A vingança anunciada de Lula
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, negou pedido de seu antigo parceiro do Trio Ternura da Segunda Turma Ricardo Lewandowski, que requereu o agendamento da votação de duas ações que podem mudar a jurisprudência da autorização para prisão após condenação em segunda instância. Isso não quer dizer necessariamente que o ex-advogado de José Dirceu, do PT e da União no primeiro mandato de Lula tenha mudado de opinião sobre o tema. Ele continua firme ao lado de Lewandowski, MarcoAurélio Mello, Celso de Mello e Gilmar Mendes na defesa da volta ao status quo ante, que, numa interpretação duvidosa do artigo 5.º, inciso VII, da Constituição, subordinava o começo do cumprimento de pena ao chamado “trânsito em julgado”. Ou seja, que os quase infinitos recursos sejam julgados, o que leva a pena para as calendas.
Após entrevistas de Bolsonaro, PT recorre ao TSE para que emissoras deem espaço para Haddad
A coligação “O Povo Feliz de Novo” (PT/ PC do B/PROS) entrou neste sábado (29) com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que a TV Bandeirantes e a rádio Jovem PAN concedam espaço para uma entrevista com o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad.
Ao TSE, a coligação pede “igualdade de oportunidade” depois que os dois veículos de imprensa transmitiram nesta semana entrevistas com o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro.
Como Lula opera a campanha da cadeia
Em contrapartida, o cacique maranhense conta com a ajuda de eventual governo petista para sacramentar um negócio que envolve a TV Mirante, pertencente à família. Sarney deseja vender a emissora para o grupo Integração, de Minas Gerais.
Lula montou uma estratégia para beneficiar Haddad também em Alagoas. Para isso, contou com os préstimos do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Em mensagens transmitidas por Gilberto Carvalho a Renan, candidato à reeleição, Lula pediu para que o senador convencesse o também senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) a desistir da disputa ao governo de Alagoas contra Renan Filho (MDB), candidato à reeleição. Àquela altura, Renanzinho ostentava 46% das intenções de voto e Collor 22%. Os dois rumavam para o segundo turno. A idéia acalentada por Lula era que Renanzinho fosse eleito no primeiro turno, reservando o segundo turno para se dedicar de corpo e alma a Haddad. Em troca, o filho de Renan se comprometeria a aumentar as verbas da mídia do governo dos atuais R$ 300 mil por mês para R$ 800 mil mensais para a TV de Collor em Maceió. O acerto, pelo visto, foi bem azeitado. Collor renunciou, Renanzinho saltou para 65% e deve ser reeleito na primeira etapa das eleições alagoanas.
Como Lula opera a campanha da cadeia 2
O esforço de Lula no sentido de solapar, da sala-cela em Curitiba, candidaturas adversárias de seu poste ousou beliscar o ninho tucano no Piauí. Lá, o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, que apoiava oficialmente a candidatura do tucano Geraldo Alckmin, virou casaca depois de receber um bilhete de Lula levado pelo deputado José Guimarães. “Ciro Nogueira tem que trocar Alckmin por Haddad”, determinou Lula. A intervenção do petista fez com que Haddad subisse de 6% para 38% no Piauí e Alckmin estacionasse no Estado.
As candidatas-laranja - ISTOÉ
Wilson Lima e Ary Filgueira
Aurestina Assis de Matos Lopes é dona de casa, dedicada à família e à religião. A discussão política está bem longe da sua rotina. No entanto, na lista de candidatos a deputado distrital do Distrito Federal, Aurestina transmuta-se para Tina Lopes, que disputará as eleições pelo PRP com o número 44180. “Disputará” é força de expressão. Tina Lopes não fez nem fará campanha. Não pede um voto. Nem a seus familiares. Ela entrou na chapa somente porque o PRP precisava de mulheres para preencher a cota exigida pela legislação de 30% de candidaturas femininas. Aurestina é uma laranja clássica, mas não constitui um caso isolado. ISTOÉ verificou que há uma grande quantidade de “Tinas” espalhadas pelo país. Algumas, laranjas declaradas. Em boa parte dos casos, mulheres que não receberam um tostão sequer dos seus partidos para as suas campanhas. Com base nos dados de registros do TSE, ISTOÉ verificou a situação das candidaturas femininas nos três principais colégios eleitorais – São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro – e no DF.