Previdência: déficit dos regimes estaduais salta de R$ 47,4 bi para R$ 88,5 bi em quatro anos
RIO - O déficit da Previdência dos estados chegou perto de R$ 90 bilhões em 2018, segundo estudo inédito do economista Raul Velloso. O avanço das despesas com o pagamento de benefícios fez o rombo nos regimes regionais saltar de R$ 47,4 bilhões em 2014 para R$ 88,5 bilhões no ano passado, reforçando a necessidade de uma reforma nos sistemas estaduais de aposentadorias.
A pressão da Previdência nas finanças dos estados — em 2018, o déficit orçamentário dos 27 entes foi de R$ 17,3 bilhões — será o principal tema do debate que abre o 3º Fórum Nacional, coordenado por Velloso e que começa na quinta-feira, na sede do BNDES, no Rio. Para o economista, os números mostram a importância de os servidores públicos serem mantidos na proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, que tramita na Câmara.
- Mesmo com vários estados realizando pequenas reformas, nos últimos anos, eliminando a aposentadoria integral e a paridade de salários, o déficit previdenciário dos estados explodiu nos últimos quatro anos, devido ao envelhecimento da população — disse Velloso, lembrando que o congelamento de novos concursos públicos também contribuiu para o aumento do rombo, já que, sem reposição de servidores, diminui a receita de contribuições.
Apesar de alguns governos estarem praticamente quebrados, há uma pressão de integrantes de partidos do Centrão e do próprio PSL, do presidente Jair Bolsonaro, para deixar de fora da reforma estados e municípios. Os deputados federais alegam que não querem assumir sozinhos o desgaste político com servidores.
Petrobras tem lucro de R$ 4 bilhões no primeiro trimestre
Por Karina Trevizan e Luiz Guilherme Gerbelli, G1
A Petrobras teve lucro líquido de R$ 4,031 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O desempenho no período representou uma queda de 42% na comparação com o mesmo período de 2018. O resultado foi divulgado pela empresa nesta terça-feira (7).
Em relação ao quarto trimestre do ano passado, quando a estatal teve lucro de R$ 2,102 bilhões, os números dos primeiros três meses de 2019 representaram um crescimento de 92%.
No ano passado, a empresa teve lucro de R$ 25,779 bilhões, no primeiro resultado positivo depois de quatro anos seguidos de perdas e o melhor desempenho desde 2011.
Falta de remédios distribuídos pelo Ministério da Saúde coloca em risco dois milhões de pacientes
Uma crise histórica no abastecimento de remédios coloca em risco os tratamentos de milhões de pacientes do sistema público em todo o Brasil. Atualmente, dos 134 medicamentos que o Ministério da Saúde compra e distribui para os estados, 25 estão em falta ou com entregas insuficientes. Outros 18, com estoques muito baixos, podem acabar em menos de 30 dias
Dois milhões de pacientes dependem desses remédios, segundo o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass). Os medicamentos já esgotados servem para tratamentos contra câncer de mama, leucemia em crianças e inflamações, por exemplo.
Governo corta 44% de verbas das Forças Armadas
07 de maio de 2019 | 22h03
BRASÍLIA - Com uma crise deflagrada entre militares e “olavistas” no governo, o alto comando das Forças Armadas foi comunicado nesta terça-feira, 7, que precisará aumentar o contingenciamento inicialmente previsto nos recursos destinados à Defesa. Antes de 21%, agora o bloqueio será de 44% dos R$ 13,1 bilhões do orçamento da área, o equivalente a R$ 5,8 bilhões. Só é menor do que o corte previsto na Educação, de R$ 7,3 bilhões.
A notícia foi dada durante almoço do presidente Jair Bolsonaro com os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. O ministro da Defesa, Fernando de Azevedo e Silva, também participou do encontro, que ocorreu no Quartel-General do Exército, em Brasília.
Na ocasião, os militares ouviram promessa de que o Ministério da Defesa trabalha com a expectativa de recuperação da economia e desbloqueio dessa verba para não afetar os projetos estratégicos e prioritários em andamento. O mesmo discurso foi adotado mais tarde pelo porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros.
Não adianta prender, tem que matar
“Não adianta prender, tem que matar”
Ouvi essa declaração do policial militar que revistava o carro em que eu estava com dois colegas de trabalho, sexta (3).
Nossa viagem foi interrompida, por volta das 17h, quando passávamos por uma blitz na altura de São Conrado, a caminho da zona sul do Rio.
Assim que o carro foi parado, o motorista mostrou o documento, que estava em ordem. O policial mandou que saltássemos. Começou a revistar o meu colega, olhou dentro do carro, deu a volta em direção ao banco do passageiro, abriu o porta-luvas e pediu para que abrissem a mochila que estava no chão.
Outra colega, dona da mochila, ficou surpresa e perguntou se ele poderia fazer aquilo. É uma pergunta razoável, as pessoas deveriam ter direito de saber por que são revistadas. Sem resposta.
Sim, ele pode parar carros, revistar pessoas. E a gente sabe que isso é corriqueiro na periferia da cidade, onde o pobre é sempre bandido até que prove o contrário, se não for morto antes.
Governo está se curvando à Realpolitik, avalia cientista político
A recriação dos ministérios das Cidades e da Integração Nacional, anunciada nesta terça-feira, 7, mostra que o governo do presidente Jair Bolsonaro começa a perceber a necessidade de negociar, avalia o cientista político Carlos Melo, professor do Insper. Para o especialista, o Planalto, entretanto, terá de explicar ao eleitorado os motivos que o levaram a aceitar o desmembramento da pasta do Desenvolvimento Regional.
“O governo está se curvando à Realpolitik, aquilo que o governo já chamou de velha política”, afirmou Melo. “Num governo democrático, você tem que fazer concessões, mas é necessário explicar o porquê. A recriação dos ministérios vem por uma necessidade de políticas públicas ou por uma necessidade de distribuição de espaços e de poder? O governo vai ter que deixar isso claro. Se for uma questão simplesmente de pressão dos partidos, sobretudo do Centrão, significa um desgaste para o governo, ele está mordendo a língua”, declara o professor.