Na Argentina, milhares de demissões acendem debate sobre funcionalismo
Quase 20 dias depois de Mauricio Macri assumir a Presidência da Argentina, em dezembro, seu governo publicou um decreto em que pediu a “revisão” dos contratos e dos processos de concurso e seleção de funcionários públicos da administração nacional. A medida gerou protestos de milhares de funcionários e suscitou um debate sobre o suposto inchaço e a eficiência da máquina pública argentina. Desde a publicação do polêmico decreto, mais de 18,6 mil funcionários públicos foram demitidos ou receberam anúncio de demissão ou de não renovação do contrato. Eles atuavam tanto na administração nacional, como ministérios, e no Senado, como nos municípios e províncias, segundo um relatório do Observatório do Direito Social (ODS), que é ligado à Central de Trabalhadores da Argentina e se opõe aos cortes. O número do ODS corresponde a 0,47% do total de funcionários, e o levantamento ainda indica que seriam pelo menos 5 mil demitidos na esfera federal, incluindo o legislativo. O governo, no entanto, não divulga o número oficial de demissões. Encontramos um Estado colocado ao serviço da militância política" Mauricio Macri, presidente da Argentina.
O país tem 3,9 milhões de funcionários em todas as esferas da administração pública, além de universidades, estatais e outros organismos. A estimativa é do Centro de Implementação de Políticas Públicas para a Igualdade e Crescimento (Cippec), que analisa as políticas com base no anuário de estatísticas do governo de 2014.
Silvinho Pereira ganhava ‘cala boca’ de R$ 50 mil mensais de empreiteiros, diz delator
Fernando Moura, réu na mesma ação em que é acusado ex-ministro José Dirceu, afirmou a procuradores que os pagamentos começaram quando petista cumpria pena alternativa imposta no mensalão
O empresário ligado ao PT Fernando de Moura, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou aos procuradores da força-tarefa, na quinta-feira, 28, que Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, recebia “um cala boca” de dois empreiteiros denunciados no esquema de corrupção na Petrobrás. “Teve o processo todo do mensalão, quando ele cumpriu pena de serviço comunitário. Me parece que o Silvio recebia da OAS e da Ultratec, que (hoje) é a UTC”, afirmou Moura, interrogado pelo Ministério Público Federal em um procedimento para apurar quebra do acordo de delação premiada. Ele diz ter ouvido que os pagamentos ocorreram quando Silvio Pereira, conhecido no PT como Silvinho, cumpria pena alternativa. Os pagamentos teriam durado até recentemente. “Parece que o Silvio estava recebendo, que era o Leo (Pinheiro, da OAS) e o Ricardo (Pessoa, da UTC).”
Em carta, lobista preso cita ‘ligação’ com Lula como facilitadora de negócio
Uma carta apreendida pela Polícia Federal na Operação Zelotes indica que o lobista Mauro Marcondes Machado, preso em Brasília, usava de sua suposta proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para vender seus serviços a potenciais clientes.
Em texto enviado ao ex-presidente da Scania para a América Latina Sven Harald Antonsson, Marcondes se colocou à disposição da companhia para ajudá-la em função de sua “ligação com o presidente da República, vários ministros de Estado e instituições ligadas à indústria”. A mensagem não é datada, mas, segundo a investigação, coincide com a vinda do executivo ao Brasil, o que ocorreu em 2008, no segundo mandato de Lula.
Marcondes está preso desde outubro do ano passado e responde a ação penal por participação em esquema de lobby e corrupção para viabilizar a edição, pelo governo, e a aprovação, pelo Congresso, de medidas provisórias de interesse do setor automotivo. Ele atuava como lobista de montadoras em diversas frentes, fazendo chegar pedidos a Lula e ministérios.
Área de transmissão da dengue mais que quadruplica em 10 anos no Brasil
Em uma década, a área de transmissão da dengue no Brasil mais que quadruplicou, saltando de 1,5 milhão de km² para 6,9 milhões de km² – 81% do território nacional. Isso significa que há mosquitos espalhando dengue em todos esses lugares, o que aumenta o alerta sobre como pode se disseminar o zika, vírus que usa o mesmo vetor da dengue. Do Brasil, a nova doença tem potencial para se espalhar pelo mundo.
Pesquisa publicada há uma semana no periódico de saúde The Lancet estimou o potencial de exportação da epidemia a partir do Brasil. Os pesquisadores, liderados por Oliver Brady (leia mais abaixo), da Universidade de Oxford, mapearam os destinos finais de quase 10 milhões de pessoas que saíram do País para o exterior de aeroportos próximos de locais onde o zika foi transmitido: 65% tinham como destino as Américas, 27%, a Europa, e 5%, a Ásia.
Uma boa hora para ignorar Lula
Fez bem aos ouvidos de todo brasileiro pensante um pequeno trecho de um discurso da presidente Dilma Rousseff na quinta-feira, dia 21. A presidente inaugurava um trecho de uma via no Recife, quando apresentou as metas mais amplas de seu governo. “Nosso objetivo, neste momento, é reequilibrar o orçamento do país, reduzir a inflação e reconstruir a capacidade de investimento público e privado”, afirmou. Dilma foi não apenas correta ao listar as prioridades, como extremamente precisa na ordem em que as enunciou. Ela e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, deveriam ter percebido que essas três frentes de trabalho não são encrencas a resolver durante crises. São basilares para qualquer economia funcional. Exigem dedicação contínua da administração pública. A dupla de presidentes ignorou isso até que o país afundasse na crise atual.
A zica do Planalto - RUTH DE AQUINO
Zica com “c” é uma gíria brasileira que significa mau agouro, azar, maldição, momento de baixo-astral, quando tudo dá errado. A origem da palavra não se sabe ao certo, mas há quem jure que seria uma contração da palavra ziquizira. Faz sentido. Não tem nada a ver com a zika, triste doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Triste porque infecta o cérebro de bebês no útero materno, triste porque atesta nossa incompetência de país subdesenvolvido diante do mosquito que também transmite a dengue, triste porque pode atingir 1,5 milhão de pessoas no Brasil neste ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Cada fala da presidente Dilma Rousseff sobre a zika vira uma festa para humoristas e um constrangimento para a maioria da população – não, claro, para os militantes dilmistas, que a perdoam sempre e atribuem esses lapsos à pressão da dieta argentina ou da “inquisição medieval” contra ela e contra Lula. Dilma já chamou o mosquito de vírus. Dilma já chamou a zika de vetor. Dilma já disse que a doença é transmitida por ovos infectados por vírus. Dilma já inventou um outro inseto que seria especializado em zika, e que não seria o mesmo da dengue.