Por 6 votos a 1, TSE nega pedido de Lula para ter tempo de campanha na TV
BRASÍLIA — Por 6 votos a 1, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou, na noite desta terça-feira, um pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que as emissoras de TV façam a cobertura da campanha do petista, que está preso em Curitiba, da mesma forma que produzem conteúdo relacionado a outros candidatos. Os canais de TV questionados pelo petista eram TV Globo, TV Ômega Ltda., Bandeirantes, Record e SBT.
ENTENDA: O que acontece com o caso Lula no TSE após prazo para defesa se manifestar
O petista está preso em Curitiba e já foi condenado em segunda instância. A Lei da Ficha Limpa não permite candidaturas nessas situações. Apesar disso, o PT insiste na candidatura do ex-presidente, que tem sido representado por Fernando Haddad, registrado no TSE como vice de Lula. Apenas o ministro Napoleão Nunes Maia divergiu do entendimento da maioria.
Bolsonaro diz que policial que mata '10, 15 ou 20' deve ser condecorado
SÃO PAULO — O candidato do PSL à Presidência Jair Bolsonaro voltou a defender nesta terça-feira, em entrevista ao "Jornal Nacional", da TV Globo, que a violência urbana deve ser combatida com uso da força. Capitão da reserva do Exército, afirmou que policiais que matarem com "dez ou trinta tiros cada (suspeito)", devem ser condecorados.
— Nós temos que fazer o que em local que você possa deixar livre da linha de tiro as pessoas de bem da comunidade? Ir com tudo para cima deles (bandidos) e dar para o policial e agentes da segurança pública o excludente de ilicitude. Ele entra, resolve o problema. Se matar dez, 15 ou 20, com dez ou 30 tiros cada um, ele tem que ser condecorado e não processado.
Bolsonaro citou a atuação da missão do Exército brasileiro no Haiti como um exemplo e disse que lá os agentes de segurança atiravam primeiro e depois iam saber o que tinha acontecido.
— Qualquer elemento com arma de guerra, os militares atiravam dez, 15, 20, 50 tiros e depois iam ver o que aconteceu. Resolveu o problema rapidamente. Você vê bonde aqu no Rio de Janeiro, na Praça Seca, com 20 anos com fuzil. Como é que tem que tratar essas pessoas? Pedindo para levantar as mãos, dar uma florzinha para eles ou atirar? Tem que atirar. Se não atirar não vai resolver nunca.
Violência: uma epidemia brasileira que parece não ter cura
Na semana passada, representantes de sete candidatos e candidatas à presidência apresentaram, em Brasília, propostas sobre segurança pública em um evento do Monitor da Violência. Apesar da grande relevância do tema para os brasileiros, o que se viu, na verdade, foi que ninguém ainda desenvolveu um programa detalhado e abrangente para lidar com a epidemia de violência no país.
Apesar dos ganhos sociais e econômicos consideráveis dos últimos dez anos, o Brasil continua sendo um dos países mais violentos do mundo. Em 2017, registrou um novo recorde de assassinatos (63.880) e sua taxa chegou a 30,8 homicídios por 100 mil habitantes, superando a referência usada pela OMS para definir países onde a violência já atingiu níveis de conflito, e estabelecendo um novo recorde (em termos absolutos e relativos) entre países que não estão oficialmente vivendo uma guerra.
Bolsonaro piora 100% das polêmicas que fabrica
Jair Bolsonaro vai se consolidando como um candidato favorito a fazer de si mesmo um presidenciável inviável. Desde que se lançou na corrida pelo Planalto, especializa-se em aumentar o tamanho de todas as polêmicas que cria. Nesta terça-feira, dia em que o Supremo começou a julgar a denúncia em que é acusado de racista pela Procuradoria, Bolsonaro fez tudo o que estava ao seu alcance para piorar sua situação.
No ápice da insensatez, Bolsonaro crivou de críticas a Suprema Corte, palco do seu julgamento. Fez pior: insinuou que, eleito, cuidará de moldar a composição do tribunal à sua vontade imperial. Verbo em riste, o encrencado enviou “um recado” aos magistrados que o julgam: “Respeitem o artigo 53 da Constituição”, que considera os parlamenteres invioláveis em suas “opiniões, palavras e votos”.
Análise: Esquema de compra de elogio na internet cria 'cabo eleitoral virtual'
BRASÍLIA — A notícia de montagem de um esquema ilegal para compra de elogios a candidatos do PT na internet parece ter colocado a campanha de 2018, literalmente, na era digital. A nova modalidade transfere para as redes o papel que era atribuído ao cabo eleitoral remunerado. Se antes o prestador de serviço da campanha saía pela rua com santinhos na mão, agora são influenciadores ou militantes que defendem os postulantes a cargos eletivos pelo partido.