Desafio de Bolsonaro e Haddad é sair do gueto
Confirmando-se o cenário esboçado nas pesquisas para o segundo turno da disputa presidencial, Jair Bolsonaro e Fernando Haddad terão um desafio comum. Ambos precisarão retirar suas candidaturas dos respectivos guetos. No tira-teima final, prevalecerá quem for capaz de atrair um pedaço maior do eleitorado que ainda não aderiu à polarização que contrapõe o projeto militar-pentecostal de Bolsonaro ao modelo petista-sindical representado por Haddad.
Confira os ‘melhores momentos’ do debate da Record entre os presidenciáveis
Igor Moraes, O Estado de S.Paulo
01 Outubro 2018 | 01h48
A uma semana do primeiro turno das eleições 2018, a Record TV realizou o sexto debate eleitoral com os candidatos a presidente da República. Participaram do encontro, que deve ser o penúltimo antes do pleito, os presidenciáveis Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin(PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede).
Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas de intenção de voto na corrida ao Palácio do Planalto, não compareceu. O deputado deixou o Hospital Albert Einstein neste sábado, 29, e segue se recuperando em sua casa, no Rio de Janeiro, por orientação médica. De acordo com seu filho e candidato ao Senado, Flávio Bolsonaro (PSL), os médicos também não devem liberar o presidenciável para participar do último debate antes do primeiro turno, que será promovido pela TV Globo no próximo dia 4.
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Fernando Haddad e sua teoria do parto
Elio Gaspari
Num encontro com artistas em São Paulo, Fernando Haddad disse o seguinte:
"Não tem como se desenvolver do ponto de vista institucional sem passar por alguns partos. (...) As nações que chegaram ao desenvolvimento passaram por momentos tão dramáticos quanto o que nós estamos passando agora".
E acrescentou:
"Se a gente vencer essa etapa, nós vamos olhar para trás e, ao invés de acusar aqueles que querem votar no Bolsonaro e tudo o mais, vamos compreender que é uma parte de um sentimento que se expressou dessa maneira, como uma febre alta, mas que foi importante em determinado momento para a gente pensar que tem uma coisa errada com esse organismo aqui e vamos cuidar dele porque é muito importante para nós".
Candidatos do centro se unem contra Haddad e Bolsonaro no penúltimo debate do 1° turno
Adriana Ferraz e Pedro Venceslau, O Estado de S.Paulo
01 Outubro 2018 | 00h33
Candidatos do centro se uniram neste domingo, 30, no penúltimo debate antes do primeiro turno das eleições, para atacar o líder das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), que recebeu alta do hospital após 23 dias internado, mas não compareceu ao evento realizado pela Rede Record por indicação médica, e Fernando Haddad (PT). Bolsonaro, mesmo não estando presente, se tornou uma espécie de participante oculto do encontro. Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede) colocaram-se como representantes do eleitorado que não quer nem o radicalismo de direita nem o de esquerda, em referência a Bolsonaro e Haddad.
Na reta final da campanha – o primeiro turno das eleições ocorre neste domingo, dia 7 –, os presidenciáveis tentaram, mais uma vez, romper a polarização e avançar sobre o eleitorado de Bolsonaro se apresentando como 'terceira via'. Já o petista Fernando Haddad, também atacado, foi o que mais poupou o candidato do PSL, seguindo a estratégia de levar o confronto para um eventual segundo turno, caso as pesquisas de intenção de voto se confirmem.
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A verdade inescapável
O programa do PT fala em fortalecer a Petrobras mas o partido a enfraqueceu. O acordo da Petrobras com o Departamento de Justiça americano, fechado na semana passada, foi mais um dos episódios da lenta e difícil recuperação da estatal depois do ataque feito contra ela no período em que o Partido dos Trabalhadores governou o Brasil. As narrativas do PT são mentiras bem construídas, usando pedaços de verdade para desviar o olhar do ponto principal. E o ponto sobre a Petrobras é que a empresa foi assaltada.
O partido é o segundo colocado nas intenções de voto e tem chances de passar a primeiro no segundo turno, por isso é preciso que fique claro o seu erro. Se voltar ao poder, a fiscalização tem que ser redobrada para evitar-se a repetição da mesma tragédia. Internamente há mais anticorpos hoje que podem impedir uma nova tragédia como a que foi revelada pela Lava-Jato.