Rivais põem poder de Renan em caixa de fósforo. JOSIAS DE SOUZA
Até bem pouco, a democracia brasileira era constituída por três poderes: o Executivo, o Judiciário e Renan Calheiros. Multiuso, Renan funcionava junto com os outros poderes. Mas também podia funcionar sem nenhum dos outros. Ou até contra eles. Isso tudo mudou. No momento, o poder de Renan cabe numa caixa de fósforos.
Ao vincular-se à frustrada tentativa de Renan de voltar à presidência do Senado, o MDB transformou a desidratação do seu ex-todo-poderoso num processo de derretimento partidário.
Dono da maior bancada do Senado (13 senadores), o MDB deveria ocupar a presidência e um outro posto de sua preferência na Mesa diretora da Casa. Em privado, o presidente do partido, Romero Jucá (RR), diz que isso teria acontecido se o MDB tivesse escolhido Simone Tebet (MS) para representá-lo na eleição do Senado. Ao esticar a corda, Renan e sua enorme rejeição tornaram-se cabos eleitorais de Davi Alcolumbre (DEM-AP), elegendo-o presidente do Senado.
Governo estuda criar modelo em que jovens poderiam abrir mão de férias e 13º salário
BRASÍLIA - A reforma da Previdência que será enviada ao Congresso deve incluir uma alteração profunda no modelo trabalhista vigente. As mudanças seriam destinadas apenas aos mais jovens, que devem ser enquadrados no modelo de capitalização, no qual cada trabalhador contribui para sua própria aposentadoria. Segundo fontes envolvidas nas discussões, o governo avalia deixar de fora direitos trabalhistas, inclusive os que estão previstos no artigo sétimo da Constituição Federal, como FGTS, férias e 13º salário.
Como esses direitos são considerados cláusula pétrea, o Estado não pode simplesmente acabar com eles. A alternativa que vem sendo discutida é criar condições para que o próprio empregado faça a opção, abrindo mão de todos eles, ficando, assim, de fora da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). De acordo com fontes a par do que vem sendo analisado, já existe uma base legal para isso que é a reforma trabalhista. Em vigor há pouco mais de um ano, ela permite que o acordado prevaleça sobre o legislado.
Maia diz que esta é a 'última' chance de aprovar reforma da Previdência sem tirar direitos
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira (6) que esta é a "última" chance de o Congresso Nacional aprovar a reforma da Previdência Social sem tirar direitos da população.
Em entrevista à GloboNews, Maia disse que o ambiente na Câmara para votar a proposta é "bom" e acrescentou que a previsão é o plenário analisar o tema até a segunda quinzena de maio.
"Nós temos a última oportunidade, no meu ponto de vista, de fazer uma reforma sem tirar direito dos brasileiros que ganham menos, mas que a gente não entre em um colapso fiscal, que vai ser uma situação muito pior para todos", afirmou.
De acordo com o Tesouro Nacional, o sistema previdenciário registrou déficit de R$ 290,2 bilhões no ano passado.
Questionado se avalia que um eventual anúncio pelo presidente Jair Bolsonaro de que não disputará a reeleição pode ajudar a aprovação da reforma, Maia respondeu: "Com certeza, ajuda muito".
O presidente da Câmara tem dito que o objetivo é conseguir os votos necessários para aprovar a reforma em até dois meses. Por se tratar de emenda à Constituição (PEC), a proposta precisa do apoio mínimo de três quintos dos deputados (308 dos 513) para ser analisada pelo Senado.
Lula condenado de novo
José Nêumanne
06 Fevereiro 2019 | 18h27
A segunda condenação de Lula na 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba sob acusação de ter recebido propina de OAS, Odebrecht e Chahim para reformas em sítio de sua propriedade, embora sua defesa a atribua aos amigos Jonas Suassuna e Fernando Bittar, assinada pela juíza substituta Gabriela Hardt, destroça lendas urbanas a respeito do ex. Uma é a de que ele é perseguido pelo ex-titular da mesma vara, Sérgio Moro, que o condenara a 9 anos e meio e a pena foi aumentada para 12 anos e 1 mês pelo TRF 4. A juíza, que não ocupará o lugar antes ocupado pelo atual ministro da Justiça, sentenciou-o a 12 anos e 1 mês, somando 25 anos. Outra é a de que não há provas contra ele, e elas abundam. Este é um dos comentários que fiz no Estadão às 5, ancorado por Gustavo Lopes e retransmitido por YouTube, Twitter e Facebook do estúdio da TV Estadão na redação do jornal, na quarta-feira 6 de fevereiro de 2019, às 17 horas. O ESTADO DE SP
Petrobrás avalia cortar patrocínios culturais
Daniela Amorim e Fernanda Nunes, O Estado de S.Paulo
07 Fevereiro 2019 | 05h00
RIO - As mudanças na política cultural e de publicidade prometidas pelo presidente Jair Bolsonaro no período eleitoral chegaram à Petrobrás. A empresa avalia romper contratos firmados nos governos anteriores, principalmente com grandes grupos de teatro e cinema e com a imprensa profissional. Na nova gestão, o dinheiro deve ir para as redes sociais e artistas menos conhecidos, segundo apurou o Estadão/Broadcast.
A decisão foi mal recebida internamente por executivos da área de comunicação, que interpretaram a medida como interferência política e ideológica. Um deles chegou a entregar o cargo. A principal reclamação é uma suposta falta de critério para definir os novos beneficiados. Até então, o foco eram projetos alinhados com a imagem que a empresa pretende transmitir aos seus consumidores – de inovação, alto potencial e capacidade técnica única. Com esse propósito, a petroleira patrocinou mais de 4 mil projetos culturais desde 2003, quando foi criado o Programa Petrobrás Cultural, que passou a ser a maior seleção pública do tipo no País.