Dialogar é preciso - Dom Odilo P. Scherer, O Estado de S.Paulo
13 de março de 2021 | 03h00
O papa Francisco acaba de fazer uma visita histórica ao Iraque, berço de antigas civilizações e tradições religiosas e culturais relacionadas com a origem das três religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo. Lugares como Mesopotâmia, Babilônia, Ur dos Caldeus e Nínive são mencionados nos relatos bíblicos e foram palco de momentos épicos da história do povo hebreu.
A região do atual Iraque foi banhada frequentemente com o sangue derramado por guerras, perseguições e repressões violentas. Também a nossa geração é testemunha de mais um longo período de conflitos absurdos, com imensos sofrimentos suportados por aquele povo. Não raro os conflitos envolveram motivações religiosas e de discriminação étnica e cultural, mas quase sempre estiveram em jogo a disputa de grupos rivais pelo poder e a supremacia. Também as razões geopolíticas e econômicas, como o interesse pelo petróleo e seus derivados, tiveram peso.
O cristianismo expandiu-se e floresceu bem cedo na Mesopotâmia, possivelmente ainda na era apostólica. Com o surgimento do islamismo, a presença cristã foi drasticamente reduzida ao longo dos séculos. Minorias cristãs, no entanto, mantiveram-se no meio de uma imensa maioria muçulmana. Desde a Guerra do Golfo Pérsico, nos anos 1980, e, sobretudo, com a guerra dos Estados Unidos contra Saddam Hussein, os cristãos pagaram um preço muito alto, por terem sido considerados filo-ocidentais, e ficaram reduzidos mais ainda.
O papa São João Paulo II se opôs energicamente à guerra contra o Iraque, chamando ao diálogo, sem ser ouvido. Recentemente, as minorias cristãs sofreram um novo duríssimo golpe, infligido pelo Isis, o grupo chamado Estado Islâmico, que pretendia islamizar à força os cristãos. Os mártires cristãos foram numerosos, igrejas destruídas, bens expropriados e uma insegurança social sufocante para os cristãos, reduzidos a cerca de 500 mil pessoas, que somente conseguem permanecer lá com a ajuda dos cristãos do mundo inteiro. Há poucas décadas eram dez vezes mais.
Esse foi o contexto da visita histórica de Francisco, que desejou muito ir àquele país para dialogar, confortar e levar esperança. Não houve multidões oceânicas para o acolherem, até porque também lá a pandemia de covid-19 está espalhada. Além dos líderes católicos e de diversos outros grupos cristãos, Francisco encontrou-se com as mais altas autoridades islâmicas locais e do Estado. Havia preocupação quanto à segurança do papa, que também se dirigiu a Mossul, no norte do país, cidade duramente atingida pelos combates contra o Estado Islâmico. Francisco, porém, não hesitou nem por um instante em encontrar aquela população, para lhe levar sua palavra de conforto e esperança.
A visita foi orientada pela busca do diálogo e foi isso o que papa fez o tempo todo nos seus encontros com as autoridades públicas, os religiosos muçulmanos e com líderes das comunidades católicas e de outras Igrejas cristãs do País. Em seus discursos, ele insistiu em diversos momentos sobre a necessidade de ouvir o outro com atenção, estender a mão, colaborar, construir pontes, em vez de levantar muros. Nas lacerações vividas por aquele povo, o diálogo pressupõe desarmar os espíritos, superar medos e mágoas, restabelecer laços de confiança e acreditar na boa vontade do outro. Sem isso é praticamente impossível dialogar.
O diálogo corresponde à natureza do ser humano, que não é completo e fechado em si mesmo, mas aberto ao outro, em quem busca e encontra a sua complementaridade. Escreveu o papa São João Paulo II que o diálogo é etapa obrigatória no caminho da realização humana, tanto do indivíduo como de cada comunidade – encíclica Ut unum sint (Para que sejam um), 1995, n.º 28). Diálogo não é o mesmo que confrontação, na qual o objetivo é que haja um vencedor. O diálogo exige reciprocidade e renúncia à vontade de dominar o outro. É preciso passar do antagonismo e de conflito para um terreno comum, onde uma e outra parte se reconhecem como companheiros de caminho.
No diálogo, cada uma das partes deve pressupor a sinceridade da outra parte, para se estabelecer uma base de confiança recíproca. Dessa maneira, o diálogo respeitoso e franco torna-se partilha de dons e bens, que beneficia e enriquece ambas as partes que dialogam. Ao contrário, o fechamento ao diálogo é empobrecedor e reduz os horizontes da convivência humana, abrindo espaço para o cultivo de ressentimentos e indiferenças.
O diálogo verdadeiro tornou-se um bem escasso, mas precioso, em tempos de polarização ideológica, e não apenas no Iraque ou em países com conflitos armados. Nossa cultura brasileira, geralmente aberta ao diálogo e à convivência acolhedora e pacífica, parece ter sido contagiada por um vírus perigoso, que torna difícil o diálogo sereno e produtivo. O fechamento ao diálogo e o acirramento de preconceitos e discriminações podem predispor a conflitos e atos violentos. Aonde isso pode nos levar? Dialogar é preciso!
CARDEAL-ARCEBISPO DE SÃO PAULO
A volta do demiurgo – Lula - ISTOÉ
Na última segunda-feira, com uma canetada, o ministro Edson Fachin do STF reescreveu a história e mudou o curso político do País. Sua decisão de anular todas as sentenças de Lula na Lava Jato surpreendeu todos e terá um impacto profundo no ambiente institucional. A medida não redesenhará apenas as eleições de 2022. Desde já, mudará o governo Bolsonaro.
O presidente usará todo seu arsenal populista para se fortalecer diante do petista, deixando de lado as promessas reformistas que o elegeram. O resultado é o agravamento do que já se vê na prática. Inflação em alta, real derretendo, desemprego batendo recordes, investidores fugindo e empresários paralisando negócios. Consultorias já reveem suas projeções e apostam em taxas de juros mais altas e PIB mais fraco. “A decisão coloca um outro patamar de risco que acompanhará o Brasil nos próximos dois anos”, diz o relatório da MB Associados.
A reabilitação de Lula ocorre quando Bolsonaro enfrenta o caos na Saúde e o Congresso, com o apoio dos governadores, ensaia uma intervenção branca na sua gestão
Diretores do Sírio e do Einstein estão preocupados com falta de conscientização
Sonia Racy / O ESTADO DE SP
12 de março de 2021 | 00h40
Doria anunciou ontem medidas mais duras para conter a covid-19. Adianta? Em múltiplas conversas com Paulo Chachap, do Sírio Libanês, bem como com Sidney Klajner, do Einstein, essa colunista acompanha a crescente preocupação com o comportamento displicente de alguns paulistanos e com a atitude de migrantes de outras cidades, que buscam ajuda em SP. “É um absurdo, as pessoas não se conscientizam que precisam usar máscara, álcool gel e se resguardar”, observa Chapchap. “A noção clara da gravidade da situação é urgente,” completa Klajner.
LEIA TAMBÉM
USP, Unesp e Unicamp fazem protesto contra falas negacionistas e em favor da vacinação
Pois é, de onde mais se espera …nada acontece. Ambos hospitais atendem boa parte da elite brasileira.
Onipotência
O fato, na visão dos gestores, é que se não houver ampla e irrestrita conscientização da gravidade do problema e se a população não evitar locais de contágio nas próximas duas semanas, a superlotação em todo o Brasil só vai piorar ainda mais.
Aí não vai haver “lockdown” ou Doria que barre o colapso generalizado dos hospitais.
Onipotência 2
Para ambos, é urgente a mudança de mentalidade e a adoção rígida de hábitos condizentes com o aprofundamento da pandemia. “Falta também uma política central que oriente a população como um todo. Isso ajudaria e muito”, destaca Chachap. Klajner concorda.
Campanhas publicitárias informativas para a população fariam uma grande diferença.
Noves fora
Indagado sobre o crescimento contínuo das internações resultantes da covid-19, conhecido médico – ele atende nos dois hospitais, em dupla jornada incessante – não se conteve. “Cheguei a dizer para um pai, ao atender o quinto membro da família, que se ele me trouxesse mais um infectado por descuido, eu não iria tratar”.
Dois deles, menores de idade
Noves fora 2
Dados oficiais: na segunda-feira, o Sírio Libanês, na Bela Vista, tinha 188 internados (51 na UTI) por covid. Ontem, o hospital contabilizava 217 (62 na UTI). O Einstein, na mesma segunda-feira, registrava 184 internados (90 na UTI) –, e ontem o hospital chegou a 206 internados (103 na UTI).
No HC, houve uma leve diminuição. Dos 376 internados (186 na UTI) na segunda, eles somavam 370 (175 na UTI) na quarta-feira
Lula é o oponente ideal para Bolsonaro, mas Lula e pandemia, juntos, ameaçam a reeleição
12 de março de 2021 | 03h00
Com a falta de leitos e a disparada de mortes, o Exército Brasileiro logo estará entre duas alternativas: ir para a rua garantir o lockdown e salvar vidas, como propõe a senadora Kátia Abreu, ou, depois, usar seus caminhões para transportar corpos, como advertiu o então ministro Luiz Henrique Mandetta para o presidente Jair Bolsonaro, ao selar sua demissão do governo ainda no início da pandemia. O presidente não sabe ouvir a verdade. Degolou o ministro.
Mandetta caiu por defender isolamento social e Nelson Teich, por se recusar a adotar um medicamento rejeitado no mundo inteiro contra o coronavírus. Bolsonaro, então, foi buscar um general da ativa para ignorar o isolamento, liberar geral a cloroquina e bater continência para qualquer barbaridade – inclusive contra vacinas e até contra máscaras.
LEIA TAMBÉM
Lula de volta desvia o foco na pior hora da pandemia e do próprio Bolsonaro
Só um ser na face da Terra é capaz de fazer Bolsonaro cair na real: Luiz Inácio Lula da Silva. Ao entrar na campanha presidencial de 2022, na quarta-feira, Lula já empurrou Bolsonaro para o campo minado onde ele é mais vulnerável, exatamente a pandemia, que pode, ou deve, chegar a 300 mil mortos ainda em março. Os conselheiros do presidente, muito terraplanistas e pouco científicos, previam 2.100...
Bolsonaro sentiu o golpe de Lula quase imediatamente. Logo depois da fala de Lula, que estava de máscara, pediu licença para tirá-la e passou álcool teatralmente no microfone, eis que o presidente aparece numa cerimônia do Planalto de máscara! Ele nunca usa, nem nos palácios, nas padarias, nas ruas, nem mesmo ao abraçar velhos e crianças em campanha política pelo País e já tentou até desacreditar o uso de máscaras numa live da internet. Foi patético!
Para piorar, o senador Flávio Bolsonaro, o “01”, esse da mansão mal explicada de R$ 6 milhões, pediu para a tropa viralizar a nova mensagem do pai: “Nossa arma é a vacina!”. Como assim? Todo mundo sabe que as “armas” dos Bolsonaros não são as vacinas, são revólveres, pistolas, rifles, balas. E que, para o presidente, a “vacina chinesa do Doria” (que a mãe dele tomou) causa “morte, invalidez e anomalia”. E alguém se esqueceu? “Não vou tomar, ponto final.”
O papai Jair e o irmão “01” tentaram, portanto, dar uma cambalhota no negacionismo, mas a única coisa que conseguiram foi aumentar a montanha de frases, imagens e atos que Lula já tem fartamente à disposição sobre o negacionismo de Bolsonaro, apontado como o pior líder do mundo na pandemia. E se esqueceram de avisar da guinada para o deputado Eduardo Bolsonaro, o “03”.
Em Israel, sem saber que agora máscara é legal, vacina é bacana e era para dar o dito pelo não dito, lá foi ele xingar a imprensa de “mequetrefe” por cobrar uso de máscara e divulgar que, numa comparação impregnada de simbologia, a comitiva liderada pelo chanceler Ernesto Araújo tirou foto sem máscara no embarque no Brasil e com ela no desembarque em Tel-Aviv. E o vexame do chanceler? Mas deixa pra lá. O fundamental é que estavam todos lá para um ato místico: orar para um spray milagroso.
A imprensa é mequetrefe, intrometida, enxerida e, assim, descobre mansões, rachadinhas, Queiroz, Wassef e informações privilegiadas da Petrobrás... A real ameaça é um presidente que se mete onde não deve, ataca a ciência, a inteligência, as pesquisas, as estatísticas, o ambiente, a cultura, a OMS, os parceiros prioritários do Brasil. Reclama que os governadores estão “destruindo” a economia, mas ele próprio destrói vidas.
Detestem ou não Lula, ele traz duas novidades para o ambiente macabramente contaminado do Brasil. Jair Bolsonaro correu sozinho no páreo até aqui, mas passou a ter oposição. E o petista é considerado o oponente dos seus sonhos, mas Lula e pandemia, juntos, podem ser mortais para a reeleição.
*COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO, DA RÁDIO JORNAL (PE) E DO TELEJORNAL GLOBONEWS EM PAUTA
Ex-ministros da Justiça assinam manifesto pedindo julgamento da suspeição de Moro
Sete ex-ministros da Justiça assinaram um manifesto pedindo que o Supremo Tribunal Federal retome o julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos processos de Lula.
Aderiram ao texto ministros dos últimos quatro governos anteriores ao de Jair Bolsonaro. São eles: José Carlos Dias, José Gregori e Renan Calheiros (Fernando Henrique Cardoso); Tarso Genro (Lula); Eugênio José Guilherme de Aragão e José Eduardo Cardozo (Dilma Rousseff); e Torquato Jardim (Michel Temer).
O documento foi lançado nesta segunda-feira (8/3), originalmente com as assinaturas de políticos como Ciro Gomes, Rodrigo Maia, Eduardo Paes, Marta Suplicy e Aécio Neves. Artistas como Chico Buarque, Gilberto Gil e Zeca Pagodinho também apoiaram a iniciativa.
Os advogados Pedro Serrado, Marco Aurélio de Carvalho, Carol Proner e a desembargadora aposentada Kenarik Boujikian também estão entre os que assinaram o manifesto.
"As violações ao direito a um julgamento justo não implicam em singelos desvios procedimentais, mas em severa lesão à própria democracia constitucional", diz trecho do texto.
Suspeição
A 2ª Turma do STF retomou o julgamento da suspeição na terça-feira (9/3). Nele, os ministros decidem se Moro deve ser considerado suspeito pelo julgamento e sentença de Lula no caso do tríplex do Guarujá.
Há também pedidos de extensão para que a suspeição seja aplicada aos processos do sítio de Atibaia e em duas ações envolvendo o Instituto Lula.
Luiz Edson Fachin e Cármen Lúcia já haviam votado contra a suspeição em 2018. Gilmar Mendes deu voto vista favorável à suspeição e foi seguido pelo ministro Ricardo Lewandowski. Nunes Marques, o mais novo integrante da corte, no entanto, pediu vista.
Revista Consultor Jurídico, 11 de março de 2021, 16h36
A ameaça do estado de sítio - Por Vera Magalhães
Ouvir a expressão estado de sítio da boca de Jair Bolsonaro causa calafrios. Como o presidente parece gostar de causar repulsa nos brasileiros, ele vira e mexe vem com essa de estado de sítio, sempre lembrando, como fez nesta terça-feira, que é sua prerrogativa decretá-lo.
Bolsonaro não fala disso à toa. A nova menção despropositada à medida extrema veio totalmente fora de contexto, como sempre: o presidente a comparou às medidas restritivas adotadas pelos governadores para conter o avanço da mortandade desenfreada da pandemia.
O presidente pode ter sido expulso cedo do Exército e não ser muito versado na Constituição, mas ele sabe muito bem que essas medidas não guardam qualquer semelhança com estado de sítio.
Ao lançar a expressão ao léu e ainda mencionar o artigo 141 da Constituição, que seus seguidores adoram evocar para pregar intervenção militar, distorcendo seu sentido, o presidente lança uma isca para esses fanáticos na linha “quem manda sou eu”, “eu que tenho a caneta Bic”, o tipo de bravata que adora lançar quando está acuado.
E motivos não faltam para que o capitão esteja acuado: ele está a cada dia ficando mais encurralado pela sua própria obra criminosa no curso de um ano de pandemia.
A redução diária do chute travestido de previsão de vacinas feito pelo general Pazuello quanto à quantidade de doses de vacinas que estará disponível neste mês de março de carnificina nacional, a insistência do STF em cobrar, de forma cada vez mais dura, que o governo federal aja na compra desses imunizantes e no suporte aos Estados para enfrentar o colapso iminente do sistema de saúde e a pressão pela CPI da covid-19, que envolve diversos partidos, movimentos de direita antes condescendentes com o bolsonarismo, como o Vem pra Rua, e que já desaguou no mesmo Supremo fazem o sinal de alerta de Bolsonaro pulsar.
Mas o que o atormenta de verdade, e isso está cada vez mais claro, é a volta de Lula ao cenário eleitoral. E aqui é que reside a gravidade da cartada de falar em estado de sítio neste momento.
Num governo coalhado de militares, e diante da indisposição da cúpula sobretudo do Exército com Lula e o PT, expressada em diversas ocasiões, como no tuíte do general Villas Boas advertindo o STF em 2018, esse tipo de exortação irresponsável pode resultar em uma movimentação da caserna em reação à anulação das condenações do petista.
Na mesma fala, Bolsonaro ainda incitou seus malucos, da forma como sempre faz, falando como que a título de preocupação, a promoverem quebra-quebra e saques. O bolsonarismo sempre funciona assim: o “mito" lança a ideia e sempre há malucos para executarem.
Foi assim nos atos antidemocráticos e também quando ele numa live mandou as pessoas invadirem hospitais de campanha para filmar. Parecia da boca para fora, mas sempre há pessoas dispostas a difundir e executar esse tipo de comando golpista que parte do presidente da República.
Os tais quebra-quebras e saques seriam o pretexto que ele quer para falar de estado de sítio de forma menos “teórica”? Ao falar em greve, o presidente também dá uma senha aos caminhoneiros, que têm sido adulados por ele justamente pelo poder que têm de tornar a população refém de seus motins.
Bolsonaro tem de ser levado a sério em seus arroubos, porque sua tendência autoritária não é apenas retórica, ela se manifesta em atos e decisões de governo e os exemplos são inúmeros.
Com espaços importantes do Congresso dominados por fanáticos bolsonaristas, como as comissões, esse tipo de menção a desordem e estado de sítio têm de receber reprimenda imediata, inequívoca e dura por parte dos ministros do STF, da OAB e de todos os que têm compromisso com a preservação da democracia. O GLOBO