Feitiço de Toffoli virou-se contra feiticeiro Renan... - JOSIAS DE SOUZA
Ao candidatar-se à presidência do Senado pela quinta vez, Renan Calheiros livrou a instituição de um mito que arruinava sua imagem: a esperteza da velha raposa de Alagoas. Em má fase, Renan demonstrou que, entre o certo e o errado, há sempre espaço para mais erros na política.
De todos os equívocos que produziram a derrota de Renan o despacho noturno do amigo Dias Toffoli foi a macumba mais surpreendente. A raposa e seu séquito celebraram efusivamente a anulação judicial da votação na qual 50 senadores haviam instituído o voto aberto na escolha do comandante do Senado. Enxergaram uma luz no fim do túnel. Era pus.
Há no Senado 81 senadores. Ao restabelecer o voto secreto, Toffoli tornou-se uma espécie de 82º senador, mais poderoso que os demais. Sua presença invisível no plenário transformou a eleição do novo presidente da Casa numa espécie de teatro de bonecos —do tipo em que o boneco é manipulado por pessoas vestidas de preto dos pés à cabeça.
Lula e Bolsonaro no SUS
Quando gente mais rica ou remediada fala do SUS (Sistema Único de Saúde)? Quando um presidente é internado em um grande hospital privado de São Paulo, por exemplo. Então vem a pergunta mesquinha: “Por que não foi para o SUS?”. Vale para Jair Bolsonaro ou Lula da Silva, a depender do ódio político do freguês.
Mas o SUS deve ser a prioridade do presidente na opinião de 40% dos eleitores, segundo pesquisas Datafolha de 2018 (e para 49% dos que ganham até dois salários mínimos). Cerca de 25% dos brasileiros têm acesso à saúde privada, aqueles com renda e empregos melhores. O SUS não é lá assunto para a elite da opinião pública. Precisamos falar sobre o SUS.
Qual o estado do financiamento da saúde pública? Houve desmonte sob Michel Temer? Progrediu, neste século?
Senado cedeu ao clamor popular
José Nêumanne / O ESTADO DE SP
02 Fevereiro 2019 | 21h05
Eleição de Davi Alcolumbre, do DEM, para presidente do Senado, sepultou as pretensões do alagoano Renan Calheiros de voltar ao posto pela quinta vez. Além deste perderam feio o presidente do STF, Dias Toffoli, que mandou José Maranhão dirigir uma votação secreta, a senadora Katia Abreu, que furtou a pasta com documentos de votação de 50 a 2 em favor da eleição aberta e deveria ter sido presa por punga por um delegado de bairro e o veterano emedebista paraibano, que meteu os pés pelas mãos na direção da sessão em que, felizmente, Senado cedeu ao clamor popular. Direto ao assunto. Inté. Só a verdade nos salvará.
Onyx comemora vitória de Davi com passagem bíblica
Redação, O Estado de S.Paulo
02 Fevereiro 2019 | 19h53
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, usou uma passagem bíblica para comemorar a vitória de Davi Alcolumbre (DEM-AP) para a presidência do Senado “Davi respondeu: - Você vem contra mim com espada, lança e dardo. Mas eu vou contra você em nome do Senhor Todo-Poderoso, que você desafiou”, postou Onyx, no Twitter, trecho do primeiro livro de Samuel, do Antigo Testamento. A histórica bíblica conta que Davi, um jovem pastor de ovelhas, venceu o gigante Golias, com quase três metros de altura, por ter fé em Deus.
Onyx fez campanha para Alcolumbre, enquanto a equipe econômica preferia Renan Calheiros (MDB-AL), por considerar que ele teria mais capacidade para negociar as reformas econômicas, principalmente a da Previdência.
Associação de Tribunais de Contas pede suspensão de lei estadual
A Associação Nacional dos ministros e conselheiros substitutos dos Tribunais de Contas (Audicon) pediu, nesta sexta-feira (1/2), que o Supremo Tribunal Federal suspenda dispositivos da Lei 16.819/2019, que alteram a Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado do Ceará e, segundo a entidade, desconfiguram o projeto de lei original sobre as prerrogativas de autonomia e auto-organização.
Na ação, a associação afirma que a nova lei, editada pela Assembleia do estado do Ceará, apresenta vícios formais e materiais de inconstitucionalidade, uma vez que vai de encontro às disposições da Constituição Federal. “Além disso, afeta os direitos e interesses específicos e/ou exclusivos da classe dos conselheiros-substitutos dos Tribunais de Contas”, diz.