Análise: As semelhanças entre as chapas de Alckmin 2018 e Lula 2002
BRASÍLIA - As conversas por apoio na disputa presidencial entram na fase final. O tucano Geraldo Alckmin, que, até o momento, parece ter conseguido atrair uma sopa de letrinhas, cada vez mais desenha uma chapa à la Lula 2002 ou Dilma 2010. Dá sinais de que prefere correr o risco de ver seu nome associado a partidos do mensalão e outros escândalos, do que perder espaço no horário eleitoral.
Pensamento mágico
O Estado de S.Paulo
23 Julho 2018 | 03h00
Uma parte considerável das vicissitudes econômicas nacionais resulta da mentalidade segundo a qual basta a simples vontade para que qualquer um dos tantos direitos econômicos e sociais previstos na Constituição deixe o papel em que está inscrito e se converta em realidade.
Tome-se o exemplo da saúde: a julgar pelo que vai na Carta Magna, o Brasil deveria dispor de um sistema público impecável, capaz de fornecer tratamento a todos os cidadãos (“universal”, conforme o artigo 196) e para qualquer caso (“integral”, conforme o artigo 198). Em duas passagens do texto constitucional, a saúde é tratada como “direito” (artigos 6.º e 196). Apesar de tudo isso, como sabe qualquer um que já tenha precisado de atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS), esse “direito” não se realiza nem remotamente na plenitude imaginada pelos constituintes, entre outras razões porque faltam recursos para tamanho empreendimento. É a realidade impondo-se aos desejos.
Identidade digital é o novo graal
Há uma corrida silenciosa acontecendo no campo da tecnologia. Várias organizações estão correndo para ver quem alcança (e domina) o novo graal: a capacidade de criar uma identidade digital descentralizada, que sirva de ponte entre o mundo físico e o mundo digital.
Com ela, uma pessoa jamais terá de se dirigir pessoalmente a um órgão público ou empresa privada para levar seus documentos de novo. Essa prática se tornará obsoleta e será incompreensível para as futuras gerações.
PT e Alckmin podem duelar, mas sem debater combate à corrupção
Os protagonistas das duas principais convenções presidenciais realizadas até agora são opostos ideologicamente e compartilham o sentimento de isolamento partidário e de perspectiva de competitividade.
Esnobado pelo centrão, Ciro Gomes modulou de última hora seu discurso na sexta (20), buscando um clima de paquera com setores da esquerda indefinida, sobretudo o PSB.
Rejeitado pelo PR, Bolsonaro nada apresentou de novo no evento do PSL no Rio que o lançou oficialmente ao Planalto. Saiu de lá sem um vice formalizado e ainda sonhando em conseguir mais alguns segundos de TV para ir além do “meu nome é Jair”.
PAINEL
Gastrite nervosa Os emissários do PSB já começaram a sondar Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF, sobre a hipótese de ele aceitar se recolocar na disputa presidencial. Um grupo ligado ao partido o convidou para jantar no sábado (21). A cúpula da sigla passou o domingo (22) à espera de relatos.
Última saída Se Barbosa rejeitar a ideia, o que a direção do PSB considera o mais provável, a tendência é a de que os diretórios de Pernambuco, sob o governador Paulo Câmara, e o de São Paulo, de Márcio França, se unam para garantir que a sigla fique neutra.