Em tempos de pandemia, o que torna algumas pessoas mais resilientes do que outras?
23 de junho de 2020 | 12h00
Há alguns anos algo inimaginável aconteceu na minha vida. Eu quis ajudar uma pessoa por quem me preocupava e que tinha uma doença que vinha ocultando. Fui a sua casa pensando em levá-la a um pronto-socorro, mas no final a viagem foi para o necrotério. Quando cheguei no local encontrei meu ex-marido já morto, no chão do banheiro. Qual era a doença oculta? Uma injeção de droga na veia.
Sem dúvida este foi o acontecimento mais traumático da minha vida e dos meus filhos. Eles eram adolescentes na época e acompanharam de perto o lento suicídio do seu pai. Foram necessários dois anos para resolver o inventário do meu ex-marido, e foi um período de inação traumático para mim uma vez que continuei a viver num estado constante de urgência.
Na época achei que nunca nos recuperaríamos, que nossa vida ficaria marcada sempre por esse terrível fato. Mas hoje, quase cinco anos depois, estamos bem. Ou estávamos, até recentemente, quando, junto com o resto do mundo, enfrentamos esta atual convergência de crises.
O fato é que aquela fase horrível em minha vida foi um bom treinamento para uma pandemia, para a agitação política e social, a incerteza econômica e financeira. Aquela experiência ensinou-me que nunca sabemos realmente o que pode ocorrer em seguida. Eu planejo o melhor que posso, mas agora sou muito mais capaz de focar meu pensamento. Sou capaz de lidar com as mais inesperadas adversidades da vida, aceitar as dificuldades e seguir em frente mesmo que seja difícil.
A maneira como enfrentamos uma crise ou um evento traumático (e o coronavirus tem muitas características do trauma porque é imprevisível e incontrolável) depende em grande parte do quão resilientes nós somos. Resiliência é a capacidade de nos recuperarmos de experiências e contratempos difíceis, nos adaptarmos, seguirmos em frente e, às vezes, crescermos com eles.
A resiliência de um indivíduo é ditada por uma combinação de genética, história pessoal, ambiente e a situação do momento. Até agora, pesquisas concluíram que a parte genética é relativamente pequena.
“No meu modo de pensar, existem características de temperamento ou personalidade que são geneticamente influenciados, como a capacidade para assumir riscos, ou se uma pessoa é introvertida ou extrovertida”, afirmou Karestan Koenen, professora de epidemiologia psiquiátrica na T.H. Chan School of Public Health de Harvard.
A professora Koenen estuda como os genes moldam nosso risco de estresse pós-traumático. “Todos nós conhecemos pessoas que são muito tranquilas. Parte disto é como somos construídos fisiologicamente”. Mas não é verdade que algumas pessoas nasceram mais resilientes que outras, segundo a professora. “Isto porque qualquer traço de personalidade pode ser positivo ou negativo, dependendo da situação”. E, ao que parece, muito mais importante é a história de um indivíduo.
O determinante mais significativo da resiliência – observado em todas as resenhas ou estudos de resiliência nos últimos 50 anos – é a qualidade das nossas relações mais próximas, especialmente com os pais e aqueles que cuidam de nós em primeiro lugar. Os vínculos paternos na infância têm um papel crucial, para toda a vida, na adaptação humana.
“O quão amado você se sente quando criança é um excelente indicador de como administra todo o tipo de situação difícil mais tarde na sua vida”, disse Bessel van der Kolk, professor de psiquiatria na Escola de Medicina da Universidade de Boston, que faz pesquisas sobre estresse pós-traumático desde a década de 1970. Ele é fundador da Trauma Research Foundation, em Boston.
Segundo Van der Kolk, estudos de longo prazo mostraram que os primeiros 20 anos de vida são especialmente críticos. “Traumas diferentes em idades diferentes têm seus próprios impactos sobre nossas percepções, interpretações e expectativas; essas primeiras experiências esculpem o cérebro porque é um órgão dependente da sua utilização”, afirmou ele.
Resiliência seria um conjunto de habilidades que podem ser, e com frequência são, aprendidas. E parte do aprendizado vem da exposição a experiências muito difíceis, embora administráveis, como aquela que meus filhos e eu vivenciamos.
“O estresse não é de todo mal”, disse Steven Southwick, professor emérito de psiquiatria, PTSD e Resiliência na escola de medicina de Yale e coautor do livro Resilience: The Science of Mastering Life’s Greatest Challenges” (Resiliência: A Ciência de Dominar os Maiores Desafios da Vida, em tradução livre). Se você consegue lidar hoje com tudo o que vem ocorrendo no mundo à sua volta, então quando estiver numa outra situação estará mais forte”, disse o professor.
E como enfrentar a situação depende da caixa de ferramentas de resiliência que você possui, para algumas pessoas, como meu ex-marido, essa caixa estava cheia de drogas. Para outros pode ser a bebida, comida em excesso, jogo, compras. Mas nada disto promove a resiliência.
Pelo contrário, as ferramentas mais comuns no caso de pessoas resilientes são o otimismo (que também é realista), uma bússola moral, crenças espirituais ou religiosas, flexibilidade emocional e cognitiva e relacionamento social. As mais resilientes são pessoas que geralmente não se detêm no que é negativo, que buscam oportunidades que existem até nos momentos mais sombrios. Durante uma quarentena, por exemplo, uma pessoa resiliente decide que é uma época boa para começar uma prática de meditação, fazer um curso online ou aprender a tocar violão.
No meu campo de trabalho hoje, como estudante de assistência social, ofereço suporte para pessoas com câncer, que é também uma experiência traumática, e sempre as aconselho a se manterem fixadas no momento presente e se concentrarem nas suas forças, porque imaginar o pior cenário não tem sentido e só aumenta a ansiedade.
“Todos nós temos de compreender quais são nossos desafios particulares e determinar como vencê-los no momento atual”, aconselha George Bonanno, professor de psicologia clínica e diretor do Loss Trauma and Emotion Lab, no Teachers College da Universidade de Colúmbia. A boa notícia, diz ele, é que muitos conseguem vencer. O laboratório de Bonanno revisou 67 estudos de pessoas que vivenciaram todos os tipos de eventos traumáticos. “Estou falando de massacres, furacões, ferimentos na medula espinhal, coisas desse tipo. E dois terços das pessoas demonstraram resiliência. Dois terços conseguiram lidar com a situação muito bem num curto período de tempo”. TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
Pagamento do 13º salário de servidores estaduais está garantido, afirma secretária da Fazenda
Diante da brusca queda de 45,3% na arrecadação estadual em maio e os expressivos aumentos de despesas com a saúde pública, o pagamento da primeira parcela do 13º dos servidores estaduais do Ceará ficou comprometida. Apesar disso, a secretária da Fazenda do Estado, Fernanda Pacobahyba, garantiu que o Executivo cearense irá honrar o compromisso, embora ainda não haja data para o repasse.
> Prefeitura de Fortaleza vai adiar pagamento da primeira parcela do 13º dos servidores
A secretária revelou, durante painel do Seminário de Gestores Publicos Prefeitos Ceará 2020 na tarde desta terça-feira (23), que o governador Camilo Santana está cuidando do assunto. "O Estado vai honrar o 13º, o momento e quanto está sendo avaliado pelo Governo. Nós projetamos vários cenários diferentes, que foram passados para o governador. Ele deve determinar como será pago em julho", afirmou.
Tradicionalmente, a primeira parcela do 13º salário é paga aos servidores em junho.
Pacobahyba ainda ressaltou que o socorro aos estados e municípios gerou certo alívio para o Ceará garantir o pagamento de compromissos, embora considere o valor recebido seja insuficiente para cobrir o rombo deixado pela pandemia.
"A conta do Estado é semelhante à conta das famílias: se ganhamos X e gastamos 2X, alguém vai ficar sem receber. Mas hoje nós temos um cenário mais favorável que em abril, por exemplo", ressaltou.
Prioridades
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, revelou que o Governo Federal tem gastado em ordem de prioridade: na saúde, na assistência aos mais vulneráveis e em programas que amenizem o desemprego e que ajudem empresas.
"É um evento imprevisível (a pandemia) e não tem mágica. Os estados e municípios não conseguem emitir títulos próprios, então o governo tem que ajudá-los também. Mas isso está elevando o nosso défict primário a R$ 800 bilhões este ano", disse.
Ainda sobre o socorro federal, o especialista em finanças e escritor Paulo Henrique Feijó acrescentou que, mesmo com o impacto expressivo nas contas estaduais por conta dos investimentos severos que estão tendo de ser feitos na saúde pública para atender o contingente de infectados pela Covid-19, o Ceará ainda vai receber menos recursos da União que outros estados afetados com menos seriedade.
"Vão ser apenas R$ 100 per capita. A pandemia tem várias vertentes e impacta de mandeiras diferente. Fazneod um paralelo com as famílias, do mesmo jeito que o coronavírus encontra pessoas pessoas mais vulneráveis também, que não tenham anticopros fiscais. E é preciso remédios diferenciados", apontou.
Gestão
Para uma maior agilidade nas medidas de combate ao novo coronavírus, uma série de regras fiscais, como a autorização de compras sem licitação, foram dispensadas. O vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE), Edilberto Pontes, alerta, no entanto, que as mudanças valem apenas para as medidas relacionadas à pandemia.
"Não podemos confundir coisas que são feitas sem planejamento com falta de método. Não se pode usar a pandemia como desculpa para certas decisões. Ainda é preciso obserevar a legislação e as contrapartidas das flexibilizações, não significa que está tudo liberado", destacou.
Sobre as denúncias e investigações de corrupção em compras municipais durante a pandemia, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Ceará, Erinaldo Dantas, reforçou que esses casos devem receber apuração rigorosa e punição severa se confirmado. "É ediondo qualquer ato de corrupção. Num momento desse, em que cada centavo pode fazer diferença para salvar vidas, é preciso que as situações sejam apuradas e punição", pontuou. DIARIONORDESTE
Bye bye democracia - Fernão Lara Mesquita, O Estado de S.Paulo
Na antidemocracia brasileira o povo vem sempre em último lugar: manda nada quem tem muito voto, pensa que manda quem tem uns poucos e manda em tudo quem não tem nenhum. E são estes os únicos que duram para além do que o povo quiser que durem.
Bolsonaro late, mas quem morde é “o Leviatã”. Sem que haja, aqui ou no mundo, qualquer lei ou definição do que seja isso, o STF, de cujas atribuições legais está expressamente excluída a de fazer inquéritos, com apoio unânime da “grande imprensa”, decretou por 10 a 1 a “legalidade” do “inquérito das fake news” que iniciou 15 meses atrás sem provocação, outra violação da ordem constitucional, com um ato de censura à imprensa, a terceira violação.
As contradições insanáveis desse enunciado atestam a condição terminal da nossa “democracia”. Como uma aberração lógica, jurídica e formal como está venceu a vergonha de ser afirmada em público pelos papas do formalismo eu não sei. Mas é o único meio de derrubar com a mesma cajadada Jair Bolsonaro e seu vice general de Exército, possivelmente antes que ele possa nomear os ministros que teriam vagas no Supremo ao longo do seu mandato, a “cereja no bolo” prometida nos primeiros dias de maio pelo caudaloso ministro Celso de Mello ao anunciar o rito sumário para essa tentativa (e o STF vazar para a imprensa os “planos B e C” publicados no mesmo dia, nos mesmos termos, em todos os jornais).
Desde que o STF se autoatribuiu a função de legislar, legalizar a ilegalidade ou criminalizar o que estava na lei - seja para prender, seja para soltar - virou “o novo normal”. Opera como aquelas máquinas chinesas de construir pontes e ferrovias: tira da frente e atira no abismo as leis que não servem à sua agenda política e lança, do vagão de trás para a frente da locomotiva, vestidinhas de regimento interno ou o que for, as que necessita para avançar o próximo metro, antes ou até mesmo depois de fazê-lo.
Estamos em pleno pesadelo de Rui Barbosa. Nada mais é certo e sabido, senão que cada porta do inferno que o STF resolver abrir só o STF poderá fechar - ou voltar a abrir - se e quando quiser. Não há a quem recorrer.
Os queirozes são outra (velhíssima) história. Mas, no Brasil como em todo país civilizado, ninguém pode ser punido por NADA do que disser (ou pensar), a não ser pelas figuras tipificadas no Código Penal. Muito menos representantes eleitos do povo no exercício dos seus mandatos. Ainda assim o Congresso Nacional manteve um silêncio sepulcral diante da devassa fiscal, telefônica e de internet (!!) de deputados e senadores eleitos culpados de “apoiadores de Jair Bolsonaro”. O farisaísmo das associações de classe e “de defesa dos direitos do cidadão”, então, há muito, já, que “é de lei”. Até o indisfarçado júbilo que perpassava na cobertura de algumas das televisões de notícias dos pogroms do dr. Moraes, com “buscas e apreensões” sucessivas e até prisões por crime de opinião como não se via desde os “anos chumbo”, era de se esperar. Mas ver nos canais da imprensa profissional jornalistas interrogando jornalistas ao vivo para cobrar-lhes as “afirmações antidemocráticas” escritas ou proferidas foi “um avanço” chocante e deprimente para quem ainda se esforça por manter o orgulho da profissão e a esperança no Brasil.
Joseph Pulitzer, um dos inventores do jornalismo democrático, dizia que “é impossível matar mesmo uma democracia muito imperfeita se sua imprensa estiver minimamente saudável. Assim, se uma democracia estiver dando sinais irreversíveis de que está caminhando para a morte é porque sua imprensa já tinha morrido antes dela”.
A brasileira está gritando desesperadamente esses sinais. Há uma lógica - perversa, mas lógica - no egoísmo, no férreo apego aos privilégios e na olímpica alienação das corporações da privilegiatura. Afinal, elas vivem de fato no Olimpo, e isso faz muuuito tempo. No Brasil deles não tem pandemia, não tem desemprego, não tem falência, não tem desespero. E isso sabidamente vicia e deforma irreversivelmente. Por isso só O Poder, de onde todos esses privilégios se dependuram, interessa. Mas é suicida o alinhamento automático da imprensa com elas e contra a multidão dos constrangidos “debaixo de vara” a arrancar da sua miséria as lagostas e os vinhos tetracampeões das “excelências” enquanto estrebucha na pandemia.
Sexta-feira passada este jornal dizia em editorial que “o Brasil deveria parar para refletir por que razão (…) a política se tornou um permanente caso de polícia” e que “está mais que na hora de mudar sem esperar a vinda de outro messias de quermesse”. Certíssimo! Só a imprensa poderia induzir a operação desse milagre. Mas ele será impossível enquanto ela continuar aplaudindo coisas como os 75 a 0 de aprovação que o Senado deu às reduções de 25%, 50% ou até 75% dos salários do setor privado enquanto o paisano dr. Moraes “prendia e arrebentava”, na mesma página em que grita que fazer a mesma coisa com os salários da privilegiatura ou exigir que o povo eleja (e deseleja por recall) todos quantos hoje ela nomeia (para “rachar”) é ferir de morte a “autonomia” das “instituições do estado democrático de direito”.
JORNALISTA, ESCREVE EM WWW.VESPEIRO.COM
Para OMS, politização da pandemia agravou o surto
A politização da pandemia de coronavírus agravou o surto global, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, na segunda-feira, 22, em um momento em que os casos da doença continuam a aumentar em ritmo alarmante.
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“O mundo precisa desesperadamente de unidade nacional e solidariedade global. A politização da pandemia a exacerbou”, disse durante um encontro virtual realizado no World Government Summit, em Dubai. “A maior ameaça que enfrentamos agora não é o próprio vírus, é a falta de solidariedade global e de liderança global.”
Adhanom também pediu aos governos que priorizem o atendimento universal à saúde, informou a agência de notícias Reuters. A declaração do diretor-geral da OMS veio um dia após a OMS relatar seu maior aumento de casos em 24 horas odesde o início do surto.
No domingo, a agência da ONU informou que registrou mais de 183 mil novas notificações no dia anterior, sendo que mais de 36 mil ocorreram nos Estados Unidos.
Adhanom afirmou que algumas regulamentações internacionais de saúde precisam ser fortalecidas para torná-las “mais adequadas ao objetivo”. Ele, porém, não especificou quais serem essas normas, mas ressaltou apenas que precisavam de “financiamento coordenado, previsível, transparente, de base ampla e flexível” para serem implementadas.
Adhanom também disse que é preciso que os países construam um sistema de saúde universal, que tratem o tema como prioridade, alertando que o mundo aprendeu que sistemas fortes são “a base da segurança global da saúde e do desenvolvimento social e econômico”.
A OMS vem sofrendo repetidos ataques de líderes mundiais – principalmente do presidente dos EUA, Donald Trump. O líder americano acusa a entidade de não adotar uma postura suficientemente dura contra a China, onde o vírus foi detectado pela primeira vez no final do ano passado. Em maio, ele anunciou que os EUA não financiariam mais a agência da ONU.
Líderes europeus, como o presidente da França, Emmanuel Macron, também já cobraram uma investigação sobre a abordagem chinesa. / NYT e REUTERS / o estadão
Saneamento básico, novo marco será votado no Senado
Saneamento básico, uma vergonha nacional, agora pode mudar
Apesar de ser um direito assegurado pela Constituição, metade dos brasileiros ainda não contam com saneamento básico. E somos hoje uma população de 210 milhões de brasileiros. Por ano milhares de pessoas, especialmente crianças, são acometidas por doenças causadas pela falta do serviço. O dado é a prova cabal da falência do Estado. Mas, o que é mesmo saneamento básico? O site Trata Brasil, referência na área, assim o define: “Saneamento é o conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorar a qualidade de vida da população e a produtividade do indivíduo. E facilitar a atividade econômica.”
Um site que tem como objetivo ampliar a discussão ambiental não pode deixar de abordar a questão. E temos bons motivos para fazê-lo no momento em que se discute o novo marco legal.
Dados do saneamento básico no Brasil, a coleta de esgoto
Ainda segundo o Trata Brasil, “52,36% da população têm acesso à coleta de esgoto, isso quer dizer que quase 100 milhões de brasileiros não têm acesso ao serviço. Cerca de 13 milhões de crianças e adolescentes não têm acesso ao saneamento básico. E 3,1% das crianças e dos adolescentes não têm sequer sanitário em casa. Por fim, 36 municípios nas 100 maiores cidades do país têm menos de 60% da população com coleta de esgoto.”
Se estes dados já são motivo suficiente para a vergonha internacional da oitava maior economia do mundo, espere até saber sobre o tratamento do esgoto.
Tratamento do esgoto no Brasil
O Trata Brasil informa que apenas “46% dos esgotos do País são tratados. Em 2017 o Brasil lançou aproximadamente 5.622 piscinas olímpicas de esgoto não tratado na natureza. E, dos mais de cinco mil municípios, somente 21, nas 100 maiores cidades, tratam mais de 80% dos esgotos.” Só isso já justifica o estado calamitoso dos rios brasileiros, quase todos na UTI. Mas apesar dos péssimos dados de saneamento, eles não são os únicos que justificam o estado de nossos rios, por exemplo. A questão do lixo é outro problemaço do Brasil, já abordado pelo Mar Sem Fim.
Tratamento do esgoto por regiões
A região Sudeste é que mais caminhou neste processo. O tratamento no Sudeste é de 50,39%, seguido pela região Sul, com 44,93% dos esgotos tratados. Em seguida o gap aumenta. Na região Nordeste só 34,73% de todo o esgoto é tratado. E, na região Norte, a diferença se torna abissal: apenas 22,58% recebe tratamento. Mas a chaga é mundial. Enquanto no Brasil são 100 milhões de pessoas sem este serviço básico, no mundo, segundo o Trata Brasil, são 2,4 bilhões de pessoas vivendo sem saneamento adequado. Isso explica muito da poluição mundial, tanto na terra como no mar.
Moraes retira sigilo de decisão que determinou buscas e apreensões
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu hoje (22) retirar o sigilo da decisão que determinou buscas e apreensões da Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito que apura a realização de manifestações antidemocráticas. As buscas foram realizadas na semana passada.
Na decisão, Moraes afirma que decidiu liberar a decisão diante de “inúmeras publicações jornalísticas de trechos incompletos do inquérito, inclusive da manifestação da PGR [Procuradoria-Geral da República] e da decisão judicial”.
Na despacho, que foi assinado no dia 27 de maio, o ministro determinou a quebra sigilo bancário de parlamentares do PSL, empresas de informática e administradores de canais do Youtube de direita.
As medidas cautelares foram solicitadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizadas pelo ministro. Segundo Moraes, há indícios da atuação de uma rede virtual de comunicação para desestabilizar o regime democrático.
“Em face desses indícios apresentados, torna-se imprescindível o deferimento das diligências, inclusive com afastamento excepcional de garantias individuais que não podem ser utilizados como um verdadeiro escudo protetivo da prática de atividades ilícitas, tampouco como argumento para afastamento ou diminuição da responsabilidade civil ou penal por atos criminosos, sob pena de desrespeito a um verdadeiro Estado de Direito”, argumentou o ministro.
No dia 16 de junho, a PF cumpriu 21 mandados de busca e apreensão, que foram solicitados pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques, e tiveram o objetivo de colher provas a respeito da origem de recursos e a estrutura de financiamento dos atos.
A investigação foi aberta em abril a pedido da PGR, depois de manifestantes levantarem faixas pedindo a intervenção militar, o fechamento do STF e do Congresso durante atos em Brasília e outras cidades do país. ISTOÉ