O País da impunidade
A Operação Lava Jato é um ponto fora da curva. Pela primeira vez na história do País, autoridades e empresários poderosos foram parar atrás das grades por crimes de corrupção ativa e passiva. Empreiteiros, políticos, diretores da Petrobras não conseguiram fugir da caneta pesada do juiz Sergio Moro. Mas, a bem da verdade, nem mesmo a Lava Jato conseguiu acabar de vez com uma marca registrada do País: a impunidade. Com quatro instâncias de julgamento, pletora de recursos, lentidão do Judiciário, tudo colabora para que se escape das penas da lei. Não faltam exemplos de gente condenada, mas que está livre, leve e solta.
A rota da propina de Lobão
Alvo de inquéritos na Lava Jato, o senador Edison Lobão (PMDB-MA) se notabilizou em Brasília por ser um profundo conhecedor dos atalhos do poder – e, principalmente, das benesses que a intimidade com o poder proporciona. Natural, portanto, – embora obviamente condenável -, que Lobão se servisse de tão estratégico, por assim dizer, “notório saber” em benefício pessoal. O que não é natural é o desassombro com que ele e sua turma participaram de uma trama para desviar recursos da Petrobras.
“Estou cansado, mas vou até o fim”
“Possivelmente, a Operação Lava Jato em Curitiba está chegando ao fim”. A frase dita pelo juiz Sergio Moro em meio a um discurso de agradecimento pela homenagem que acabara de receber da Universidade americana de Notre Dame, na segunda-feira 2, suscitou apreensão no meio jurídico e entre as entidades que defendem o combate à corrupção no Brasil. A Operação Lava Jato vai acabar? O juiz Sergio Moro, esteio da maior ação de enfrentamento ao crime organizado na política brasileira, vai desistir do trabalho? À ISTOÉ, no entanto, Moro garantiu que não abandonará a operação. “Estou cansado, mas isso não significa que vou deixar a Lava Jato. Vou até o fim”, disse ele, horas depois de receber o prêmio designado pela Notre Dame como “alguém comprometido com a preservação da integridade de sua nação, através da aplicação imparcial da lei”.
Tucanato engasga com Bonifácio e engole Aécio
Num esforço para tomar distância do relatório que servirá de base para o enterro da segunda denúncia contra Michel Temer, o PSDB executa uma coreografia confusa. Afastou da Comissão de Justiça da Câmara o deputado Bonifácio de Andrada, o tucano escalado pelo Planalto para fazer o papel de coveiro. O afastamento é cenográfico, pois Bonifácio continua responsável pela redação do relatório fúnebre da denúncia. Mas os tucanos gritam: “Já não temos nada a ver com isso.”
Gony Arruda critica decisão do STF sobre a Lei da Ficha Limpa
Carlos Felipe repercute projeto do Senado que avalia servidores públicos
Dep. Carlos Felipe ( PCdoB )foto: Maximo Moura