Que fim levará o Nordeste? 2
No começo, o PT era um partido da classe média intelectualizada e dos operários das indústrias dos grandes centros. Em 2002, quando Lula foi eleito presidente pela primeira vez, o perfil era o mesmo. As políticas assistencialistas da era petista, como o Bolsa Família, provocaram uma mudança radical no quadro. As vitórias passaram a vir dos grotões nordestinos, onde vive a população de mais baixa renda e mais dependente desses projetos sociais. No primeiro turno das eleições deste ano, no entanto, começou a virada no curral eleitoral petista.
Rede de Marina vai deixar de existir
É preciso ter partidos consistentes. A feira de partidos que existem só para poder pegar fundo partidário é uma aberração”. Ao defender a cláusula de barreira em setembro, o vice de Mariana Silva (Rede), Eduardo Jorge (PV), não havia atentado para o risco que a legenda de sua companheira de chapa corria. Após a pífia campanha na eleição presidencial, a Rede de Marina vê-se às voltas com a ameaça de extinção. O partido só conseguiu eleger um deputado, a indígena Joenia Wapichana, de Roraima. Pela nova legislação, para obter os recursos do fundo, precisaria ter tido representantes em pelo menos outros oito estados.
Agora, Eduardo Jorge tenta oferecer a Marina a hipótese de fusão com o PV, partido do qual Marina saiu para fundar a Rede. Na negociação, poderia entrar também o PPS.
As urnas fizeram os interlocutores sumir
A eleição de 2018, com seus resultados para a nova formação do Congresso Nacional, está gerando muita desorientação. Pouca gente está conseguindo projetar com algum grau de convicção como serão a Câmara e o Senado depois da renovação que o voto proporcionou, em níveis que há muito tempo não se via. O pessoal que cuida da articulação política na Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, anda à procura das unidades estaduais para tentar entender o que aconteceu e, em especial, saber o que sobrou do que havia antes.
Edson Fachin: "O que há é uma suspeição"
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin avaliou de maneira comedida a denúncia de que empresas estariam comprando pacotes de disparos de mensagens em massa pelo Whatsapp, para utilizá-las contra Fernando Haddad, presidenciável pelo PT. O objetivo seria o favorecimento do postulante do PSL, Jair Bolsonaro.
“Nesse momento, o que há é uma suspeição. A suspeição, se transformada em indício, vai demandar uma coleta probatória. Se as provas não forem apresentadas, isso poderá ser arquivado. E se aparecerem provas suficientes, haverá, evidentemente, uma apreciação pelo colegiado, com a tranquilidade que o procedimento tem. Nenhum julgamento precoce pode ser feito”, avaliou o ministro, em entrevista ao O POVO.