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Para 50%, Bolsonaro não merece ser reeleito – ainda assim, ganha em 2022

Por Carla Aranha / EXAME

 

A crise de saúde pública em Manaus e os desencontros em relação à compra e distribuição de vacinas contra a Covid-19 vêm impactando a percepção dos brasileiros sobre a gestão federal. Para 50,3% dos brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro não merece ser reeleito. Para 42%, ele faz jus a exercer o novamente o cargo de líder da nação. Outros 7,7% não souberam responder.

É o que mostram os novos resultados de uma pesquisa inédita de EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Clique aqui para ler o relatório completo.

A percepção de que o presidente não merece ser reeleito é maior entre os estratos de baixa escolaridade e os moradores da região Norte: entre os que não completaram o ensino fundamental, 53% dizem que Bolsonaro não faz por merecer uma nova chance na Presidência da República. Entre os moradores do Norte, região fortemente afetada pela pandemia, 69% compartilham da mesma  opinião.

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No contingente daqueles que pensam de forma contrária, estão 62% dos evangélicos, uma das principais bases de apoio do governo, e a população com renda superior a cinco salários mínimos. Entre os mais endinheirados, 56% dizem que Bolsonaro merece ser reeleito.

O levantamento foi realizado por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias 25 e 28 de janeiro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Cenário eleitoral

Apesar da alta rejeição, Bolsonaro lidera a corrida presidencial para 2022. Se as eleições fossem hoje, o presidente seria reeleito. EXAME/IDEIA testou três cenários de primeiro turno, com diferentes candidatos na disputa, nos quais as intenções de voto para Bolsonaro variam de 32% a 36%, na pesquisa estimulada.

Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se consolida em segundo lugar, recebendo de 15% a 17% das intenções de voto. Ciro Gomes aparece consistemente em terceiro lugar e receberia de 10% a 11% dos votos.

 
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 (Arte/)

Na sondagem, também aparecem nomes como o apresentador Luciano Huck ( 7,5% a 10%), o psolista Guilherme Boulos (de 5% a 8%), o governador João Doria (de 3% a 6%) e o ex-ministro Sergio Moro (7%).

“Com uma oposição desorganizada e nomes incertos ou pouco conhecidos pela opinião pública, a pesquisa de intenção de voto revela que a população se vê sem opção de candidatos”, diz Maurício Moura, fundador do IDEIA. “Por isso, muitos dizem que votariam em Bolsonaro”.

Nos cenários de segundo turno, Bolsonaro ganha de seus concorrentes. Numa disputa com o ex-presidente Lula, Bolsonaro teria 45% das intenções de voto, contra 28% do adversário petista. No embate entre o atual presidente  e Ciro Gomes, Bolsonaro receberia 41% dos votos, ante 34% .

No caso de uma disputa entre Doria e Bolsonaro, o presidente ganharia com vantagem, com 45% das preferências, contra 30% do governador de São Paulo. Quem teria um melhor desempenho frente ao presidente é Huck.

Em um segundo turno com Bolsonaro, o apresentador levaria 38% dos votos, diante de 41% do presidente, percentuais que configuram que ambos estariam tecnicamente empatados. “Huck não sofre de rejeição como os nomes da esquerda e é conhecido nacionalmente”, diz Moura. “Ele também é mais admirado que Doria, por exemplo”.

A pesquisa também perguntou qual é a percepção da população a respeito dos candidatos de esquerda: 40% não votariam em Luiz Inácio Lula da Silva de jeito nenhum e 38% jamais elegeriam Boulos.

“A esquerda acabou ficando associada a casos de corrupção do Partido dos Trabalhadores, que vieram à tona com a Lava Jato, e é vista como uma ameaça a valores conservadores”, analisa Moura.

Avaliação do presidente

A aprovação ao governo federal continua estável em relação à pesquisa publicada no dia 22 de janeiro, quando a pesquisa EXAME/IDEIA revelou uma queda na popularidade do presidente. O tombo foi de 11 pontos percentuais, passando de 37% no início de janeiro para 26%. O recuo acentuado fez com que a desaprovação ao governo saltasse para 45%.

Agora, a aprovação ao governo federal é de 29%, diante de 42% de insatisfação. “Os índices estão dentro da margem de erro, indicando que houve pouca alteração de uma semana para outra, embora haja um certo viés de alta”, diz Moura.

 

Made with Flourish

A desaprovação ao presidente é maior entre os moradores do Nordeste e a população de baixa escolaridade: entre os nordestinos, 60% veem com maus olhos o governo federal. No grupo dos brasileiros que não terminaram o ensino fundamental, 50% compartilham da mesma opinião.

O percentual de pessoas que considera o governo ótimo ou bom também continua em um patamar semelhante ao da semana passada, quando foi registrada uma queda de 38% para 27%. Hoje, esse índice está em 30%.

O número de brasileiros que avalia a gestão federal como ruim ou péssima também não mudou muito. Hoje, é de 42%, diante de 45% na rodada anterior.

“Os problemas não mudaram”, avalia Moura. “A pandemia continua se agravando e há falta de vacinas. Ao mesmo tempo, a população se ressente do fim do auxílio emergencial e teme um cenário incerto na economia”.

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