Cerco a Lula paralisa PT e mostra que falta análise política na política
O cerco a Lula vem sendo articulado há anos. Parte do que o impulsiona se deve ao desejo de combater a liderança política do ex-presidente e de usar seus eventuais maus passos para desgastar os governos petistas e embolar o meio de campo. É o lado imediatamente político da operação, ativado por muitos daqueles que têm diferenças com ele, com o PT ou com o governo Dilma. Neste lado político, é preciso diferenciar claramente duas alas.
Uma é a dos democratas republicanos, a ala que tem maior peso. Querem que a dimensão pública prevaleça sobre os privatismos, que se apurem e se punam os crimes de corrupção, doa a quem doer, que se interrompa a reprodução interminável de “esquemas” e falcatruas, que se criem condições para um debate político de qualidade, no qual o pluralismo esteja presente, os direitos sejam respeitados e a liberdade vigore de modo pleno. São críticos do governo Dilma e dos caminhos seguidos pelo PT, mas procuram fazer uma oposição de caráter programático. Muitos de seus integrantes estão no campo da esquerda democrática.
O estrago para Dilma do suposto tríplex de Lula
Mais que a volta do ruído do impeachment, com o fim do recesso no Congresso, a presidente Dilma Rousseff enfrenta uma ameaça mais premente à sua governabilidade: o noticiário pesado na mídia impressa e na TV da nova fase da Lava Jato, a Triplo X, envolvendo diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o alegado apartamento tríplex no Guarujá que ele seria o dono. Como notou a esta coluna um influente interlocutor, especializado em medir a temperatura dos eleitores brasileiros, o capital político de Dilma ainda depende do aval de Lula, especialmente em tempos de um acalorado processo de impeachment e de recessão profunda.
E um enfraquecimento de Lula tem reverberações sérias para a presidente Dilma.
“Na incapacidade da oposição de criar obstáculos para Dilma, criou-se uma bandeira contra a presidente via investigação do tríplex no Guarujá, atingindo Lula diretamente”, explica o interlocutor acima.
COLUNA DO VIANA - 01/02
CONHECIDOS OS MELHORES DA POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO
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Conforme vínhamos divulgando há alguns dias, Marcos Saraiva e eu, em nossos espaços no Jornal O Estado (impresso e internet), Rádio Cidade (Política Especial), sistema antoniovianaonline (www.avol.com.br) e rede facebook - foram conhecidos através da PPE, capitaneada pelo engenheiro Roberto Farias e seu filho Leonardo Farias - Os Melhores da Política e Administração Pública e Social do Ceará - 2015 (13ª Edição). Votaram 48 integrantes da chamada Comissão de Alto Nível e foram contabilizados 4.326 votos pela internet. A relação aponta como Destaques Especiais: Nacional, o Juiz Sérgio Moro (foto), que vem comandando os trabalhos da chamada Operação Lava Jato, com forte desdobramento de prisões e descoberta de ampla corrupção na Petrobras e, Local, o governador Camilo Santana (PT), que terminou o seu primeiro ano de governo bem avaliado. Na 12ª Edição fora igualmente Destaque Local, empatado com o então governador Cid Gomes, ou seja, a escolha era referente a 2014.
Exclusivo: Documentos revelam que Lula e família viajaram 111 vezes a sítio de Atibaia
Relatórios de viagem produzidos pelo Palácio do Planalto revelam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contou com sua segurança pessoal por 111 vezes em Atibaia, entre 2012 e 11 de janeiro deste ano. É nas matas de Atibaia, no interior de São Paulo, que fica o sítio Santa Bárbara, no qual a Odebrecht gastou R$ 700 mil em reformas. No papel, o sítio está em nome de um amigo de Lula e do sócio de um dos filhos dele - Fábio Luís, aquele que enriqueceu graças à parceria empresarial com a telefônica Oi. Lula nega ser dono do sítio e disse, por meio de assessoria, frequentar o local somente em “dias de descanso”. As evidências obtidas por ÉPOCA, porém, confrontam fortemente a versão do ex-presidente. A cada cinco dias, um segurança de Lula era deslocado para Atibaia. Quem visita sítio de amigos com tamanha frequência?
Errei, mas não paguei o mico. Tanto é assim que eu posso corrigir
Olhem aqui, vi a página do governo com aqueles mosquitos que estão voando lá. Achei que fosse uma invasão, ué, coisa de hacker. Escrevi a respeito. É claro que não vou eliminar aquele post. Só acrescentei lá a devida advertência de que está errada a informação de que se trata de invasão. Mas não. É política de marketing do governo. Agora eles estão naquela de “vamos assumir nossos problemas” — desde, claro!, que fique evidente que o dito-cujo “nos” pertence e que eles não têm nada com isso.
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Mais: como se nota, há a sugestão mais do que evidente de que o Aedes Aegypti só se espalhou por culpa desses brasileiros imprudentes.
Sobrevoe bairros de ocupação antiga que estejam passando por transformações econômico-urbanísticas, como o Ipiranga, por exemplo. Vejam lá o que há de propriedades abandonadas, indústrias e estabelecimentos comerciais fechados. As respectivas caixas d’água, muitas vezes, estão lá, sem tampa, só à espera da chuva.
Lava Jato tem mais de 80 condenados, totalizando quase 800 anos de cadeia
Ao discursar na abertura do ano judiciário de 2016, no plenário do STF, o procurador-geral da República Rodrigo Janot prestou contas dos resultados da Lava Jato. Destrinchou dados recolhidos até 18 de dezembro de 2015. Até aquela data, a maior operação anti-corrupção já realizada no país havia produzido 80 condenações judiciais. Juntas, as penas somavam 783 anos e dois meses de cadeia. Nesta segunda-feira, o juiz Sérgio Moro lavrou mais uma sentença. Condenou o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada a 12 anos e 2 meses de cadeia. Adicionando-se a novidade ao levantamento de Janot, sobe para 81 o número de condenações da Lava Jato. E as penas saltam para 795 anos e 4 meses de prisão. Janot desfiou os números sentado ao lado de um dos mais notórios investigados da Lava Jato: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Ignorou-o. Negou-lhe a gentileza de um cumprimento. Absteve-se de mencionar-lhe o nome ao cumprimentar as autoridades presentes. Também compunha a mesa o presidente do Senado, Renan Calheiros, outro alvo da operação. A dupla ouviu, impassível, o discurso do chefe do Ministério Público Federal.