O eleitor como freguês
O Estado de S.Paulo
27 Agosto 2018 | 03h00
É espantosa a facilidade com que vários candidatos à Presidência da República, à moda das eleições de antigamente, alimentam de forma descarada a ilusão de que ao eleitor basta votar em alguém que lhe resolva os problemas particulares imediatos para que tudo melhore e reine a felicidade no País.
Diante dos imensos desafios que se apresentam à Nação, nesta que se afigura a mais importante eleição presidencial dos últimos tempos, é lamentável que alguns dos principais postulantes recorram ao populismo desbragado e rasteiro, tratando o eleitor como freguês de quitanda, que se satisfaz com a bisnaga de sempre, em vez de convidarem esse mesmo eleitor a refletir sobre seu papel, como cidadão, na reconstrução do Brasil.
Para que isso acontecesse, teria de estar em vigor no País uma outra cultura política, diferente desta em que parecem ganhar pontos os candidatos que se apresentam como “antissistema”. Em sua radicalização, que até este momento tem seduzido parcela considerável do eleitorado, à esquerda e à direita, esses candidatos procuram deslegitimar as instituições democráticas, vistas como inimigas – especialmente o Judiciário, o Congresso e a imprensa. Os eleitores estão sendo incitados não a apoiar soluções racionais para o País nem a aceitar sua parcela de responsabilidade nessa empreitada, e sim a dedicar seus melhores esforços para desmoralizar os adversários, repudiar o establishment e eleger um “salvador da Pátria”.
Esquema de propaganda ilegal da internet oferecia R$ 1.500 mensais por elogios a petistas
BRASÍLIA — Influenciadores digitais que replicaram conteúdos elogiosos a candidatos do PT nas redes sociais receberam oferta de pelo menos R$ 1.500 por mês para participar de ações na internet, segundo e-mail original de uma proposta obtido pelo GLOBO. No documento, Isabella Bomtempo, dona de um e-mail com o domínio da aceleradora VBuilders, diz que trabalha para uma agência e gostaria de promover "ações de militância política para a esquerda". Segundo fonte ouvida pelo GLOBO, Isabella trabalha para a agência Follow, de propriedade do deputado federal e candidato do PT ao Senado por Minas Gerais, Miguel Corrêa.
MP eleitoral em MG e no PI analisam campanhas pagas pró-PT em rede social
Teo Cury, O Estado de S.Paulo
27 Agosto 2018 | 17h29
BRASÍLIA - As procuradorias eleitorais de Minas Gerais e do Piauí abriram procedimentos para analisar se houve irregularidades envolvendo o pagamento de influenciadores em redes sociais para fazer campanha para candidatos petistas. O procedimento é o primeiro passo para a abertura de uma investigação formal.
O caso ganhou repercussão no fim de semana após uma série de posts exaltando a gestão do governador do Piauí, Wellington Dias, candidato a reeleição. Internautas passaram a acusá-lo de pagar uma agência de “influenciadores digitais” para divulgar mensagens positivas a seu respeito. A prática seria ilegal e configuraria propaganda irregular ou até caixa 2. O governador negou as acusações e a presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann, afirmou que o PT está averiguando as informações.
Boletos vencidos a partir de R$ 400 podem ser pagos em qualquer banco
Outras fases de implantação da plataforma também foram adiadas. Boletos vencidos com valor igual ou superior a R$ 100 poderão ser pagos em qualquer banco a partir de 13 outubro. Até 27 de outubro, a regra passará a valer para cobranças menores do que R$ 100. Em 10 de novembro, será a vez dos boletos de cartão de crédito e de doações.
Ibope expõe fraquezas de presidenciáveis nas eleições 2018
Daniel Bramatti, Alessandra Monnerat e Caio Sartori, Impresso
25 Agosto 2018 | 23h00
Jair Bolsonaro (PSL) enfrenta forte resistência no eleitorado feminino. Marina Silva(Rede) patina entre os homens. Ciro Gomes (PDT) não convence os evangélicos. Geraldo Alckmin (PSDB) não atrai os mais jovens. Fernando Haddad (PT), provável substituto de Luiz Inácio Lula da Silva, tem desempenho pífio no interior.
Além de mostrar quem lidera a corrida eleitoral, a pesquisa Ibope/Estado/TV Globoexpôs os segmentos do eleitorado em que os candidatos têm desempenho mais fraco que a média.
É provável que esse quadro se mantenha, em um primeiro momento: as equipes de campanha dos principais concorrentes não planejam fazer agora esforços para conquistar eleitores mais resistentes. Pelo contrário, a estratégia é reforçar os laços com eleitores de perfil mais afeito ao discurso de cada um.
Apenas um terço do eleitorado de Bolsonaro, do PSL, é formado por mulheres – sendo que as eleitoras são 53% do eleitorado nacional. O deputado, que costuma obter alto engajamento de seguidores nas redes sociais, também enfrenta resistências no eleitorado mais velho e menos conectado à internet.
Orgulho de sargento, prisão de ladrões é raridade
Marcelo Godoy, O Estado de S.Paulo
25 Agosto 2018 | 17h00
O sargento Alan Mauro Gemelgo chegou às 5h30 no antigo casarão que abriga a sede da 3.ª Companhia do 11.º Batalhão da Polícia Militar, nos Jardins, na zona oeste de São Paulo. Duas dezenas de policiais se reuniam no lugar para ouvir a preleção diária com as orientações para o patrulhamento. Era dia de Operação Pinçamento, blitze relâmpagos em busca de armas ilegais, drogas e carros roubados. O sargento ia comandar uma delas, na Rua Gabriel Monteiro da Silva.
“Faz uns 9 meses, quando o 190 (Centro de Operações da polícia) informou que ladrões haviam baleado um senhor de 7o anos. Eu estava a duas quadras dali e cheguei em 3 minutos”, começa a contar o sargento enquanto se prepara para o trabalho. Quando chegou ao local, dois médicos já socorriam a vítima. O PM olhou uma pessoa parada ali e a interpelou: “O que você viu?” O homem disse que os ladrões haviam fugido em um Peugeot e que anotara os números da placa. O sargento avisou a central da PM, que passou a buscar o carro pelos radares da cidade. Ele foi detectado na Vila Prudente, na zona leste. E os bandidos, cercados e presos. “Tenho um grande orgulho disso.”