A picareta política e o buraco das contas
Rolf Kuntz, O Estado de S.Paulo
13 Agosto 2017 | 03h00
É preciso olhar para o jogo feio dos políticos e para o desarranjo das instituições, a começar pela muito louvada Constituição cidadã, para entender o buraco das contas públicas nacionais. Esse buraco é cavado principalmente com a picareta política. Esqueçam, por enquanto, os inocentes manuais de finanças públicas e de macroeconomia. Revejam o noticiário da semana. Centrão cobra cargos e ameaça travar Previdência foi a manchete do Estadão na quinta-feira.
Simplificação tributária
O Estado de S.Paulo
13 Agosto 2017 | 03h00
A despeito da gravidade da crise fiscal para a qual buscam uma solução urgente, autoridades e técnicos da área tributária têm procurado oferecer às empresas meios que, embora de aparência simples, reduzam a burocracia e facilitem seu relacionamento com o Fisco. São medidas administrativas destinadas a cortar custos das empresas, dando-lhes mais produtividade e competitividade, e a melhorar o ambiente de negócios, para estimular os investimentos indispensáveis ao crescimento sustentado.
Voracidade e desfaçatez
O Estado de S.Paulo
13 Agosto 2017 | 03h00
Parece imensurável a desfaçatez de autoproclamados dirigentes sindicais quando se trata de defender seus interesses e privilégios. Formados no modelo sindical de nítida inspiração fascista criado na ditadura do Estado Novo, esses dirigentes se acostumaram às facilidades financeiras propiciadas por um sistema que até agora lhes garantiu e às entidades que dirigem à sua moda dinheiro suficiente para sustentar seu conforto pessoal e suas arengas em nome dos direitos dos trabalhadores que dizem representar. Não querem perder a boquinha. Por isso, eles se esforçam para anular, na indispensável reforma trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Michel Temer no mês passado, aquilo que ela tem de mais modernizador e moralizador no que se refere à estrutura e à atividade sindical: o fim do imposto sindical. Pior ainda: mais do que restabelecer alguma forma de retirar compulsoriamente dinheiro do bolso do trabalhador para manter a atual estrutura sindical e seus imensos defeitos, eles querem duplicar ou até triplicar o montante que arrecadam por esse meio.
Lulécio 2018 =
Vera Magalhães, O Estado de S.Paulo
13 Agosto 2017 | 05h00
Em 2002, quando Lula ainda batalhava contra o estigma de eterno derrotado para chegar ao Planalto vencendo o PSDB, ficou famosa a dobradinha Lulécio, um arranjo informal em Minas para que eleitores sufragassem ao mesmo tempo o petista para a Presidência e Aécio Neves para o governo. O fato é que o slogan colou, e o tucano José Serra foi derrotado em Minas, fenômeno que se repetiria quatro anos depois, com Geraldo Alckmin.
Joesley na mira -
Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo
13 Agosto 2017 | 05h00
A toda hora surge um dado novo ameaçando as benesses mais do que camaradas do acordo de delação premiada entre a PGR e os irmãos Joesley e Wesley Batista, da J&F. A opinião pública ficou perplexa com a facilidade com que eles corromperam todo mundo, prepararam uma cilada para o presidente da República e se mandaram para os EUA, com passaportes, avião, lancha e luxo. Agora, é a própria Lava Jato que se insubordina contra isso.
Pega ladrão - ISTOÉ
Sistema antifraude adotado desde janeiro pelo Ministério do Trabalho gerou o bloqueio de R$ 537 milhões destinados ao pagamento do seguro-desemprego. A força tarefa, que investiga as irregularidades no programa, foi em cima de pedidos que tinham como referência o mesmo telefone, o mesmo endereço ou origem em pequenas empresas.
Elas eram criadas e contratavam empregados fantasmas, que depois eram demitidos. Agentes que aprovam o seguro-desemprego muito acima das médias locais e regionais, também são suspeitos. Foram bloqueados 34.541 pedidos. Há quadrilhas agindo e, por isso, a PF entrou em campo nas fraudes que envolvem maior volume de recursos.