Dilma e Lula decidem se dar o abraço de afogados - REINALDO AZEVEDO
Consta da mitologia criada sobre Dilma Rousseff que ela foi, como vou dizer?, professora de marxismo. Eu duvido um pouco. Em primeiro lugar, porque, fora o tatibitate do Marx escrevendo sobre ideologia ou relendo a história, aquele troço não é simples — o que não quer dizer que seja nem bom nem correto. Mas fácil não é. Se, hoje, já bastante madura, a presidente tem um raciocínio notavelmente confuso, a gente pode imaginar como era quando tinha pouca experiência. Como sabemos, ela sempre perde a luta para a sintaxe. Raciocínio confuso costuma combinar com escolhas igualmente atrapalhadas. Dilma chegou a ter a chance de se salvar, já escrevi aqui, lá pelo começo do ano passado. Deveria ter apeado do PT, enviado ao Congresso uma emenda parlamentarista e proposto um governo de coalizão. Não o fez. Preferiu se agarrar ao partido. Está afundando junto com ele, e continuo a achar que não conclui o seu mandato. O “esfriamento” do impeachment me parece aquela bonança que antecede a tempestade. O povo de verdade ainda não disse o que acha da crise.
A imagem de Lula se desintegra, se esfarela. E não porque alguém conspire contra ele, mas porque, a gente nota, o homem se mostra incapaz de dar explicações convincentes. E que se note: isso só está em curso porque, finalmente, alguém teve a ousadia de cobrar. E, como se sabe, até agora, não foi Rodrigo Janot, não foi o Ministério Público Federal. A Operação Triplo X, no que diz respeito a Lula, por enquanto, é apenas um trocadilho.
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Eis aí. De novo, com um pouco de inteligência política, só um pouquinho, Dilma poderia tentar passar pela porta estreita e tentar se descolar de Lula. Ocorre que ela se cercou de conselheiros… lulistas! E estes a convenceram de que ela só se salva se ele se salvar. Por mim, acho o conselho excelente porque intuo que todos eles naufragarão juntos.
Falta à humildade de Dilma um quê de contrição
Ninguém quer ver Dilma Rousseff ajoelhando para pedir perdão. Nem de uma gestora em apuros se esperaria semelhante teatro. Mas esta presidente é culpada pela crise econômica que carcome a sua credibilidade. E não obterá a “parceria'' que reivindica enquanto não abandonar a convicção segundo a qual a crise é “internacional”, seus efeitos sobre o Brasil serão “transitórios” e tudo terminará bem porque seu governo dispõe de uma “agenda”.
Dilma foi ao Congresso. Entregou pessoalmente a mensagem do Executivo com as prioridades que defenderá no Legislativo em 2016. O ministro Jaques Wagner disse que a presença da presidente entre os congressistas foi um gesto de “humildade”. O presidente do Congresso, Renan Calheiros, declarou que não é hora de apontar responsabilidades, mas de buscar soluções. Avaliou que Dilma abriu-se para o diálogo.
No PMDB, o coronel faz as pazes com o mordomo de filme de terror pelo poder
Chamado de “coronel” por Michel Temer, o senador Renan Calheiros celebrou um armistício com seu ofensor, a quem chamou de “mordomo de filme de terror”. Coube ao senador Romero Jucá articular a reaproximação do presidente do Senado com o vice-presidente da República. Com o armistício, selado nesta terça-feira, esvaiu-se a perspectiva de disputa pelo comando do PMDB na convenção partidária marcada para março. Temer deve ser reconduzido à presidência do PMDB federal para um mandato de mais dois anos. Renan e Jucá, que tramavam o lançamento de uma chapa para medir forças com Temer, deram meia-volta. Decidiu-se que um dos dois será acomodado na chapa de Temer, na posição de 1º vice-presidente. Combinou-se também que, uma vez reeleito, Temer pode se licenciar da presidência do PMDB. Nessa hipótese, o 1º vice-presidente assumiria interinamente o comando da legenda. Significa dizer que o maior partido do Congresso deve ser conduzido por um investigado da Lava Jato, já que tanto Renan quanto Jucá respondem a inquérito no STF. No PMDB é assim. Muda-se o status sem mexer no quo. JOSIAS DE SOUZA
Depois que Dilma foi embora, PT e PSDB quebraram o pau na tribuna do Senado
Durou pouco a atmosfera de concórdia que Dilma Rousseff tentou criar ao comparecer à sessão inaugural do ano legislativo de 2016. Em seu discurso, a presidente propôs uma “parceria com o Congresso” para superar a crise. Depois que ela foi embora, petistas e tucanos quebraram o pau no plenário do Senado. Bem cedo perceberam que já é muito tarde para o diálogo. Os petistas revezaram-se na tribuna. Deram de ombros para o pronunciamento de Dilma. Saíram em defesa de Lula e de seus familiares. E atacaram ferozmente o tucanato. Líder do PSDB, o senador Cássio Cunha Lima reagiu. No auge do arranca-rabo verbal, o petista Lindbergh Farias disse que Lula sofre “uma campanha de ódio dirigida por setores da mídia brasileira.” Comparou-o a FHC.
“Ele foi o presidente que fez a organização das instituições para que houvesse investigação no país, porque tucano não gosta de investigação. Na época do Fernando Henrique Cardoso, não havia investigação. O procurador-geral Geraldo Brindeiro era conhecido como engavetador-geral da República. Ele foi nomeado três vezes. Na quarta vez, houve uma eleição. Sabe em que lugar o Geraldo Brindeiro ficou? Em sétimo lugar, fora da lista tríplice. Sabe o que fez o presidente Fernando Henrique? Nomeou o sétimo colocado.”
Lindbergh prosseguiu: “Sabem quantas operações da Polícia Federal houve nos oito anos de governo Fernando Henrique? Foram 48, seis por ano. Isso é um escândalo. Hoje, são mais de 250 por ano. Olhem a comparação!”
Cunha Lima chamou de “pueril” a tese do petista. Afirmou que, sob FHC, “não se praticavam tantos crimes como se pratica hoje.” E Lindbergh: “Ah! Vossa Excelência acredita nisso? Ah!” O líder tucano elevou o tom. “Não havia uma organização criminosa comandando o Brasil, senador.”
Wesley Safadão destacou senador peemedebista durante show em Brasília
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, conferiu o show do cantor Wesley Safadão, no fim de semana, em Brasília. Durante a apresentação, cantor, amigo do peemedebista, fez questão de parabenizar Eunício e sua mulher, Mônica, que ali comemoravam 36 anos de casados. Safadão, bom lembrar, sempre acompanhou politicamente o senador, em quem votou no pleito passado. Talvez seja por isso que a mãe do cantor, dona Bill, esteja no PMDB e já posando de pré-candidata à Prefeitura de Aracoiaba. BLOG DO ELIOMAR
Deputados estaduais participam de encontro no Palácio da Abolição
O governador Camilo Santana recebeu 35 deputados estaduais na tarde desta terça-feira (2), no Palácio da Abolição, após a leitura da Mensagem 2016 na Assembleia Legislativa. O encontro contou ainda com a presença de suplentes, ex-parlamentares e secretários de Estado. "Fiquei muito feliz com a presença dos deputados e reitero a importância da parceria com a Assembleia Legislativa para termos um Ceará cada vez mais forte, fraterno e humano. Essa integração é fundamental para melhorarmos a vida dos nossos irmãos e irmãs cearenses", citou o governador. Estiveram presentes no encontro os deputados Zezinho Albuquerque, presidente da Assembleia Legislativa, Agenor Neto, Antônio Granja, Audic Mota, Augusta Brito, Bruno Pedrosa, Capitão Wagner, Carlos Felipe, David Durand, Ferreira Aragão, José Sarto, Silvana Oliveira, Elmano de Freitas, Ely Aguiar, Evandro Leitão (líder do Governo), Fernanda Pessoa, Gony Arruda, João Jaime, Joaquim Noronha, José Aílton Brasil, Júlio César, Laís Nunes, Leonardo Araújo, Leonardo Pinheiro, Manoel Duca, Bethrose, Moisés Braz, Naumi Amorim, Odilon Aguiar, Rachel Marques, Robério Monteiro, Sérgio Aguiar, Tin Gomes, Walter Cavalcante e Fernando Hugo. Thiago Cafardo Porta-voz / Governador |