Ao lado de Pazuello, novo ministro defende máscaras, mas evita contrariar bandeiras de Bolsonaro
Mateus Vargas, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Escolhido para ser o quarto ministro da Saúde em plena pandemia, o cardiologista Marcelo Queiroga disse nesta terça-feira, 16, que vai trabalhar para ter "resultado mais desejável" no combate ao novo coronavírus. Apesar de ter recomendado, em fala à imprensa, o uso de máscara - medida simples, mas que contrasta com declarações do governo -, Queiroga não prometeu ruptura com bandeiras do presidente Jair Bolsonaro, como orientação de uso da cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada para a covid-19, nem defendeu o isolamento social.
Em declaração ao lado do general Eduardo Pazuello, que deixa o cargo sob forte desgaste, o cardiologista afirmou ser preciso melhorar a "qualidade de assistência" nos hospitais, "sobretudo em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs)". Ele defendeu ações da gestão Bolsonaro na área de saúde e disse que o ministério trabalha de forma "harmônica" com Estados e municípios para que as mais de 500 milhões de doses de vacinas para covid-19 previstas sejam aplicadas.
Queiroga assume a Saúde no pior momento da pandemia, com o registro de mais de 2 mil mortes diariamente e com o governo sob forte pressão. "Sozinho não vou fazer mágica", disse o cardiologista.
O médico afirmou que irá se basear sempre "na melhor evidência científica". O presidente Bolsonaro, no entanto, fez diversas afirmações sem lastro científico para questionar a eficácia de vacinas, máscaras, lockdown e outras medidas recomendadas para combater a pandemia. Queiroga ainda disse que é preciso atacar a pandemia, mas preservar a atividade econômica. "Para garantir emprego, renda e recursos", declarou. O médico encerrou a declaração e não respondeu aos questionamentos da imprensa.
O general Pazuello estava ao lado de Queiroga e falou antes aos jornalistas. Ele defendeu a sua gestão e disse que não há uma "transição" em curso. "Continua o governo Bolsonaro, continua o ministro da Saúde. Troca o nome de um oficial general que estava organizando a parte operacional, gestão, liderança, administração. Agora vai chegar um médico com toda a sua experiência na área de saúde para ir além", declarou Pazuello.
Mais cedo, Queiroga já havia sinalizado que não fará grandes mudanças em ações da Saúde, apesar de diversas regiões do País estarem em colapso pela pandemia. "A política é do governo Bolsonaro, não do ministro da Saúde. O ministro executa a política do governo", disse Queiroga, ao chegar pela manhã no ministério para o começo da transição na pasta. Nos próximos dias, o médico e Pazuello devem cumprir agendas juntos. Eles participam na quarta-feira, 17, da entrega das primeiras doses da vacinas de Oxford/AstraZeneca envasadas pela Fiocruz, no Rio.
Covid-19: Brasil tem 279,2 mil mortes e 11,5 milhões de casos
A soma de pessoas que morreram de covid-19 alcançou 279.286. Em 24 horas foram registrados 1.057 óbitos. Ainda há 2.927 mortes em investigação por equipes de saúde. Isso porque há casos em que o diagnóstico sobre a causa só sai após o óbito do paciente.
O número de casos confirmados desde o início da pandemia chegou a 11.519.609. Entre ontem e hoje, foram registrados 36.239 novos diagnósticos de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus. Ontem, o total de pessoas infectadas até o momento estava em 11.483.370.
Os dados estão no balanço diário do Ministério da Saúde, divulgado na noite de hoje (15). A atualização é produzida a partir das informações levantadas pelas autoridades estaduais e locais de saúde sobre casos e mortes provocados pela covid-19.
O número de pessoas recuperadas chegou a 10.111.954. Já a quantidade de pessoas com casos ativos, em acompanhamento por equipes de saúde, ficou em 1.128.369.
Os dados em geral são menores aos domingos e segundas-feiras pela menor quantidade de trabalhadores para fazer os novos registros de casos e mortes. Já às terças-feiras tendem a ser maiores já que neste dia o balanço recebe o acúmulo das informações não processadas no fim-de-semana.
Estados
O ranking de estados com mais mortes pela covid-19 é liderado por São Paulo (64.223), Rio de Janeiro (34.330), Minas Gerais (20.687), Rio Grande do Sul (15.105) e Paraná (13.626). Já as Unidades da Federação com menos óbitos são Acre (1.129), Amapá (1.187), Roraima (1.232), Tocantins (1.697) e Sergipe (3.141).
Vacinação
Até o início da noite de hoje, haviam sido distribuídas 20,1 milhões de doses de vacinas. Deste total, foram aplicados 11,8 milhões de doses, sendo 8,8 milhões da 1ª dose (4,1% da população brasileira) e 2,9 milhões da 2ª dose (1,3% da população brasileira).
Edição: Aline Leal / AGÊNCIA BRASIL
Butantan envia mais 3,3 milhões de doses de vacina ao governo
O Instituto Butantan entregou hoje (15) ao Ministério da Saúde mais 3,3 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus. Ao todo, já foram fornecidos 20,6 milhões de doses do imunizante CoronaVac, desenvolvido em parceria com laboratório chinês Sinovac, para serem distribuídas a todas as regiões do país, por meio do Programa Nacional de Imunizações.
Pelo cronograma apresentado pelo Butantan, na próxima quarta-feira (17), deve ser enviada mais uma remessa com 2 milhões de vacinas e, até o fim do mês, o instituto prevê fornecer um total de 22,6 milhões de doses. Até o fim de abril, a previsão é que tenham sido entregues 46 milhões de doses, conforme o contrato com o governo federal.
Ouça na Radioagência Nacional
De acordo com o Butantan, a produção da vacina foi acelerada e o quadro de funcionários responsáveis pelo envase do produto foi dobrado.
Vacinação em SP
O último balanço do governo de São Paulo aponta que 3,8 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus já foram aplicadas em todo o estado, sendo mais de 1 milhão da segunda dose.
Edição: Kleber Sampaio
Vacina Covid-19: Fiocruz entregará 1 milhão de doses nesta semana
RIO — A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou nesta segunda-feira que entregará nesta semana as primeiras vacinas produzidas pela instituição. Serão 1 milhão e 80 mil doses entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).
A Fiocruz disponibilizará 500 mil doses na próxima quarta-feira e outras 580 mil até a sexta-feira. Com o registro definitivo, concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na semana passada, a instituição passou a ser a detentora do primeiro registro de uma vacina Covid-19 produzida no país.
Bolsonaro escolhe médico Marcelo Queiroga como ministro da Saúde
15 de março de 2021 | 19h30
BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro escolheu o médico Marcelo Queiroga como novo ministro da Saúde. Será o quarto nome a assumir a pasta, comandada desde maio pelo general Eduardo Pazuello, após o início da pandemia de covid-19.
O convite a Queiroga foi feito em reunião na tarde desta segunda-feira, 15, no Palácio do Planalto, após a recusa da também cardiologista Ludhmila Hajjar em aceitar o cargo por, segundo ela, "motivos técnicos". A médica tem opiniões divergentes das de Bolsonaro, que defende a prescrição de cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada no combate à covid-19, e é contrário a medidas de isolamento social.
O paraibano Queiroga é muito respeitado no setor. No combate ao coronavírus, porém, se alinha a Hajjar: defende o distanciamento social e não acredita em tratamento precoce, dois pontos em que diverge dos bolsonaristas e do próprio presidente. Mas Queiroga é considerado uma pessoa com jogo de cintura para construir uma política de saúde que possa funcionar contra a pandemia, sem contrariar suas convicções.
Queiroga tem bom contato com integrantes do governo e havia sido indicado por Bolsonaro para ocupar uma diretoria da Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS). A indicação estava parada na Comissão de Assuntos Sociais do Senado por causa da pandemia, mas seria aprovada sem problemas.
Há poucos dias, Queiroga se encontrou com o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, a quem pediu apoio para a realização do Congresso Mundial de Cardiologia no Brasil. Em vídeo, Queiroga chama Gilson de “querido ministro”.
Fortaleza e cidades do interior registram chuvas no início desta segunda-feira (15)
Fortaleza amanheceu sob chuva e tempo nublado nesta segunda-feira (15). Já no início da manhã, foram registradas precipitações nos bairros Amadeu Furtado, Barra do Ceará, João XXIII e Messejana. Não há relatos de alagamentos.
Até as 10h10, 55 municípios tiveram chuvas, conforme balanço parcial da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
A previsão do tempo havia adiantado que a Região do Cariri, o Litoral de Fortaleza e o Maciço de Baturité apresentavam condições para iniciar a segunda-feira com "precipitações pontuais".
Ao longo do dia, o céu deverá variar entre claro e parcialmente nublado. Já entre a tarde e a noite, o Noroeste do Estado (Litoral Norte e a Ibiapaba) e o Sertão Central e Inhamuns apresentarão os principais registros.
Veja as 10 maiores chuvas das últimas 24h
- Madalena (Posto: Madalena) : 58.0 mm
- Crateús (Posto: Aeroporto (Crateús) : 57.0 mm
- Crato (Posto: Lameiro) : 50.0 mm
- Crateús (Posto: Crateús) : 50.0 mm
- Ipu (Posto: Marruas Dos Paiva) : 47.0 mm
- Choró (Posto: Choro) : 42.0 mm
- Milagres (Posto: Sitio Saco) : 42.0 mm
- Meruoca (Posto: Meruoca) : 39.0 mm
- Solonópole (Posto: Solonópole) : 39.0 mm
- Ipueiras (Posto: América) : 36.0 mm
Chuvas no fim de semana
No fim de semana, a região do Cariri recebeu uma grande concentração de chuvas. Na cidade de Milagres, as precipitações causaram alagamentos em ruas e casas e da cidade. Após chuvas intensas durante a madrugada de domingo (14), a CE-293, ficou com rachaduras e teve trecho alagado. Em uma estrada que leva à localidade do Sítio Coqueiro, uma cratera se formou após as precipitações. diarionordeste