Bolsonaro lidera motociata em São Paulo, sem máscara e com capacete irregular
12 de junho de 2021 | 09h42
Atualizado 12 de junho de 2021 | 15h43
Milhares de motociclistas fizeram uma manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro neste sábado, 12, em São Paulo. O ato seguiu da região do Sambódromo pela Marginal do Tietê até a Rodovia dos Bandeirantes, onde o grupo foi até o trevo do km 62, na altura de Jundiaí, e retornou em direção ao Ibirapuera, onde Bolsonaro discursou em um carro de som. O presidente, que liderou a motociata, chegou à concentração na zona norte e circulou sem máscara, provocando aglomerações entre os apoioadores, muitos também sem o equipamento de segurança em meio à pandemia de coronavírus. Bolsonaro, um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e o minitro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, foram multados pelo governo de São Paulo, por não usarem máscara no ato.
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No discurso no final da motociata, Bolsonaro voltou a falar na possibilidade de suspender a obrigatoriedade de uso de máscaras por pessoas já vacinadas, defendeu o trabalho do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e fez novo aceno aos motociclistas, ao falar de isenção de pedágio nas futuras concessões de rodovia. Para issso, no entanto, o presidente vai aumentar o valor para os demais motoristas.
Com Salles no carro de som, Bolsonaro disse que "o Ministério do Meio Ambiente era aparelhado e (Salles) fez um excelente trabalho". O ministro é investigado por indícios de favorecimento de empresas na exportação ilegal de madeira e por suspeita de obstruir a maior investigação ambiental da Polícia Federal em favor de quadrilhas de madeireiros. Ele nega irregularidades.
Bolsonaro repetiu que pediu um estudo ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre a possibilidade de sugerir a não obrigatoriedade do uso de máscara para vacinados. "Quem for contra não acredita na ciência. Não tem como vacinado transmitir o vírus", disse. Mas, segundo especialistas, pessoas vacinadas podem sim transmitir o coronavírus e devem continuar usando máscaras, assim como o resto da população.
Trajeto
A Rodovia dos Bandeirantes ficou com tráfego interditado para veículos entre os km 14 ao 61, em ambos os sentidos, para a passagem dos milhares de motociclistas. Pelo Twitter, a Polícia Militar de São Paulo registrou um acidente no comboio, no km 30. Imagens da Band News mostram o momento em que motociclistas caem. Uma ambulância foi acionada, segundo a PM.
Durante o passeio de moto, Bolsonaro utilizou um capacete do tipo coquinho, que não protege o maxilar nem possui viseira. O uso desse equipamento é proibido pela Resolução 453/2013 do Conselho Nacional de Trânsito. É considerado uma infração grave, sujeita a multa. Ao sair para a motociata, Bolsonaro agradeceu o convite dos manifestantes e disse “acelera para Cristo”.
O presidente vestia um colete que ganhou pelo presidente da Associação de Proprietários de Motocicletas Harley Davidson, Wilson Fly.
Perto de 14 horas, Bolsonaro e o motociclistas começaram a chegar à região do Parque do Ibirapuera, na zona sul da capital paulista. No local, o presidente, ainda sem máscara, foi até os apoiadores e levantou um cachorro com a bandeira do Brasil enquanto tocava a música tema de Ayrton Senna.
Enquanto aguardavam a chegada do presidente, os manifestantes reunidos a pé no Ibirapuera estendiam faixas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e pedindo "intervenção militar" a favor do presidente. As camisetas vendidas pelos ambulantes contêm frases de ordem pedindo o voto impresso.
Os apoiadores ocupavam um trecho da Avenida Pedro Álvares Cabral que vai do Monumento às Bandeiras até a Assembleia Legislativa de São Paulo.
Concentração
Mais cedo, na região do Sambódromo, na zona norte, para entrar no "pelotão", cada motociclista tinha antes de passar por um posto de revista montado pela segurança presidencial, onde eram revistados.
A Polícia Militar teve de disponibilizar mais de 6 mil PMs para mitigar os impactos no trânsito do ato, uma vez que havia preocupação de a manifestação prejudicar o comércio neste 12 de junho, Dia dos Namorados, quarta data mais importante para o setor no ano.
Enquanto aguardavam o início da manifestação, os motoqueiros já revistados se mantinham sem máscaras, aglomerados. Alguns triciclos adaptados tocavam músicas em favor do presidente e jingles da campanha presidencial de 2018. Havia ainda a distribuição de panfletos em defesa das escolas cívico-militares e, em especial, do "voto impresso auditável" por motociclistas no entorno do ato, como na Avenida Braz Leme e na Rua Brazelisa Alves de Carvalho. Muitos ambulantes vendiam camisetas e faixas em favor do presidente e bandeiras do Brasil de diversos tamanhos.
A manifestação foi organizada por integrantes de clubes de tiro e de motociclismo do interior de São Paulo e de Estados vizinhos. O ato foi divulgado também por parlamentares da base aliada ao presidente e grupos que, em São Paulo, vinham organizando protestos contra o governador João Doria (PSDB).
Segurança
A Polícia Militar paulista, que manteve conversas com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ao longo da semana, reforçou a vigília de pontes e viadutos por onde a motociata passou, para evitar que objetos fossem arremessados nos manifestantes. No fim do ato, no Ibirapuera, dois drones seriam usados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para acompanhar o ato. Segundo informações da Secretaria Estadual da Segurança Pública, cerca de 6,7 mil policiais trabalham no acompanhamento da manifestação.
Além do aparato formal, ostensivo, montado com pessoal do Comando Militar do Sudeste, das polícias federal, militar e civil, Bolsonaro tem ainda um reforçado esquema de segurança próxima. O GSI conta com cerca de 40 agentes usando motos, infiltrados entre os motociclistas manifestantes. Isso, sem contar os batedores e os agentes do grupo regular da Presidência.
No Rio
No último dia 28, Bolsonaro participou de ato similar, com grande público, no Rio, onde foi recebido pelo governador Cláudio Castro (PL) e dividiu palanque com o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello – o episódio causou desgaste ao Exército, que decidiu não punir o general da ativa pela participação de ato político. / COLABORAROU LEANDRO TAVARES
Após motociata, Bolsonaro cita Deus e militares, enaltece PM-SP e cloroquina e ataca isolamento
Em discurso no Ibirapuera em São Paulo diante de millhares de apoiadores que participaram de uma motociata neste sábado (12), o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar as políticas de isolamento e disse comandar um governo que acredita em Deus, é leal à população e que respeita os militares.
Bolsonaro também rasgou elogios aos policiais militares paulistas que trabalharam no evento. "Estaremos juntos aconteça ou que aconteça", disse o presidente, em clara provocação ao governador João Doria (PSDB), seu adversário político e chefe da PM do estado.
Bolsonaro diz não estar em campanha eleitoral e falou em "problema sério do vírus", voltando a equipará-lo ao desemprego. Disse que nunca se curvou à pandemia e mais uma vez sugeriu uma regra para dispensar o uso de máscara. "Eu autorizo", gritaram em resposta os seus apoiadores.
Alvo de investigação da CPI da Covid no Senado, o presidente de novo defendeu o tratamento precoce, citando a cloroquina, e atacou as políticas de isolamento contra a pandemia, em ataque direto a Doria. "Fora, Doria", responderam os apoiadores. Bolsonaro ainda desafiou o tucano a participar de um evento como esse.
Ainda sobre a pandemia, disse que nunca mandou fechar as igrejas. E citou de novo que atua dentro das "quatro linhas da Constituição". E voltou a falar em supernotificação de mortes por coronavírus, o que já lhe rendeu um desmentido nesta semana pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
O uso de máscaras entres os apoiadores de Bolsonaro que compareceram ao Ibirapuera nesta tarde foi maior do que entre os motociclistas que se reuniram pela manhã para a motociata, onde a máscara era um item quase inexistente.
No Ibirapuera, uma parcela significativa não usava, e parte utilizava incorretamente, sem proteger o nariz. Entre os que estavam de máscara, eram raras as de PFF2, mais seguras. A reportagem viu apenas algumas pessoas com este tipo de máscara.
Os apoiadores acompanharam o discurso do presidente na praça do Monumento às Bandeiras. Cerca de metade da praça estava ocupada. Muitos dos presentes utilizavam camisetas do Brasil e bandeiras e camisetas de apoio ao presidente.
No discurso, todo de improviso, presidente prometeu de novo liberar motociclistas de pedágios em novas concessões de rodovias e voltou a falar sobre a trajetória que o levou ao Palácio do Planalto em 2018, inclusive da facada em Juiz de Fora.
Bolsonaro disse que montou um time técnico no ministério que trabalha por todos os estados do país.
Bolsonaro estava ao lado dos ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), ambos sem máscara. Bolsonaro tem incentivado Tarcísio a se lançar candidato ao Governo de São Paulo em 2022. Apoiadores responderam com gritos de "governador, governador".
Antes da fala do presidente, organizadores em um caminhão de som puxaram orações e gritos de 'mito' e palavras de ordem contra o STF (Supremo Tribunal Federal).
Com o presidente à frente, sem máscara, a manifestação intitulada “Acelera para Cristo” começou às 10h, na região de Santana, zona norte da capital, e terminou no obelisco do Ibirapuera, às 13h30. O trajeto, que incluiu um bate-volta a Jundiaí, foi de cerca de 130 km.
Ao longo do trajeto, gritos de “aqui é Bolsonaro”, “viva, Bolsonaro” e “isso está gigante” se misturaram com barulho de buzinas e ronco dos motores das motocicletas. Houve também gritos contra a imprensa e o governador João Doria (PSDB), adversário político do presidente.
O presidente chegou de carro cerca de 15 minutos antes, cumprimentou diversos apoiadores e causou aglomeração. Antes de partir, foi levantado e cumprimentou apoiadores do alto. Eram tantas motos que as últimas delas só conseguiram deixar a concentração quase uma hora após o início da motociata.
Na concentração e na dispersão houve aglomeração de apoiadores. Já a maioria dos motociclistas não usava máscara de proteção contra a Covid-19 e tinha bandeiras do Brasil amarradas no corpo. O presidente foi saudado por apoiadores em diferentes pontos do trajeto.
Câmara atropela comissão para flexibilizar lei de improbidade, que pune nepotismo e 'carteirada'
11 de junho de 2021 | 16h27
Em acordo com líderes partidários na Câmara, o presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas-AL), decidiu pautar para a semana que vem a votação em plenário do polêmico projeto que afrouxa a Lei de Improbidade Administrativa, usada para punir práticas como o nepotismo. A decisão foi tomada sem que se conheça a versão final do texto, ainda não apresentada pelo relator, Carlos Zarattini (PT-SP), e atropela a comissão especial que analisa a proposta desde 2019.
A primeira versão do texto do relator, apresentada no fim do ano passado, foi criticada por entidades que atuam na área de transparência, agentes de órgãos de investigação e até por integrantes do governo, que enxergam possíveis prejuízos ao combate à corrupção no País. Entre as principais alterações propostas por Zarattini está a exclusão do artigo 11 da lei, que prevê punições a práticas que afrontem os princípios da administração pública, como o nepotismo, a “carteirada” e até a “furada de fila” da vacinação. Segundo a proposta, apenas condutas que gerem enriquecimento ilícito ou prejuízo aos cofres públicos poderiam ser alvo de processos contra prefeitos e demais gestores.
Zarattini disse ao Estadão que ainda deve apresentar um novo parecer até o início da próxima semana. “Tivemos várias críticas e sugestões e estamos preparando modificações”, afirmou o petista. Questionado, ele não respondeu se devolverá o artigo 11 ao texto ou incluirá a possibilidade de punir agentes públicos que violarem os princípios da administração pública.
O autor do projeto, deputado Roberto Lucena (Pode-SP), estranhou o avanço da medida e a ideia de se pautar o texto, na semana que vem, diretamente no plenário, sem que ainda sejam conhecidas as alterações no projeto. É nas comissões especiais que os projetos passam por discussões mais aprofundadas, incluindo a realização de audiências com a sociedade civil.
“Como pode ser isso se não temos ainda o texto publicado com as adequações feitas pelo relator para conhecimento dos parlamentares e da sociedade? É um absurdo. Precisamos ter acesso ao texto do substitutivo e ver o que tem ali. Aliás, por que esse substitutivo não será votado primeiro na comissão especial?”, questionou Lucena.
Para a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), as mudanças propostas na Lei de Improbidade são “substanciais” e não poderiam ser votadas sem amplo debate: “O encaminhamento deste texto direto para o plenário ensejará uma aprovação de afogadilho e afetará o debate do tema, o que pode representar uma grande ameaça ao combate à corrupção”.
Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro é defensor da proposta com o argumento de que a legislação atual “engessa” a atuação de prefeitos, que deixam de agir em determinados momentos com receio de serem processados. O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressista-PR), é um dos principais articuladores para a votação do projeto. Em entrevista ao Estadão, em fevereiro, ele defendeu o fim da punição ao nepotismo, que é a prática de políticos contratarem os próprios parentes para trabalhar no serviço público.
Segundo o entendimento dos que defendem a mudança na legislação, é preciso evitar casos como a cassação ou a perda de direitos políticos de um prefeito até mesmo pelo fato de prestar contas fora do prazo.
A Lei de Improbidade Administrativa foi criada, em 1992, como resposta à sensação de impunidade no País, em meio ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
As alterações gestadas no Congresso não preocupam apenas investigadores e órgãos de controle, responsáveis diretamente pelo combate à corrupção, mas até mesmo integrantes do próprio governo federal.
Em março, o Estadão mostrou essas preocupações em documentos obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), elaborados pelas assessorias técnicas do Ministério da Justiça e da Casa Civil.
“O texto do substitutivo revoga dispositivos importantes para o combate à improbidade administrativa e vai de encontro à finalidade do PL (projeto de lei), que é a de aprimorar o texto legal e conferir maior eficiência e eficácia ao combate à corrupção e à malversação dos recursos públicos”, diz o relatório da Casa Civil, que recomenda alterações em 44 pontos da primeira versão do texto apresentado por Zarattini.
Outra mudança polêmica prevista no primeiro relatório do petista é a que impede a demissão de agentes públicos, em casos de mudança de cargo. Por exemplo, se um deputado federal, hoje, for condenado em ação de improbidade administrativa, por atos que praticou quando era prefeito, não perderia a função pública.
A Lei de Improbidade estabelece a “perda da função pública” como uma das penas possíveis a condenados nas ações civis de improbidade. Vinte anos depois, a interpretação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) está consolidada no sentido de que não importa o cargo ocupado pelo réu; ele será cassado no fim do processo caso essa pena seja aplicada.
No entanto, Zarattini não informou se essas mudanças serão mantidas na versão final.
O diretor-executivo da Transparência Brasil, Manoel Galdino, criticou as alterações propostas e também a falta de discussão do texto, que poderá ser votado na semana que vem. “O processo foi pouco transparente e com escasso debate com a sociedade civil e órgãos de controle, já que não houve audiências públicas para debater o substitutivo”, disse o diretor da Transparência Brasil.
Brasil registra 17,2 milhões de casos de covid-19 e 482 mil óbitos
O Ministério da Saúde divulgou hoje (10) números atualizados sobre a pandemia de covid-19 no país. De acordo com levantamento diário feito pela pasta, o Brasil tem no acumulado 17,2 milhões de casos confirmados da doença e 482 mil mortes registradas. Os casos de recuperados somam 15,6 milhões.
Em 24 horas, o ministério registrou 88 mil novos casos e 2.504 mortes.
O estado de São Paulo tem o maior número de casos acumulados desde o início da pandemia, com 3,4 milhões de casos e 116 mil óbitos. Em seguida estão Minas Gerais (1,6 milhão de casos e 42 mil óbitos); Paraná (1,1 milhão casos e 27,7 mil óbitos) e Rio Grande do Sul (1,1 milhão de casos e 29,3 mil óbitos).
De acordo com o Ministério da Saúde, 3,8 mil casos estão em investigação.
Vacinação
Até o momento, foram enviadas a estados e municípios 109,294 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. Deste total, foram aplicadas 71 milhões de doses, sendo 49,5 milhões da primeira dose e 21,46 milhões da segunda dose.
Edição: Pedro Ivo de Oliveira
Érika Amorim ressalta a importância de a população seguir os programas vacinais
A parlamentar enfatizou a urgência de a população realizar o cadastro na plataforma Saúde Digital, da Secretaria de Saúde (Sesa), do Governo do Estado, pois é através desse sistema que as pessoas aptas para se vacinar são convocadas. Érika Amorim relatou ter recebido mensagens, apontando indisponibilidade deste sistema, o que foi reconhecido pela Pasta da Saúde. “Realmente, houve esse problema devido ao grande número de acessos. Somente na última semana, foram realizados mais de 50 mil cadastros. Aqueles que não conseguiram se cadastrar, eu reforço: persistam até a efetivação”, sugeriu.
Érika Amorim incentivou o trabalho voluntário para ajudar pessoas que não tenham acessos aos meios digitais para fazer o cadastro para imunização contra a Covid-19. Ela parabenizou o exemplo de Conceição, do bairro Arianópoles, em Caucaia, que de forma voluntária, dispôs de um momento para auxiliar as pessoas no cadastro. “Que mais pessoas se coloquem nas comunidades para colaborar com aqueles que mais precisam e não tem acesso,
O avanço da vacinação contra a Covid-19 no Ceará, onde foram aplicadas mais de três milhões de doses, o que garante ao estado um percentual de cerca de 12% da população vacinada, com a segunda dose também foi destacado pela parlamentar. “Hoje, somos o estado do Nordeste com o maior percentual de vacinados com a segunda dose contra a Covid. Falar da importância da vacinação nunca foi tão urgente. As previsões são otimistas, mas precisamos ficar em alerta”, observou.
Ainda sobre a imunização, a parlamentar alertou para a 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, que começou em abril e segue até 9 de julho. De acordo com a deputada, n quarta-feira (09/06) foi iniciada a terceira fase da campanha no Ceará, e que a Sesa aponta que quase um milhão de pessoas compõe o público-alvo. “São pessoas com comobidades, deficiência permanente, caminhoneiros, jovens sob medida socioeducativas, população privada de liberdade, adolescentes, entre outros. O Ceará sempre teve destaque nas campanhas e é importante que as pessoas busquem se vacinar para atingirmos a meta”, destacou.
“É importante termos em mente que as vacinas nos protegem desde criança. Quem não se vacina não coloca apenas sua vida em risco, mas também a de seus familiares, de outras pessoas com que convive, além de contribuir para aumentar a circulação de doenças. Vacina é um gesto de proteção. Vacinar é um gesto de amo”, enfatizou a parlamentar.
Érika Amorim apontou que o Ceará celebrou, ontem (09/06), pelo segundo ano consecutivo, o Dia Estadual da Imunização. Segundo a parlamentar, a data foi instituída no Calendário Oficial de Eventos do Estado a partir de uma proposta de autoria dela, que deu origem à Lei 16.897/19. “Nosso objetivo é tão somente reforçar a importância da imunização e também sensibilizar a população de que isso é um instrumento fundamental para a prevenção das doenças”, reiterou.
O início, na última sexta-feira (04/06), das obras de recuperação da Rodovia CE-90, no trecho entre o Icaraí e o Cumbunco, no município de Caucaia também foi lembrado pela deputada. “Essas obras foram pautas de reuniões nossas com o Governo do Estado. Era uma demanda da população e de todos que passam por ali. Tenho certeza que o Governo do Estado fará um ótimo trabalho”, pontuou.
A parlamentar afirmou ter recebido denúncias de moradores de Caucaia sobre “o descaso da atual administração municipal com a segurança alimentar das famílias”. Conforme a deputada, em junho, foi distribuída uma cesta básica referente há dois meses – abril e maio. Érika Amorim criticou ainda o valor de aquisição das cestas básicas. “No supermercado a cesta fica em torno de R$ 60. Segundo apuração e o que está publicado no Diário Oficial, o valor unitário de cada cesta adquirida é de R$155. É absurdo pensar que as famílias esperam tanto, recebem uma mísera cesta básica e com um valor tão alto. Solicitamos ao Ministério Público que apure essa compra”, informou.
Érika Amorim comunicou ainda que seu mandato protocolou um requerimento junto ao Ministério de Cidadania, do Governo Federal, solicitando a ampliação do programa de aquisição de alimentos na modalidade “incentivo a produção e consumo do leite”. Segundo ela, esse programa tem a possibilidade de ser suspenso, devido a não renovação da União. “Várias instituições correm o risco de serem prejudicadas. Instituições que trabalham com famílias em vulnerabilidade social”, relatou. A deputada pontuou que o governador Camilo Santana afirmou estar estudando a possibilidade de assistir essas instituições, caso o Governo Federal não renove o convênio.
GS/AT
Informações adicionais
Fernando Hugo destaca aumento de casos de violência contra a mulher na pandemia
Deputado Fernando HugoFoto: Edson Júnio Pio
Conforme informou o parlamentar, foram registrados 17 milhões de casos de agressão física, sexual ou psicológica contra a mulher entre fevereiro de 2020 e maio de 2021. Isso significa, segundo Fernando Hugo, que uma em cada quatro mulheres do País foram agredidas no período da pandemia.
“É um problema social imenso, que precisaria de uma sequência de atos jurídicos, de ações administrativas, de comportamentabilidade científica e politicamente diferentes. Dezessete milhões é o cálculo de mulheres vilipendiadas em seus lares e/ou ambientes de trabalho e/ou ruas e avenidas desse Brasil”, avaliou.
Fernando Hugo criticou a imprensa por não noticiar esse dado repetidamente nos jornais e lamentou que a convivência hoje de homens com mulheres está na alçada policialesca e das ações jurídico-legais. “Que vergonha! Que desencontro com a vida. Que falta de postura da modernidade temporal do século XXI”, disse.
O deputado reiterou ainda a seriedade da situação, afirmando que não se trata de uma “besteirinha” repetida diversas vezes nas Câmaras, Assembleias e até no Congresso.
“É grande demais o quantitativo de agressão desses que não são certamente homens. Podem até ter nascido machos, pelos testículos e o pênis presentes no ato parturitivo e vindo pelas parteiras e parteiros, mas não têm a mínima comportamentabilidade de homens cidadãos, respeitosos, afáveis e amáveis por essas figuras peroláveis que a natureza de Deus deu para encantamento e labor na vida de nós todos”, comentou.
De acordo com Fernando Hugo, os dados foram apresentados por instituições sérias de pesquisa, como a Fundação Getúlio Vargas. “Nem no Oriente Extremo nem na África Subsaariana onde as mulheres são, pelos costumes e pela sociologia vigentes naquelas áreas, tratadas como seres inferiores. Nem acolá tem-se quantitativos dessa monta”, observou.
O parlamentar comentou que basta ligar a TV para encontrar notícias de agressão contra mulheres de todas as idades. “É preciso, com urgência, repetir-se que as afrontas, as agressões físicas, morais e sexuais não podem continuar a existir no Brasil no mínimo que se possa imaginar, quanto mais nessa astronomia numerológica de 17 milhões de mulheres que denunciaram ou que tiveram parceiros, vizinhos e parentes que denunciaram”, pontuou.
Fernando Hugo refletiu ainda sobre a imensa quantidade de mulheres que ainda não denunciaram, temendo, ao chegar na delegacia, serem mortas ou agredidas, acrescentando que, para ele, o pior de todos os crimes do mundo humano é o estupro.
“Nessa hora em que aqui, lamentavelmente, suplicamos ações de todas as esferas do serviço público do Brasil, casos e mais casos – Ceará adentro e Brasil afora – estão ocorrendo. E essas agressões psicoemocionais, físicas, sexuais, morais dão-se por conta e risco de uma apatia que existe e está crescendo em nós, e nós não vamos nos calar quanto a isso”, afirmou.
Em aparte, a deputada Augusta Brito (PCdoB) parabenizou o deputado Fernando Hugo por trazer essa temática da violência contra a mulher à tribuna. A parlamentar acrescentou ainda que, somente nos primeiros cinco meses de 2021, a Casa da Mulher Brasileira no Ceará recebeu mais de 12 mil atendimentos, dos quais seis mil aconteceram de forma remota em razão da pandemia. “Toda a sua fala de hoje eu quero aplaudir. Precisamos, sim, dessa união, para além de ideologia e religião – e também com elas, todo mundo junto –, procurar saídas”, assinalou.
Augusta Brito também parabenizou a Assembleia Legislativa, em nome da Procuradoria Especial da Mulher da AL, pela reestruturação do órgão e realização de atendimentos – com psicólogas e advogadas – às mulheres vítimas de violência. Ela informou que a Procuradoria conta hoje com o núcleo “Laço Branco”, campanha já existente em 55 países e que visa trazer o homem para participar do combate à violência contra a mulher.
A deputada comunicou ainda que, após uma das ações da Procuradoria realizada em março de 2020 – uma live com as capoeiristas e os capoeiristas sobre assédio sexual, o órgão começou a receber denúncias e pedidos de ajuda.
“E através dessa ferramenta aqui da Assembleia, onde todos os deputados e deputadas ajudam a construir e fazem parte desse processo, a gente fez e faz até hoje os encaminhamentos para o Ministério Público. Inclusive, tivemos reunião ontem e vamos ter outra reunião amanhã para formar grupo de apoio às vítimas, sejam homens ou mulheres, de violência sexual relacionada à capoeira”, relatou, frisando a importância desses instrumentos no Parlamento cearense.
BD/LF