Governo confirma compra adicional de 54 milhões de doses de vacina produzida pelo Butantan
Victor Farias / O GLOBO
Caixa da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan (21/01/2021) Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
BRASÍLIA — O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira que irá comprar 54 milhões de doses adicionais da vacina contra a Covid-19 produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. A decisão ocorre depois de o governo de São Paulo dar um ultimato para que o governo federal se pronunciasse até o dia 5 de fevereiro sobre o assunto.
— Nós estamos exercendo a nossa opção de contratação das 54 milhões de doses adicionais da fundação Butantan, de forma a totalizar 100 milhões de doses para imunização da população brasileira, atendendo a uma orientação direta do nosso ministro de estado da Saúde, general Eduardo Pazuello — disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco.
— Dessa forma, nós estamos solicitando o cronograma à fundação Butantan para podermos celebrar o contrato na semana que vem e também solicitando a antecipação do registo junto à Anvisa para iniciarmos a vacinação em massa da população brasileira — acrescentou.
A decisão de comprar as doses adicionais foi informada mais cedo pelos governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Piauí, Wellignton Dias (PT), mas ainda não havia sido confirmada pelo governo federal. O tema das doses adicionais vinha sendo discutido intensamente não apenas em São Paulo, mas em todo o país, diante da escassez de vacinas para imunizar até mesmo todos os profissionais de saúde com duas doses.
Entenda:Ministério da Saúde defende aplicação de duas doses de vacina
Ontem, Doria disse que havia determinado ao Instituto Butantan que priorizasse o fornecimento de vacina para estados e municípios brasileiros caso o Ministério da Saúde confirmasse a compra. Até então, o contrato do Butantan era para fornecer 46 milhões de doses até abril. Caso o contrato adicional seja realmente assinado, o número de doses passa a 100 milhões.
De acordo com Doria, o governo de São Paulo enviou mais de 8,7 milhões de doses da CoronaVac aos estados brasileiros para serem distribuídas via Programa Nacional de Imunização (PNI). Nesta sexta-feira, liberou um novo lote, com 1,8 milhões, sendo que 410 mil vão ficar em São Paulo para cumprir o calendário de vacinação.
Na quarta-feira, Dimas Covas, também já havia anunciado que, caso o governo federal não se manifestasse no prazo de uma semana sobre o interesses pelas doses, iniciaria negociações com países vizinhos da América Latina para fornecer a CoronaVac. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Fórum Nacional de Governadores também cobraram nesta quinta-feira que o governo federal compre as vacinas adicionais do Butantan.
Renan diz que MDB virou ‘bando’ e rifou Tebet para receber ‘carguinhos’
29 de janeiro de 2021 | 19h33
BRASÍLIA - "Viramos um bando. Deixamos de ser Partido." Foi assim que o senador Renan Calheiros (AL) definiu a mudança protagonizada pelo MDB, um dia depois da decisão da bancada de abandonar a candidatura de Simone Tebet (MS) à presidência do Senado para apoiar Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em troca de cargos. As mensagens de Renan, que era adversário de Simone até há pouco tempo, foram postadas pelo aplicativo WhatsApp no grupo de senadores da sigla.
Na sua avaliação, o MDB “cristianizou” Tebet e virou “pedinte”, com a bancada “mendigando” uma conversa com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para receber “carguinhos como favor”. “É o fim melancólico para quem liderou a Casa e agora foi rebaixado para Série D”, escreveu Renan, que foi presidente do Senado em uma época na qual o partido também estava à frente da Câmara.
A eleição que vai escolher a nova cúpula do Congresso será realizada na próxima segunda-feira, 1.°. O acordo para “rifar” Tebet, que mantém a candidatura ao comando do Senado como “independente”, foi fechado nesta quinta-feira, 28. Na ocasião, o líder da bancada do MDB, Eduardo Braga (AM), se reuniu com Alcolumbre e negociou com ele a adesão do partido à campanha de Pacheco, candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.
O acerto prevê que o MDB ficará com a primeira vice-presidência do Senado, a segunda secretaria e o comando de duas comissões. A mais cobiçada é a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas o próprio Alcolumbre quer ocupar essa cadeira, considerada muito importante para o Palácio do Planalto, porque por lá passam todos os projetos de interesse do governo.
“Definitivamente, falta-nos rumo, bandeira e deixar claro que o óbvio esmagamento da proporcionalidade implicará na suspensão da governabilidade do Senado e do Congresso, pelo menos”, afirmou Renan, em uma das mensagens para o grupo de senadores. “Maioria dividida transforma-se em minorias desesperadas, sem rumo, sem condução. Porque jamais haverá um único líder para facções diferentes. Viramos um bando, deixamos de ser Partido”.
Na Câmara, o MDB lançou a candidatura de Baleia Rossi (SP) à sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ). A campanha de Baleia, que é presidente nacional do partido, enfrenta dificuldades diante do assédio do Palácio do Planalto, que tem negociado cargos e emendas com o objetivo de atrair votos para o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), líder do Centrão. A disputa virou um jogo de “tudo ou nada” para o governo porque Bolsonaro avalia que, se Baleia vencer, será pressionado por aliados, principalmente por Maia e por siglas de esquerda, a aceitar um dos 59 pedidos de impeachment hoje parados na Câmara.
No Senado, o MDB é a maior bancada, com 15 integrantes. Pela tradição da Casa, teria prioridade na escolha de cargos na Mesa e em comissões, independentemente do resultado da disputa. Esse acordo de cavalheiros, porém, foi quebrado em fevereiro de 2019, quando Alcolumbre foi eleito para presidir o Senado.
Tebet era líder do MDB e chegou a travar uma queda de braço com Renan pela indicação do partido para concorrer ao comando da Casa. “Devemos absorver o recado das urnas, que clamou por renovação na política e, consequentemente, no Senado”, disse a senadora, à época, em referência aos inquéritos contra Renan, alvo de delações da Lava Jato, no Supremo Tribunal Federal.
A decisão de Tebet de enfrentar Renan no plenário, naquele ano, mesmo tendo sido derrotada na bancada, foi considerada por ele como o pivô da crise que se abateu sobre o partido. Na ocasião, a senadora só retirou a candidatura na última hora para apoiar Alcolumbre, ganhando depois o comando da CCJ. Isolado, rotulado como “velha política” pelo novo governo, Renan acabou renunciando quando viu que perderia. “Eu voltei para o baixo clero. Sou o 081 do Senado”, disse Renan ao Estadão, naquele 2 de fevereiro de 2019.
De lá para cá, o senador se aproximou de Alcolumbre, mas agora vestiu novamente o figurino da oposição. Inicialmente, Renan achava que o candidato do partido poderia ser Eduardo Braga. Mas, como o líder da bancada desistiu de entrar no páreo depois que o PT declarou apoio a Pacheco, Renan chegou à conclusão de que o MDB deveria “se unir” e pedir votos para Simone, demonstrando sua insatisfação com o Palácio do Planalto. O problema é que, na Casa de Salão Azul, o MDB está dividido e muitos são aliados de Bolsonaro. Atualmente, a bancada do partido abriga dois articuladores do governo. Fernando Bezerra Coelho (PE) é líder no Senado e Eduardo Gomes (TO), no Congresso.
Vacina contra covid-19 da Novavax tem eficácia de 89,3%
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A farmacêutica americana Novavax anunciou nesta quinta-feira, 28, que sua vacina contra o novo coronavírus se mostrou 89,3% eficaz em um estudo clínico de fase três — o último necessário antes de uma aprovação. Os testes foram realizados no Reino Unido com 15.000 pessoas.
De todos os voluntários, 62 tiveram infecções confirmadas, sendo que 56 deles foram observados no grupo de placebo e somente seis faziam parte do grupo que realmente estava tomando a vacina.
“A Novavax tem potencial de ter um papel importante nessa crise global de saúde. Estamos ansiosos para continuar o trabalho com nossos parceiros, colaboradores, investigadores e reguladores no mundo todo para tornar a vacina disponível o mais rápido possível”, afirmou o CEO da companhia, Stanley Erck, em um comunicado.
A vacina também se mostrou 85,6% eficaz contra a variante B.1.1.7 — entre os pacientes que ficaram doentes durante a fase de testes, metade foi infectada pela nova cepa.
O imunizante, no entanto, não teve a mesma eficácia com a variante encontrada na África do Sul. Em testes realizados no país, a eficácia observada foi de 49,4% entre 44 casos de covid-19, sendo que 90% deles foram causados pela nova cepa. Para driblar o problema, a Novavax afirmou que está trabalhando em uma versão modificada da vacina capaz de também evitar infecções pela nova variante. Os novos testes devem começar no segundo trimestre de 2021.
As ações da empresa subiram mais de 23% depois da divulgação dos resultados.
As fases para a aprovação de uma vacina
Para uma vacina ser aprovada, ela precisa passar por diversas fases de testes clínicos prévios e em humanos. Primeiro, ela passa por fases pré-clínicos, que incluem testes em animais como ratos ou macacos para identificar se a proteção produz resposta imunológica.
A fase 1 é a inicial, quando os laboratórios tentam comprovar a segurança de seus medicamentos em seres humanos; a fase 2 tenta estabelecer de a vacina ou o remédio produz imunidade contra um vírus.
Já a fase 3 é a última do estudo e procura demonstrar a eficácia da imunização.
Uma vacina é finalmente disponibilizada para a população quando a fase 3 é finalizada e a proteção recebe um registro sanitário.
Auxílio emergencial x desenvolvimento social: como pensar no longo prazo?
Por Regina Esteves / EXAME
Nos últimos dias temos visto na mídia uma discussão sobre um possível prolongamento do auxílio emergencial. Não há, até o momento, uma posição concreta do Governo Federal sobre o que será feito. Há disparidades inclusive entre suas principais pastas. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, já afirmou que a continuidade do auxílio causaria uma redução de verbas para setores como Saúde, Educação e Segurança.
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No entanto, as altas taxas de desemprego incidem em sua maioria, na população mais vulnerável, a qual, o desamparo ocasionado pela falta de efetividade das políticas públicas, implicam na necessidade de políticas emergenciais, tanto nesse período, quanto no pós-pandemia. Porém, como pensar políticas emergenciais de forma estruturante e que contribuam, não só para garantir o bem-estar social, mas também o desenvolvimento econômico do Estado?
No Brasil, o governo possui uma série de programas e benefícios sociais para amparar a população mais vulnerável: Bolsa Família, FGTS Emergencial, Tarifa social de energia elétrica, Benefício de prestação continuada e outros. Ainda assim, mais do que atenuar o quadro de pobreza atual do país com verbas de programas sociais, o principal desafio é superar a pobreza em médio e longo prazo.
Uma grande referência nesse tema, Amartya Sen, Economista indiano e Prêmio Nobel de Economia (1998), traz para o debate a necessidade de analisar a pobreza não somente pela falta de renda, mas também do acesso aos direitos básicos como moradia, saúde, educação, segurança alimentar e etc.
Em situações de caos público, projetos de transferência de renda mostram-se mais necessários do que nunca, por isso, precisamos defender políticas de proteção social mais robustas, integradoras e que tenham porta de entrada e de saída, que sejam também mecanismos de fortalecimento e incentivo ao processo educacional, cuja agenda exigirá uma atenção extra.
Dentre as frentes, fortalecer a Educação é uma das principais formas de contribuir para a redução ou minimização da desigualdade social. As sequelas que a pandemia deixará só serão sentidas dentro de alguns anos, por isso, faz-se necessário que a pasta seja remediada desde já. Se por conta dos gastos governamentais com a pandemia houver escassez de recursos, precisaremos mais do que nunca que cada centavo seja investido de maneira eficiente.
Segundo estudo divulgado pela FGV Social em 2020, as desigualdades educacionais no Brasil devem aumentar. Entre os motivos, estão as dificuldades encontradas pelos estudantes, principalmente os de baixa renda, para acompanhar as aulas remotas. Dessa forma, os pesquisadores concluem que a “geração coronavírus” provavelmente será menos produtiva e mais desigual em relação a anteriores e posteriores.
A questão é que, muito tem se falado sobre o aumento da desigualdade no pós-pandemia, porém ainda não vimos caminhos serem construídos para subirmos o piso social no Brasil. No Canadá, por exemplo, foi lançado em 2020 uma agenda econômica que inclui um foco renovado na política social que sugere a criação de 1 milhão de empregos.
Precisamos realizar políticas de Estado que sejam pensadas a longo prazo e de maneira sustentável. O aprimoramento das redes de proteção focadas na população mais vulnerável deve ser algo inevitável, e deveria ser feito de modo que favorecesse a imagem do Brasil doméstica e internacionalmente. Precisamos trazer novamente a confiança no Estado, e neste caso específico, ela poderia ser medida de duas maneiras: como o governo trata a população e como traça suas estratégias de longo prazo.
Para 50%, Bolsonaro não merece ser reeleito – ainda assim, ganha em 2022
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A crise de saúde pública em Manaus e os desencontros em relação à compra e distribuição de vacinas contra a Covid-19 vêm impactando a percepção dos brasileiros sobre a gestão federal. Para 50,3% dos brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro não merece ser reeleito. Para 42%, ele faz jus a exercer o novamente o cargo de líder da nação. Outros 7,7% não souberam responder.
É o que mostram os novos resultados de uma pesquisa inédita de EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Clique aqui para ler o relatório completo.
A percepção de que o presidente não merece ser reeleito é maior entre os estratos de baixa escolaridade e os moradores da região Norte: entre os que não completaram o ensino fundamental, 53% dizem que Bolsonaro não faz por merecer uma nova chance na Presidência da República. Entre os moradores do Norte, região fortemente afetada pela pandemia, 69% compartilham da mesma opinião.
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No contingente daqueles que pensam de forma contrária, estão 62% dos evangélicos, uma das principais bases de apoio do governo, e a população com renda superior a cinco salários mínimos. Entre os mais endinheirados, 56% dizem que Bolsonaro merece ser reeleito.
O levantamento foi realizado por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias 25 e 28 de janeiro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Cenário eleitoral
Apesar da alta rejeição, Bolsonaro lidera a corrida presidencial para 2022. Se as eleições fossem hoje, o presidente seria reeleito. EXAME/IDEIA testou três cenários de primeiro turno, com diferentes candidatos na disputa, nos quais as intenções de voto para Bolsonaro variam de 32% a 36%, na pesquisa estimulada.
Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se consolida em segundo lugar, recebendo de 15% a 17% das intenções de voto. Ciro Gomes aparece consistemente em terceiro lugar e receberia de 10% a 11% dos votos.
Na sondagem, também aparecem nomes como o apresentador Luciano Huck ( 7,5% a 10%), o psolista Guilherme Boulos (de 5% a 8%), o governador João Doria (de 3% a 6%) e o ex-ministro Sergio Moro (7%).
“Com uma oposição desorganizada e nomes incertos ou pouco conhecidos pela opinião pública, a pesquisa de intenção de voto revela que a população se vê sem opção de candidatos”, diz Maurício Moura, fundador do IDEIA. “Por isso, muitos dizem que votariam em Bolsonaro”.
Nos cenários de segundo turno, Bolsonaro ganha de seus concorrentes. Numa disputa com o ex-presidente Lula, Bolsonaro teria 45% das intenções de voto, contra 28% do adversário petista. No embate entre o atual presidente e Ciro Gomes, Bolsonaro receberia 41% dos votos, ante 34% .
No caso de uma disputa entre Doria e Bolsonaro, o presidente ganharia com vantagem, com 45% das preferências, contra 30% do governador de São Paulo. Quem teria um melhor desempenho frente ao presidente é Huck.
Em um segundo turno com Bolsonaro, o apresentador levaria 38% dos votos, diante de 41% do presidente, percentuais que configuram que ambos estariam tecnicamente empatados. “Huck não sofre de rejeição como os nomes da esquerda e é conhecido nacionalmente”, diz Moura. “Ele também é mais admirado que Doria, por exemplo”.
A pesquisa também perguntou qual é a percepção da população a respeito dos candidatos de esquerda: 40% não votariam em Luiz Inácio Lula da Silva de jeito nenhum e 38% jamais elegeriam Boulos.
“A esquerda acabou ficando associada a casos de corrupção do Partido dos Trabalhadores, que vieram à tona com a Lava Jato, e é vista como uma ameaça a valores conservadores”, analisa Moura.
Avaliação do presidente
A aprovação ao governo federal continua estável em relação à pesquisa publicada no dia 22 de janeiro, quando a pesquisa EXAME/IDEIA revelou uma queda na popularidade do presidente. O tombo foi de 11 pontos percentuais, passando de 37% no início de janeiro para 26%. O recuo acentuado fez com que a desaprovação ao governo saltasse para 45%.
Agora, a aprovação ao governo federal é de 29%, diante de 42% de insatisfação. “Os índices estão dentro da margem de erro, indicando que houve pouca alteração de uma semana para outra, embora haja um certo viés de alta”, diz Moura.
A desaprovação ao presidente é maior entre os moradores do Nordeste e a população de baixa escolaridade: entre os nordestinos, 60% veem com maus olhos o governo federal. No grupo dos brasileiros que não terminaram o ensino fundamental, 50% compartilham da mesma opinião.
O percentual de pessoas que considera o governo ótimo ou bom também continua em um patamar semelhante ao da semana passada, quando foi registrada uma queda de 38% para 27%. Hoje, esse índice está em 30%.
O número de brasileiros que avalia a gestão federal como ruim ou péssima também não mudou muito. Hoje, é de 42%, diante de 45% na rodada anterior.
“Os problemas não mudaram”, avalia Moura. “A pandemia continua se agravando e há falta de vacinas. Ao mesmo tempo, a população se ressente do fim do auxílio emergencial e teme um cenário incerto na economia”.
Prazo de pagamento do Simples Nacional é prorrogado
Nesta quinta-feira (28/1), o Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) firmou resolução que adia para 26/2 o pagamento dos tributos apurados no Simples Nacional referentes ao mês de janeiro. A data original de vencimento era 20/2.
A decisão excepcional do CGSN visa comtemplar as empresas que optarem pelo Simples Nacional até esta sexta-feira (29/1, prazo máximo), para que possam regularizar suas pendências até o dia 15/2. Conforme a legislação, os contribuintes que escolhem o Simples não podem ter débitos com a Administração Pública.
Apesar da alteração do prazo de pagamento, o CGSN verificou que o prazo de opção pelo Simples deveria ser mantido para o último dia de janeiro, conforme expresso na Lei Complementar nº 123/2006.
A aprovação ou não da opção pelo Simples Nacional será feita por meio do Domicílio Tributário Eletrônico (DTE), no portal eletrônico do Simples, até o dia 25/2. Com informações da assessoria de imprensa da Receita Federal.