Governo nasce com a reforma
21 Fevereiro 2019 | 02h00
Reforma ou desastre será a escolha inevitável dos parlamentares, nos próximos meses, quando resolverem como ficará a Previdência. Cada voto poderá empurrar o País para a crise e a estagnação ou para uma recuperação mais rápida e uma nova fase de prosperidade. O presidente da República e seus ministros terão de trabalhar intensamente, a partir de agora, para formar a maioria necessária à aprovação do projeto e, antes disso, para impedir a deformação e a desidratação das propostas do Executivo. Mas para isso o presidente e seus auxiliares precisarão agir como um governo. Esse governo pode ter sido inaugurado na quarta-feira, com 50 dias de atraso, quando o texto foi entregue oficialmente ao Legislativo. Até esse momento, o trabalho mais efetivo e mais visível a favor da reforma havia sido executado pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre.
Mas o governo acumula em sua operação efetiva um atraso maior que aqueles 50 dias. Bem antes da posse oficial, em 1.º de janeiro, o presidente e seus conselheiros poderiam ter avançado na discussão da reforma da Previdência. Mas para isso precisariam ter condições de apresentar, logo depois da eleição, um projeto bem esboçado e razoavelmente detalhado.
Decisão judicial libera conselheiro Domingos Filho para ocupar cargo público
Por Márcio Dornelles, / DIARIONORDESTE
O conselheiro em disponibilidade do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Filho, conseguiu na Justiça Estadual o direito de ocupar cargos públicos, sem os impedimentos gerados pela atual condição. A decisão é do juiz Francisco das Chagas Barreto Alves, da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Fortaleza, assinada nesta quarta-feira (20).
Com a decisão, Domingos Filho está liberado para se filiar a um partido político ou até presidí-lo. Ex-presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, o conselheiro foi convidado pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para comandar a legenda no Estado, hoje sob a responsabilidade do filho, deputado federal Domingos Neto.
Guedes: ‘Será uma surpresa se mexerem muito nesse projeto’ da Previdência.
O ministro Paulo Guedes (Economia) disse estar otimista com a tramitação da reforma da Previdência no Congresso. "Será uma surpresa muito grande se mexerem muito no projeto". Em entrevista à TV estatal NBR, transmitida na noite de quarta-feira (20), Guedes declarou que os congressistas estão "bastante maduros". Acha que eles se convenceram da necessidade da reforma.
Guedes estimou em R$ 1,2 trilhão a economia a ser obtida com as mudanças num intervalo de dez anos. Fixou uma espécie de piso abaixo do qual não gostaria de chegar nas negociações com o Congresso: "R$ 1 trilhão é uma linha importante. Cada vez que nós mexermos nesse número para baixo, estamos sacando contra o futuro dos nossos filhos e netos."
O ministro exalou otimismo: "Eu acredito que chegou a hora da nova Previdência, porque há um amadurecimento muito grande da matéria. Pode haver um detalhe para cá, outro para lá, que serão muito bem-vindos. Nas discussões temos recebido contribuições excelentes" de prefeitos, governadores e parlamentares.
Ecoando Jair Bolsonaro, que discursara em rede nacional horas antes, Guedes afirmou que a reforma busca a equidade. "Passou a fase da demagogia, de dizer que a reforma da Previdência era contra os mais pobres, porque não é verdade. Ela remove privilégios, reduz desigualdades e visa garantir não só as aposentadorias existentes hoje, mas o emprego e as aposentadorias das gerações futuras." Assista abaixo à entrevista do ministro à emissora estatal.
A certa altura, o ministro insinuou que os políticos se rendem à reforma da Previdência na marra, empurrados pela breca fiscal que se espraia pelos três níveis da federação: "A classe política percebeu que é incontornável a necessidade dessa reforma. As prefeituras, os governos estaduais e o governo federal estão com problema. Isso não é mais adiável"
Guedes festejou: "Essa percepção da classe política é muito encorajadora, porque isso está há décadas sendo adiado, contornado." Mencionou o engajamento do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidentes da Câmara e do Senado. Absteve-se de citar o ministro Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil da Presidência e coordenador político do governo.
Alheio às previsões de que a tramitação da reforma será demorada, o ministro tem pressa: "Quanto mais rápido aprovarmos, mais rapidamente desaparecem as nuvens negras do horizonte fiscal brasileiro."
Jair Bolsonaro leva ao balcão emendas e cargos.
Às voltas com a necessidade de estabilizar o seu governo, Jair Bolsonaro decidiu trocar a autocombustão pelo pragmatismo político. Pressionado a dar um rumo à sua articulação política —eufemismo para a distribuição de benesses a deputados e senadores—, o presidente sinalizou a intenção de reabir o balcão. Fez isso em duas reuniões realizadas nesta quarta-feira (21), após a visita que fez ao Congresso para entregar a proposta de reforma da Previdência.
No primeiro encontro, Bolsonaro dividiu a mesa de almoço do palácio residencial do Alvorada com três expoentes do DEM: o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre. Participou do repasto também um coadjuvante: o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), líder de Bolsonaro na Câmara. Decidiu-se acelerar a formação de algo que se pareça com um bloco governista no Congresso.
Serão levadas ao balcão três mercadorias: cargos em órgãos públicos federais situados nos Estados, algo como R$ 3 milhões em emendas orçamentárias para cada parlamentar que se disponha a votar com o governo e a perspectiva de associação da imagem dos governistas com obras inacabadas que o governo planeja reativar em diferentes regiões do país.
Num segundo encontro, Bolsonaro recebeu a bancada do seu PSL, machucada pelo escândalo das candidaturas fantasmas e pela queda de Gustavo Bebianno do posto de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência. O anfitrião anunciou em primeira mão aos correligionários o que acertara na hora de almoço com a caciquia do DEM: vêm aí os cargos, as emendas e as obras. Onyx já havia acenado com a distribuição desse combo de fisiologismo. Mas foi a primeira vez que Bolsonaro avalizou a novidade.
Maia e Alcolumbre assumem articulação, e Planalto oferece emendas e cargos
BRASÍLIA — Pressionado por aliados em meio ao vácuo naarticulação política , o governo decidiu na quarta-feira acelerar a liberação de emendas parlamentares e atender a indicações políticas para cargos do segundo e terceiro escalões. O recado sobre a “ansiedade de parlamentares pela participação no governo” foi levado ao presidenteJair Bolsonaro pelos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre(DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em almoço com a participação do ministro Onyx Lorenrozi (Casa Civil) e do líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO).
Os dois reforçaram que o DEM está disposto a liderar a articulação pela aprovação da reforma da Previdência, mas que o governo precisa dar condições ao partido para negociar com os deputados e senadores.
Como planejar seu dia para aproveitar o melhor desempenho do cérebro
Resposta cerebral varia ao longo do dia e atividades deveriam ser planejadas de acordo — Foto: PIxabay
Nossos cérebros não são máquinas que funcionam perfeitamente. Nossas respostas físicas aos eventos do dia a dia não são sempre consistentes. Intuitivamente, você provavelmente percebe que perde a concentração depois de comer. Mas nossas respostas neurológicas flutuam muito mais do que apenas após o almoço.
Como podemos saber se a resposta do cérebro está mudando ao longo do dia de trabalho? E se soubéssemos quando ele atinge o pico de desempenho, planejaríamos o dia de forma diferente? Ao prestar atenção às diferenças neurológicas, é possível "enganar" seu cérebro para trabalhar melhor?