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Presos na 22ª fase da Operação Lava Jato chegam à PF em Curitiba

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Publicitária Nelci Warken, que prestou serviços de marketing à Bancoop (Foto: Reprodução TV Globo)

Chegaram à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba na noite desta quarta-feira (27) três presos da 22ª fase da Operação Lava Jato. Nelci Warken, Ricardo Honório Neto, Renata Pereira Brito têm prisão temporária em vigor até domingo (1º) e devem prestar depoimentos à PF neste período.

Esta nova fase da Lava Jato investiga a abertura de offshores (empresas no exterior) e a compra de apartamentos no Condomínio Solaris em Guarujá (SP) para lavar dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras. A empresa Mossack Fonseca, sediada no Panamá, é investigada por abrir uma offshore (Murray Holdings) que assumiu a propriedade de um dos imóveis para esconder os reais donos.

Ricardo Honório Neto é o sócio da representação brasileira da Mossack, que tem sede em São Paulo. Já Renata Pereira Brito, segundo o MPF é funcionária de confiança da Mossack no Brasil. Nelci Warken, por sua vez, é apontada como responsável por um tríplex no Condomínio Solaris, embora ele tivesse sido transferido para a Murray.

Ao fim do período da prisão temporária, o juiz Sérgio Moro pode decidir liberá-los, prorrogar as prisões por mais cinco dias, ou ainda transformá-las em preventiva – isto é, por tempo indeterminado. A decisão deve ser embasada em relatórios da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) após os depoimentos dos presos.

Prisões não efetuadas Ao autorizar as medidas da 22ª fase da Lava Jato, Sérgio Moro ainda expediu mandados de prisão para outras três pessoas que não foram presas nesta quarta. O prazo da prisão temporária deles só passa a contar a partir do momento em forem detidos efetivamente.

Maria Mercedes Riano Quijano e Luis Fernando Hernandez Rivero são apontados pelas investigações como administradores de fato da Mossack no Brasil. Já Ademir Auada aparece como responsável pela Murray Holdings junto à Mossack Fonseca. Além da Murray Holdings, ele era responsável por pelo menos outras 18 off-shores, conforme o MPF.

A Polícia Federal informou que já sabia antes da deflagração da operação que Maria Mercedes e Ademir Auada se encontravam no exterior. Já Luiz Hernandez Ribeiro ainda não foi localizado pelos agentes.

Condomínio Solaris, no Guarujá, sob investigação na Lava Jato (Foto: solaris, guarujá)Condomínio Solaris, no Guarujá, é investigado na Operação Lava Jato (Foto: Reprodução)

Mossack Fonseca No despacho em que autorizou as prisões, o juiz Sérgio Moro destacou que várias off-shores constituídas por intermédio da Mossack Fonseca foram utilizadas em esquemas de lavagem de dinheiro apurados por outras etapas da investigação de desvios na Petrobras.

Como exemplo, cita off-shores controladas pelo ex-diretor da estatal Renato Duque, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, e o operador Mário Góes. Todos já foram condenados e ainda respondem a outros processos derivados da Lava Jato.

“Teriam utilizado as referidas off-shores para abertura de contas no exterior através das quais ocultaram e dissimularam produto do crime de corrupção no esquema criminoso da Petrobras”, afirmou o juiz.

Suspeitas sobre a família de Vaccari O despacho do juiz Sérgio Moro sobre esta fase da Lava Jato diz que uma cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima, pagou R$ 200 mil por um apartamento em construção no Solaris, até 2012. No ano seguinte, desistiu do negócio e recebeu como devolução da OAS R$ 430 mil.

Além disso, a mulher de João Vaccari Neto, Giselda Rousie de Lima, declarou à Receita Federal ser proprietária da unidade 43 no empreendimento. Mas, segundo o MPF, outra pessoa aparece como proprietária: Sueli Falsoni Cavalcante, que é empregada da OAS.

Vaccari, que já presidiu a Bancoop, foi preso pela Lava Jato em 2015 e está detido na Região Metropolitana de Curitiba. O G1 tentou contato telefônico com o advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que representa o ex-tesoureiro, porém, a ligação foi direcionada para a caixa postal.

O advogado da OAS, Edward Carvalho, disse que a busca e apreensão na empresa “foi desnecessária” e que as informações poderiam ter sido pedidas antes pela PF.

Triplex que foi de Lula De acordo com o jornal "O Globo", um triplex do condomínio Solaris pertenceu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o MPF, o caso ainda é investigado.

Em depoimento ao Ministério Público de São Paulo no ano passado, dois funcionários do Solaris afirmaram que viram Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia visitando a reforma do triplex 164A. A investigação do MP de São Paulo é independente da Lava Jato.

Por meio da assessoria de imprensa, o Institutio Lula afirmou que o ex-presidente e Marisa Letícia "jamais ocultaram" que a ex-primeira-dama possui cota de um empreendimento no Guarujá e que essa cota foi adquirida da extinta Bancoop. Disse ainda que as informações foram prestadas à Receita Federal. PORTAL G1

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