A floresta onde o zika foi descoberto
A floresta Zika não é tão conhecida em Uganda. Na verdade, a maioria das pessoas nem sequer sabe exatamente onde ela fica. No idioma local, zika significa algo como “uma vegetação que cresceu demais, que tomou conta do lugar”. De fato, há uma densa vegetação no local, com uma ampla variedade de árvores e muitos animais. As únicas pessoas com quem você pode se deparar por ali são o guarda florestal e sua família, que moram em uma pequena casa feita de chapas de ferro.
Foi bem no meio dessa floresta que, em 1947, um novo vírus foi descoberto. Na época, o local servia de palco para pesquisas científicas no leste da África. E, é preciso dizer, ele foi descoberto por acaso. Isso mesmo.Uma equipe de cientistas de Uganda, dos Estados Unidos e da Europa estava ali para pesquisar uma outra doença viral, a febre amarela.
Enquanto testavam macacos rhesus na floresta, eles se depararam com um novo microrganismo, que batizaram de zika.
A salvação pela política
A política pode ter várias definições. Uma delas é a que a descreve como o exercício do poder para a resolução de conflitos no interesse de uma coletividade. Sem um fim, a política como conceito não se justifica. Como processo, serve para tudo, até para derrubar o poder constituído. Não é o caso abordado neste texto. Voltando um passo atrás, o que se espera da política é que ela seja não somente a expressão de um ordenamento constitucional posto em vigor pela vontade da maioria do povo, mas também o instrumento para a resolução de crises, dos impasses que afligem uma dada sociedade. No caso, a nossa, a brasileira. O Brasil, por sua pouca relevância geopolítica, foi poupado dos grandes conflitos mundiais. Em contrapartida, não deixamos de criar problemas para nós mesmos. A crise que nos assola não tem raízes externas, é um produto majoritariamente nacional. O conteúdo local de nossa crise ultrapassa os 90% do total. Nossas decisões nos levaram à presente situação, e isso está claro para todos. Mas poucos em Brasília querem aceitar tal realidade.
2016 e o projeto de energia verde do País
Milton Friedman, ganhador do Nobel de Economia de 1976, cunhou a frase “se puserem o governo federal para administrar o Deserto do Saara, em cinco anos faltará areia”. No caso do Brasil, diria que o prazo pode ser até inferior. Em relação ao segmento sucroalcooleiro, por exemplo, a brincadeira do economista americano ganhou ares de realidade, pois, apesar da recente alta nos preços da commodity e também no câmbio, a situação dos produtores brasileiros de etanol ficou bem crítica desde que o atual governo impôs restrições ao alinhamento de preços para segurar a inflação, exacerbar o populismo e conseguir a reeleição.
A manutenção da política de preços do governo, voltada para subsidiar o consumo de gasolina, além dos prejuízos causados à Petrobrás, também desorganizou a indústria de etanol como um todo. Conseguiram quebrar dois ícones nacionais: a Petrobrás e o etanol, nosso pioneirismo que encantou o mundo. Os preços congelados dos combustíveis fósseis em período de elevadíssimos preços do petróleo no mercado interno desestimularam a produção e o consumo do etanol, aumentando a demanda por gasolina, e o País não tem refinaria para aumentar a oferta. Basta notar que a importação de gasolina cresceu, de 2010 para cá, mais de 300%.
O povo não é bobo - O Estado de SP
O fiasco dos 13 anos de PT no poder, em especial dos últimos 5 sob Dilma Rousseff, pode ser resumido num dado: 82% dos brasileiros acham que o País está no rumo errado. Esta é a conclusão da pesquisa feita pelo Ibope com exclusividade para a coluna de José Roberto de Toledo no Estado. O índice deixa claro que o governo eleito por apertada maioria há 14 meses e empossado há pouco mais de um ano está “na contramão” das expectativas e necessidades, como escreveu Toledo, de muitas dezenas de milhões de brasileiros. É o maior índice de frustração da população desde o início da era petista.
Tal avalanche de decepções torna inócuo o marketing oficial, que continua apostando na credulidade de uma população que o governo do PT supõe contentar-se com mensagens de otimismo e fé. Se tivesse capacidade de percepção e autocrítica, a presidente da República já teria entendido que promessas genéricas, ainda que embaladas por boas intenções, só servem para alimentar seu descrédito. E, à medida que se repetem sem que tenham correspondência com a realidade, tendem a irritar e até a indignar cidadãos vitimados pela inércia, pelos desmandos e pela incompetência da chefe de um governo que, pelo que fez e pelo que deixou de fazer, entrará para a História como tão inepta como “nunca antes na história deste País”.
‘Os seus pecados Zé Dirceu admitiu’, diz advogado sobre depoimento a Moro
O ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu ‘admitiu suas culpas’ em depoimento na tarde desta sexta-feira, 29, ao juiz federal Sérgio Moro. Réu em ação penal por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, Dirceu está preso desde 3 de agosto. Nesta sexta ficou frente a frente com o juiz que mandou prende-lo. Respondeu a todas as perguntas na audiência. “Esclareceu tudo, disse que é verdade que o Milton Pascowitch (lobista e delator) pagou a reforma do seu apartamento e da sua casa”, contou o advogado Roberto Podval, defensor de Dirceu, após o depoimento.
Dirceu negou ter indicado o engenheiro Renato Duque para a Diretoria de Serviços da Petrobrás. Duque, apontado como cota do PT na Petrobrás, também é réu da Lava Jato porque sob seu controle teria operado um dos principais focos de corrupção na estatal petrolífera.
OAS gastou R$ 380 mil com mobília para cozinha e quarto de tríplex que Lula diz não ser dele
A construtora OAS pagou até mesmo eletrodomésticos da cozinha de um tríplex do Guarujá, no litoral de São Paulo, que pertenceria ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo investigadores, a empresa adquiriu geladeira, no valor de R$ 10 mil; microondas (R$ 5 mil); tampo de pia de resina americana que tem design moderno (R$ 50 mil), e forno elétrico (R$ 9 mil), do imóvel que está sob investigação da Operação Lato e do Ministério Público de São Paulo por suspeita de ter sido usado como pagamento de propina.
A cozinha e o quarto teriam custado à empreiteira R$ 380 mil. Oficialmente o imóvel está em nome da OAS, mas a Promotoria vê indícios de que pertence ao ex-presidente e sua mulher, Marisa Letícia. Os advogados de Lula afirmam que o ex-presidente não é dono do tríplex.
O promotor de Justiça Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo, intimou o casal Lula para prestar depoimento ‘como investigados’ sobre o tríplex no próximo dia 17. O promotor já tomou depoimentos de testemunhas que revelaram a presença de Marisa supervisionando a obra. Todo o apartamento foi reformado pela construtora em obra que teria custado R$ 777 mil, segundo um sócio da Talento Engenharia, contratada pela OAS, empreiteira alvo da Operação Lava Jato sob a acusação de ter repassado propina a políticos e dirigentes da Petrobrás.
Os eletrodomésticos da cozinha do tríplex, segundo investigadores, foram adquiridos pela OAS na loja Kitchens na Avenida Faria Lima, em São Paulo. Um sítio em Atibaia, interior de São Paulo, que também pertenceria ao ex-presidente Lula, recebeu cozinha da mesma marca que custou R$ 180 mil.
A contratação da Kitchens pela OAS para mobiliar o apartamento 164-A foi revelada pelo site O Antagonista. O site também informa que a cozinha do sítio foi bancada pela mesma empreiteira e, nesse caso, paga em dinheiro vivo.
A reforma no tríplex foi realizada entre abril e setembro de 2014, quando Lula já havia deixado a presidência. Se comprovado que o petista omitiu o imóvel de sua declaração de bens, o próximo passo é saber a razão. Uma das hipóteses é a necessidade de encobrir suposto pagamento por tráfico de influência, uma vez que Lula teria renda para comprar o imóvel. O ex-presidente tem reiterado que após deixar o governo sua única atividade remunerada é a de palestrante. Ele também nega fazer lobby para empresas.
No total, as cozinhas do tríplex e do sítio custaram R$ 312 mil. Incluindo os armários do tríplex, a conta chega a R$ 560 mil. Segundo uma fonte com acesso aos dados relacionados à compra, a Kitchens vendeu ainda para o apartamento, armários do dormitório, lavanderia e banheiro. Com a entrada da OAS em recuperação judicial, a empresa Kitchens ficou no prejuízo e não recebeu a última parcela de R$ 33 mil referente à cozinha do tríplex. A loja vai tentar receber o valor na Justiça.
Documentos obtidos pelo Estado revelam que a OAS também financiou outros itens do apartamento comprados no mercado de luxo. Uma escada caracol custou R$ 23.817,85. Outra, que dá acesso à cobertura, R$ 19.352.
O porcelanato para as salas de estar, jantar, TV e dormitórios foi estimado em R$ 28.204,65.
O rodapé em porcelanato, R$ 14.764,71. O deck para piscina, R$ 9.290,08. O elevador comprado oferece a possibilidade de ser personalizado, com acabamento à escolha do cliente, e custou R$ 62.500.
O Estado tentou contato com a OAS na sexta-feira por telefone e e-mail, mas não houve resposta.
O ex-presidente Lula tem sustentado que não é dono do tríplex nem do sítio em Atibaia. Seus defensores são enfáticos. “Lula nunca escondeu que sua família comprou, a prestações, uma cota da Bancoop, para ter um apartamento onde hoje é o edifício Solaris. Isso foi declarado ao Fisco e é público desde 2006. Ou seja: pagou dinheiro, não recebeu dinheiro pelo imóvel. Para ter o apartamento, de fato e de direito, seria necessário pagar a diferença entre o valor da cota e o valor do imóvel, com as modificações e acréscimos ao projeto original. A família do ex-presidente não exerceu esse direito. Portanto, Lula não ocultou patrimônio, não recebeu favores, não fez nada ilegal. E continuará lutando em defesa do Brasil, do estado de direito e da democracia.”
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