Alckmin chama governo de ‘improvisado’ e Ciro ataca Bolsonaro: ‘idiota’
O governo do presidente Jair Bolsonaro foi alvo de críticas de ex-presidenciáveis que participaram de debate organizado pelos alunos brasileiros das universidades de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ambos nos Estados Unidos, nesta sexta-feira, 4.
Ciro Gomes (PDT) afirmou que Bolsonaro está na iminência de uma “grande confusão” e que o Brasil “optou por um idiota” e Geraldo Alckmin (PSDB) avaliou que o governo tem sofrido um rápido “desgaste de material”. O tucano chamou ainda o governo de “improvisado, heterogêneo, com uma pauta equivocada, uma agenda antiquíssima”.
Alckmin criticou debates atuais do governo e a definição de “nova política”, usada por bolsonaristas para definir a atual gestão. “Nós estamos discutindo se o nazismo é de esquerda ou de direita, se o golpe foi golpe ou não foi golpe. Uma agenda velhíssima. Não temos nova e velha política, temos boa e má política. A boa política não envelhece”, afirmou o tucano. O ex-governador de São Paulo reiterou que o PSDB não fará parte da base do governo e disse que o partido irá “votar os projetos que forem importantes ao País”. “É o PT, só que de ponta cabeça”, disse Alckmin sobre o que chamou de maniqueísmo do governo.
100 dias de governo Bolsonaro: fórum reúne políticos e pensadores em SP
Fórum realizado por VEJA e EXAME vai entrevistar e promover debates entre autoridades, especialistas e empresários sobre os 100 primeiros dias de governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que serão completados em 10 de abril. O evento acontece no dia 15, no WTC, em São Paulo, entre 8 e 17 horas. Os ingressos podem ser adquiridos aqui.
As entrevistas, debates e painéis tratarão das primeiras medidas do governo que começou em 1º de janeiro e das perspectivas e metas desenhadas para os próximos quatro anos.
Estão confirmados nomes como o do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que falará sobre a agenda de reformas e o cenário político brasileiro. Uma das prioridades do início do novo governo, a reforma da Previdência já teve sua proposta entregue ao Congresso e deve ser colocada em votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara nos dias 16 e 17 de abril. Se aprovada na CCJ, será encaminhada para uma comissão especial e, em seguida, irá para o plenário.
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, participará do fórum em conversa sobre o agronegócio do país. Já o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos Alexandre Jorge Da Costa, tratará da recuperação do mercado de trabalho, enquanto o sociólogo e pesquisador da Universidade de São Paulo Demétrio Magnoli falará sobre os conflitos do governo Bolsonaro.
Tabata Amaral, deputada federal, Cláudia Costin, professora da FGV, e Priscila Cruz, presidente da Todos pela Educação, debaterão sobre educação no Brasil, enquanto o cientista político e professor do Insper Fernando Schüler falará sobre a política do novo governo. . O papel do Brasil no comércio global será tratado por Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda e ex-embaixador nos Estados Unidos. Já as oportunidades comerciais do país serão assunto de conversa com Marcos Troyjo, secretário de Comércio Exterior e Relações Internacionais do Ministério da Economia. Outros nomes serão confirmados em breve. VEJA
A ideologia paralisa
De desconhecida na Câmara dos Deputados, a novata Tabata Amaral (PDT-SP) virou o assunto mais comentado no Twitter ao emparedar o ministro da Educação, Ricardo Vélez, em sua arrastada apresentação no Congresso, na quarta-feira 27. Diante do vazio de ideias do ministro, a deputada de 25 anos disparou: “Isso não é planejamento, mas uma lista de desejos” — e fez o veterano Vélez gaguejar. Egressa de uma família pobre da periferia de São Paulo — a mãe, diarista, e o pai, que morreu em decorrência do vício em drogas, trocador de ônibus —, ela começou sua escalada em olimpíadas escolares na área de exatas, ganhou bolsa em um colégio particular e, de lá, conseguiu vaga nos cursos de astrofísica e ciências políticas na Universidade Harvard. Ao voltar para o Brasil, em 2016, certa de que sua pauta estava na sala de aula, fundou o Mapa Educação, que engaja jovens, e o movimento Acredito, que pretende promover uma renovação política da qual Tabata é, ela mesma, um dos expoentes. Ainda se aclimatando à vida parlamentar, ela falou a VEJA.
No dia de seu confronto com o ministro Ricardo Vélez no Congresso, a senhora já saiu de casa disposta a partir para a briga? Não. A única pergunta que tinha preparado mesmo era sobre as prioridades do ministério. Mas aí ele veio com uma apresentação em PowerPoint sem ideias, sem planos nem metas. Então manifestei minha profunda frustração naquele desabafo. Alguns colegas me parabenizaram depois. Também estavam angustiados.
Mucambo teve a maior chuva do Ceará em 24 horas
O Ceará registrou chuva em pelo menos 51 cidades, das 7h de sábado (6) às 7h deste domingo (7). De acordo com dados divulgados pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Mucambo, na Região da Ibiapaba, foi a cidade com maior precipitação neste período, com 97 mm.
Conforme análise da imagem de satélite, observava-se, sobre o território do Ceará, nebulosidade principalmente sobre a porção ao norte. Ela estaria relacionada à instabilidade causada pela proximidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que está posicionada próximo ao norte do Nordeste. Já no leste da região, os meteorologistas observam a presença de um Cavado de Altos Níveis (CAN). Esses sistemas estão contribuindo para a ocorrência de precipitações.
Fechada há 5 anos, Biblioteca Pública do Ceará não tem prazo para reinauguração
Cinco anos fechada e sem data para reabertura. Essa é a situação da Biblioteca Pública Menezes Pimentel. Fundada em 1867, o equipamento de cultura mais antigo do Ceará permanece inacessível, à espera de uma reformacujos contornos beiram o improvável. Em fevereiro de 2014, quando deixou de receber visitantes, o espaço já pelejava com a falta de cuidados. Infiltrações, problemas de ventilação e a pouca acessibilidade afastavam os frequentadores e colocavam em risco o acervo histórico da instituição. Anos depois, as obras já se encerraram, mas a biblioteca ainda não foi reinaugurada por falta de mobiliário.
A situação é simbólica porque atinge diretamente um dos espaços responsáveis por guardar e, em tese, difundir a memória do Ceará. No equipamento, estão armazenados cerca de 10 mil livros raros e 80 mil edições de jornais que circularam pelo Estado e ajudam a contar a história dos cearenses. Esse conteúdo serve de fonte para pesquisadores, que se veem prejudicados com a inacessibilidade da biblioteca.
Em 100 dias, Bolsonaro não levou governo para a direita, puxou-o para baixo.
É falsa a impressão de que Jair Bolsonaro leva o governo para a direita. Puxa-o para baixo. Sem oposição, Jair desperdiçou os primeiros cem dias criando problemas para Bolsonaro. A fatura da inépcia começa a ser cobrada, indica o Datafolha. O capitão cavalga a pior avaliação já atribuída a um presidente em início de governo desde a redemocratização, em 1985. Decepcionou até quem gosta dele. Quase metade dos seus eleitores negaram-se a avaliá-lo como um presidente ótimo ou bom.
Na campanha eleitoral, Bolsonaro não tinha um programa de governo nítido. Ele dispunha de um bordão —"Brasil acima de tudo, Deus acima de todos"— e de um versículo do Evangelho de João —"Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." Descobre agora que, embora Deus esteja em toda parte, o demônio controla o Planalto quando não há uma diretriz. Percebe que a verdade à luz do gabinete presidencial não é a mesma ao sol das filas onde se desesperam 13 milhões de desempregados.