Leia Mais:http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,o-maior-tombo-das-montadoras-na-era-pt
Desde 1987, no governo Sarney, quando as vendas de veículos novos nacionais caíram 33,1% em relação a 1986, não havia um recuo tão grande nos licenciamentos de veículos – 26,5% entre 2014 e 2015, incluindo importados. O ano de 2015 marcou uma queda recorde de licenciamentos nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT), que sempre procuraram amparar as montadoras de veículos e ressaltar sua importância como geradoras de empregos de boa qualidade.
A queda é contínua desde 2012, quando 3,8 milhões de veículos nacionais e importados foram licenciados. As vendas caíram para 3,7 milhões de unidades em 2013, para quase 3,5 milhões em 2014 e não chegaram a 2,57 milhões no ano passado. Se no ano o recuo foi de 26,5%, em três anos alcançou 32,4%. Mas foi em 2015 que a intensidade da queda ganhou ares dramáticos, quando as vendas de veículos foram 1,23 milhão inferiores às de 2012 e 930 mil menores do que as de 2014.
Campo fértil para a bandidagem - Fábio Campos
O Brasil passou os últimos 20 anos afirmando a imperiosa necessidade de uma reforma política. Jamais a fez. Com o desenho que tem hoje, o sistema político brasileiro faliu. É incapaz de oferecer saídas para qualquer crise e só aprofunda os problemas. Como dizia a esquerda das antigas, o resultado é todo esse horror que está aí.
Como é usual, o que acontece no âmbito nacional se reproduz nos estados e nas prefeituras. Para vencer as acirradas disputas eleitorais, é preciso formar alianças com duas dezenas de partidos. Fechadas as urnas e contados os votos, outra leva de partidos, mesmo derrotada, passa a apoiar o vencedor.
Novo currículo escolar tem problemas em Português, Matemática e História
BRASÍLIA — As críticas ao conteúdo dos novos currículos para escolas brasileiras, a chamada Base Nacional Comum Curricular, vão muito além da parte dedicada ao ensino de História. Em Português, o Ministério da Educação já decidiu que o texto final do currículo deverá ter mais conteúdos de gramática. Isso porque, no documento atual, que foi submetido à consulta pública e já recebeu mais de 9,8 milhões de sugestões, as regras gramaticais só são ensinadas de forma clara até o 3º ano do ensino fundamental. Também no currículo de Matemática problemas têm sido apontados por especialistas. O conceito de fração, por exemplo, é ensinado só no 4º ano no texto em debate, mas estudos mostram que o tema deve ser abordado ainda na pré-escola.
— Já se sabe que, no ensino da Matemática, o estudo da ideia da parte pelo todo (fração) é fundamental e deve ser introduzido cedo. Entrar neste conteúdo tardiamente cria uma dificuldade imensa para o aluno — explicou Paula Louzano, pós-doutoranda da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), que estuda currículos nacionais do mundo.
Crise econômica afeta obras em ferrovias que eram prioridades do PAC
BRASÍLIA - O ajuste fiscal em 2015 acertou em cheio as obras em ferrovias no país, que estavam entre as prioridades do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para promover a retomada da economia, gerar empregos e futuramente reduzir o custo Brasil nas exportações nacionais. Os canteiros das três principais frentes de obras tocadas pela estatal Valec — a Extensão Sul da Ferrovia Norte-Sul e dois trechos da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) — encolheram mais de 80% ao longo do ano e seguem hoje em marcha lenta, quase paradas. Do total de 10.192 empregados diretos das construtoras contratadas pela Valec em fevereiro, 8.243 foram para a rua até novembro, quando o contingente chegou a 1.949. O envolvimento de construtoras na Operação Lava-Jato também contribuiu para o atraso. Na prática, a redução de vagas colaborou para o aumento do desemprego e a recessão.
Procuradoria vê indícios contra o presidente da Petrobrás em negócio do Banco do Brasil
BRASÍLIA - A Procuradoria-Geral da República (PGR) vê indícios de que o atual presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, participou de suposto esquema ilícito de compra de debêntures (títulos da dívida) da empresa OAS quando comandava o Banco do Brasil. A empreiteira é suspeita de pagar vantagens indevidas a políticos, entre eles o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em troca de destravar os investimentos de fundos de pensão e bancos em papeis da construtora.
As citações a Bendine aparecem em trocas de mensagens entre o principal executivo da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, com Cunha e outros dirigentes da empresa entre 2012 e 2014. O então presidente do Banco do Brasil teria negociado com a OAS, numa reunião de outubro de 2014, a aquisição de debêntures de R$ 500 milhões. Num e-mail enviado a ele em 2013, Pinheiro também discute a emissão de ações da Invepar – empresa constituída por fundos pensão, entre eles a Previ, dos funcionários do BB – em bolsa de valores.
Em agosto de 2014, Pinheiro recebe uma mensagem de seu secretário avisando que Bendine, tratado pelo apelido “Dida”, pedira uma conversa, mas “só se estivesse num telefone fixo”. O secretário explica que, como o executivo estava no exterior, o presidente do Banco do Brasil resolveu aguardar seu retorno ao País para falar. “A necessidade de conversar com telefone fixo demonstra a consciência da ilicitude da conversa e o medo de serem interceptados”, afirmou a PGR num dos documentos sobre a investigação de Cunha.
Mensagens indicam atuação de Wagner por empreiteiros
BRASÍLIA - Mensagens de telefone interceptadas por investigadores da Operação Lava Jato apontam relação do ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), com o ex-presidente da empreiteira OAS José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, um dos condenados por participação no esquema de corrupção da Petrobrás. Há conversas diretas entre os dois e também de interlocutores do governo baiano durante a segunda gestão Wagner (2011-2015) com executivos da empresa. Os investigadores suspeitam que parte das conversas trate de doações para a campanha petista na disputa pela prefeitura de Salvador.
O material ao qual o Estado teve acesso é mantido sob sigilo em Brasília e na Justiça Federal do Paraná. Os diálogos foram obtidos pelos investigadores da Lava Jato em Curitiba (PR) e remetidos à Procuradoria-Geral da República (PGR) por haver menção ao nome do ministro, que possui foro privilegiado. Até o momento, não há inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal contra ele.
As interceptações são de mensagens de texto trocadas entre agosto de 2012 e outubro de 2014. Nelas, há negociação de apoio financeiro ao candidato petista à prefeitura de Salvador em 2012, Nelson Pellegrino, e também pedidos de intermediação de Wagner com o governo federal a favor dos empresários.