o conselho de especialistas que assessora o governo sobre a pandemia, disse ao jornal El País o epidemiologista Antoni Trilla, membro do painel. Segundo Trilla, "seria sensato" esperar mais uma semana.
A decisão remete ao plano apresentado quando a Espanha implementou o estado de alarme, em 14 de março. O governo deve continuar estimulando o trabalho à distância e manter o comércio e estabelecimentos de lazer fechados, mas irá reiniciando atividades industrias e laborais, de fábricas a escritórios de advocacia.
O país retorna, assim, ao estágio de duas semanas atrás, quando o governo determinou parar, em 29 de março, quase toda a cadeia produtiva. O Gabinete de Pedro Sánchez espera que isso não leve a um novo aumento no número de casos.
— Se uma pessoa apresenta sintomas, é importante que fique em casa e contate o sistema de saúde — disse María José Sierra, do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências Sanitárias, em entrevista coletiva. — Não acreditamos que os contágios irão aumentar.
Contexto: Mais de 90% dos contágios do novo coronavírus no país estão ocultos
Em todo o mundo, o coronavírus já infectou 1,6 milhão de pessoas e matou 96.700, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. Mais de 361 mil já foram curadas.
De acordo com o novo balanço oficial, há 157.022 casos diagnosticados e 55.668 pacientes com alta. Na Espanha, embora o ritmo de infecção esteja diminuindo, seu aumento diário ainda é superior ao de recuperados. Quanto às mortes, trata-se do melhor balanço diário desde 24 de março, quando foram registrados 514 óbitos pelo coronavírus.
Desde domingo, a taxa de infecções e mortes vêm caindo em Itália, Espanha e Alemanha, mantendo o ritmo de desaceleração dos últimos dias.
A mortalidade acelerou entre o final de março e o início de abril e atingiu o pico de 950 mortes em 2 de abril, momento em que a tendência de queda começou, com alguns dias de alta.
— Continuamos com a tendência de queda que já havíamos observado — afirmou a médica María José Sierra, do centro de emergências de saúde, em sua entrevista coletiva diária.
Governo vai distribuir máscaras
Nesta sexta-feira, o Conselho de Ministros se reuniu, horas após o Congresso aprovar a extensão do estado de alarme até 26 de abril. A ministra das Finanças e porta-voz do Executivo, Maria Jesús Montero, explicou novas medidas para o retorno ao trabalho de algumas empresas e mudou oficialmente sua posição sobre as máscaras, que serão distribuídas no metrô, ônibus e "pontos onde seu uso é recomendado".
— Ainda estamos na fase de confinamento — alertou o ministro da Saúde, Salvador Illa.
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Segundo Illa, o tipo de máscara recomendado não é cirúrgico, indicado para profisisonais de saúde, nem de filtro, usado para quem trata diretamente dos pacientes infectados. É um terceiro tipo, uma nova categoria de barreira, a de máscaras higiênicas. O GLOBO E AGÊNCIAS
Mais de 100 mil pessoas morreram por coronavírus no mundo
RIO — As mortes pelo novo coronavírus atingiram nesta sexta-feira a marca de 100 mil, segundo uma contagem da Reuters, com base em fontes oficiais. O país mais atingido é a Itália, com 18.849 vítimas fatais. Somente o sul da Europa é responsável por mais de um terço das mortes globais, apesar de registrar apenas 20% dos casos.
A primeira morte pela Covid-19 foi registrada na cidade chinesa de Wuhan, em 9 de janeiro. Depois de 83 dias, 50 mil pessoas já haviam morrido, à medida que a doença se espalhava pelo mundo. Apenas oito dias depois, o número de vítimas fatais dobrou, e atingiu a marca de 100 mil. As mortes aceleraram rapidamente para uma taxa diária entre 6% e 10% na semana passada, e quase 7.300 mortes foram relatadas em todo o mundo na última quinta-feira.
Na Itália, 570 morreram nas últimas 24 horas, o que significa 3,1% em termos relativos, menor taxa desde os primeiros falecimentos, no fim de fevereiro. O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, anunciou nesta sexta-feira a prorrogação da quarentena no país até 3 de maio. Por outro lado, autorizou a reabertura de livrarias e papelarias em 14 de abril.
Espanha:Com queda no número de mortes, país reabre parte das fábricas na segunda
A Espanha, segundo país mais afetado pela pandemia, registrou, nesta sexta-feira, o menor número diário de mortes desde 24 de março, com 605 óbitos nas últimas 24 horas, mantendo a tendência de queda de casos no país. De acordo com o balanço divulgado pelo ministério da Saúde, o número total de mortes é de 15.843 no país, submetido, desde 14 de março, a um severo confinamento da população.
O novo cenário está levando o governo espanhol a considerar um gradual relaxamento do isolamento das pessoas que podem ficar em casa. Embora as restrições de movimentação devam continuar até maio, a partir desta segunda-feira algumas categorias, como trabalhadores do setor de construção, poderão voltar a circular e algumas fábricas reabrirão.
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Os casos de infectados ultrapassaram 1,6 milhão nesta sexta-feira. Os Estados Unidos lideram em números, com 467 mil, seguidos pela Espanha, com 153 mil infectados, e pela Itália, que tem 147.577 mil casos, segundo último balanço divulgado nesta sexta-feira pela Defesa Civil. Mais de 361 mil já foram curadas.
Taxa de fatalidade varia
A relação entre os números de infectados e mortos sugere uma taxa de mortalidade de 6,25%, mas muitos especialistas acreditam que a taxa real é mais baixa, já que muitos casos leves e assintomáticos, quando pessoas infectadas não apresentam sintomas, não são incluídos no total de casos.
Se por um lado alguns países, como Itália, França, Argélia, Holanda, Espanha e Reino Unido, relatam que mais de 10% de todos os casos confirmados foram fatais, um dos maiores estudos sobre a fatalidade da doença, envolvendo 44 mil pacientes na China, calculou a taxa em aproximadamente 2,9%. O mesmo estudo relatou que 93% das mortes registradas eram pessoas com mais de 50 anos de idade e mais da metade delas tinha mais de 70 anos.
O número de mortos pelo coravírus é agora comparado ao da Grande Praga de Londres, em meados da década de 1660, que matou cerca de 100 mil pessoas, cerca de um terço da população da cidade na época. Mas ainda está muito longe do número de vítimas da Gripe Espanhola, que começou em 1918, e estima-se que tenha matado mais de 20 milhões de pessoas quando terminou em 1920. De janeiro de 1918 a dezembro de 1920, 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época, foram infectadas. GLOBO NEWS
'Tenho o direito constitucional de ir e vir', diz Bolsonaro, ao passear por Brasília e visitar hospital e farmácia
BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro voltou a passear por Brasília na manhã desta sexta-feira, pelo segundo dia consecutivo, em meio à pandemia do novo coronavírus. Bolsonaro visitou uma drogaria no bairro do Sudoeste, ficou em frente ao balcão do comércio e não respondeu sobre o propósito da visita. Questionado sobre para mais onde iria hoje, respondeu:
- Eu tenho o direito constitucional de ir e vir. Ninguém vai tolher minha liberdade de ir e vir.
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A primeira parada foi no Hospital das Forças Armadas (HFA) em Brasília. A visita não consta na agenda oficial, mas se tratou de um encontro de Bolsonaro com o corpo clínico do hospital, segundo fontes. Mais cedo, o presidente se encontrou com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, no Palácio da Alvorada. O ministro acompanhou o presidente na visita ao HFA.
Questionado sobre o que foi fazer no HFA, Bolsonaro disse que foi "tomar sorvete". Os jornalistas insistiram na pergunta, e Bolsonaro respondeu então que foi "fazer teste de gravidez".
Após deixar o hospital, o presidente visitou uma drogaria e, em seguida, o seu apartamento no Sudoeste, que tem desde quando era deputado federal e recebia auxílio-moradia. Hoje, lá mora seu filho Jair Renan. Ele faz aniversário nesta sexta-feira, 10 de abril. Enquanto visitava o filho, moradores do bairro se dividiram entre gritos de apoio, "panelaço" e vaias ao presidente. Ao sair, Bolsonaro não comentou a visita.
Defensor da reabertura imediata do comércio, o presidente foi ontem a uma padaria, em Brasília. Durante o trajeto o presidente recebeu manifestações de apoio, mas também ouviu vaias. Ao voltar para o Palácio da Alvorada, conversou com apoiadores e voltou a defender que todas as atividades econômicas são essenciais.
Mandetta adianta recursos e repassa R$ 333 milhões a Doria para coronavírus
O Ministério da Saúde transferiu, nesta quinta (9), cerca de R$ 333 milhões à gestão João Doria (PSDB-SP) para o combate ao coronavírus.
São Paulo foi o que recebeu a maior fatia da liberação feita pela pasta, uma espécie de 13º das transferências mensais regulares que bancam ações de média e alta complexidade ou atenção primária nos estados e municípios.
A capital, governada por Bruno Covas (PSDB), recebeu outros R$ 96,567 milhões.
A verba foi repassada no momento em que a equipe econômica e o Legislativo vivem um impasse sobre como irrigar as administrações locais em meio à emergência da pandemia.
O Rio, governado por Wilson Witzel (PSC), recebeu R$ 57,137 milhões.
No Nordeste, Pernambuco, de Paulo Câmara (PSB), por exemplo, recebeu R$ 107,328 milhões.
Os recursos, segundo a portaria do ministério, devem ser usados para bancar gastos com o atendimento a doentes. Ao todo, foram destinados R$ 3,994 bilhões a estados e municípios.
Com Mariana Carneiro e Guilherme Seto
Prisões: há um vírus entre o governo federal e o CNJ
Em tempos normais, cadeias superlotadas como as que existem no Brasil são um perverso parque de diversão para os mais diversos tipos de vírus. Em tempos de pandemia, como os dias atuais, essas penitenciárias significam a pena de morte. Tal questão está opondo o governo federal ao Conselho Nacional de Justiça.
O governo é contra o habeas corpus temporário aos presos com estado de saúde vulnerável, tão contra que o ministro Sergio Moro chegou a dizer, errando feio demais para um ministro da Justiça, que um detento que ganhara tal benefício fora preso com armas e drogas nas ruas — a pessoa em questão jamais se viu beneficiada com tal medida.
Já o CNJ defende o habeas corpos temporário para encarcerados que não cometeram crimes graves e que estão doentes ou têm idade já avançada. Claro que há um impasse: evitar aglomerações também vale para os institucionalizados, uma vez que o Estado brasileiro é responsável pela incolumidade dessas pessoas.
Por outro lado, não se pode minar ainda mais a segurança pública da população do País colocando em liberdade, ainda que temporária, maior número de transgressores. No Brasil há cerca de 760 mil presidiários entre homens e mulheres (elas são 37.139).ISTOÉ