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A mulher que faz Trump tremer. De raiva

Megyn Kelly: sangue nos olhos (Andrew Harrer/Bloomberg via Getty Images)

Megyn Kelly: sangue nos olhos (Andrew Harrer/Bloomberg via Getty Images)

Não, não foi por causa dela que Donald Trump brilhou pela ausência no último debate no canal Fox News entre os aspirantes à candidatura presidencial pelo Partido Republicano. Mas Megyn Kelly, a apresentadora de traços petrificantemente perfeitos, teve muito a ver com a decisão dele de não dar as caras. Os dois estão jogando uma espécie de pôquer à distância que ajuda a tornar a atual campanha eleitoral uma das mais imprevisíveis e arrebatadoras de todos os tempos. Um resumo dos antecedentes: no primeiro debate na Fox, Megyn fez uma pergunta agressiva a Trump, mencionando todas as desabonadoras referências dele a desafetos do sexo feminino (porca gorda, cachorra e outros bichos, atiçados em especial na direção da comediante Rosie O’Donnell, que costuma usar termos do mesmo nível) e como isso influenciaria uma eventual disputa com uma mulher, Hillary Clinton.

Trump ficou uma fera e, a partir dali, desfechou uma campanha violenta contra a apresentadora. Chegou a dizer que, quando o confrontou, estava “com sangue nos olhos, com sangue sei lá onde”. Poucas pessoas imaginariam que um candidato viável à Casa Branca faria uma referência indireta a menstruação, no ar, em entrevista à CNN. E menos gente ainda acharia que viveria para ver uma briga de foice entre um candidato republicano e a Fox News, nascida de uma ideia brilhante de seu criador, Roger Ailes – atender o público mais conservador, totalmente marginalizado pelos outros canais, abertos ou a cabo -, e encampada pelo dono, Rupert Murdoch.

 

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A briga é um reflexo do grande racha provocado por Trump na direita americana, mas como envolve uma loira de verdade e um falso ruivo espetacularmente midiáticos, ganha um destaque enorme. Tanto que parece até combinada, em especial pelo tom circense de um comunicado da Fox, antes do segundo debate, perguntando ironicamente como Trump lidaria com Vladimir Putin ou o aiatolá Ali Khamenei se hesitava em enfrentar a apresentadora. Aí Trump disse que não iria mesmo e o circo pegou fogo. Como de hábito, capitalizou a ausência e dominou a agenda.

A inversão de expectativas foi tamanha que órgãos de imprensa historicamente a favor dos democratas, e histericamente contra a Fox, começaram a fazer reportagens deslumbradas com Megyn Kelly. Não que ela não seja deslumbrante, com sua glacial beleza irlandesa à maneira de uma xará do passado, Grace Kelly, humanizada pelo calor italiano, herança da família materna.

Calor que pode subir bastante quando flerta com entrevistados, que, hipnotizados por sua beleza, marcham cegamente rumo a armadilhas que ela planta como a advogada que foi até os 33 anos, quando resolveu dar uma virada e mudar de carreira. Embora seja difícil acreditar, está com 45. Com o segundo marido, belo e bem sucedido como ela, tem três filhos com nomes esquisitos atualmente na moda, os meninos Thatcher e Yates e a menina Yardley.

Uma apresentadora da Fox que tem um filho chamado Thatcher, recebe elogios da imprensa liberal e entrevista coquetemente o diretor Michael Moore causa até uma certa desconfiança. Entre os inimigos que ganhou à direita, corre que Megyn ambiciona ir para uma emissora aberta. Até seu novo corte de cabelo – quase uma heresia na Fox, onde vigora o maximalismo em matéria de penteados, decotes e maquiagem – foi analisado como uma evocação a Diane Sawyer, a lindíssima e hoje aposentada apresentadora do telejornal da ABC.

Para os realmente conspiracionistas, tudo faz parte de um plano diabólico de Rupert Murdoch para incentivar uma terceira candidatura, a de seu amigo Michael Bloomberg. Ex-prefeito de Nova York pelo Partido Republicano, embora antes tenha sido democrata, Bloomberg é um luminar do lobby anti-armas. Já tirou 15 milhões de dólares do próprio bolso (fundo, na base dos 38 bi) para uma campanha apoiando o controle de armamentos.

O dia em que a Fox for contra a Segunda Emenda e o maior lobby que existe a favor da posse de armas, chamado povo americano, o mundo será realmente um lugar estranho. Quem sabe com o presidente Donald Trump dando uma entrevista a Megyn Kelly, do tipo que faria estremecer as paredes da Casa Branca?

Ou poderia ser ao contrário, como provocou o polemista professional Bill Maher: os republicanos deviam superar suas divisões nternas e escolher logo Megyn Kelly como candidata. veja

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