O Rio que passou:
Quando é que o Rio se estrepou? Vargas Llosa começa um romance perguntando o mesmo sobre o Peru. O estudo da gênese da derrocada cabe num romance. A tarefa central é como evitar o colapso maior. Algumas circunstâncias não animam. A primeira delas, de ordem geral: os eventos extremos devem continuar independentemente do esforço planetário para reduzir emissões. Eles já fazem parte do cenário irreversível.
É difícil imaginar uma performance melhor do poder local. Ainda que os governos melhorem, seu limite é nítido. O único fator de esperança está na sociedade, no seu potencial solidário. Não me refiro a uma solidariedade apenas quando as coisas acontecem. Ela precisa ser constante e organizada. Nos lugares sujeitos a ciclones e furacões já uma grande preparação para enfrentá-los, inclusive cartilhas sobre o que fazer.
Muzema, mais um exemplo da tradição do país: ‘Ilegal e daí?’
Veja como é a cultura da ilegalidade por estas bandas, desde o “descobrimento”. A milícia — que tem apoio em setores políticos, como mostrou o recente rolo do senador Flávio Bolsonaro — constrói prédios como estes que desabaram na Muzema, alguns até de oito andares, sem licença da prefeitura e com a conivência de setores da Justiça. “Ainda no Brasil colônia”, lembra Daniel Aarão Reis, “os enviados da inquisição chegavam por aqui e constatavam horrorizados que o país estava todo na ilegalidade em relação aos casamentos. As pessoas se amancebavam”. “É curioso”, diz o historiador, “que, quando se levanta essa questão (sobre alguém ou alguma coisa estar ilegal) parece ser uma grande novidade. Mas não é. É algo que resiste ao tempo. Basta considerar o provérbio: ‘Para os amigos tudo; para os inimigos, a lei’. Ora, se você acha que a lei serve somente para os inimigos, qual o estímulo que você vai ter para se abrir sob a legalidade?”. O GLOBO/
Estado calamitoso
A cidade está abandonada, dominada pela bandidagem. O Estado vive uma calamidade permanente, há anos. Não é possível que dois prédios de quatro andares sejam erguidos sem que o poder público fiscalize. Não apenas em Muzema, mas em várias localidades da cidade, anos após anos reportagens mostram o crescimento vertical de comunidades como a Rocinha. Somos um espelho do que acontece no Brasil todo, onde os milicianos já estão presentes disputando espaço com os traficantes e outros criminosos.
Formadas por militares da ativa e da reserva, têm ligações com as policias locais e trabalham as informações internas que recebem para se manterem longe do alcance da lei. Não se deve falar de omissão, mas de cumplicidade dos diversos órgãos governamentais, pois só assim pode ser explicado o fracasso de seguidos governos estaduais em controlar as milícias e suas ações.
Quem me liga? Como ligações telefônicas de robôs se tornaram um problema mundial
O celular toca, a tela mostra um número estranho e a voz do outro lado reproduz uma mensagem automática, é assumida por algum atendente de telemarketing ou simplesmente dá lugar a um toque de que a ligação caiu.
É bem possível que você faça parte das milhões de pessoas que em todo o mundo que já receberam – ou, na pior das hipóteses, ainda recebe cotidianamente – ligações do tipo, que em outras línguas já até ganharam um vocábulo próprio. Em inglês, por exemplo, são as "robocalls" e em espanhol, "robollamadas" – em português, seria algo como "robochamadas".
A definição das robochamadas varia, mas em geral estas incluem a incorporação de tecnologias da telecomunicação impulsionadas em anos recentes – como "autodialers", ferramentas físicas ou softwares que disparam ligações para múltiplas linhas simultaneamente; a tecnologia VoIP (abreviação para "Voz sobre IP"), que permite telefonar através da internet; os chamados "spoofers", que alteram ou escondem os números telefônicos que aparecem no identificador de chamadas; e ainda mensagens pré-gravadas.
Não há dados oficiais e mundiais consolidados sobre este fenômeno recente. Mas quem trabalha com o tema – de órgãos de defesa do consumidor a empresas de tecnologia – garante: o Brasil, ao lado de países como Índia e Estados Unidos, é um dos lugares no planeta que mais abriga ligações do tipo.
Datafolha: Forças Armadas são as instituições mais confiadas no Brasil
As Forças Armadas são consideradas como a instituição mais confiável para os brasileiros, segundo pesquisa divulgada na sexta-feira, 12 pelo Datafolha.
O levantamento aponta que 45% dos entrevistados dizem “confiar muito” em Exército, Marinha e Aeronáutica. Em seguida está a Presidência da República (com 29%), Ministério Público e Judiciário (ambos com 25%). A Imprensa recebeu 24% das respostas.
Para os militares, o número é oito pontos maior do que o registrado em junho (37%). O levantamento aponta ainda que 35% dos brasileiros confiam pouco na instituição e 18% dizem não confiar.
Condições meteorológicas não favorecem chuvas em Fortaleza, diz Funceme
Após os constantes registros de chuvas em Fortaleza nas últimas semanas, as cargas d’água têm acontecido com uma intensidade, duração e frequência menores que como antes. O fato ocorre porque a formação de nuvens de chuva varia constantemente, o que contribui para que elas sejam anotadas de forma mais assídua ou não, conforme Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). A previsão do órgão é que chova neste fim de semana.
Durante o sábado (13) e o domingo (14), de acordo com o meteorologista da instituição, Raul Fritz, podem haver várias interseções de chuvas, mas a tendência é que, em geral, elas sejam rápidas tanto em Fortaleza quanto na Região Metropolitana. Ele diz que, de um tempo para cá, as precipitações têm sido mais localizadas, não abrangendo grandes áreas espaciais do Ceará, por exemplo Fortaleza.