PSDB e PT de olho na ação que pode cassar Pimentel
Dirigentes do PSDB e do PT de Minas Gerais decidiram acompanhar oficialmente cada andamento da ação de investigação judicial eleitoral que pode resultar na cassação do governador do Estado, o petista Fernando Pimentel. Primeiro, advogados tucanos pediram para entrar na ação como assistentes simples do Ministério Público, que investiga abuso de poder econômico na campanha petista com extrapolação do limite de gastos em mais de 10 milhões de reais. O PSDB mineiro afirma ter "interesse patente" na procedência da ação. Logo depois, o PT pediu ao Tribunal Regional Eleitoral para ser aceito como assistente litisconsorcial na defesa de Pimentel. O desembargador Geraldo Domingos Coelho, relator a ação, postergou nesta quarta-feira a decisão sobre os requerimentos e deu mais vinte dias para a conclusão de uma perícia contábil nas contas da campanha de Pimentel. O TRE já havia autorizado a remessa de provas colhidas pela Polícia Federal na Operação Acrônimo que apontam para caixa dois na eleição do governador. (Felipe Frazão, de Brasília) veja
Dilma perde feio a guerra contra o fisiologismo
De passagem pelo Equador, Dilma Rousseff teve de desperdirçar um naco do seu tempo para traduzir uma declaração de Marcelo Castro, um deputado-psiquiatra que o PMDB plantou no comando da pasta da Saúde. O doutor Castro dissera o seguinte: “Nós estamos há três décadas com o mosquito [Aedes aegypti] aqui no Brasil. E estamos perdendo feio a batalha para o mosquito. Blá, blá, blá…” Noutros tempos, Dilma passaria uma carraspana no ministro em público, ameaçando-o de demissão. Hoje, instada a comentar a sentença do ministro, Dilma afirmou: “Não, a batalha não está perdida, não. Isso não é o que ele está pensando nem o que ele disse.'' Hã? “O que ele disse é: se nós todos não nos unirmos e se a população não participar, nós perdemos essa guerra. […] Inclusive se ele fizer uma exposição para vocês, ele domina bastante bem o assunto.'' Ah, bom!
Tempestade perfeita na saúde - Guilherme Boulos
O caos na saúde não é propriamente uma novidade no Brasil. Mas este início de 2016 parece superar todas as expectativas. O surto do zika vírus, trágico por si, encontrou um Ministro da Saúde despreparado e capaz de pérolas como "vamos torcer para que mulheres antes de entrar no período fértil peguem o zika". A indicação, na contramão da Reforma Psiquiátrica, do ex-diretor do maior manicômio privado da América Latina, Valencius Wurch, para a Coordenação da Saúde Mental do Ministério e o fechamento das UPAs e hospitais no Rio de Janeiro, por falta de verba, dão as cores da paisagem. O quadro é desastroso.
Na hora que a crise estoura aparece, enfim, a discussão das responsabilidades. De tanto ser repetida, já tornou-se senso comum a tese de que o problema do SUS é de gestão: sobrariam recursos, faltaria competência administrativa.
Vitrine de Dilma, Pronatec terá orçamento 65% menor em 2016
Em compasso de espera, o baiano Leonardo Souza, 27, se vira como pode. Atualmente, vive de uma vaga temporária de vigilante perto da Basílica do Bonfim, em Salvador, onde reza para alcançar seu principal objetivo: fazer um curso de pintor industrial. Mas Leonardo enfrenta dificuldades para obter uma vaga: "Desde o ano passado que procurei saber dos cursos e optei por pintor industrial pelas possibilidades de emprego. Mas ainda não consegui uma oportunidade", diz.
As perspectivas não são boas para ele. Principal vitrine da presidente Dilma Rousseff (PT) na área da educação, o Pronatec (programa de ensino técnico e qualificação profissional) terá orçamento 65% menor neste ano. Será o segundo ano consecutivo, desde que o governo adotou o lema "Pátria Educadora", que o programa terá o orçamento reduzido.
Raul Spinassé - 13.jan.2016/Folhapress | ||
Leonardo Souza tenta uma vaga em curso de pintor industrial pelo Pronatec |
Dados do orçamento de 2016 apontam que o governo federal pretende gastar somente R$ 1,6 bilhão no Pronatec. No ano passado a cifra foi de R$ 4,7 bilhões, ante R$ 5,3 bilhões em 2014.
Presos na 22ª fase da Operação Lava Jato chegam à PF em Curitiba
Publicitária Nelci Warken, que prestou serviços de marketing à Bancoop (Foto: Reprodução TV Globo)
Chegaram à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba na noite desta quarta-feira (27) três presos da 22ª fase da Operação Lava Jato. Nelci Warken, Ricardo Honório Neto, Renata Pereira Brito têm prisão temporária em vigor até domingo (1º) e devem prestar depoimentos à PF neste período.
Esta nova fase da Lava Jato investiga a abertura de offshores (empresas no exterior) e a compra de apartamentos no Condomínio Solaris em Guarujá (SP) para lavar dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras. A empresa Mossack Fonseca, sediada no Panamá, é investigada por abrir uma offshore (Murray Holdings) que assumiu a propriedade de um dos imóveis para esconder os reais donos.
Ricardo Honório Neto é o sócio da representação brasileira da Mossack, que tem sede em São Paulo. Já Renata Pereira Brito, segundo o MPF é funcionária de confiança da Mossack no Brasil. Nelci Warken, por sua vez, é apontada como responsável por um tríplex no Condomínio Solaris, embora ele tivesse sido transferido para a Murray.
Ao fim do período da prisão temporária, o juiz Sérgio Moro pode decidir liberá-los, prorrogar as prisões por mais cinco dias, ou ainda transformá-las em preventiva – isto é, por tempo indeterminado. A decisão deve ser embasada em relatórios da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) após os depoimentos dos presos.
Engenheiro diz que reforma no triplex que seria de Lula custou R$ 777 mil
Armando Dagre, sócio da Talento Construtora, contou ao Ministério Público de São Paulo que 'tomou um susto' quando vislumbrou Marisa Letícia ingressando no apartamento acompanhada do filho Fábio e de Leo Pinheiro, dono da OAS e condenado na Lava Jato a 16 anos de prisão
O engenheiro Armando Dagre, sócio-administrador da Talento Construtora, declarou ao Ministério Público de São Paulo que ‘praticamente’ refez o triplex 164 A, no Condomínio Solaris, em Guarujá, no litoral de São Paulo – imóvel que a Promotoria suspeita pertencer ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reforma, contratada pela empreiteira OAS, alvo da Operação Lava Jato, custou R$ 777 mil, segundo Dagre. Os trabalhos foram realizados entre abril e setembro de 2014.
Em 2006, quando se reelegu presidente, Lula declarou à Justiça eleitoral possuir uma participação em cooperatriva habitacional no valor de R$ 47 mil. A cooperativa é a Bancoop que, com graves problemas de caixa, repassou o empreendimento para a OAS. A Polícia Federal e a Procuradoria da República suspeitam que a empreiteira pagou propinas a agentes públicos em troca de contratos fraudados na Petrobrás.