Apenas 3 de 24 estados têm Previdência no azul nos primeiros 4 meses de 2019
A Previdência da maioria dos estados brasileiros seguiu no vermelho nos primeiros meses de 2019. Segundo um levantamento feito pelo G1, de janeiro a abril, apenas Amapá, Rondônia e Tocantins registraram saldo positivo no seu sistema próprio de aposentadoria e pensões, responsável pelo pagamento dos servidores.
Os números levam em conta os resultados divulgados no Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do governo de cada estado, referentes ao segundo bimestre de 2019. Os estados são obrigados a divulgar esses balanços mas, até esta segunda-feira (10), os dados do segundo bimestre do Distrito Federal, Piauí e Roraima não estavam disponíveis. O G1 entrou em contato com os governos dos três estados, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Somados os resultados dos 24 estados, o rombo nas contas das previdências estaduais soma mais de R$ 20,7 bilhões - um crescimento de 15% na comparação com o mesmo período de 2018.
Aposentado constrói há 35 anos castelo no agreste do RN
No meio do nada, no alto de uma rocha escondida na Serra da Tapuia, agreste do Rio Grande do Norte, um castelo com traços da arquitetura islâmica está sendo erguido há 35 anos.
A obra ainda inacabada, com 150 torres de tamanhos variados, 13 labirintos e quatro andares, é a missão de vida do sargento aposentado do Exército José Antônio Barreto, 87, o Zé dos Montes.
O projeto nunca foi colocado numa folha de papel. Não há planta arquitetônica, cálculo de engenharia e nem qualquer planejamento de construção.
“Só existe dentro da cabeça dele. Saiu tudo da imaginação. Ele sempre disse que não precisava de desenho. Nunca estudou nada sobre isso. Anotava apenas quanto tinha gasto de cimento e tijolo”, diz, com orgulho, o filho Joseildo Gomes de Oliveira Barreto, responsável hoje por administrar o local.
Por trás da construção que desperta a curiosidade de quem avista as torres furarem o céu, no meio de uma paisagem indescritível e um silêncio interrompido apenas pelo barulho dos bichos, há uma história mítica e religiosa.
Tudo começou quando seu Zé dos Montes era criança. Conta que, aos oito anos, no momento em que estava pegando lenha no meio do mato, no município de Pedro Avelino, no Rio Grande do Norte, teve uma visão.
Uma mulher havia aparecido na sua frente e dito que ele tinha que construir uma capela. Assustado, correu para casa, mas não contou nada aos pais.
“Ele diz que essa visão se repetiu por várias vezes e, sempre, no dia 13 de cada mês”, comenta Joseildo.
Antes de erguer a obra definitiva em Sítio Novo, tentou levantar as torres em outros 13 locais. “Mas só aqui, nesta serra, percebeu que era realmente o lugar ideal. Ele comprou o terreno com algumas economias e colocou a mão na massa.”
Em 1984, após algumas tentativas frustradas, começou a construção sozinho. Tijolo a tijolo. Com o dinheiro que juntava da aposentadoria, comprava pedras e cimento na região.
Depois, pela quantidade de serviço, precisou contratar alguns ajudantes. Por 11 anos seguidos, a obra não foi interrompida um mês sequer.
As torres ocupam 90% de uma rocha de 30 metros de altura. A construção está 400 metros acima do nível do mar.
Já com grande parte do castelo que carrega seu nome erguido, o aposentado, aos 65 anos, viajou para a Europa. Visitou Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Alemanha. Queria saber se o seu empreendimento devia alguma coisa às construções do "estrangeiro".
“Ele foi duas vezes. Sempre viajou sozinho, mas era acompanhado por um guia lá. Visitou alguns templos. Na primeira vez, iria passar um mês. Voltou 11 dias depois porque não gostou da comida”, conta o filho.
Dentro do castelo, que apresenta uma nave principal, há algumas imagens de Nossa Senhora.
Existem também réplicas de cal, feitas por ele, de construções famosas mundialmente, a exemplo da Sagrada Família, em Barcelona, na Espanha, projetada pelo arquiteto Antoni Gaudí.
No local, que serviu de moradia para ele e a família por uma década, não há energia elétrica e nem água encanada. Em um dos andares, há uma cama de cimento e três quartos sem nenhum móvel dentro.
Associações de procuradores e juízes querem esclarecimento de vazamento de informações sobre Moro e Dallagnol
Rafael Moraes Moura/BRASÍLIA / O ESTADO DE SP
10 de junho de 2019 | 16h34
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) divulgou nesta segunda-feira, 10, uma nota em que afirma que cobrará das autoridades competentes a ‘apuração rigorosa’ das informações publicadas no site The Intercept Brasil, que divulgou suposto conteúdo vazado de mensagens trocadas pelo então juiz federal Sérgio Moro e por integrantes do Ministério Público Federal, como o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba.
O esclarecimento do episódio também foi defendido em nota pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). A Associação Nacional do Ministério Público PróSociedade apontou, em nota, a atuação de ‘hackers’ e destacou que nos diálogos revelados “não há conluios, não há corrupção, não há falsidades, não há qualquer intento de salvar criminosos, dilapidadores dos recursos do povo”.
Consórcios de saúde recebem milhões sem prestar contas
Alvo de disputa entre políticos no interior do Estado, os consórcios de saúde – que administram equipamentos como as Policlínicas e os Centros de Especialidades Odontológicas em parceria do Estado com os municípios – estão envoltos em novas suspeitas por parte dos órgãos de controle. Os 21 consórcios recebem altas quantias em verbas públicas, mas nenhum deles prestou contas de maneira adequada de acordo com as exigências do Tribunal de Contas do Estado (TCE-CE).
Só no ano passado, o Estado repassou às gestões um total de R$ 105 milhões e, agora, o TCE-CE promete passar uma lupa nas contas dos consórcios. Na análise das contas do governador Camilo Santana (PT) do ano passado, uma das ressalvas feitas pelo órgão de controle externo foi justamente a prestação de contas deficiente dos consórcios públicos de saúde, algo que vem se repetindo nas observações dos técnicos da Corte desde 2014, ou seja, um problema recorrente.
O estilo Bolsonaro
“Le style, c’est l’homme même” (“O estilo é o próprio homem”). O conceito é de autoria de George-Louis Leclerc, conde de Buffon, em discurso na Academia Francesa, em 25 de agosto de 1753. Referência na análise do “gênio” dos homens públicos, tem suscitado críticas e elogios.
A história é farta de exemplos que demonstram a força da assertiva. Gandhi, despojado de ambição, surge como expressão de grandeza moral. Para ele, os conflitos podem ser resolvidos com a sabedoria, não com armas. Hitler, com seu ideário de pureza de raça e domínio pela força, é a síntese do mal. Kennedy, em sua estampa jovem e exuberante, simboliza o ideal de uma América próspera e feliz. De Gaulle, do alto de sua autoridade, tem a imagem de herói da França. Churchill, culto e persistente, emerge como o maior estrategista da vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial. Juscelino Kubitschek, o nosso JK, de sorriso aberto deu ao Brasil a cara de modernidade. O estilo de cada um, com suas atitudes e comportamentos, lhes deu fama e reconhecimento.
Como se traduz o estilo Jair Bolsonaro? No plano estético, sobressai a imagem do capitão fazendo com as mãos o gesto de atirar com arma. Não é um gesto de paz. Na semântica, destaca-se a figura de um radical, cujas expressões ferem os direitos humanos, a partir da posição contrária à igualdade de gêneros.
Não há projetos que abrilhantem a vida parlamentar de 28 anos. Farta é a carga de elogios a envolvidos com a tortura nos tempos de chumbo. Eleito por vestir o manto da moralidade, ganhou a identidade de guerreiro contra o lulopetismo, a bandidagem das ruas e a velha política.
TCU aponta indício de pagamento indevido de R$ 4,5 bi a servidor municipal e estadual
Uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) e de órgãos de controle regionais encontrou indícios de 136 mil pagamentos indevidos a servidores estaduais e municipais, que geram um prejuízo de R$ 4,5 bilhões ao ano aos cofres públicos. O valor corresponde a cerca de 2% dessas folhas de pagamento.
A corte também fiscalizou contracheques de servidores federais, com 17 mil pagamentos irregulares confirmados pelos órgãos de origem desses funcionários, perda estimada em R$ 1,6 bilhão por ano.
A fiscalização das folhas de pagamento em todas as esferas de governo, feita em 2018, foi a primeira atuação conjunta dos órgãos, após um acordo de cooperação firmado entre TCU, Tribunais de Contas Estaduais e Municipais, Controladorias-Gerais e Ministérios Públicos Estaduais.
O pente-fino nas folhas de pagamentos no formato atual já vinha sendo realizado pelo TCU na esfera federal.
Desta vez, o órgão federal recebeu também dados de estados e municípios. A ação conjunta possibilitou, por exemplo, identificar irregularidades que envolvem pessoas que acumulam cargos em várias esferas de governo.
"Essa ação conjunta resultou em 136.671 indícios de diversos tipos envolvendo 16.243 órgãos estaduais e municipais, que, por se encontrarem fora da jurisdição desta Corte de Contas, foram encaminhados aos órgãos responsáveis para apuração, cujos benefício anual para os entes federados estimados são relevantes, especialmente diante do quadro fiscal que o país se encontra", diz o ministro do TCU Aroldo Cedraz no relatório sobre o processo de fiscalização das folhas de pagamento.