Vergonha na cara - Luiza Nagib Eluf
Acredito que os brasileiros tenham sofrido um impacto muito grande quando, em 28 de maio de 2007, um ministro japonês de Agricultura, Floresta e Pesca cometeu suicídio, enforcando-se em sua casa com uma corrente de guiar cachorro, por estar sob suspeita de corrupção. Seu nome era Tashikatsu Matsuoka, tinha 62 anos e era acusado de ter recebido US$ 107 mil de empresas do ramo de construção com interesses na área de sua pasta. À época do suicídio, praticado horas antes de seu depoimento perante um comitê parlamentar, Matsuoka contava com 41% de aprovação entre os japoneses.
PMDB avalia que impeachment ‘ganhou pernas’
O vice-presidente Michel Temer e seus seguidores passaram a se guiar por uma máxima atribuída ao senador paraense Jáder Barbalho: “O fato político, quando ganha pernas, perde a cabeça.” Por esse prisma, as ruas deram pernas ao impeachment. E o melhor que Temer tem a fazer no momento é nada. Sob pena de subverter um outro ditado segundo o qual a política é como fotografia —se mexer muito não sai.
PF investiga reforma do Instituto Lula
A Polícia Federal investiga uma reforma do Instituto Lula. O caso foi revelado por reportagem de ÉPOCA. Como mostrou ÉPOCA, a instituição tentou regularizar reforma na Prefeitura de São Paulo por três vezes, mas viu o pedido ser reprovado sucessivamente. O arquiteto responsável pelas tentativas é ex-secretário e ainda é funcionário da gestão de Fernando Haddad (PT). De acordo com relatório policial enviado ao juiz federal Sérgio Moro, "há indícios de que funcionários da Subprefeitura do Ipiranga, vinculada à Prefeitura de São Paulo, estejam se prontificando a ocultar irregularidades relacionadas ao Instituto Lula".
Quase R$ 400 mil para a reprodução do periquito-cara-suja

Ao longo de 48 meses, a Fundação Boticário repassou R$399.620,32 à Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis) para fomentar ações de estudo e recuperação da população do periquito-cara-suja (Pyrrhura griseipectus). A ave, exclusivamente nordestina e que ocorria em muitos estados da região brasileira, entrou na lista de animais cuja existência está por um fio.
A história meio que se repete no Brasil. Ameaçados, por causa da destruição de habitats e a captura ilegal de animais silvestres, as espécies mais vulneráveis não suportam a redução dos territórios de sobrevivência. Caso do periquito-cara-suja que, hoje, só ocorre no Ceará — quase restrito às florestas serranas de Baturité.
Segundo Emerson Oliveira, coordenador de Ciência e Informação da Fundação Grupo Boticário, desde 2010 o Boticário viu no trabalho de recuperação dos bandos de periquitos-cara-suja a oportunidade de também contribuir com a regeneração
da biodiversidade da mata úmida de Baturité.
Além de apoiar a lida com o periquito-cara-suja, a Fundação Boticário destina recursos para o Programa Extinção Zero no Ceará, da Aquasis. Estão incluídos projetos com tartarugas marinhas, conservação do jacu verdadeiro na Reserva Particular do Patrimônio Natural Mãe-da-Lua (Itapagé), preservação da vegetação da Estação Ecológica de Aiuaba (Inhamuns) e manejo com botos e peixe-boi.
Aves ameaçadas de Baturité
Pesquisa fotográfica lança luz sobre a necessidade de preservação das aves da serra de Baturité, no Ceará. Em especial 12 espécies que estão ameaçadas de extinção / opovo

Uru (Odontophoruscapueiraplumbeicollis)
Segundo a Aqausis, no Ceará, a espécie só ocorre na serra de Baturité. Tem o canto forte e vocaliza “urú-urú”. Vive em florestas preservadas . Uma das espécies mais raras e ameaçadas da região.
De olho nas aves de Baturité

Uru, arapaçu-de-garganta-amarela, periquito-cara-suja, pintassilgo-do-nordeste, jacucaca, chupa-dente, choca-da-mata, saíra-militar, maria-do-nordeste, tucaninho-da-serra, arapaçu-rajado-do-nordeste e vira-folha-cearense…
Os nomes (populares) são de pássaros que, se não cuidarmos, virarão memória nos olhos de quem teve a sorte de encontrá-los na floresta. As doze raridades estão marcadas com um selo de “ameaçadas” de extinção no Guia Fotográfico: Aves da Serra de Baturité. Uma publicação de campo, lançada recentemente pela ONG Aquasis e assinada pelo biólogo Fábio de Paiva Nunes e pela ecóloga Ileyne Tenório Lopes. O livro é também um convite para discutir a preservação da biodiversidade no Maciço de Baturité e o que a avifauna dali tem a ver com a vida da gente.
Além das doze aves que estão por um triz, mais 139 pássaros diferentes são retratados no guia de bolso. Imagens e verbetes que revelam a multiplicidade de animais, seus hábitos e o que alguns enfrentam para continuar a existindo.
A floresta preservada ficou menos, por exemplo, para o uru (Odontophorus capueira plumbeicollis). Um galináceo pequeno e topetudo que, com a urbanização das serras, passou a ser presa do gato doméstico e das armadilhas de caçadores. No Ceará, conta Fábio Nunes, o uru só ocorre na Serra de Baturité.